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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XXVIII - A BATALHA FINAL
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
O dia já está chegando ao fim! A caminho de Tranquilópolis centenas de ônibus estão quase chegando. Alguns dos demônios, que corriam a pé pela estrada, conseguiram chegar até o entroncamento com as vias mais próximas, fechando-as ao se posicionarem no meio delas, impedindo o trânsito, no intuito de tomarem outros ônibus de viagem que por ali trafegam.

Assim, conseguem eles continuar em direção à batalha final. Os dois jovens humanos, que entraram num dos ônibus, acabam de chegar ao ponto final de seu passeio no inferno. O coletivo em que estão para atrás de uma enorme fila de outros.

- Que lugar é este? Onde afinal será que chegamos?
- Não tenho a menor ideia! (declara o outro jovem).
- Vamos dar um pulo lá?
- Bom...! Se chegamos até aqui... Vamos ver no que isso tudo vai dar, né?
- Legal! Já postei dezenas de fotos em minha página no Facebook! Agora vou fazer vídeos ao vivo para o YouTube. Meus seguidores poderão acompanhar on line tudo o que estiver acontecendo aqui.
- Boa ideia! Vou fazer isso também! Vamos lá.

Os dois jovens descem do ônibus e correm junto aos demônios, ainda disfarçados de pessoas comuns, para chegarem próximo à entrada do túnel onde o caos se instalará muito em breve. Uma enorme fila de veículos roubados impede que outras pessoas continuem a viagem por ali. Dezenas de carros foram pegos de surpresa e ficaram presos entre os ônibus roubados, numa estrada que apenas levará à morte e à destruição.

Do alto a imagem confunde, dando a impressão de que um enorme trem parou por ali, com seus vagões coloridos, posicionados numa longa e interminável fila. Demônios, feito formigas, descem dos coletivos e caminham de forma acelerada numa única direção da estrada. Todos querem invadir a cidade de Tranquilópolis. Mas uma enorme rocha circular impede a passagem para o interior do túnel, dando proteção ao local encravado em meio às montanhas.

Em Tranquilópolis a adrenalina dos enclausurados ferve. Os músculos estão prestes a explodir em movimentos de batalha. Bruxos e humanos, protegidos pela invisibilidade proporcionada pela magia, têm seus batimentos cardíacos agora nas alturas. Eliseu e Barrattiel, invisíveis por gozarem de seus poderes celestiais, sacam suas espadas brilhantes e afiadas, prontos para defender a cidade até à morte. Cada um com seus planos, individuais ou coletivos, aguarda para ver se o inimigo conseguirá ultrapassar a barreira de rochas que o anjo Mickael acionara na noite anterior.

As fichas foram lançadas ao campo de batalha. Resta aos jogadores mostrarem as suas cartas aos adversários e se lançarem à insanidade de mais uma guerra pelo poder, onde está agora em jogo a luta entre o bem e o mal pelo controle dos mundos carnal e espiritual, cujo resultado representará a continuidade da vida sob um novo formato ou a vitória da morte e a destruição total.

Não há mais espaço para diálogos e nem tentativas vans de negociação. A situação chegou ao ponto que apenas os loucos e desiquilibrados desejam: o confronto corpo a corpo e o cheiro da morte no ar. Quando o cérebro padece de bom senso, resta apenas ao corpo pagar o preço mais alto, mostrando depois aos que sobreviverem, que o poder nunca deve ser dado aos insanos e que, se isso está acontecendo, é porque os de bom senso preferem fechar os olhos
aos seus próprios erros e aos dos outros. Os dois jovens humanos conseguem chegar
perto da entrada lacrada do túnel para o interior da cidade. Eles se esforçam para
conseguir ver o que está acontecendo.

Equilibram-se na ponta dos pés, esticam seus pescoços e erguem para o alto as
mãos que seguram o celular, para conseguirem gravar as imagens dos
acontecimentos que eles próprios nem conseguem ver. Pouco à frente dali, um
semicírculo, sem ninguém no centro, fora formado diante da rocha circular que
veda a passagem. Os demônios pararam. Esperam pacientemente que algum
"milagre" aconteça para que possam invadir o lugar. No interior da cidade o
corpo de Sanguinário começa a vibrar continuamente. Elisabeth está com
uma das mãos sobre o ombro dele e relata o que simultaneamente
ambos veem:

- Eles chegaram! Estão todos diante da entrada lacrada do túnel.
Lúcifer acaba de pousar! Os demônios mantém distância de seu
chefe que parece focado no centro da rocha circular. Lúcifer
abre agora as asas e corre em alta velocidade, jogando todo o
seu corpo contra a parede de pedras. Um círculo azul o
envolve no momento do impacto.

- O feitiço que o protege está agindo! (interrompe
Tábata). Ele irá em breve destruir a entrada.

Lá fora os dois jovens, que transmitem para a
internet tudo em vídeo, estão impressionados
com o que estão vendo. Muito longe dali a
inteligência militar também acompanha as
imagens on line. No interior da cidade de
Tranquilópolis, Elisabeth continua narrando
o que vê, através do dom de Sanguinário:

- A rocha circular está toda trincada (continua
narrando Elisabeth). Acho que não aguentará
mais um impacto. Ele caminha para trás, abre
novamente as suas asas negras e se lança com
força contra a parede rochosa, que se espatifa em
centenas de pedras para o interior do túnel. Lúcifer
continua avançando por ali, seguido de perto por seus
demônios, que passam a agir de forma meio estranha
agora. Eles parecem estar perdendo o controle de suas
ações. Estão grunhindo, seus olhos vão ficando
vermelhos. Empurram uns aos outros durante a correria.

Em meio ao tumulto, os dois jovens são levados juntos
para o interior do túnel, exatamente como acontece
quando você se encontra em meio a uma enorme multidão
que quer sair do interior de um local em chamas e onde
centenas precisam passar correndo por uma porta pequena
e estreita. Você é levado para fora, quer queira, quer não,
e se cair, será pisoteado sem piedade ou compaixão.
Elisabeth continua narrando os fatos:

- Eles entraram!

- Tábata! Você e seus amigos bruxos conseguiram encontrar
uma solução para acabar com o feitiço que protege Lúcifer?
(indaga Eliseu através de seu equipamento de comunicação
posicionado no ouvido).

-
Temos algumas opções, não muito boas para usar (informa Tábata pelo comunicador). A menos ruim exigirá um grande sacrifício seu.
- Estou disposto ao sacrifício máximo, se isso levar à destruição de Lúcifer (declara Eliseu).
- Não! Tem que haver outra possibilidade! (exige Elisabeth aos bruxos).

Tábata olha na direção de seus colegas de magia. Alguns deles balançam a cabeça afirmativamente, concordando que sua bruxa-líder deve dar o contrafeitiço ao anjo protetor, condenando a ele e aos inimigos à morte.

- Os demônios correram por todo o interior do túnel e chegaram até a saída (narra o evento, Elisabeth). Está muito escuro, mas parece que pararam diante da última barreira que nos separa deles. Acho que esperam alguma coisa...!

- Estranho! Lúcifer não está tentando destruir a rocha!? (observa Eliseu).
- Não! Nada está acontecendo! (afirma Elisabeth).

-
Estão esperando a noite chegar, quando então se transformarão em demônios com asas e músculos mais poderosos para a batalha (declara Barrattiel através de seu comunicador). E faltam poucos minutos para isso acontecer.

- Tábata! Não há nada que possa fazer para destruir os demônios no interior do túnel? (indaga Eliseu).

- Se o fizermos, também destruiremos esta parede que nos protege! (informa a bruxa via ponto eletrônico). Acho melhor criarmos um feitiço para tornar mais resistente esta rocha, se bem que com o poder atual do "coisa ruim" não haverá como detê-lo. Mais cedo ou mais tarde todos estarão aqui!

- Então vamos nos arriscar, Tábata! (sugere Eliseu). Destrua todos eles!
- Não, Eliseu! Isso é muito arriscado! (relembra Tábata). A explosão pode causar também uma avalanche de rochas e nos soterrar aqui na cidade.
-
Mas que droga! (reclama Eliseu). Estamos ficando sem opções!
- Assim que eles entrarem, quando a noite chegar, usaremos bombas mágicas de luz (sugere Tábata). Isso deverá cegar temporariamente os demônios em voo, facilitando que você e Barrattiel possam destruí-los.

- Enfim algo a nosso favor (declara Barrattiel).

Longe dali, em segurança numa base secreta, o exército começa os procedimentos para preparar seus mísseis de longo alcance num ataque massivo contra Tranquilópolis. Via satélite os militares percebem que os demônios pararam o avanço para o interior do túnel. Eles não conseguem ver dentro da cidade, graças à altura das montanhas, que encobre a área urbana e às constantes nuvens, formadas pela evaporação das águas das cascatas que escorrem pelas paredes internas do vale.

- Senhor! Parece que os manifestantes foram impedidos de entrar na cidade (comenta um dos militares que está diante de uma tela de computador numa base secreta). Não sabemos por que, mas provavelmente existe outro bloqueio no interior do túnel.

- Prepare duas levas de mísseis (ordena o general militar). Quero tudo o que temos disponível num raio de até mil quilômetros. Mire uma parte dos mísseis para a entrada externa do túnel e outra para dentro de Tranquilópolis. Assim que houver sinais de que os manifestantes conseguiram invadir a cidade, me avise. Vamos explodir tudo.

- Sim, senhor!

A aeronáutica libera o voo de seus aviões-caças, abarrotados de bombas. No mar, a centenas de quilômetros dali, a marinha faz a mira contra a cidade de Tranquilópolis. De volta à cidade, a transformação da tarde em noite está a poucos segundos de acontecer. O corpo de Sanguinário vibra, mas desta vez ele mesmo comenta o que está vendo.

- Lúcifer está sacando a sua espada brilhante...! O interior do túnel se iluminou...! Ele está tomando distância...! Pretende destruir a rocha que nos protege.

Ao ouvir isso, os bruxos erguem todos juntos as mãos, na direção da parede de pedras. Com as palmas abertas, um feitiço se materializa ao redor da pedra circular que veda a saída do túnel. Uma cobertura amarelada envolve toda a entrada e se projeta por alguns metros pela borda interna de concreto, como um campo de força poderoso e ligeiramente visível, que deverá deter a invasão da cidade. Mas o senhor das trevas não se perturba com isso.

Depois de tomar distância e abrir ligeiramente as asas negras, Lúcifer se lança com determinação contra a rocha sólida. Seu ombro atinge em cheio o centro da parede e um barulho assustador e potente ecoa por toda Tranquilópolis. O chão vibra com a potência do golpe, mas a rocha resiste e não se trinca. Eliseu espreme seus olhos e sem piscar, segura agora com mais força e com as duas mãos a sua espada brilhante.

O anjo-caído se afasta mais uma vez e joga com força seu corpo num novo impacto que faz a porta de pedra agora rachar, mas ela ainda resiste e não se desfaz. Elisabeth demonstra o medo que se espalha também por todos os seres viventes e espirituais ali presentes. A Curandeira está com as mãos geladas e molhadas de suor, seu corpo treme de pavor, os olhos arregalados e sem piscar, um frio corre por toda a sua espinha dorsal, diante do perigo iminente!

- A proteção está prestes a cair! (declara Silvestre, que demonstra fazer mais força agora para manter a estrutura estável).

O anjo caído toma distância novamente e parte com mais raiva e força em direção ao bloqueio. Ele toma maior distância.

-
Lá vem ele, novamente! (declara Sanguinário, alertando os outros do que irá acontecer em breve).

O impacto desta vez é maior! O chão vibra com mais intensidade! Pedras maiores começam a desabar da rocha circular de proteção. Um pedregulho desce a montanha em direção aos bruxos. Barrattiel percebe o problema e muda seu posicionamento.
Ele voa em diagonal e, com as duas mãos segurando a espada, desfere um violento golpe horizontal, acertando em cheio a pedra assassina, que se despedaça numa chuva de pequenos grãos, cobrindo os cabelos dos bruxos, fazendo-os fechar os olhos e abaixarem as cabeças. Porém eles não se esquecem do porque estão ali. As palmas das mãos continuam abertas e apontadas para a pedra circular que veda a saída do túnel.

- Ele não irá parar, enquanto não conseguir entrar aqui! (declara Eliseu).

Lúcifer toma nova distância dentro do túnel! Todos os seguidores já se transformaram em demônios com asas negras, dentes afiados e braços e pernas musculosos. Entre eles os dois jovens estão sufocados e pressionados contra as paredes, empurrados pelas fortes asas negras. O chefe do mal se lança mais uma vez contra a rocha, que já começa a se esfarelar e a apresentar trincas cada vez maiores.

-
Pessoal! Fiquem firmes! Preparem-se para o combate (ordena Eliseu ao seu pequeno grupo de combatentes).

O anjo caído afasta-se mais uma vez no interior do túnel e prepara-se para um último e potente esforço. Ele corre, voa, ergue sua espada e no impacto toda a entrada desaba, restando apenas o campo de força mágico amarelado, produzido pelos bruxos. Agora Lúcifer está frente-a-frente com Eliseu que continua invisível. Mas, estranhamente o senhor das trevas recua, andando de costas, enquanto guarda a sua espada. Todo o interior, antes iluminado pela lâmina brilhante, agora se escurece. O diabo desaparece nas sombras.

Os combatentes não entendem o que está acontecendo, o que ficou claro é que ele não pretende enfrentar cara-a-cara Eliseu. Mas num enorme susto, dezenas de demônios simultaneamente se lançam em voo contra o campo de força gerado por magia pelos bruxos. O feitiço resiste, se deformando feito película de borracha flexível. Tábata e seus colegas aumentam a concentração para manter intacta a última barreira. Mas os demônios são muito fortes e suas mãos com garras conseguem rasgar o tecido mágico.

Os braços o atravessam e tentam alcançar Eliseu que está próximo dali. Barrattiel, que se posicionara ao lado da entrada para proteger os bruxos de uma nova avalanche de pedras, agora se aproxima sorrateiro e invisível. Com sua lâmina afiada o ex-anjo desfere um único golpe, suficiente para cortar ao mesmo tempo os diversos braços inimigos esticados. O campo de força, deformado por alguns metros para o interior da cidade, agora se recompõe, fechando as fissuras que foram abertas. Os demônios feridos são imediatamente devorados pelos companheiros que estão logo atrás os empurrando. Uma cena horrível, presenciada por todos que estão ali de frente. Parece um bando de animais raivosos e incontroláveis.

Eliseu, estático, aguarda o momento de atacar. Os demônios novamente forçam a película mágica e agora todos juntos querem rasgá-la ao mesmo tempo. O campo de força começa a ceder por toda a sua extensão, se rasgando em diversos pontos simultaneamente. Barrattiel espera o momento para cortar mais braços e mãos que ousem atravessar a proteção. Mas os inimigos estão mais espertos desta vez. Ao conseguirem rasgar vão esticando o furo para alargar a entrada.

Barrattiel também muda de estratégia e se posiciona frontalmente ao campo de força transparente e amarelado. Sua espada é estocada de frente contra o corpo dos demônios que conseguem lentamente alargar os rasgos do tecido mágico. Com este golpe, Barrattiel não só fere o inimigo que está à frente, mas também o outro que o empurra logo atrás. Ambos são devorados pelos que estão ao redor. O anjo de apoio repete o golpe diversas vezes, eliminando vários inimigos da linha de frente. O campo de força se refaz mais uma vez, graças a um novo esforço coletivo de bruxos e bruxas.

Próximo dali, Elisabeth e Sanguinário estão de olhos fechados para permanecerem invisíveis, mas conseguem "ver" tudo o que está acontecendo; ela através de seus equipamentos especiais para cegos e ele por conta de seu dom. Os bruxos suam frio, mas continuam se esforçando para manter intacto o campo de força, que mais uma vez começa a se rasgar em diversos pontos simultaneamente.

Os demônios mudam mais uma vez de estratégia. Um puxa um lado do rasgo, enquanto o outro puxa o outro lado. Assim, ninguém fica exposto frontalmente ao ataque direto de Barrattiel, que continua tentando feri-los, mas agora esta tática não funciona mais. Ele cuida para não atingir também o campo mágico, do contrário poderá ajudar a rasga-lo ainda mais rapidamente.

- Sinto muito, Eliseu! Não consigo atingi-los. São demônios, mas não são burros.
- Afaste-se daí, Barrattiel (ordena Eliseu). Junte-se a mim. Mantenha-se à distância segura, para não nos atingirmos depois que eles passarem por esta barreira.

Assim acontece, um anjo e um ex-anjo se posicionam lado a lado e estão prontos para a luta feroz que irá se iniciar. Os bruxos não podem mais suportar tanto esforço! Os dois primeiros demônios atravessam a barreira e são imediatamente cortados ao meio pelas espadas celestiais. Logo depois três, quatro, cinco, dez demônios atravessam a barreira que se rompe de uma vez. As lâminas invisíveis são agitadas com força e velocidade para todos os lados cortando braços, mãos, pernas, cabeças e asas dos demônios que avançam sem parar para dentro da cidade de Tranquilópolis.

Uma grande quantidade de seguidores do inferno são atirados ao chão. Corpos mutilados e despedaçados se espalham aos montes. Eliseu e Barrattiel, voando continuamente, vão lentamente se afastando da entrada, com o acúmulo dos corpos inimigos bem à sua frente. Alguns demônios se lançam contra os corpos dilacerados, mas outros entram na cidade voando verticalmente e para os lados, escapando das lâminas celestiais. Os bruxos também mudam de estratégia e cada um deles agora atua individualmente.

Suelen joga bombas de luz próximo ao rosto dos inimigos, deixando-os cegos por diversos segundos, o que facilita o ataque das espadas invisíveis dos dois companheiros celestiais. Tábata lança bolas azuis que atingem o corpo dos demônios e os explodem. Silvestre simula agarrar à distância o pescoço de dois demônios que voam. Ele usa de magia para mantê-los presos um em cada mão. Com força suas mãos vão uma de encontro a outra, fazendo com que os inimigos presos ali se choquem em pleno ar, caindo ambos feridos no solo.

Vilma retira de sua mochila, posicionada frontalmente à sua barriga, pequenos potes de vidros com poções ácidas. Ela os arremessa sobre os demônios que vêm ao solo para devorar os colegas feridos. Estes então tem parte de seus corpos derretidos, quando novos demônios se lançam sobre eles e os que já estavam sendo devorados. Uma carnificina generalizada vai se formando por toda a entrada da cidade. O odor da morte em grande escala começa a se espalhar por toda a cidade. O número de demônios que conseguem entrar na cidade e passar ilesos pelas espadas brilhantes celestiais sobrevivendo às magias dos bruxos, aumenta consideravelmente. Elisabeth está com uma das mãos sobre o ombro de Sanguinário. Ambos invisíveis vão falando com seus colegas sobre os ataques sorrateiros:

-
Rosa, um demônio está vindo por trás, em sua direção (grita Elisabeth).

Rosa imediatamente vira-se de costas e gira a sua mão para cima, como se tivesse dando uma bofetada em alguém mais alto do que ela. A dez metros de distância acima dela, o demônio que voa em queda livre, recebe todo o impacto do tapa mágico da bruxa, que o arremessa contra as rochas próximas dali, sendo esmagado como um inseto atingido por um mata-moscas.

-
Vilma! Três demônios perceberam o lançamento de seu último frasco e estão vindo acima de você vindo em sua direção! (grita Sanguinário).

Imediatamente Silvestre vira-se de costas para ajudar a protegê-la. Ele agarra dois dos inimigos e arremessa ambos contra o terceiro, jogando os três contra as rochas próximas dali. Vilma acabara de arremessar mais dois potes com poções em dois demônios que pousaram próximo dali para devorar os companheiros de luta. A bruxa agora olha para Silvestre e lhe agradece:

- Obrigada!

Ele nem sequer responde à colega, porque agarra mais dois inimigos em pleno ar e arremessa ambos contra dois outros combatentes do inferno. Eliseu e Barrattiel não guardam mais posição diante do túnel, porque os demônios não voam mais por ali para não serem atingidos. Cada anjo invisível voa de forma errática para atacar os inimigos que se multiplicam rapidamente por toda a cidade. Alguns deles invadem as casas, derrubando portas e janelas, à procura de Elisabeth.

-
Não dá para combatê-los, são muitos! (declara Barrattiel, via ponto auricular).
-
Não desista ainda! Esta guerra nem começou! (responde Eliseu).

Um dos demônios consegue pegar de surpresa Suelen pelas costas. Ele crava suas garras, rasgando a pele da bruxa que grita de dor. Tábata lança uma bola azul contra o covarde atacante e o destrói em pedaços. Suelen grita e cai ao chão. Elisabeth percebe o que está acontecendo e, invisível, corre até a colega ferida. Ela se aproxima, agacha-se junta à bruxa e coloca uma das mãos em suas costas. Em poucos segundos Suelen se recupera e, chorando ainda de dor, olha na direção da Curandeira:

-
Não vamos conseguir! Eles são muitos!

Elisabeth, que pode enxergar trezentos e sessenta graus ao seu redor, confirma que o número de inimigos é grande demais. Elvira joga bolas de luzes intensas contra os demônios que voam enquanto fala via comunicador com Tábata:

- O que está esperando, Tábata? Lance logo o feitiço em Eliseu.
- Ainda não, Elvira! Temos que ter certeza de que Lúcifer está aqui (responde Tábata que arremessa mais duas bolas azuis, destruindo mais dois demônios em pleno ar).

Longe dali, na base secreta, o exército percebe que algo mudou na região e o general é informado:

- Senhor! Os manifestantes criaram asas negras e penetram em grandes bandos no túnel que dá acesso a Tranquilópolis. Tudo indica que conseguiram vencer a última barreira e devem estar neste momento no interior da cidade.

- Muito bem! Lançar os mísseis. Quero que eles atinjam o alvo todos ao mesmo tempo, nos dois locais marcados de impacto, assim a criatura infernal não poderá escapar e nem se defender!

Em segundos, dezenas de mísseis são lançados de forma sincronizada e de diversos pontos distantes. Eles vêm do mar, de silos enterrados em subterrâneos, de bases móveis posicionadas por toda a região próxima dali e de aviões de combate que se aproximam rapidamente do alvo. De volta à cidade sitiada pela violência, Eliseu já não consegue mais vencer os inimigos. Dois deles saltam nas costas do anjo, agarrando-lhe as asas. Os três caem juntos no solo. Elisabeth grita, com medo que seu protetor seja então vencido:

-
Eliseu!

Barrattiel quer ajudar o amigo, mas também acaba de ser dominado pelo excesso de inimigos que lhe agarram os braços e asas. Os bruxos estão tão ocupados, atacando as centenas de inimigos, que não podem ajudar os celestiais. Tábata lança um feitiço sobre todos os bruxos, o mesmo que ela usa para proteger a sua casa. Os demônios se lançam contra esta bolha mágica e são arremessados de costas para longe. Tábata, olhando para cima, percebe agora que uma nuvem de seres de asas negras despencam verticalmente das montanhas. Ela avisa a todos:

- Estamos ferrados! Centenas de mais inimigos estão vindo diretamente do topo das montanhas...!

Eliseu também percebe o fato e se esforça para se desvencilhar daqueles que lhe agarram firme contra o solo.

- Não..., espere um pouco...! (retifica Tábata). Este grupo não é de demônios... são os vampiros...! (sorri, inesperadamente, a bruxa). Mas como eles conseguiram vencer a altura destas montanhas?

Agora os sugadores de sangue atacam de cima para baixo os demônios que estão sobrevoando todo o local. Centenas de combatentes de ambos os lados desta guerra, caem ao solo. O vampiro-líder, como um raio, despenca diretamente sobre os dois inimigos que levaram Eliseu ao chão, socando-os com força. Outro vampiro-líder, Vladmir, faz o mesmo para livrar Barrattiel de seus algozes.

- Mas como é que vocês vieram parar aqui? (indaga Eliseu, que não tem ferimentos pelo corpo, graças à poção bebera).

- Encontramos uma caverna estreita escondida na vegetação externa das montanhas que nos trouxe até aqui (responde o vampiro-líder). Vampiros são especialistas em encontrar esconderijos. Aliás... você me deve desculpas!

- Tem razão! Desculpe-me. Tenho também que lhe agradecer, porque acaba de me salvar! Obrigado!

Novos demônios caem sobre Eliseu, Barrattiel e os vampiros em solo. Todos rapidamente se movem e se desvencilham dos inimigos. Os combatentes do bem partem em voo vertical ascendente para atacar outros seguidores de Lúcifer. Ali ao lado, Barrattiel também está bem, fica novamente invisível e usa a sua espada para ferir os demônios em terra que atacam os vampiros. As lutas se espalham tanto pelo chão quanto pelo céu. Tábata desfaz o feitiço que criou a bolha de proteção, porque os demônios deixaram de atacá-los diretamente e foram confrontar os vampiros recém-chegados.

Bruxos e bruxas continuam seus ataques personalizados contra os inimigos que se multiplicam de forma exponencial. A vitória parcial do bem não durou muito! Mas a derrota parece agora se aproximar em grande velocidade. Elisabeth faz o que pode para reviver os vampiros e bruxos feridos em combate. Mas o risco é grande, porque ela precisa caminhar invisível entre os combatentes que lutam ferozmente. Sanguinário já está exausto, seu corpo treme sem parar a muito tempo. Seu dom também, usado ao extremo de suas forças, o está consumindo.

Ele está ficando fraco e nem sempre consegue avisar aos colegas do perigo que se aproxima. Em meio a todo este tumulto, Lúcifer se materializa, mas ainda invisível, bate suas asas, flutuando suavemente sobre a casa mais alta da cidade, enquanto observa sorridente a guerra que ele iniciara e que está prestes a vencer. Eliseu olha para cima e sente que seu inimigo principal está bem ali, porque as fortes asas do anjo caído geram ventos que derrubam telhas do imóvel sobre o qual ele flutua.

O anjo protetor voa para lá, enquanto luta contra os demônios pelo caminho, na esperança de se aproximar do líder do inferno. Mas a nuvem de inimigos só aumenta e quando parece que tudo está finalmente perdido, aparecem pousados sobre algumas casas da cidade, Mickael e mais três outros anjos. Eles não estão invisíveis, então todos podem vê-los. Os demônios partem para o ataque imediatamente, liberando bruxos e bruxas para ajudarem Eliseu e Barrattiel que estão sobrecarregados com suas espadas girando sem parar para todos os lados. Lúcifer percebe que seu exército sofrerá baixas enormes com tantos anjos dispostos a lutar.

- Mickael e os outros resolveram entrar também na luta! (declara feliz Eliseu que acaba de cortar ao meio mais três demônios).

A luta agora parece estar mais equilibrada, mas um som, um zunido, que apenas os ouvidos mais sensíveis dos vampiros, anjos e de Lúcifer, podem perceber. Sem ninguém para combater, o líder do inferno olha para cima e percebe que mísseis se aproximam rapidamente da cidade de Tranquilópolis. O anjo caído olha para baixo para o campo de batalha. Seus olhos aguçados tentam encontrar Elisabeth, o motivo de toda esta guerra ter se iniciado. Mas ele não a encontra. Então só resta ao "coisa ruim" defender Tranquilópolis da destruição, do contrário a Curandeira poderá morrer. Ele desaparece dali e se posiciona próximo ao topo das montanhas que cercam a cidade.

Agora, como se empurrasse alguma coisa em pleno ar, Lúcifer aponta com as palmas abertas das mãos na direção dos mísseis, que já estão em parabólica descendente e prontos para atingirem o alvo. Mas não é isso que acontece. As armas mortais fazem uma curva rápida em pleno ar para retornarem diretamente às suas origens. O mesmo não acontece com os mísseis voltados para o lado de fora da montanha, na direção da entrada do túnel. Estes explodem com força, eliminando centenas, senão milhares de demônios, que ainda tentavam entrar na cidade de Tranquilópolis. O túnel é então fechado com um desmoronamento interno.

Longe dali, os militares não acreditam no que está acontecendo. Parte de seu plano dera certo, mas algumas de suas armas estão voltando aos pontos de origem. Desesperados tentam eles explodir tudo em pleno ar, digitando os códigos de destruição, mas algo impede que isso seja possível. Os militares acionam o desligamento automático dos mísseis na esperança de que não explodam no impacto ao retornarem. Mas este recurso também não está funcionando. O feitiço voltou-se mais uma vez contra o feiticeiro. Em poucos segundos, navios, bases secretas militares e silos escondidos sobre a terra terão de volta as suas armas.

- Ordene que os aviões usem contra explosivos para destruírem os mísseis que estão retornando! (declara o general militar aos seus subordinados).
- Eles não têm como fazer isso, senhor. Estão sendo perseguidos também pelos mísseis.
-
Droga! Evacuar todas as bases. Agora! (ordena, em desespero, o general).

Uma correria oficial se inicia por todos os lados e em todos os lugares. Os navios aceleram seus motores na esperança de escaparem do impacto. Jipes e helicópteros levantam voo com seus comandantes, mas o tempo está acabando. 3, 2, 1, explosão! Tudo se destrói por centenas de metros do ponto de impacto. Centenas de militares e recursos são vaporizados em menos de um piscar de olhos. A humanidade se meteu numa guerra que não poderia vencer e acaba de sofrer mais um forte revés. De volta a Tranquilópolis, a briga se concentra no céu, num verdadeiro emaranhado de asas negras de vampiros e demônios se confrontando em combates mortais e violentos.

Do interior do túnel, saem os dois jovens humanos. Eles estão cobertos de poeira cinza, por conta da explosão que acontecera a pouco lá fora e que causara um desmoronamento interno de parte do túnel. Ambos saem dali e caem no solo, machucados, com um forte zunido nos ouvidos e tossindo muito. Quando finalmente abrem parcialmente os olhos não acreditam no que veem. Uma guerra de asas, garras, dentes, músculos e espadas afiadas! Uma carnificina surreal!

Vampiros mortos se transformam em poeira negra que caem ao chão. Em terra Elisabeth, invisível, caminha o tempo todo, enquanto vai dando vida aos vampiros mortos em combate e recuperando as feridas de bruxos e bruxas. Um som de impactos surdos começa a vir do alto das montanhas ao redor. Alguém grita para todos ouvirem:

-
Avalanche de pedras!

Rochas de todos os tipos e tamanhos se precipitam como uma chuva impiedosa. Dezenas de vampiros e demônios são atingidos em pleno voo, alguns até mesmo em pleno combate. Tábata lança novamente o feitiço de proteção sobre ela mesma e os colegas bruxos. Por sorte Elisabeth e Sanguinário estavam por perto e puderam se proteger também. Os dois jovens retornam para dentro do túnel para escaparem do perigo. Barrattiel recebe uma pedrada na cabeça, desmaia em pleno ar e cai desfalecido ao chão. Eliseu agarra um demônio pelo pescoço e o posiciona acima dele.

O monstro recebe o impacto de algumas pedras que caem. Mas a espada de Eliseu escapa-lhe das mãos e despenca das alturas, cravando-se com força contra o solo de Tranquilópolis. Por isso Elisabeth e Sanguinário ficam agora visíveis. O anjo protetor arregala os olhos, porque isso não poderia ter acontecido. Lá do alto vem descendo Lúcifer, num voo suave descendente de volta de sua campanha bem sucedida contra os mísseis humanos. O anjo do mal percebe a presença visível da Curandeira. Era isso que ele queria. Sua procura acabou! Lúcifer desaparece dali e reaparece diante de Elisabeth. A bolha de proteção ainda os separa. Satanás saca a sua espada e a aponta na direção da bolha mágica para cortá-la.

- Entregue-me o seu colar! Agora! (ordena Lúcifer).

Elisabeth segura o colar com uma das mãos e olha na direção do anjo mau, mas uma rocha cai do céu e arranca-lhe a espada das mãos. Seria Deus agindo por caminhos tortuosos? Eliseu se livra do demônio que segurava, fecha as asas em pleno ar e se precipita em queda livre na direção do líder supremo do inferno. Ele consegue atingir o inimigo e os dois rolam pelo chão, misturando penas brancas e negras, enquanto pedras caem do céu e a poeira ergue-se do solo. Ainda em luta, rolando pelo solo ensanguentado e engalfinhado com o líder do inferno, o protetor agarra a espada do adversário.

Em velocidade, Eliseu posiciona-se de joelhos sobre o corpo de Lúcifer, ainda deitado de costas. O protetor da Curandeira posiciona a lâmina brilhante da direção do peito do diabo, que mesmo rendido, sorri. Uma película azulada envolve todo o corpo do líder do inferno.

- Fique à vontade para me matar! Se puder! (declara, prepotente, o anjo caído, seguro que o feitiço que lhe protege, impedirá a sua morte).

Tábata percebe que este é o momento. Num gesto com uma das mãos ela desfaz a bolha de proteção, e com a outra mão, girando-a em pleno ar, num semicírculo de cento e oitenta graus à frente, a bruxa lança um novo feitiço que se espalha como um vento por toda a cidade de Tranquilópolis. Vilma entende o que a amiga acabara de fazer e grita a sua discórdia:

-
Não! O que você fez?

Tábata olha de volta na direção de Vilma, com lágrimas nos olhos e responde:

- Desculpe-me! Fiz o que tinha que fazer! Agora Lúcifer pode ser vencido! (declara, chateada, a bruxa).

Perto dali, Satanás entende também o que aconteceu. A película azulada não lhe protege mais. A bruxa, num único gesto, acabara com toda a magia existente no planeta. Lúcifer rapidamente saca de sua cintura uma faca afiada e crava-a fundo entre as costelas do anjo protetor, que grita de dor, mas estoca a sua espada, atravessando completamente o corpo do poderoso inimigo. Eliseu cai lentamente de lado, enquanto Lúcifer dá seus últimos suspiros. Estão agora ambos esticados ao solo. Elisabeth grita por seu amado, enquanto chora a dor de sua perda:

- Não! Isso não!

A Curandeira se aproxima, colocando as mãos sobre o corpo de seu amado protetor, na esperança de salvá-lo da morte. Mas ele é um anjo e não pode ser curado por Elisabeth. A luta já não é mais generalizada. Vampiros e demônios, no chão e em pleno ar, param de lutar e olham todos na direção de Eliseu e Lúcifer, mortos, caídos lado a lado! Os dois jovens humanos aproximam-se do foco principal deste evento triste e continuam mostrando para todo o mundo o que acabara de acontecer em Tranquilópolis.

Não muito longe dali, todas as bases de onde foram lançados os mísseis que foram forçados a retornar, agora explodem, matando diversos militares. Em todo o mundo os demônios estavam invadindo casas e matando pessoas. Mas agora estes seres, a serviço do mal, começam a desaparecer lentamente. Suas asas se desfazem, seus corpos voltam a ficar humanos e ficam transparentes. Restam então apenas as almas nuas e brilhantes, que flutuam suavemente em direção ao céu. Elas finalmente estão livres do controle de Lúcifer. Elisabeth é consolada por Sanguinário que se aproxima da moça semideitada sobre o corpo de seu amado protetor.

- Por favor, ajude Barrattiel (pede Sanguinário). Ele ainda pode ser salvo por você! Sinto muito por Eliseu, mas você não pode mais ajudá-lo.

A moça aumenta seu choro, mas resignada, levanta-se, observando ainda seu amado, enquanto é conduzida pelo colega de dom até o ex-anjo, morto perto dali, Barrattiel. Todos os demônios estão se transformando em almas que agora flutuam aos milhares em direção ao céu, Mickael e os outros três anjos começam também a desaparecer. O líder celestial sorri resignado, olhando em direção a Tábata, que com lágrimas nos olhos é cercada pelos colegas bruxos:

-
O que você fez? (indaga, revoltada, Vilma). Não foi isso que combinamos!
-
Por que destruiu toda a magia? (indaga Silvestre, agarrando Tábata pelos braços).

- Eu fiz o que tinha que fazer! (declara Tábata). Destruindo a magia, Lúcifer pode enfim ser morto. A profecia da Curandeira chegou ao fim! Não há mais demônios..., anjos..., magia... e nem vampiros (declara Tábata, olhando na direção do vampiro-líder, que começa também a ficar transparente e em poucos segundos resta apenas a sua alma que também flutua em direção ao céu, junto com todos seus colegas sanguessugas).

- O pior é que eu ainda não comi hoje! (declara o vampiro-líder antes de se transformar totalmente em alma e começar a flutuar em direção ao céu).
- E como vamos viver sem nossos poderes? (indaga Rose).
- Vamos viver como todos os outros humanos que sobreviveram ao fim do mundo (informa Tábata).
- E como é que vamos sair daqui? (indaga Elvira). Estamos presos! A única saída foi destruída!

Tábata olha na direção de um dos dois jovens humanos que vieram com os demônios, aproxima-se dele e lhe pergunta:

- Seu celular ainda está transmitindo ao vivo para a internet?
- Sim! Mas às vezes o sinal cai!

Tábata olha diretamente para a câmera do equipamento portátil do jovem e faz um pronunciamento:

- Quero que as autoridades saibam que Lúcifer queria dominar o mundo, mas acabou morto por um anjo da guarda. Os demônios não existem mais! Restamos apenas nós aqui vivos em Tranquilópolis. Precisamos de uma equipe de resgate para liberar a passagem pelo túnel, que é a única forma de sairmos deste lugar! Estamos presos e precisamos de ajuda.

O celular se desliga, o jovem olha para Tábata e lhe diz:

- Sinto muito! Acabou a minha bateria.
- Será que eles receberam a mensagem? (indaga Tábata).
- Não sei, o sinal estava muito fraco! (responde o jovem).

Ao fundo, Elisabeth acaba de fazer Barrattiel voltar à vida! Ele levanta-se e corre até seu amigo morto, Eliseu! O ex-anjo de apoio não acredita no que está vendo.

- Onde estão Mickael e os outros anjos? (indaga Barrattiel).
- Todos se foram, junto com demônios e vampiros (informa Tábata).
- Então a profecia da Curandeira se realizou!
- E você, Barrattiel, é o único representante celestial que restou na Terra (declara Elisabeth).

O anjo de apoio, com as asas abertas e agachado junto ao amigo Eliseu morto, olha na direção dele e começa a chorar a sua perda pessoal.

- E quanto às pessoas com dons que foram levadas para a cidade espiritual? (indaga Elisabeth a Tábata).

A ex-bruxa olha para o céu, respira fundo a sua tristeza e procura encontrar um caminho para virar a página do sacrifício que teve que impor a ela mesma e aos seus colegas bruxos.

- Deixemos os mortos viverem no mundo dos mortos e os espíritos bons repousarem o descanso eterno na cidade dos espíritos. Acho que não veremos mais nenhum deles por aqui! Sem outras espécies concorrentes e sem a magia, a humanidade poderá finalmente evoluir e viver um caminho de paz e amizade.

- Acredita mesmo nisso? (indaga Elisabeth).
- Não!

Devido à atitude tão inesperada, as duas com lágrimas nos olhos e tristes, sorriem contidamente uma para a outra, enquanto se abraçam longamente, diante do fim de uma era e início de outra, sem ter mais que enfrentar a luta do bem e do mal nos bastidores do submundo da vida humana.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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