O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

A forte chuva na região da Polinésia Francesa não para. Mesmo parado o barco balança um pouco com o forte vento das monções*, típico desta época do ano na região. O robô de manutenção, disponível no terceiro andar da embarcação, está trabalhando sem parar, para garantir que em breve tenhamos todas as placas de leds prontas para serem trocadas. Nossa equipe de quatro pessoas do barco invisível está tomando água de coco, fornecida “gratuitamente” pelo Atol de Tatakoto! Sabino, Everardo, Chin-Mae e eu, Fernando, conversamos tranquilamente na cozinha da embarcação onde eu e a embaixadora estamos sentados à mesa e os dois militares estão de pé.

- E então? Poderemos zarpar de manhã ainda? (indago eu a Everardo).
- Não! Terminamos cinquenta por cento da manutenção! (responde Everardo). Não fosse o vento e a chuva já estaríamos navegando neste momento!

- Se pudermos terminar ainda de noite os trabalhos, de manhã cedo já estaríamos bem mais próximos de nosso destino! (comenta Sabino).

- O almirante Figueiredo não fez mais nenhum comentário sobre a situação na Coreia do Norte. Como acha que as coisas devem estar por lá? (indago eu a Chin-Mae).

- Não devem estar nada boas! (declara a embaixadora). Mas com certeza Kim Jong-un não irá querer iniciar uma guerra! Porque depois de iniciada não haverá mais volta! Acho que estão todos se ameaçando, se enfrentando, se encarando, mas não acredito que ninguém deseje o início do conflito. Estão todos nos aguardando no campo de batalha.

- Então teremos que entrar, derrubar o sinal da torre de transmissão e sair sem que ninguém saiba que estivemos lá! (informo eu, Fernando).

- Acho que o ditador deve estar morrendo de medo de nós! (declara Sabino acabando de tomar sua água de coco).

Ele não facilitará a entrada de nosso barco na região. No lugar dele eu colocaria um monte de armadilhas no caminho. Eu e os outros olhamos para ele, imaginando que talvez ele tenha razão!

- Que tipos de armadilha você colocaria para nos pegar em meio ao Rio Taedong? (indago eu, Fernando, a ele).
- Bom! Para nos pegar tem que ser algum tipo de equipamento específico de emissão de luz, já que sinais de radar não são eficazes contra a nossa tecnologia Stealth!
- Você tem razão, Sabino! (declara Everardo). Vamos nos preparar com contra-medidas defensivas! O que sugere?

- Nossos sistemas de defesa contra lasers devem ser suficientes (informa Sabino). Qualquer raio de luz concentrado próximo de nossa embarcação será detectado. Mas eles podem colocar também minas subaquáticas! Como nosso barco é de fundo chato, é possível que não sejamos atingidos. Vamos ver se os sistemas de detecção sob a embarcação serão suficientes para nos proteger! O que mais me lembro que existe disponível no mercado são os sistemas de detecção de som num espectro muito grande de frequências sob a água. Os submarinos utilizam este dispositivo supersensível para encontrar as hélices das embarcações sob as águas! Contra este sistema teremos que usar um sistema de propulsão aérea, que são barulhentos e os soldados nas margens do rio poderão nos encontrar dessa forma.

- Existe mais algum tipo de armamento que possa nos surpreender? (questiona a embaixadora).

Sabino olha para Everardo que ergue as sobrancelhas e responde à Chin-Mae:

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

* Monções é o nome dado às chuvas torrenciais e contínuas que a região asiática do planeta sofre anualmente.
- Bom! No mundo inteiro os sistemas de defesa estão sempre pesquisando novas tecnologias e técnicas para surpreender os inimigos. O que sei que existe, e está em desenvolvimento também no Brasil, é um novo sistema de detecção para materiais específicos, como, por exemplo, plásticos, metais e materiais orgânicos. Com ele nossos inimigos poderão detectar nossa embarcação. Mas este equipamento não é muito intuitivo. Depende de interpretação e bom senso! Se tiverem tal recurso, vamos torcer para que não estejam prontos para usá-lo e assim teremos uma chance de escapar.
O supercomputador da embarcação transmite um informativo a toda a equipe:

-
O satélite informa que o vento está diminuindo nesta região! O mar ainda está muito agitado. Temos ondas de mais de cinco metros de altura neste momento. A chuva acaba de parar!
- A água de coco está acabando...! A noite está chegando...! Eu vou aproveitar para dormir um pouco! (declaro eu, Fernando).
- Boa ideia! Também vou dormir! (declara Chin-Mae). Acho que esta será nossa única noite que poderemos dormir sem o balanço do mar, não é?
- Não tenha tanta certeza, embaixadora! (declara Everardo). Se pudermos finalizar a manutenção dentro de poucas horas estaremos em alto mar novamente.

Lá fora o nível de luz ambiente só se reduz, mas, mesmo assim, Sabino resolve verificar o tempo. Ele coloca em seu ouvido o sistema de comunicação auricular e fala com a inteligência artificial:

- Computador! Vou ver lá fora se teremos condições de trabalho para finalizarmos a manutenção externa!

A inteligência artificial, com sua típica voz feminina, responde ao cabo somente em seu sistema de comunicação pessoal, para que a embaixadora não ouça a conversa. Ao mesmo tempo a porta externa é aberta e as escadas são articuladas para facilitar a saída de Sabino, da embarcação invisível.

-
Não acho uma boa ideia fazer a troca das placas de leds no escuro, Sabino. Testar cada placa à noite será o mesmo que acender um farol, informando a todos, que passarem a poucos quilômetros daqui, sobre a nossa presença nesta ilha. Inclusive o pessoal que mora do outro lado deste atol também poderá nos ver!

O militar vai até a porta de saída e olha para o céu e para o chão, avaliando pessoalmente as condições do tempo.

- Eu sei disso! Mas se houver condições mínimas de trabalho, não teremos outra opção! Nosso tempo está cada vez mais curto para cumprir nossa missão. Precisamos concluir o serviço de manutenção. Outra opção que temos seria navegar até amanhã de manhã e encontrar outra ilha para finalizar a manutenção do painel externo, mas acho que assim nós perderemos mais tempo. Já estamos aqui! Vamos terminar o serviço. Além do mais, o mar está muito agitado e será meio perigoso navegarmos desta forma!

- Bem! Estamos bem no meio do Oceano Pacífico e talvez ninguém nos veja aqui na ilha durante a manutenção.
- É! Acho que podemos continuar nosso trabalho aqui! Computador! Vamos trazer nossos recursos aqui para fora! Quero terminar todo o trabalho em poucas horas, Partiremos ainda de madrugada.

Em poucos minutos estavam os dois soldados-aranhas e seus carrinhos de placas de leds, além de Everardo e Sabino. Agora a lateral direita inteira da embarcação se acende com cores mais escuras para não chamar tanto a atenção de outras pessoas. Lá fora o trabalho segue rapidamente! O robô de manutenção, do terceiro andar, já está finalizando o conserto das placas de leds danificadas! Mais placas com defeito são retiradas e enviadas lá para cima. Novas placas, já funcionais, são devolvidas lá para baixo! Em duas horas todas as placas, que ainda estavam com defeito na superfície externa do barco invisível, são trocadas! Os soldados-aranhas retornam para o terceiro andar e os dois cabos também! Está tudo pronto para continuar viagem, mas...

- Podemos zarpar, comandante! Está tudo pronto! (informa Everardo ao segundo comandante que trabalha na base secreta em Brasília e cobre o turno das oito da noite até às oito da manhã).
-
Muito bem, pessoal! A folga acabou! (declara o comandante). Oficial! Como está o tempo na região?
- Sem chuva! Vento fraco! Ondas muito altas! Em torno de cinco metros e sem previsão de melhora! (declara o oficial da noite, responsável pelas informações e câmeras de satélite além das câmeras externas da embarcação).
-
Então vamos ter que sobrevoar estes mares violentos, pessoal! (declara o comandante do período da noite). Piloto! Determinar direção de saída deste atol!
-
Pronto, senhor! Trajetória identificada! (informa o piloto).
-
Acionar o sistema hovercraft! Abrir asas! Acelerar até cem quilômetros por hora! Altitude de dez metros! Vamos lá pessoal! Os norte-coreanos descobrirão que nem bombas atômicas podem deter o caminho correto da humanidade! Vamos fazer história nos próximos dias!

As palavras de incentivo do comandante militar do período da noite inspirou sua equipe que agiram com devoção ao serviço militar para podermos deixar o belo atol que nos acolheu por algumas horas. O barco acelera e o forte som das grandes hélices traseiras me acordou e também a embaixadora sul-coreana. O colchão de ar sob a nossa embarcação torna nossa viagem muita mais tranquila e suave. Não há solavancos nem curvas violentas e nem o sobe o desce que o mar nos causa. Ainda deitado em minha cama olho em direção a Chin-Mae, que já me observava. Ela sorri e declara:

- Parece que nossa noite foi curta!
- É! Tem razão! (digo eu esticando o pescoço para olhar para a cama sobre a de Chin-Mae). E parece que Everardo e Sabino nem vieram para cá ainda! Eles trabalham demais! Daqui a pouco irão desmaiar de cansaço!

Toda a equipe de controle da embarcação ouve meu comentário. O comandante responde à minha observação:

-
Tem razão, Fernando! Eles estão acordados há um bom tempo! Precisam descansar! Cabos Sabino e Everardo! Vão para suas camas e descansem! Não precisaremos de seus serviços por diversas horas! Aproveitem para dormir o máximo possível. Estamos cada vez mais próximos do combate!
- Obrigado, comandante! (respondem os dois militares da manutenção).

Percebo agora que nossa embarcação levanta voo e ergue-se sobre as águas revoltas do Oceano Pacífico! Ainda em ascensão sobre o mar somos alcançados por uma das ondas mais altas, com mais de sete metros de altura. Nosso casco é abalroado por baixo! Com o forte impacto somos arremessados para cima! Ainda no interior do beliche fui também jogado contra a cama de cima! Felizmente minha cabeça bateu com força contra a espuma que eu colara ali dias antes. Isso me protegeu! Mas o restante de meu corpo sofreu as consequências do evento! Estou agora todo machucado! Olho para a embaixadora que espertamente colocara um dos pés contra a cama de cima e também um de seus braços. Isso impediu que ela fosse jogada para cima assim como eu fui!

- Ai! Que dor! Por que é que sempre me machuco? (digo eu a ela que sorri para mim).
- Tadinho! (diz ela se solidarizando com minha situação).

Everardo e Sabino, que estão na sala de manutenção são jogados para cima e caem no meio da sala de manutenção! Eles não se machucam muito e rapidamente se levantam. Os dois sentam-se em suas cadeiras de trabalho e se prendem a elas com o cinto de segurança.

- Droga! Acabamos de consertar esta embarcação e já teremos que começar de novo! (declara Everardo ao colega).

Chin-Mae olha para mim, preocupada com a nossa situação atual no meio do oceano! Depois do impacto da onda marinha, a embarcação começa a cair mais rapidamente em direção às águas revoltas do oceano, não tão pacífico neste momento!

-
Toda força à frente! (grita o comandante ao piloto). Vamos ganhar altitude!
- Não dá, comandante! (informa o piloto do barco invisível). O impacto da onda sob a embarcação substituiu o ar acumulado ali, que antes nos sustentava! Precisaríamos de asas maiores para planar! Será necessário que retornemos à superfície oceânica para refazer o colchão de ar! Mas a queda não será suave, senhor!
-
Acionar o dispositivo inflável de emergência! Vamos reduzir o nosso impacto! (declara o comandante). Mantenha o sistema hovercraft funcionando também!

Estamos caindo lentamente, sustentados apenas pelas asas da embarcação e pela velocidade frontal de deslocamento. Portanto, as bolsas têm tempo de se inflarem totalmente! E foi bem na hora! Estamos a menos de cinco metros de altura! Uma nova onda nos acerta novamente por baixo, contra o casco resistente. Isso nos joga novamente para cima. Eu, Fernando, já estava mais esperto desta vez com este tipo de evento e me seguro na cama, como fez Chin-Mae da primeira vez. Sabino e Everardo presos às suas cadeiras, não foram mais pegos de surpresa. Com o novo impacto desta vez caímos mais rapidamente! A onda reduziu nossa velocidade para quase zero! Nossa embarcação, apoiada agora sobre a onda que nos encontrou voando lá no alto, desce de vez junto com a superfície ondulante do mar! Agora estamos ao sabor dos ventos e das ondas. Não podemos usar o motor de propulsão da popa do barco (popa é a parte de trás da embarcação), porque em alta velocidade as ondas altas nos jogariam para cima, forçando uma queda brusca logo depois. O sistema hovercraft continua acionado, mas as hélices traseiras de propulsão aérea também não nos dão empuxo suficiente para usarmos as asas e flutuar mais tranquilamente neste momento! Estamos enrascados e precisando lutar por nossas vidas em meio ao violento Oceano Pacífico!

-
Recolher asas! (declara o comandante). Acionar motor central da embarcação e também o traseiro! Vamos manter o barco voltado para cada onda que nos encontrar. Precisamos estar sempre de frente para não virarmos! Atenção tripulação que está a bordo! Não temos como levantar voo neste momento devido às fortes ondas e ventos! O satélite meteorológico informa que passaremos um longo tempo com esta condição de mar. Aconselho vocês irem até a cozinha e tomarem um comprimido contra enjoo! Permaneçam na área de convivência social! O piso dos quartos, cozinha e banheiro compensa um pouco o movimento marítimo. Aproveitem para dormir porque desta forma o enjoo se reduz também.

Por um tempo o uso do comprido e ficar deitado ajudaram a não termos enjoo. Mas dormir é impossível. O barco invisível sobe e desce feito um cavalo selvagem sendo montado pela primeira vez! Nossos corpos jogados para a esquerda e para a direita! Ficar deitado somente é possível com o uso do cinto de segurança para leitos. Depois de uma hora de movimentos contínuos e forçados para todas as direções, estamos estressados e com os músculos doloridos de fazer força para permanecer na cama, mesmo com o sistema de compensação de movimento do piso! No interior da embarcação nós quatro estamos começando a sofrer de um leve enjoo! Desta forma a fila do banheiro em breve começará a ficar grande. Só mesmo os avatares para não sentirem os efeitos do movimento das ondas marinhas. Em Brasília, na base secreta da missão, a equipe da noite também sofre com os movimentos da embarcação. O piso do modelo em escala real do barco invisível simula também os efeitos dos vai-e-véns das ondas e também dos sobe-e-desce contínuos do mar agitado. Esse movimento, que copia a realidade do dia-a-dia da embarcação, é importante para que os militares reajam adequadamente a tudo o que acontece! Sem isso eles poderiam banalizar alguma situação real e não tomarem a ação correta para cada caso. Os impactos que sofremos em alto-mar também foram copiados pelo supercomputador disponível na sede da missão.

-
Piloto! Amenize o movimento do piso, aqui em nossa sede (ordena o comandante). Não precisamos sofrer tanto com toda a agitação do Oceano Pacífico! Continue posicionando a embarcação de frente para cada onda que nos encontra! Assim que a agitação do mar reduzir, retorne à condição normal de sensibilidade do piso.

O piloto está muito atento a tudo o que acontece. Com o uso do motor central e do de popa da embarcação, ele consegue rapidamente virar o barco invisível na direção das ondas que nos “atacam” e neste momento ele acelera para vencermos a onda com mais facilidade! Isso tudo reduziu muito a nossa velocidade de cruzeiro durante a tempestade. Não podemos correr e nem ficar parados! Andamos em ziquezaque procurando manter a direção correta. O tempo vai passando e já no final da madrugada e início da manhã, o oficial da noite, responsável pela análise das informações vindas do satélite brasileiro, sejam elas imagens térmicas, convencionais ou de dados meteorológicos, nos dá uma boa notícia afinal:

-
Atenção, tripulação! Temos boas notícias! Acabamos de deixar para trás a tempestade! As ondas estão se reduzindo rapidamente. Dentro de uns poucos minutos teremos tempo bom à frente! Assim que for possível acionaremos o sistema hovercraft para podermos voar suavemente sobre o mar. Esperamos que depois disso todos vocês consigam afinal dormir um pouco mais. Vocês terão apenas três horas de sono. Depois disso retornaremos para a superfície para navegarmos a alta velocidade. Dentro de poucas horas chegaremos próximo ao nosso destino final. Aproveitem para descansar agora. Quando chegarmos mais perto do mar do Japão, teremos que novamente navegar em baixa velocidade para não sermos descobertos pelos exércitos e marinhas que cercam toda a região. Quando isso acontecer vocês poderão novamente descansar um pouco mais. Depois disso não terão mais tal oportunidade.

- Obrigada pela boa notícia, oficial! (declara a embaixadora que saía do banheiro. Ela está abatida e um pouco pálida de tanto vomitar). Meu governo sugeriu que, antes de invadirmos o território norte-coreano, parássemos no sul da Coreia do Sul para reabastecermos a embarcação com alimentos, combustível, armas, um bom banho e também para que um de nossos seguranças possa me acompanhar no final da missão.

-
Infelizmente, embaixadora, isso não será possível! (declara o comandante do turno da noite). Nosso tempo está muito limitado! Temos que entrar no Rio Taedong o mais rapidamente possível! Além do mais, corremos o risco de haver algum espião infiltrado entre as tropas de seu país, que poderá nos denunciar ao governo inimigo! Ou então se algum submarino inimigo estiver nos aguardando à espreita. Não podemos perder a chance de surpreendermos a todos com a nossa chegada antecipada. A previsão dos americanos era que chegássemos dentro de sete dias. Talvez nossos inimigos também estejam fazendo a mesma análise, porque ninguém sabe qual é o potencial de nossa velocidade média de cruzeiro. Chegaremos amanhã antes do horário de almoço e, portanto, sete dias antes do prazo aguardado.
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- Eu compreendo, comandante (declara a embaixadora). Concordo com seu plano de ação! Mas além de nossas provisões estarem acabando, este segurança se dispôs a nos proteger quando desembarcarmos para destruir a torre de transmissão norte-coreana!

- Sinto muito, embaixadora. Vocês devem racionar a alimentação ao máximo, porque não pararemos novamente em terra firme até o final desta missão (comenta o comandante). Quanto à proteção de vocês, temos os recursos necessários para isso. Não se preocupem!

Entreolhamo-nos, imaginando como será o final desta difícil missão. Entrar no campo de batalha inimigo com poucas provisões disponíveis, sem combustível para nossos foguetes e ainda correndo o risco de cairmos em alguma armadilha... estamos nos ariscando demais, em minha opinião. Mas quanto à segurança eu sei que um soldado-aranha irá nos acompanhar, e como ele é invisível, acredito que ficaremos bem, desde que as coisas não deem tudo errado e terminemos com uma explosão nuclear na região!

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