Este livro foi registrado
na Biblioteca Nacional

Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XXVII - SERES DA GUERRA
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
No gabinete da presidência da república, o líder máximo do país está reunido com o estafe dos generais militares. E ele não está nada satisfeito com os resultados.

- Como assim não é possível deter a criatura? Já sabem o que é aquilo? De onde veio? O que quer em nosso país?

- Senhor! Com todo respeito, a função do exército é intimidar e atacar! (relembra o general da aeronáutica). Depois que o inimigo é morto ou capturado é que nos preocuparemos em fazer perguntas!

- Se não podem destruir a criatura, não conseguem vencê-la e ainda estamos tendo baixas consideráveis a cada encontro... então os vencidos seremos nós! E isso, senhores generais, é inadmissível!

- Senhor presidente! Nenhuma de nossas armas até agora se mostrou efetiva (informa o general do exército). A criatura se movimenta rápido demais. Nem podemos fazer mira contra ela, que desaparece de um lugar e reaparece em outro quase instantaneamente. Ao menos encontramos um ponto fraco do inimigo!

- E qual é?
- Aquela coisa se importa com os que estão roubando os ônibus. Parece que existe algum tipo de relacionamento entre os manifestantes e a criatura. Quase como se ela dominasse aqueles sujeitos.

- Senhor presidente! Nunca vimos nada parecido com aquela criatura (declara o Almirante da Aeronáutica). E pelas características, tudo indica tratar-se de Satanás!

- Não pode estar falando sério! (declara o presidente). E se for verdade, onde está Deus para dar cabo deste demônio?
- Senhor! Acho que só temos uma opção! (interrompe o general do exército). Temos que explodir o local para onde todos aqueles ônibus estão indo. Acho que assim eliminaremos este mal sobre a Terra.

- Explodir...?! Já sabe para onde todos aqueles ônibus estão indo? (indaga o presidente).
- Fizemos uma análise da movimentação dos coletivos e encontramos uma potencial confluência de caminhos (declara o almirante da marinha).
- E para onde vão todos?
- Existe uma única estrada para qual todos parecem se dirigem (informa o almirante). Só saberemos o ponto exato quando estiverem chegando lá.
- Qual é o seu melhor palpite sobre o local?

O almirante ergue as sobrancelhas, espreme os lábios e depois de alguns segundos declara:

- Achamos que irão para Tranquilópolis!
- Tranquilópolis?! Mas o que tem lá de interessante?

- Nada, senhor! (informa o general do exército). A não ser o fato da pequena cidade estar encravada nas montanhas e o único acesso para lá é por um túnel. De helicóptero não dá para chegar. As montanhas são muito íngremes e altas, inacessíveis para uma escalada.

- Isso não faz sentido! (declara o presidente). Por que aquela coisa iria querer ir para uma pequena cidade com centenas e centenas de ônibus? Que diabos está acontecendo lá, afinal?

- Não sabemos, senhor! (afirma o general da aeronáutica). Mas estamos preparando nossos mísseis para explodir todo o local quando estiverem todos lá. A marinha fará o mesmo e também o exército. Nada escapará vivo de lá!

- E a população local?
- Senhor! Se aqueles vândalos são seguidores do diabo..., acho que a população de Tranquilópolis não sobreviverá por muito tempo! (relembra o almirante). A explosão é nossa única garantia de vitória nesta batalha!

- Que Deus tenha piedade de nós...! (declara o presidente). Informe-me antes de explodirem a cidade. Preciso pensar se autorizo ou não um ataque maciço ao local de encontro de todos eles.

Em Tranquilópolis Eliseu está nervoso e revoltado com os rumos da batalha que se aproxima. Ele está discutindo com Tábata a situação:

- Leve-me de volta para as estradas. Tenho que estragar os planos de Lúcifer de trazer seu exército para cá!
- Não, Eliseu! Você já foi ferido, e precisamos que esteja bem quando todos vierem para cá! (declara Tábata).
- Temos que atrapalhar o avanço das tropas de Lúcifer! Se ele não pode ser detido, que ao menos seus seguidores não possam chegar até aqui.
- Não está pensando com clareza, anjo! Quando a noite chegar, aquelas criaturas lá fora poderão voar novamente e chegarão até aqui em poucos minutos.
- Isso não me interessa agora! Estou pronto para lutar e eles não! Leve-me até aonde estão os inimigos!

- Não, Eliseu! (negativa Tábata). Precisa se recuperar. Você já conseguiu atrasá-los. Agora preciso conversar com os outros bruxos para criar uma poção ou um feitiço que nos ajude a deter Lúcifer.

- Calma! (pede Elisabeth, aproximando-se de seu protetor). Como um anjo se recupera de um ferimento de uma espada celestial? Como posso te ajudar?

- Não pode! Não tenho nenhum conhecimento sobre anjos feridos! (declara Eliseu). E não temos tempo para tratar deste assunto agora!
- Será que até a noite estará curado? (indaga a Curandeira).
- Não sei quanto tempo ficarei assim e nem se irei me curar.
Elisabeth coloca a sua mão próxima ao ferimento de seu protetor, mas nada acontece!
- Por que posso curar vampiros e bruxas, mas não posso curar anjos!
- Bruxas são humanas e vampiros são meio humanos! Mas anjos são espirituais! Você não tem poder sobre isso!
- Então como Lúcifer iria se aproveitar de meu dom para nunca mais se ferir? Afinal, ele também foi um anjo!
- Lúcifer caiu! Não é mais um anjo. Barrattiel também caiu e agora pode ser curado por você!
- Então eu serei uma eterna escrava da cura para o "coisa ruim" se ele me capturar?
- Não sei, Elisabeth. Mas ele não chegará até você. Eu prometo!
- E as fadas? (indaga, esperançosa, Elisabeth). Elas poderiam te curar? Afinal, são espirituais!

- Esqueça-se disso! Estou bem! Posso ainda lutar! (declara Eliseu afastando-se do todos, desaparecendo e voando para o alto de uma residência de onde ele pode observar toda a cidade).
Sanguinário, percebendo que não será útil nos próximos minutos se afasta do grupo indo em direção a uma das casas.

- Onde pensa que vai? (indaga Silvestre ao homem que nem olha para trás e continua seu caminho).
- Não sei quanto a vocês, mas humanos precisam ir ao banheiro de vez em quando (declara Sanguinário).

Barrattiel ali ao lado, ergue uma das sobrancelhas e olha na direção da Curandeira cega, continuando a história sobre o ferimento do protetor dela:

- Até hoje nenhum anjo fora ferido antes em combate! Vampiros e bruxos nunca foram páreo para nós.

Tábata e os outros bruxos olham na direção do anjo de apoio falastrão. Estão todos com ar de reprovação ao que ele comentara!

- Por que estão me olhando desta forma? Sabem que é verdade! (afirma Barrattiel).
- Se ainda quer a nossa ajuda contra o outro ex-anjo, deveria ter mais respeito! (relembra Silvestre).
- Não é nada pessoal! Nunca precisamos de médicos! Só estou dizendo que o ferimento de Eliseu é novidade para nós, anjos.- Não deveria falar como um anjo. Você não é mais (relembra Vilma, uma das bruxas). Tem asas, espada, pode voar, mas está agora com tempo de vida limitado, como todos nós aqui!

- Tudo bem! Não precisa me lembrar disso! Eu já sei! (declara Barrattiel). Vou tentar falar com as fadas sobre o problema de Eliseu! Não sei se conseguirei ter acesso a elas, já que não gozo mais do status celestial!

Tábata vê Barrattiel voar em direção à pequena mata próxima dali. O bruxo Silvestre informa agora aos colegas:

- Pessoal! Eu comprei uns equipamentos de comunicação na cidade antes de vir para cá. Nesta correria, esqueci-me de distribuí-los. Estão aqui em minha mochila.
- Comprou? Tem certeza? (indaga a bruxa Rose, desconfiando do que ele disse).
- Se disser que roubei, eu nego!
- Eu te conheço, Silvestre! (declara Rose). Não gastaria seu dinheiro, podendo simplesmente fazer estes equipamentos desaparecem da loja.

Silvestre começa a tirar os pequenos equipamentos em grande quantidade de sua mochila.

- Esqueça-se disso agora, tá? (pede o bruxo). O importante é que estes comunicadores nos ajudarão durante a batalha. Sanguinário nos informará de onde estão vindo nossos inimigos. Aquele entre nós que perceber que um colega foi ferido, informará imediatamente Elisabeth. Ela se aproximará e curará os que necessitarem. Eliseu e Barrattiel também serão informados de perigos eventuais. Assim estaremos todos preparados e informados rapidamente sobre qualquer coisa inesperada que aconteça!
Tábata concorda com a cabeça e pega um dos comunicadores auriculares que tem um microfone externo na ponta de uma fina e curta haste flexível. Ela coloca o equipamento em sua orelha direita e o microfone é apertado e colado na lateral de seu pescoço, perto das cordas vocais. Elisabeth faz o mesmo, assim como todos os bruxos.

- Pessoal! Vou dar um pulinho na cidade espiritual (declara Tábata).
- Sabe que não pode ir até lá! (relembra Rosa). Você nos disse que os anjos sacaram a espada contra você e Eliseu da última vez!
- Eu sei. Por isso vou levar Elisabeth comigo.
- Eu?! Por quê?
- Os anjos carregaram para aquela cidade os moradores e todos eles têm dons especiais como você. Imagino que nenhum dos anjos irá nos atacar se você estiver entre mim e eles.
- Pretende me usar como escudo?
- Mais ou menos! Se meu plano der errado eu trago você de volta antes de ser ferida. Mas espero que você convença-os de ajudar a curar seu protegido.
- Podemos tentar! (apoia a causa, Elisabeth).

As duas desaparecem dali, enquanto Barrattiel penetra na mata e vai até a clareira. Ele cumpre o ritual de contato. Saca a sua espada, crava-a com força no solo úmido, ajoelha-se com uma das pernas e abaixa ligeiramente a cabeça sobre a mão que segura a empunhadura de sua lâmina. O ex-anjo de apoio celestial fecha os olhos e concentra-se para atrair uma fada. Ele ouve os pássaros, o som da suave brisa que balança e derruba algumas folhas secas ao chão, o bater de asas de aves que cruzam a cidade, mas nada de fadas!

O tempo passa e o joelho apoiado no chão começa a doer. Isso nunca aconteceria a um anjo, somente aos que caíram tais dores são possíveis! Um pássaro pousa num galho de árvore bem em cima de Barrattiel e o inesperado acontece. O pobre combatente sente que algo líquido caíra sobre um de seus ombros. Ele procura manter a concentração, mas aquele fato o incomoda. Finalmente Barrattiel ergue a cabeça, vira-a de lado, abre um dos olhos e percebe o que é aquilo que interrompeu seu ritual.

O danado do pássaro acertou-o em cheio, como que num aviso de que ele está no lugar errado, na hora errada e tentando falar com seres que não irão lhe atender. O ex-anjo olha para cima, a procura do culpado e o encontra ainda por lá, piando, fingindo que a coisa não era com ele.

- Não tinha outro lugar para fazer as suas necessidades? (indaga, nervoso, o ex-anjo).

Percebendo que o ritual não está funcionando e que seu pedido de contato não será aceito, o amigo de Eliseu ergue-se dali, vira-se de costas para voltar pelo caminho que veio, quando então tem uma nova surpresa. A fada-rainha Verônica estava bem ali, atrás dele, observando-o.

- Ahhh...! Oi...! Achei que não iria falar comigo...!
-
Eu o observava, Barrattiel! (responde a fada de luz verde).
- Há quanto tempo está aí?
-
Desde que você chegou a esta mata!
- Por que então não falou comigo?
-
Queria ver por quanto tempo esperaria um ex-anjo.
- Mas por que isso?
-
Quero saber o quanto realmente está precisando de nós!
Barrattiel olha meio de lado, como se não concordasse com isso.

- Podemos então conversar agora?
-
Já estamos...! Não estamos...?
- Sim! Mas o que preciso mesmo é de informação!
-
De que tipo?
- Eliseu se feriu levemente numa luta contra Lúcifer! Nenhum anjo jamais se feriu num combate. Não sabemos o que fazer para curá-lo! Vocês fadas poderiam ajudar?
-
Ele precisará de uma cura espiritual!
- E como podemos fazer isso?
-
Não podemos! A guerra irá começar em breve. O ritual poderá levar muitas horas!
- Mas estamos com recursos limitados aqui! É muito arriscado Eliseu ter que lutar contra Lúcifer e milhares de demônios... e ainda ferido!
-
Algumas vezes temos que fazer sacrifícios se quisermos restaurar a paz e a ordem ao mundo! E numa guerra, até mesmo os feridos podem se tornar um terrível oponente.
- Do que está falando?
-
Você entenderá quando a hora chegar e se chegar...! Ajude Eliseu...! Ele não deve lutar sozinho contra o exército.
- Vou ajudá-lo. Eliseu não estará sozinho!
-
Mas lembre-se de que sem o sacrifício de todos os que lutam por dias melhores..., jamais haverá paz!

A fada desaparece, deixando mais dúvidas do que certezas para Barrattiel. Na cidade espiritual de Tranquilópolis, Tábata e Elisabeth se materializam. Rapidamente dois anjos caminham em direção a elas. Eles sacam as suas espadas e param diante de ambas:

- O que estão fazendo aqui? Não são bem vindas a este lugar!
- Viemos aqui porque Eliseu precisa de ajuda (declara Elisabeth). Ele foi ferido numa luta contra Lúcifer.
- Um anjo ferido?! O que espera que possamos fazer? (indaga um dos dois celestiais).
- Não sei! (afirma Tábata). O que se faz quando um anjo é ferido em batalha?
- Isso nunca aconteceu antes! Não somos médicos. Nada podemos fazer (comenta o outro anjo).
- Precisam ajudá-lo! Esta guerra não pode terminar com a vitória de Lúcifer (pede Elisabeth).
- Estamos ocupados aqui! Este luta é sua e de seu protetor! Não nos envolva mais nesta história e não retornem aqui novamente.

- Ou o quê...? Irão nos matar...? (indaga, ameaçadora, Elisabeth). Não têm coragem nem de enfrentar um de vocês...! Não ajudam seus semelhantes...! Eu entendo porque Deus se afastou do convívio dos anjos...! Ele tem vergonha do que vocês representam... e está fazendo seu último teste neste momento... Se lá embaixo estamos vivendo nosso armagedon, algo similar acontecerá a vocês, que se escondem aqui em cima!

- Não sabe do que está falando, Curandeira! (alerta um dos anjos). Você desconhece o significado de ser anjo e nem sequer sabe quais são as nossas atribuições.

- Talvez os vampiros tenham razão (afirma Elisabeth). O melhor seria eu me entregar a Lúcifer e acabar de uma vez por todas com esta guerra estúpida! Depois eu digo a ele onde os pombinhos celestes de asas brancas estão escondidos.

Os anjos se entreolham assustados com a declaração da Curandeira.

- Não pode fazer isso! Eliseu não permitirá que se exponha assim.

- Acha mesmo que não posso? (ameaça Elisabeth). Então coloque a água no fogo e prepare um cafezinho para a próxima visita que virá para este esconderijo..., porque aquele que vocês mais temem... estará em breve aqui para fazer um lanchinho... com as suas cabeças! Obrigado... por nada...!

Tábata coloca novamente a mão no ombro da Curandeira e as duas desaparecem dali. Paralisados pela ameaça da moça, os anjos levam um tempo para assimilar a informação! Depois um deles decide:

- Temos que avisar Mickael sobre o que está acontecendo! Esta situação está saindo de controle.
- Verdade! Acho que teremos que ir para o plano B.

Os dois guardam as suas espadas dentro de seus longos casacos e voam acelerados atrás de seu chefe. Lá embaixo, Barrattiel já voltou de sua infrutífera tentativa de conseguir apoio das fadas para curar Eliseu! Ele voa até o topo da casa mais alta da cidade, onde está seu amigo. Invisíveis aos olhos de bruxos e humanos, os dois agora conversam:

- Eliseu! Falei com a fada-rainha Verônica.
- Para quê?
- Para te ajudar a curar esta ferida, que parece estar piorando!
- Estou bem! Estou pronto para a batalha!
- Elas disseram que não poderão te ajudar agora! O procedimento de cura leva muito tempo!
- Não posso mais me ausentar daqui. Cada minuto que passa, estamos mais próximos da batalha final.
- É exatamente por isso que elas não querem fazer o procedimento agora!
- A situação é essa, Barrattiel! Tudo o que podíamos fazer, fizemos! Agora só nos resta lutar.

O anjo de apoio olha para Eliseu sem saber mais o que dizer. Lá embaixo Tábata e Elisabeth reaparecem e aproximam-se do grupo de bruxos.

- Tábata! Preciso comer alguma coisa. Estou com fome! (declara a Curandeira).

- OK! Avise Eliseu. Não fique mais sozinha a partir de agora.

Elisabeth concorda balançando a cabeça positivamente, olha para cima e acena em direção ao topo da casa mais alta da cidade. De lá seu protetor percebe o gesto e desce até a moça. Em meio ao voo, Eliseu volta a ficar visível. Tábata aproveita o momento a sós com os outros bruxos e comenta:

- Estamos num enrosco, pessoal. Vocês sabem qual é o único modo de quebrar o feitiço que protege Lúcifer..., não é?
- Sim, Tábata! (afirma Rosa). Mas você não pode destruir toda a magia deste mundo! Se o fizer, ficaremos em perigo durante o combate.
- Se eu não fizer isso... seremos todos mortos pelo "coisa ruim", depois que Eliseu e Barrattiel forem vencidos por ele.
- Tábata! Os dois precisam de nosso poder para deter os demônios (declara Suelen). Se destruir a magia, Lúcifer poderá até ser vencido, mas os demônios subjugarão a todos nós.
- Temos outra opção! (declara Vilma).
- O que está sugerindo? (indaga Silvestre).
- Podemos congelá-lo, prendê-lo numa prisão mágica e enterrá-lo na caverna mais funda que encontrarmos (sugere Vilma).
- Isso não será possível, Vilma! O feitiço protetor de Lúcifer o protegerá e será você a ser congelada no lugar dele!
- Não vejo outra opção senão destruir toda a magia deste mundo (decreta Tábata). Mas precisamos garantir que os demônios serão vencidos antes.
- Mesmo assim, o fim da magia não será garantia de que Eliseu conseguirá vencer Lúcifer (informa Silvestre).
- Eu sei! Por isso estamos num enrosco! (relembra Tábata). Nunca esperaria dizer isso, mas se tivéssemos os vampiros ao nosso lado nesta batalha... teríamos uma chance de vitória.
- Se tivéssemos os vampiros ao nosso lado, ao final da guerra, sem nossos poderes para nos defender, viraríamos comida daqueles sanguessugas! (declara Rosa).
- Ou podemos dar o mesmo feitiço que protege Lúcifer a Eliseu, desaparecermos daqui e deixarmos que ambos se destruam e também aos demônios (sugere Silvestre). É a solução mais lógica!

Os bruxos se entreolham à procura de alguém, entre eles, que discorde deste plano. Nenhuma palavra e nem sequer um olhar de reprovação. Quando a própria vida está em jogo é mais fácil encontrar soluções que prejudiquem os outros. Tábata, percebendo que ninguém será contra este plano, resolve se pronunciar:

- Mesmo que façamos isso, os demônios que estarão do lado de fora destas montanhas não serão atingidos pela destruição e vagarão sem controle pelo mundo. Além do mais, a cidade espiritual de Tranquilópolis parece ter uma conexão especial com este lugar e, talvez, uma explosão aqui poderá também destruí-la e a todos que estão por lá.

- Se tiver uma ideia melhor, Tábata, estamos dispostos a ouvi-la! (declara Vilma). Do contrário, não teremos outra solução a não ser dar a Eliseu o mesmo feitiço do inimigo.

Sem opções, Tábata fecha a reunião com seus colegas:

- Muito bem, então! Vou lançar o feitiço em Eliseu no momento certo, aviso vocês antes de usá-lo para que possamos ir todos embora daqui e torcer para que o resultado final ponha fim a esta guerra.

Pouco ou nenhum constrangimento mostra o grupo, que até respira aliviado, por terem encontrado a solução que porá fim à existência de Lúcifer e à esta batalha insana por poder. Resta saber quantos deles conseguirão dormir em paz, depois de serem responsáveis pela morte de tantos inocentes escondidos na cidade espiritual.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
HOME
HOME
COMENTE SOBRE
ESTE LIVRO
CLICANDO AQUI

Henri Versiani
como Eliseu

Majorie Gerardi
como Elisabeth

CAPÍTULO
ANTERIOR

CAPÍTULO
POSTERIOR