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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO VIII - A FUGA
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
No dia seguinte, bem cedo e ainda ligeiramente escuro, Eliseu se prepara para sair daquela casa mal-assombrada. Os vampiros voam rapidamente e num grande bando pelo céu indo todos na mesma direção.

- Precisamos de um veículo para sair desta cidade! (declara Eliseu olhando por um buraco na janela da casa, observando o voo dos outros vampiros).
- Eu tenho uma opção! (comenta o líder dos sugadores de sangue).
- E qual seria?
- Tenho um veículo muito possante!
- Está falando sério?! Há poucas horas me criticou por estar dirigindo um carro!?
- Vocês anjos nem vem a Terra, vivem voando pelo céu! Não faz sentido terem um carro.
- E dirigir para um vampiro, faz sentido?!
- Os vampiros-líderes podem viver entre os humanos sem despertar muita atenção. Transformei alguém que tinha este veículo e o sujeito hoje serve a mim. O carro dele também!

Eliseu olha de lado na direção de Elisabeth e retorna ao vampiro-líder.

- Muito bem, então! Traga seu carro até aqui, assim eu e ela entraremos rapidamente para sairmos daqui.
- Não será preciso isso! Meu carro está guardado na garagem desta casa.

Eliseu sorri contidamente. Em poucos minutos Elisabeth e o líder-vampiro estão no interior do veículo.

- Você não vem? (indaga a moça a seu anjo da guarda).
- Daqui a pouco! Preciso arrumar as malas.
- O quê? (indaga Elisabeth, estranhando o que foi dito).
- Quando for a hora saia com tudo daqui! (ordena Eliseu ao vampiro-líder).
- E quando saberei que é a hora?
- Saberá! Acredite em mim!

O jovem anjo começa a abrir as suas asas dentro de casa. Seu casaco sobretudo se abre nas costas para que aquelas enormes penas possam sair. Eliseu olha para uma das laterais internas da casa e vê uma janela aberta. Ele voa até ela e parte em direção ao céu. Lá fora, diversos demônios percebem que a mulher está dentro do imóvel sem a presença de seu protetor, que acaba de pousar agora junto ao veículo do tio de Elisabeth. Os demônios resolvem atacar novamente a residência que já está toda danificada. Eles partem voando em três grupos diferentes, que cercam o imóvel para invadi-lo simultaneamente. De longe, Eliseu percebe o que está acontecendo e acelera o passo. Ele saca a sua espada e parte o veículo em dois num único golpe! No interior da casa Elisabeth pode agora novamente enxergar e percebe a vinda dos demônios que penetram em todos os cômodos ao mesmo tempo.

- Temos que sair daqui! (diz ela sussurrando para o vampiro-líder).

O sugador de sangue olha ao redor e concorda com ela:

- Tem razão! Este é o sinal! Vamos embora!

O poderoso vampiro pisa no pedal direito do veículo que se liga
automaticamente e acelera brutalmente, cantando os pneus. O
carro parte em velocidade em direção à porta da garagem, que está fechada.

-
Que droga! Vamos bater! (grita a garota olhando de frente para
aquele obstáculo).

A moça leva mãos e braços ao rosto para proteger seus olhos, enquanto o
veículo bate de frente, arrebentando toda a porta. Pedaços de tábuas
podres são lançados para todos os lados, bem no momento em que diversos
demônios saltam para o interior da garagem. Lá fora Eliseu já conseguiu pegar a mala de
viagem de Elisabeth, que estava presa no bagageiro traseiro. Na outra mão ele tem sua
espada em punho que ilumina tudo ao seu redor. O dia irá amanhecer em breve. O anjo
levanta voo em direção ao veículo negro do vampiro para segui-lo em pleno voo. Mas
diversos demônios, que saíram pela porta arrebentada da garagem, também perseguem
o carro ao levantarem voo. Eliseu bate forte as asas para alcançar o veículo veloz. Pelo
retrovisor em forma de TV o vampiro percebe o que Eliseu pretende fazer. O anjo logo
depois consegue pousar de pé sobre o veículo.

-
Mas que droga! (grita o vampiro). Assim vai amassar meu carro!

Eliseu olha para trás e vê que os demônios voam rápido na direção deles.

-
Não pode acelerar mais este veículo? (grita o anjo para o motorista vampiro).
-
Posso, mas você vai cair daí! (responde o sugador de sangue humano).
-
Acelera logo isso! (ordena o protetor).
-
Tá legal! Mas vê se não risca a pintura!

O vampiro pisa fundo e o carro canta pneu bruscamente, mesmo já estando em alta
velocidade. Elisabeth, sentada ao lado do motorista e com seu cinto de segurança
afivelado, se segura como pode no assento, apoiando-se com uma mão no painel à
frente e a outra no teto do veículo, que chega rapidamente aos trezentos quilômetros
por hora. Eliseu agacha-se um pouco para se equilibrar enquanto fecha suas asas,
guardando-as nas costas sob seu sobretudo negro, que tremula como uma bandeira
com a alta velocidade do vento pelo seu corpo.

Os demônios se aproximam mais, gritando e rugindo quando atacam, em pleno voo, o jovem
anjo, que gira rapidamente a mala de viagem, acertando em cheio o rosto de um dos inimigos
voadores. A criatura perde o controle e cai com força no solo. Com a outra mão Eliseu gira a
espada brilhante e corta uma das asas de outro demônio, que se aproximava. Este cai
também se espedaçando na calçada.

Um terceiro seguidor de Lúcifer, em pleno ar, aproveita que o corpo do anjo
se virou ligeiramente e agarra o pescoço dele pelas costas. Eliseu olha para
o céu e vê que a noite está indo embora. O sol irá nascer em breve e,
então, gira novamente a mala de viagem acertando o corpo de outro
inimigo que se aproximava rapidamente. A criatura se desequilibra em
pleno ar e bate de frente com um poste de iluminação.

Eliseu rotaciona sua espada e arranca a cabeça de mais uma criatura que
quase o agarrara também. Agora o sol começa a subir no horizonte. Eliseu
faz de tudo para se livrar daquele que lhe agarrou o pescoço por trás, mas
não consegue. A criatura, de asas negras abertas, flutua em pleno ar quase
derrubando ambos os combatentes daquele frágil equilíbrio em que se
encontram sobre um veículo em alta velocidade.

Ao girar a sua espada para atingir seu oponente, ele acidentalmente
corta a fiação elétrica que cruzava a via por onde estão trafegando.
Uma enorme faísca acontece e o bairro local fica às escuras. Uma
rápida descarga elétrica se propaga pelo corpo de Eliseu e do demônio
e atinge os ocupantes do veículo logo abaixo de seus pés. Lá dentro
Elisabeth grita de medo, enquanto o vampiro-líder treme com o choque
e grita:

-
Uau! Isso é muito bom!

O sol lança seus primeiros raios sobre o carro, o que faz com que as asas negras do demônio comecem a se reduzir. Olhando ao longe, Eliseu percebe dois novos grupos de demônios que vêm voando na direção dele, mas com as asas cada vez menores eles não têm outra opção senão pousar. Todo o enorme bando aterrissa e, como estavam em velocidade grande, o pouso acontece em uma frenética corrida pela rua para não caírem. Mas logo todos reduzem as passadas até pararem completamente como acontece ao final de uma corrida de cem metros rasos. Eles desistiram de alcançar suas vítimas.

Agora o anjo pode se concentrar apenas naquele que lhe enforca o pescoço, agarrado às suas costas. A força de seu oponente vai se reduzindo. Eliseu dá um forte pisão num dos pés da criatura o que faz com ele afrouxe o golpe em seu pescoço. Eliseu guarda sua espada no interior do casaco negro e agora com uma das mãos livres agarra no braço do inimigo e gira rápido seu próprio corpo numa pirueta de cento e oitenta graus sobre o teto do carro o que faz com que o demônio não possa mais se segurar em seu pescoço. Abaixo o vampiro-líder percebe o combate que acontece logo acima de sua cabeça e reclama:

-
Ei! Estão estragando a pintura de meu carro!

De volta ao teto, o demônio é agora lançado longe contra a fachada de uma casa próxima dali. Ele cai ao chão todo quebrado pelo forte impacto. Livre de seus perseguidores o vencedor agora se agacha sobre o teto e fala com o vampiro, que também já não está mais musculoso e nem enorme como antes, devido ao nascer do sol. Ele também passou a se parecer com um humano.

- Dá para dar uma paradinha?

O vampiro reduz a velocidade e abre o porta-malas traseiro sem sair do veículo. Eliseu pula dali de cima, guarda a mala, dá mais uma olhada para trás. Ninguém mais os persegue. Então o anjo fecha o porta-malas, abre uma das portas traseiras do carro e senta-se confortavelmente para seguir viagem.

- Chega de demônios por hoje! (declara Eliseu). Vamos encontrar as bruxas agora!
- Eliseu! Acha que meus tios ficarão bem?
- Não se preocupe, Elisabeth! O anjo que deixei lá não deixará que nada aconteça a eles (declara o Eliseu, que demonstra preocupação com tal coisa).

O vampiro olha pelo retrovisor interno de seu carro e percebe o olhar denunciador do protetor da curandeira.

- Espero que tenha dinheiro, anjinho, porque terá que pagar pelos riscos na pintura do meu carro.
- Dependendo do que acontecer em nosso encontro com as bruxas, talvez você nem tenha mais um veículo inteiro.
O vampiro faz uma careta para a observação do rapaz e reclama:
- Como espera que eu possa enfrentar uma bruxa em pleno dia sem meus poderes? Serei morto!
- Não estamos indo enfrentá-las, estamos em busca de apoio.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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