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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO II - O ANJO
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
É noite quando um anjo de asas brancas enormes vem voando silenciosamente no céu! Estes seres costumam vir para o mundo dos homens de madrugada. É mais silencioso e discreto neste horário. Ao pousar no solo gramado de uma casa, Eliseu, o anjo, dobra as asas que se escondem em suas costas, por rasgos laterais de seu longo casaco negro.

A noite está fria e tudo ao redor parece dizer que um perigo iminente se aproxima! Para todos os lados em que se olha um zunido, um assobio, um vento frio e rápido faz qualquer alma viva se arrepiar. Pode-se quase ouvir uma trilha de terror ao fundo, enquanto Eliseu caminha sobre as folhas mortas caídas das árvores próximas! O ruído de seus passos fica claramente audível a pouca distância!

Esta é uma zona rural! Um lugar com poucos vizinhos, cujas luzes internas das casas são visíveis apenas no horizonte. Um anjo não deve temer o perigo, mas esta missão assustaria até mesmo aqueles que são íntimos do medo! Eliseu se aproxima da porta da entrada da residência que fica dois degraus acima do solo! Ele bate suavemente a porta com mão fechada. De lá de dentro ouve-se uma voz:

- Quem está aí?
- Meu nome é Eliseu! Preciso falar com Elisabeth!
- Eliseu de onde?
- Tenho um recado dos pais dela! (responde o anjo disfarçado).

A porta se abre lentamente e um idoso homem está ali com uma carabina nas mãos apontada para o peito de Eliseu!

- Que brincadeira é essa, moço? Os pais de Elisabeth morreram há muito tempo!
- Sou vidente! Eles vieram até mim e me pediram para proteger a única filha deles.
- Proteger?!?! Ela vive aqui em segurança comigo e minha esposa! Não precisamos de um vidente!
- O perigo que ela está correndo ninguém poderá evitar!
- Do que está falando? (indaga o idoso homem).
- Posso entrar?
- Não...! Não pode...! É melhor ir embora daqui agora! Do contrário terei que chamar a polícia!
- Senhor Jones! Nem a polícia poderá evitar que Elisabeth...
- Espere um momento...! Como sabe meu nome?
- Seu irmão me disse!
- O pai de Elisabeth...?

- Exatamente! Ele também me disse que o senhor comenta toda noite com a sua esposa do receio que tem de morrer antes que Elisabeth possa viver de forma independente de vocês!

- Como é que você poderia saber disso? Só conto isso em segredo para a minha esposa!
- Eu já lhe disse: sou vidente!

Um estranho barulho de alguém andando na propriedade agora é ouvido. Eliseu e o idoso homem viram a cabeça para tentarem visualizar o que está acontecendo!

- Tem mais alguém com você? (indaga o tio de Elisabeth ao anjo).

Eliseu balança a cabeça negativamente! Alguns segundos de suspense ficam no ar enquanto ambos ainda olham ao redor, mas nada veem!

- Acho melhor, então, você entrar!
- Obrigado, senhor Jones! Agradeço-lhe o convite!

A porta se fecha e dois olhos vermelhos se abrem em meio à escuridão quase total do lugar. Olhos aterrorizantes que não estavam ali até agora. Alguma coisa observa a casa! Algo assustador e enorme, silencioso e faminto! Algo que não parece ser deste mundo! Eliseu entra na casa e se senta no sofá simples do local! Ainda com a arma nas mãos, o tio de Elisabeth, confia... desconfiando, daquele anjo disfarçado de vidente.

- Então, senhor vidente, o que mais meu irmão falecido lhe disse?
- Nada mais, senhor! Mas a esposa dele também deixou um recado para vocês!
- E qual é o recado? (indaga a esposa do dono da casa, que acabara de vir do andar superior).
- Ahhh! Suponho que a senhora seja Joana? (indaga Eliseu se levantando do sofá).
- Sim! Como sabe disso?
- Sou vidente e os pais mortos de Elisabeth vieram até mim para me dizerem algumas coisas! Entre elas que a sua sobrinha está correndo grande risco! Mas não me disseram o porquê disso!
- E qual é o recado de meu irmão? (indaga o senhor Jones).
- Ele disse que é hora de abrir a caixinha!?!? Não entendi o recado, mas seu irmão afirmou que vocês entenderiam bem este recado!
- O idoso casal se entreolha e, aflitos, retornam a atenção para Eliseu.
- Que tipo de perigo Elisabeth está correndo? (indaga a mulher).
- Ela tem algo que os demônios querem muito!! (responde Eliseu).
- Demônios?!?! (exclama o senhor Jones). Estas coisas não existem!!!!
- Posso lhe garantir que eles são muito reais, senhor! Já vi coisas acontecerem que poucas pessoas acreditariam! Mas... e esta tal de caixinha?!?! O que significa? (indaga Eliseu).

A senhora responde à questão:

- Não é um objeto real! A caixinha é o segredo de Elisabeth! E por isso não podemos lhe contar!
- Um segredo?!?! (estranha Eliseu). Se vou protegê-la, preciso saber tudo sobre ela!
- Não irá proteger a minha sobrinha! Não o conheço, senhor, e não entregarei a segurança de todos nós a você!
- Não está entendendo, senhor Jones! (afirma Eliseu). Se ela não sair daqui comigo agora, todos vocês correrão grande risco de vida! Não sabem contra o quê estão lidando! Elisabeth precisa se manter em movimento para não ser encontrada!
- Você fala de demônios e espera que eu acredite? (declara o tio).
- Precisa confiar em mim! Os pais dela fizeram uma perigosa peregrinação, arriscando seu descanso eterno, apenas para me contatar! Só eu posso salvá-la!
- Seja sincero comigo, rapaz! (exige Jones). Contra o quê realmente estamos lidando?
- São demônios cruéis, senhor! Eles desejam o sangue das pessoas! Mas Elisabeth tem algo de diferente! Esse... tal... segredo dela... pode ser o motivo pelo qual a sua sobrinha se transformou em alvo do Inferno!
- Inferno?!?!
- Sim! Demônios encarnados são enviados à Terra pelo próprio Lúcifer!
- Dê-nos alguma prova de que isto tem algum fundamento! (pede Joana).
- Não tenho autorização para fazer isso!
- Autorização?!?! De quem? Quem é seu chefe?
- Não posso lhes dizer mais do que já disse! Precisam acreditar em mim! Se Elisabeth ficar aqui por mais tempo, nem mesmo eu poderei protegê-la!
- E por que acha que só você tem esta capacidade? (indaga Joana).

Eliseu olha ao redor e suspira, percebendo que não poderá continuar a sua missão se não disser algo que possa convencê-los!

- Eu não posso dizer mais nada a vocês.
- Nem é necessário! (declara a jovem Elisabeth, descendo as escadas).

Ela está usando um pijama rosa que lhe cobre todo o corpo. Também usa uma cinta ao redor da cintura e uma tiara bem diferente do convencional na cabeça. Eliseu olha na direção daquela linda mulher que desce lentamente pelos degraus segurando firme no corrimão. O anjo percebe que há algo de errado com a visão de Elisabeth!

- Cuidado, minha filha! (declara a tia subindo rapidamente as escadas e se aproximando da moça).
- Está tudo bem, tia! Já conheço bem esta casa! Não vou cair aqui! Além disso este equipamento me ajuda a perceber todos os detalhes daqui (diz ela colocando a mão sobre a tiara de sua cabeça).
- Ela é cega?!?! (indaga perplexo, Eliseu).
- Como pode ter sido informado de coisas tão íntimas e não saber sobre a cegueira de Elisabeth.
- Pessoas como ele, tio, sabem muito, mas não sabem tudo! (declara a jovem já chegando ao final das escadas).
- Como assim, Lisa? (indaga a tia). Você já o conhece?
- Não! Mas eu sei o que ele é! (afirma a jovem chegando perto dele).

Eliseu a encara, desconfiado da veracidade da informação que acaba de ouvir!

- Você sabe que sou vidente?
- Você é mais do isso, não é?

O anjo disfarçado abaixa as sobrancelhas, preocupado com a nova afirmação da jovem. Mas o barulho de alguém correndo lá fora pela grama chama a atenção de todos dentro da casa!

- Tem alguém lá fora! (afirma o tio que se dirige, ainda com a arma nas mãos, em direção à porta com a nítida intenção de sair dali para descobrir o que está acontecendo).
- Onde pensa que vai? (indaga Eliseu, agarrando o senhor pelo braço, impedindo-o de continuar a andar).

O tio para de andar, olha sério para a mão do estranho que o segura e depois de volta para os olhos do anjo, de forma intimidadora.

- Esta é a minha casa! Ninguém invade meu território sem a minha autorização.
- É melhor não ir lá para fora! Além do mais, se forem os demônios... sua arma não servirá de nada!
- Ainda não provou o que vem dizendo, rapaz! De meu ponto de vista... demônios não existem!
- Se existem anjos..., é possível que o mal também esteja presente na Terra! (afirma Elisabeth, sob o perplexo olhar de Eliseu que percebeu que ela sabe quem ele realmente é).

Um novo barulho de alguém subindo no telhado muda a direção de todos os olhares das pessoas que estão ali naquela sala, menos o de Elisabeth, que "olha" de frente para Eliseu.

- Eles já estão por aqui! (afirma o anjo). Ninguém mais deve deixar esta casa! Eles não atacarão frente-a-frente. Preferem nos atacar de forma covarde.
- Se são demônios e não podem ser alvejados por tiros... por que teriam medo de nos enfrentar? (indaga a tia).
- Eles não podem ser mortos, porque já estão! (declara Eliseu). Mas podem ser feridos o que os coloca a um passo para ficarem presos no limbo.
- Do que está falando? (indaga o tio).
- Quando um demônio é ferido, os outros o atacam e isso destrói seu corpo físico, restando apenas a alma amaldiçoada que o leva diretamente ao lugar para onde ele já deveria ter ido!
- Então eu devo ir lá fora e acertar alguns tiros neles! (afirma o tio).
- As feridas causadas por balas são muito pequenas e cicatrizam rapidamente. Os outros demônios nem sentirão o cheiro do sangue dos que forem feridos! Mas se atacá-los, eles também o farão contra o senhor. E farão em bando!
- E como é que estes seres podem ser feridos? (indaga a tia).
- É necessário causar uma grande ferida em seus corpos! Algo que demore muito tempo para cicatrizar. Uma espada muito afiada seria a mais indicada!
- Não tenho uma espada! (declara o tio).
- Mas Eliseu tem! Não é mesmo? (indaga Lisa).

O anjo olha para ela novamente, percebendo que esta jovem tem um grande poder de percepção! Talvez seja este seu dom e segredo!

- Fiquem todos juntos aqui neste ambiente! É preciso que não durmam e tomem conta uns dos outros nesta noite! Se vocês dormirem, os demônios saberão disso e invadirão a casa em surdina. Eles agem como predadores!
- Como sabe tanto sobre demônios? (questiona, assustada, a tia).
- Conheço o suficiente para saber que todos devemos evitá-los!

Um estranho rugido vem lá de fora e de várias direções. A casa está cercada e o medo se espalha por aquela família.

- Se eles desejam nos pegar distraídos, por que anunciam tanto a sua presença? (indaga o tio).
- Quando os leões caçam eles anunciam a sua presença para a presa, para que elas tenham medo e fujam em direção ao lado contrário, onde uma armadilha os aguarda! É quando eles pegam a presa de surpresa.
- Se eles são mais fortes e poderosos por que nos temem? (indaga a tia).
- Os predadores são mais fortes, mas não querem se ferir durante uma caçada! Uma simples ferida pode infeccionar e matar. No caso dos demônios... uns podem acabar com os outros.

Um novo e forte barulho acontece no teto da casa, como se algo tivesse se quebrando! Todos olham assustados para cima, enquanto o tio de Elisabeth aponta a sua enorme arma para o teto.

- Os quartos são lá em cima? (indaga Eliseu, olhando para o andar superior).
- Sim! Acho que entraram na casa! (diz a tia).
- Não! (negativa, categórico, Eliseu). Eles fazem isso para assustar e fazer as suas vítimas entrarem em pânico! Estamos todos alertas! Não ousariam entrar aqui agora!

A tia abraça Elisabeth, nitidamente com medo do que está acontecendo!

- Vamos ligar para a polícia! (sugere a tia assustada).
- A polícia nada poderá fazer! (afirma Elisabeth), Mas você pode, não é Eliseu? Por que não vai lá fora e acaba com isso!
- Por que está dizendo estas coisas, Elisabeth? O que você sabe sobre tudo isso? (indaga a tia, acariciando os cabelos da sobrinha).

Eliseu começa a subir as escadas em direção aos quartos.

- Fiquem aqui e alertas! Eu já volto! (declara o anjo).

Todos se calam e observam aquele corajoso "homem", subindo lentamente as escadas de madeira que rangem a cada passo. O anjo olha para os degraus, percebendo que o fator surpresa, do qual ele desejava se utilizar, não irá mais funcionar. Sem opções continua subindo as escadas lentamente e com olhar pesquisador, em busca de qualquer detalhe que possa lhe denunciar algum perigo. Um novo barulho de móvel sendo derrubado se espalha por toda a casa. O anjo chega até o andar de cima e cuidadosamente abre a porta de um dos quartos. Uma cama de casal desarrumada indicava que o casal de tios dormiram ali recentemente.

Sem nada nas mãos, além da coragem e determinação, Eliseu entra no ambiente e nada vê ali. Ele se dirige para outro ambiente e, da mesma forma, abre uma nova porta com muito cuidado e logo vê uma janela aberta e um móvel derrubado ao chão! A porta continua se abrindo sozinha enquanto range! Do outro lado do ambiente um ser estranho de olhos vermelhos percebe a presença de Eliseu ali..., sóbrio... e sem demonstrar medo ou qualquer preocupação. Imóvel, Eliseu fita friamente aquele ser perigoso, que tem o rosto liso e muito branco.

O demônio usa um jeans e um longo casaco negro que vai até os joelhos. Na ponta de seus dedos estão afiadas garras como nas aves de rapina. Por uns poucos segundo ambos se encaram sem nenhum movimento perceptível de seus corpos. Um gélido frio correria pela espinha de qualquer um, mas não na destes dois seres. O demônio começa a andar em direção ao local por onde entrou, demonstrando alguma preocupação em ter sido descoberto. Ele se aproxima da janela, encara por mais alguns segundos seu oponente celestial e salta para fora, quando abre as suas asas negras e voa de volta para a proteção da escuridão noturna! Eliseu, sozinho agora no quarto, caminha em direção ao local onde estava o demônio, tão interessado e distraído ali.

O anjo encontra outro móvel derrubado no chão. Ele se agacha e observa as gavetas, papéis e objetos pessoais de Elisabeth espalhados por todo o local. Curioso, Eliseu vê um discreto pingente caído entre roupas íntimas da jovem. Ele aperta os olhos e pega a pequena joia! Aproxima-a de seu rosto e percebe um anjo entalhado ali. Eliseu sorri levemente! Deixa a joia no local, levanta-se, dirige-se até a janela. Percebe lá fora uma grande quantidade de pares de olhos vermelhos, todos fitando seu rosto a distância! Lentamente o anjo fecha a janela encarando aqueles demônios. Depois retorna ao andar debaixo!

- Aqueles demônios estão interessados em alguma coisa. Algo... físico... que lhe pertence Elisabeth! O que poderia ser?

A garota leva a mão até seu colar enquanto pensa no assunto.

- Não há nada aqui que possa interessar a ninguém (declara a tia da garota).
- Então por que um dos demônios estava lá em cima revirando aquele quarto? (indaga Eliseu).

O tio de Elisabeth aponta agora a arma para o jovem anjo!

- Escute aqui rapaz..., não sabemos quem é você, quem são aqueles caras lá fora, e o que você pretende... Ao que me consta tudo isso pode ser um golpe seu e uma tentativa de assalto de seu bando lá fora.
- Posso lhe assegurar que não é isso que vim fazer aqui.
- Então prove quem é ou saia agora desta casa! (ameaça o tio com a arma próximo ao rosto do anjo).
- Sou um anjo enviado para proteger Elisabeth, mas eu não posso me expor como anjo sem motivos. Isso não é permitido para mim aqui na Terra.
- Isso não é um bom motivo para mim! (declara o tio ficando cada vez mais nervoso com esta situação).
- Aqueles demônios lá fora querem levar Elisabeth embora. Querem transformá-la em demônio também. Fora isso, estão agindo de modo estranho. Eles desejam algo mais que pertence à sua sobrinha. Preciso saber o que é para poder impedi-los de conseguir o que desejam.
- Meu rapaz! Acho melhor sair desta casa agora! (ordena o homem armado).
- Não tio! Eu acredito nele! Eu sinto algo forte vindo dele. Tenho certeza de que está falando a verdade.
- Não posso acreditar apenas no que está sentindo, minha sobrinha! É melhor ligarmos para a polícia agora! (declara o tio, que olha para a sua esposa dizendo apenas com o olhar para ela fazer isso).

A mulher, meio contrariada, afasta-se da sobrinha cega e pega o telefone ali ao lado. Seu olhar se arregala ao colocá-lo junto ao ouvido!

- Não tem linha!

Eliseu ergue uma das sobrancelhas e declara:

- Eles devem ter cortado a comunicação. Agora irão cortar a água e a energia desta casa.
- Estranho existirem demônios eletricistas, encanadores e nas horas vagas também aterrorizam as pessoas (declara de forma irônica o tio).
- Eles não são alienados! Estão integrados à sociedade humana. De dia têm seus empregos normais, como qualquer um, mas à noite eles se transformam em criaturas perigosas e prontas para cometerem maldades.
- Que horror! (declara a mulher).

Agora as luzes da casa se apagam e por alguns segundos tudo fica um enorme breu no local. Eliseu saca a sua espada de anjo. Ela brilha no escuro, iluminando parcialmente todo o ambiente. O tio se assusta com a lâmina brilhante e aponta a sua arma com mais veemência na direção do rapaz.

- Não atire nele, tio. Estou curada! Consigo ver todos vocês através de meus olhos! (informa Elisabeth, espantada com a situação).

A bela jovem olha tudo ao redor, maravilhada com o fato de poder enxergar com perfeição novamente. Ela observa os detalhes do rosto da tia, que é quem está mais próxima. Ambas sorriem felizes pela rápida cura. Elisabeth olha agora na direção do tio, abismado com tal fato. E depois anda na direção de Eliseu com um ar de agradecimento e adoração por seu salvador. Seus olhos, agora cristalinos e sem a existência da noite eterna que lhe impedia de enxergar, suspiram de paixão por aquele anjo lindo que a encara com um leve sorriso de satisfação pela felicidade de sua protegida.

- Como isso é possível? (diz a jovem).
- A espada de um anjo, quando empunhada em prol do bem, pode trazer o fim temporário dos males daqueles que estão por perto.
- Isso é um milagre! (afirma a tia).
- Então você não é mesmo humano? (indaga o tio).
- Claro que não! Sou um anjo! Já lhe disse antes!
- Ohhh, meu Deus! (declara a tia abismada com o que está acontecendo).
- Esta será uma longa noite! Os demônios lá fora não precisam dormir. Descansem vocês, amanhã Elisabeth terá que partir daqui comigo!
- Não podemos deixá-la ir. Somos responsáveis por ela (declara o tio, abaixando finalmente a arma).
- Não são mais! Eu vim aqui para protegê-la.
- Por que isso está acontecendo com a nossa família? (indaga a tia já chorando).
- Não pense desta forma, tia! Eu estou bem! Estou até enxergando novamente!
- Descansem! Esta será uma longa noite (declara Eliseu com a espada brilhante em punho).

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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