O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

O sargento Pedro, que estava fora da residência de seu compadre Maldonado, agora entra novamente em casa na esperança de tomar um banho. Dirige-se ao seu quarto, retira da mochila as roupas limpas que usará e vai em direção ao quarto do amigo onde encontra-se o único banheiro com chuveiro da residência. Mas Maldonado estava justamente no banho naquele momento.

- Ohh! Compadre! Assim que você terminar, vou eu tomar um banho! (grita Pedro ao amigo junto à porta dele, pois o compadre não pode ouvi-lo muito bem por causa do barulho da água do chuveiro).
- Já estou saindo, meu amigo. É só um minuto! (declara Maldonado).

Pedro então se afasta da porta do banheiro! Passa pela lateral da cama do quarto e antes de sair do quarto vê rapidamente uma grossa pasta azul na parte debaixo do criado-mudo. O sargento brasileiro não resiste à tentação e volta-se curioso ao interior do quarto para saber o que teria ali dentro! Pedro olha novamente em direção ao banheiro e ouve o chuveiro que continua ligado. Então ele senta-se na cama de casal do amigo, abaixa-se ligeiramente e pega a pasta grossa. Ele retira o elástico externo e a abre cuidadosamente para checar o conteúdo. O brasileiro, curioso, começa a folhear a vasta documentação e entre elas encontra uma foto do compadre vestido com uniforme militar! Depois encontra uma carta de honra ao mérito do exército venezuelano parabenizando-o por serviços especiais prestados através da um grupo secreto de atuação militar contra as FARC. A data de tal documento era anterior à da morte da esposa dele. Um novo documento dizia que Maldonado fora aposentado por dificuldades psicológicas na continuidade de sua função. Neste momento Pedro ouve o som do engatilhamento de uma arma atrás de si! O sargento brasileiro vira lentamente sua cabeça para trás com os olhos arregalados de preocupação, quando vê seu amigo na porta do banheiro com a tal arma nas mãos apontada em sua direção!

- Por que está mexendo em minhas coisas, Pedro?
- Ahhh! Eu... não resisti à tentação de conhecê-lo um pouco melhor e... descobri que você é alguém mais importante do que parece ser...!
- Não deveria ter feito isso, Pedro! Eu sempre o tive na maior consideração..., mas agora não posso deixá-lo sair daqui com esta informação!
- Está dizendo que vai matar um amigo porque ele descobriu sobre seu passado?
- Como eu disse antes... você não deveria ter mexido em minhas coisas! Agora tenho que agir de um modo que eu não queria!
Pedro fecha novamente a pasta e recoloca o elástico para fechá-la.
- Compadre! Você não precisa me matar porque acha que eu sou quem pensa que sou!
- O que quer dizer com isso, Pedro (indaga Maldonado ainda apontando a arma na direção do amigo).
- Eu sou sargento da marinha brasileira e vim para cá para destruir as FARC.

Maldonado espreme os olhos desconfiando da veracidade da informação do amigo e o indaga:

- Acha que eu acreditarei nesta história? Um homem contra um exército de traficantes-guerrilheiros cruéis e impiedosos?

- Maldonado! Eu não estou sozinho nesta empreitada! Eu e um pequeno grupo da marinha do Brasil, apoiado pelo presidente de nosso país, temos a intenção de banir o tráfico de drogas deste continente. Vamos eliminar todos os traficantes e guerrilheiros que pudermos até que os novos que eventualmente vierem percebam que este tipo de negócio não compensará mais na América do Sul.

- Ainda não estou acreditando que um país se envolvesse desta forma contra guerrilheiros e traficantes.

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

- Lembra-se do fantasma que acabou com o cartel peruano? Eu fui o único que sobreviveu porque faço parte da equipe! O tal fantasma é na verdade um robô invisível controlado por nossa equipe com sede em Brasília! Tudo está sendo feito em sigilo absoluto para que todos acreditem que existe o tal fantasma vingador nesta floresta.

- Isso não pode ser verdade! Não existe esse negócio de invisibilidade! Isso é balela!

- Compadre! Eu me juntei a esta equipe porque perdi meu filho para as drogas. Resolvi que me vingaria de cada traficante que eu pudesse. A marinha sabia de meu passado e meus problemas contra os traficantes e me ofereceram a possibilidade de fazer parte da equipe. Eles precisavam de alguém com coragem o suficiente para se infiltrar entre estes cartéis assassinos! Eu era a pessoa certa! Me deram treinamento por um ano. Hoje eu luto diversos tipos de artes marciais! Posso sobreviver por meses sozinho em meio a qualquer floresta! E sou perito em todos os tipos de armas conhecidas! Dificilmente alguém consegue me matar sem que este morra junto comigo! Mas no seu caso eu não reagiria, porque você é meu amigo, meu compadre e agora também sei que é um colega de profissão.

Maldonado fica sem saber se acredita ou não no amigo, que poderia estar inventando toda esta história com o intuito de não ser morto naquele momento.

- Abaixe esta arma, amigo! (requisita Pedro). E conte-me a sua história! Acho que podemos nos unir para acabar com todos eles! A minha missão é meio solitária e seria bom poder dividir minhas aventuras com alguém como você!

O venezuelano pensa um pouco a respeito e decide contar parte de sua história.

- Eu fiquei no exército por muitos anos! Sempre me destaquei por minhas habilidades naturais para sobreviver e minha capacidade de acertar quase sempre no alvo em que faço a mira! Os figurões perceberam isso e me convidaram a fazer parte de uma força especial e secreta para eliminar membros das FARC. Mas depois de diversas missões eu comecei a ter problemas psicológicos! Não conseguia parar de matar! Aquilo me dava muito prazer! A cúpula do exército estava muito satisfeita com minha atuação, mesmo que um pouco distorcida e de certa forma cruel. Em minha última missão eu tinha que eliminar apenas o líder que fora visitar a família, que não quis fazer parte da família guerrilheira! Eu fiquei muitos dias escondido a certa distância da casa. Conheci a rotina completa deles. Até me afeiçoei a distância aos filhos e esposa do tal sujeito! Um dia ele apareceu e entrou sorrateiramente na casa. Eu me preparei e aguardei até que ele saísse novamente. Minha arma estava pronta para atingi-lo a qualquer momento. Ele saiu! Olhou ao redor! Beijou a esposa e filhos! Foi quando atirei. A mira estava perfeita, mas o garoto pulou no colo dele no momento em que atirei. Matei a criança. O sujeito ficou louco e não gostou daquilo, mas ao invés de tentar me matar, ele jogou o filho que estava em seu colo no chão e pegou o outro no colo para usá-lo como escudo. Eu refiz a mira para não errar novamente, mas estava muito difícil daquilo dar certo. Errei novamente, matando o segundo filho dele. A esposa apavorada agarrou-se ao primeiro filho morto, jogado ao chão e quando ela viu que seu segundo filho também tinha sido morto, partiu para cima do marido. Ela agarrou na segunda arma que estava na cintura dele para matá-lo. Ela parecia possuída por um ódio terrível por causa daquilo. O sujeito não teve dúvidas. Com a arma na mão ele atirou na cabeça da mulher e tentou novamente se esconder atrás dela, segurando-a em pé com dificuldade. Naquele momento o ódio me subiu à cabeça. Eu refiz a mira e atirei sem parar no corpo morto da mulher que lhe servia de escudo. Consegui acertar o braço dele que a segurava pela cintura, foi quando ele a soltou e assim pude finalmente acertá-lo em diversas partes do corpo. Mas eu não queria matá-lo rapidamente. Mirei nos braços, ombros, pernas, estômago, fígado e pâncreas. Depois que ele estava no chão gemendo muito de dor e sem condições de atirar, eu me aproximei, lentamente! Curti todos os gritos que ele dava de dor! Eu o xinguei, chutei, dei alguns socos em diversas partes do corpo. Eu o castrei com uma bala e depois de uma hora, vendo-o sofrer muito, eu o matei com um tiro na jugular. Fiquei ali ainda algum tempo esperando para ter certeza de que ele não sobreviveria! Depois desse dia, a cúpula não gostou do que fiz. Me culparam pela morte da família e isso foi notícia por diversos dias em meu país. Nunca descobriram quem foi que fez isso. A imprensa colombiana culpou o exército, mas eles também não sabiam da existência de meu grupo militar de extermínio de traficantes-guerrilheiros. Oficialmente o grupo não existe mais, mas eu não tenho tanta certeza sobre isso. Me aposentaram! Me esqueceram! Me abandonaram! Eu vim para este fim de mundo para viver a vida de forma mais isolada. Aos poucos minha esposa, que era psicóloga, conseguiu me recuperar e eu finalmente melhorei. Quando te conheci eu já estava curado! Antes dela morrer, me pediu para eu me lembrar de tudo o que ela me ensinou. Disse para eu não me vingar deles. Foi difícil! Foi muito difícil! Mas eu consegui! Agora você estragou tudo! Não deveria ter descoberto os detalhes de meu passado! Não posso deixar que você conte isso aos guerrilheiros.

- Meu amigo! Eu posso provar que sou quem digo ser! Antes de vir até aqui eu escondi um telefone celular na mata. É um aparelho de uso militar que me põe em contato apenas com a minha base secreta de Brasília. Ele não disca para outros números! Tem um reconhecimento de digital, apenas a minha digital liga o aparelho! Assim, somente eu posso utilizá-lo. É à prova d’água e tem a identificação da marinha brasileira!

- Se tal coisa realmente existir, e da forma como está me falando, então eu acreditarei em você.

- Então vamos agora até lá, meu amigo! Preciso mesmo avisar meus superiores que já fiz o contato com a célula guerrilheira.

- Guarde cuidadosamente este material de volta onde o encontrou! Não faça nenhum movimento brusco ou inesperado para mim, senão terei que matá-lo!

- Não se preocupe com isso, compadre! (declara Pedro). Eu, mais do que qualquer um, não desejo que nada de errado aconteça entre nós. Quero que saiba que estou muito feliz em saber que poderei confiar mais em você daqui para frente. Confesso que sempre tive um pouco de receio de lhe contar mais sobre mim, porque é um informante das FARC. Mas quando descobri no passado que as informações que repassava para eles não eram muito corretas, comecei a confiar mais em você. Quando vi esta pasta, achei que seria importante aproveitar para o conhecer melhor. Eu não pretendia lhe causar nenhum mal.

- Vamos falar sobre isso depois que eu confirmar o que está me dizendo!

Maldonado aponta com a outra mão a porta de saída do quarto, para que Pedro saia na frente. Mas ele continua usando a arma engatilhada contra o amigo, quando então declara:

- Você primeiro, Pedro!

Ambos saem lentamente da casa, em direção ao barco do dono da casa, que está ancorado ali perto! Rapidamente os dois estão navegando em direção à fronteira do Brasil, até o local onde Pedro afirma ter um telefone militar escondido na mata. Maldonado parece querer acreditar no que seu amigo está dizendo, mas não ameniza a sua própria segurança. A arma permanece sempre apontada para ele. Em poucos minutos chegam até um local para onde o brasileiro aponta. O barquinho a motor para lentamente junto à margem, quando Pedro desce e se prontifica a amarrar o veículo numa árvore próxima. Maldonado desce cuidadosamente do barco sempre fazendo mira no amigo militar. Ambos começam a andar pela mata até uma árvore frondosa e específica.

- É aqui! Eu o enterrei ao lado desta árvore! Vou cavar para te mostrar.

Ele começa a usar as próprias mãos retirando as folhas, depois o barro até encontrar um saco plástico no local. Pedro o retira lentamente para não assustar o amigo, que ainda não confia nele. O brasileiro abre o saco onde se encontra uma caixa hermética e a abre cuidadosamente. Maldonado apura a mira para não ser surpreendido! Ao abrir a caixa, surge ali um rádio-transmissor verde-oliva. Pedro o ergue e mostra a parte debaixo do equipamento onde há uma etiqueta metálica com o logotipo da marinha brasileira. Depois ele rotaciona novamente o equipamento e apresenta o sistema identificador de digitais ao amigo!

- Tem viva-voz este equipamento? (indaga Maldonado ainda meio desconfiado).
- Sim! Mas antes de ligar eu preciso colocar a bateria de volta. Posso?

Maldonado confirma que sim com um leve balançar de cabeça. Pedro volta-se para a caixa hermética de onde retira lentamente uma das duas baterias disponíveis para o equipamento, sendo uma extra. Ele a repõe e liga o rádiotransmissor! Ao apertar o botão declara o código de acesso:

- Missão-fantasma... Sargento Pedro!

Poucos segundos depois Maldonado e o brasileiro recebem a resposta:

- Olá, sargento! Como estão as coisas na Colômbia? Estávamos preocupados! Você demorou muito para retornar a ligação!
- Está tudo bem! Não pude antes entrar em contato. Consegui o contato com as FARC, já falei com o líder deles, o coronel Conrado, mas ainda não me aceitaram como membro da célula.
- Acha que funcionará? Nossa embarcação está em missão internacional e tão cedo não poderemos apoiá-lo na região. Você precisa aguardar!
- Ok, senhor! Não sei quando me chamarão! Eu vou enrolá-los o máximo possível e quando eu puder entrarei em contato novamente!
- Muito bem, sargento! Ainda não sabemos como tudo acontecerá na missão da embarcação. A coisa está meio feia por lá!
- Senhor! Eu consegui um aliado aqui na região! Ele é alguém especial que eu já conhecia anteriormente e descobri recentemente que ele é aposentado das forças especiais militares colombianas.
- Sargento! Tome cuidado! Seu trabalho é sigiloso e não deve se expor a pessoas que não conhece o suficiente! Seu trabalho deve continuar sendo solitário!

Pedro sorri para seu amigo Maldonado e continua falando com seu superior em Brasília:

- Pode ficar tranquilo, senhor! Vou cumprir minha missão aqui e abrir as portas para acabarmos de vez com os membros das FARC.
- Mais alguma coisa de que precise, sargento?
- Não! O senhor já me ajudou muito! Obrigado! E boa sorte para nossos colegas na missão internacional.
- Certo! Câmbio e desligo!

Pedro desliga o equipamento e já vai tirando a bateria para guarda-la novamente. Neste momento aparece sorrindo e armado ao local o guerrilheiro das FARC que sempre visita Maldonado em sua casa:

- Muito bem, Maldonado! Eu tinha dúvidas se você seria de confiança para nós. Mas agora, vendo esta cena de você apontando a arma para este sujeito, que eu nunca confiei, e que acaba de declarar que pertence ao exército brasileiro..., estou começando a perceber que poderemos lhe dar uma participação maior no futuro dentro de nossa organização.

O guerrilheiro aproxima-se bastante de Pedro, enquanto Maldonado continua apontando a arma na direção do amigo!

- E agora, falso traficante..., e último sobrevivente do cartel peruano..., chegou o momento de seu fim! (declara o traficante apontando sua arma diretamente para a cabeça do sargento brasileiro).

Neste momento Maldonado atira primeiro, matando o traficante, que ainda cai de lado sobre o braço, olhando na direção do venezuelano e sem entender o porquê de atitude tão violenta contra ele! O sujeito morre ali mesmo sob o olhar dos dois amigos.

- Então, compadre..., acho que ainda somos amigos..., não é? (declara Pedro).

Maldonado abaixa a arma, a desengatilha e a coloca de volta na cintura, quando comenta:

- Eu não gostava desse sujeito! Mas..., diante de tudo o que eu vi e ouvi... sou forçado a admitir que a sua história parece ser verídica!
- Só para que você confie de vez em mim... vou lhe apresentar a minha carteira militar.

Pedro abre um pequeno bolso lateral no interior da caixa, de onde tirara o equipamento de comunicação militar que acabou de utilizar. Dali ele retira uma identidade pessoal e a entrega a Maldonado, que a pega com cuidado e confirma ser seu amigo um militar brasileiro!

- Vou lhe dar um crédito por isso! (declara Maldonado). Mas não estou acreditando que haja um robô invisível que parece ser um fantasma e que mata traficantes de drogas.

Pedro sorri! Pega de volta a identidade das mãos do amigo! Guarda tudo novamente na caixa hermética! Embrulha-a com o saco plástico! Enterra o conjunto no mesmo lugar de onde retirara o material.

- Pode acreditar, meu amigo! (declara Pedro). Não sei se poderei apresentá-lo pessoalmente a você algum dia, mas o resultado da vinda dele para cá deixará claro que ele realmente existe e que a figura de um fantasma se tornará lendária por toda a América do Sul. Traficantes e guerrilheiros terão receio de optar por este tipo de “profissão” no futuro.

- Se você estiver certo, Pedro, vou agradecer muito por tê-lo conhecido!
- Quer se juntar a mim nesta missão? Ou a aposentadoria deixou você meio frouxo? (indaga Pedro sorrindo para o amigo).
- Depois que se aprende a matar alguém de várias formas..., não se consegue mais esquecer essas técnicas!
- Então..., neste caso..., bem-vindo a bordo..., marujo! (declara Pedro, levantando-se de onde estava junto à árvore, oferecendo a mão direita para cumprimentá-lo).

Maldonado sorri e repete o gesto do amigo, aceitando o convite e a volta à amizade. Os dois se cumprimentam!

- Vamos jogar o corpo deste sujeito inútil nas águas do rio. Pelo menos os peixes terão algum uso para ele!

Os dois o carregam até o rio e o atiram ali perto da margem. O barco do traficante é desamarrado da árvore e deixado para que a correnteza o carregue para longe. Ambos são levados para sempre dali.

- Pedro! Vamos voltar para a minha casa! (requisita Maldonado). Nesta região não podemos deixar uma casa muito tempo vazia! Corre-se o risco de uma invasão.
- Então vamos logo! Eu tive uma ideia que estou usando contra os traficantes e quero compartilhá-la com você! Conto-lhe no caminho.

Os dois entram no pequeno barco motorizado de Maldonado e retornam para a casa dele. Pedro comenta sobre o que ele propôs aos traficantes que não deveriam usar suas armas contra o fantasma e ainda ficarem na margem do rio pedindo mentalmente para que o fantasma retornasse para o lugar de onde veio. Maldonado fica calado durante o percurso apenas imaginando como isso funcionaria. Ao chegarem à margem do rio onde se encontra o imóvel do venezuelano, eles ancoram o barquinho no píer do local e Maldonado comenta sobre o que ouviu do amigo durante a viagem de barco:

- Não sei, não, Pedro! Acho difícil que eles aceitem a sua proposta! Eles não são tão tolos assim!!!!
- Compadre! Fiquei um bom tempo fazendo diversos tipos de treinamento antes de me transformar no que hoje sou. Numa das inúmeras palestras que tive, um especialista em comportamento humano nos disse que o ser humano é fácil de ser enganado, porque gostamos de histórias sem-sentido!
- Como assim?

- Veja a história do fantasma assassino de traficantes como se espalhou! Daqui a pouco estarão contando coisas que nem sequer aconteceram! Note a questão dos alienígenas! Depois do incidente que aconteceu no Novo México, quando disseram que uma nave alienígena foi capturada pelos militares americanos! Agora milhares de pessoas veem OVNIs e ETs em todos os lugares! O ser humano gosta de criar mundos paralelos e começa a acreditar neles! Muitos hoje em dia já acreditam que as antigas religiões nada mais têm a ver com Deus! Foram criadas histórias loucas e sem-sentido apenas para ajudar a controlar as massas da época. Veja as lendas! Todos sabem que são lendas! Mesmo assim muitos ainda acreditam que sacis, sereias e seres sobrenaturais existem!

- Não sei até que ponto esta forma de pensar é válida! (declara, cético, Maldonado).
- E você, meu amigo? Não acreditava neste fantasma antes de eu lhe contar a verdade?
- De certa forma eu acreditava! Desconfiando um pouco, mas propenso a achar que algo anormal havia acontecido!
- É nesta dúvida que estou apostando que as FARC tenderão a acreditar em mim, porque o ser humano não consegue fugir da atração que uma história tem! (declara Pedro).
- E agora? O que acha que os guerrilheiros farão quando perceberem que o contato deles não retornou?
- Acho que enviarão outra pessoa para refazer os passos daquele que você matou! Quem sabe acharão que o fantasma já está por aqui?

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- Você é muito otimista, Pedro! Não acho que eles cairão tão facilmente nesta história.
- Acho que eles serão ludibriados sim...! A minha maior preocupação é salvar as pessoas sequestradas e as crianças. Eles estão na zona de guerra e não será fácil protegê-los durante os tiroteios!
- Como pretende ajudá-los?
- Ainda não sei! Tenho que pensar..., e se preciso... improvisar! Mas neste meio-tempo precisamos criar uma forma dos traficantes acreditarem que o fantasma existe!
- E como fará para isso dar certo?
- Vamos improvisar! Como eu disse antes: é muito fácil criar uma ilusão para aqueles que facilmente acreditam em coisas deste tipo.
- E o que vamos fazer?
- Vamos voltar para a sua casa. Vou preparar uma surpresa para as FARC!

Maldonado olha para ele sem entender o que isto significa! Pedro sorri para a expressão de descrédito que seu amigo demonstrou.

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