O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
VOLTAR À PÁG. DA COLEÇÃO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

Depois de longos períodos de tempo navegando no Oceano Pacífico, conseguimos chegar finalmente ao nosso destino! O comandante Severo nos deu a notícia logo cedo:

-
Atenção tripulação! Estamos chegando ao Mar do Oeste da Coreia do Sul! O descanso acabou! Vamos iniciar a navegação sigilosa nesta região para não sermos descobertos. Estamos em alerta vermelho. Todas as funções de guerra estão prontas para o ataque ou defesa. Faremos a partir de agora silêncio completo nos alto-falantes desta embarcação e conversaremos apenas o mínimo necessário. Quero frases curtas, objetivas e relevantes se forem necessárias. A frota aliada tem sensores de longo-alcance que podem detectar os menores ruídos. Desligaremos tudo o que for desnecessário para esta missão. Como vocês estão a bordo manteremos apenas o básico disponível: geladeira, ar condicionado, luzes de emergência e a produção de água potável. Desligaremos todo o restante incluindo a maior parte dos monitores dos corredores, todos da cozinha, do banheiro, dos andares superior e inferior. Não sabemos o quão preparado está o sistema de defesa da Coreia do Norte. Então..., não vamos subestimá-los também!

Navegando a velocidade extremamente baixa, o barco invisível encontra no caminho navios da frota aliada, distribuída por toda a região asiática. Mais ao norte, já dentro do Mar de Bohal, a poderosa frota naval chinesa aguarda escondida o momento de atacar o inimigo. Ninguém dali sabe de nossa existência no local e, portanto, podemos ser erroneamente confundidos com o inimigo, caso nos encontrem. Acredito que os norte-americanos do alto escalão político não compartilharam a informação da existência do nosso projeto secreto, o barco invisível, com seus outros aliados nesta guerra. Nossa tripulação está em alerta vermelho. Todo o cuidado é pouco a partir de agora. Passamos lentamente por fragatas de guerra, porta-aviões, de onde, e a todo o instante, pousam e levantam voo os mais diversos aviões de combate, navios de ataque e helicópteros que levantam voo e pousam o tempo todo nas margens da Coreia do Sul. Se esta fosse uma guerra convencional a Coreia do Norte não teria a menor chance contra tamanho arsenal tecnológico, mas... como os norte-coreanos têm bombas atômicas... a coisa muda de figura e é por isso que estamos aqui!

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

Chegamos perto do porto de entrada do país inimigo! Aproximamos-nos lentamente. Nossa tripulação observa os monitores que mostram as imagens de satélite. Eles desejam encontrar uma brecha na segurança para poder penetrar em território inimigo. Eu, Fernando, e Chin-Mae estamos de pé no corredor observando a imagem aérea do porto por onde iremos entrar. Estamos acompanhando no monitor as ordens do comandante Severo para toda a equipe de controle do barco invisível, que aparecem escritas. O sistema, similar ao “Close caption*”, possibilita que as informações faladas, na sede secreta em Brasília, apareçam escritas e em tempo real para nós no interior do barco.

- Tenente Júlio! (oficial responsável pelo controle das armas do barco). Fique preparado para um ataque se algo der errado!
- Sim, senhor! (responde Júlio ao superior).
- Major! (falando o comandante Severo à Margarida, piloto da embarcação). A partir de agora quero que navegue sempre de forma suave e totalmente invisível. Não podemos e não queremos ser localizados por nossos inimigos. Utilize apenas a propulsão central de nosso barco para não deixarmos um rastro atrás de nós.
- Sim, senhor! (responde ela ao chefe da missão).
- Soldado João! (militar incumbido de controlar as câmeras externas de vigilância). Fique muito atento! Estamos entrando em zona inimiga e qualquer falha de vigilância poderá por em risco a nossa segurança. Não deixe passar nenhum detalhe. Quando nos aproximarmos mais, quero que envie um inseto artificial para perto dos soldados inimigos naquele porto. Vamos ouvir o que conversam.
- Estou pronto senhor! Pode contar comigo! (responde confiante, o soldado João).
- Embaixadora Chin-Mae! Precisaremos de sua ajuda para traduzir o que os militares norte-coreanos falarão de nós.
-
Pois não, comandante! (responde a embaixadora, falando bem baixinho ao comandante. Ela se encontra ao meu lado no corredor da embarcação).
- Soldado Ricardo! (militar que acompanha os sinais de radar do barco invisível e controla a vigilância por satélite). Estamos numa zona de guerra. Temos aliados e inimigos que não sabem de nossa existência aqui junto deles. Quero que observe todos eles com cuidado. Não podemos abalroar ninguém. Procure também por sinais de submarinos amigos e inimigos. Precisamos ficar bem longe deles. Corremos um grande risco de sermos confundidos como um inimigo invisível! Nossa missão é solitária por não podermos dizer a ninguém onde estamos.
- Sim, senhor! (responde Ricardo). Quanto aos submarinos será muito difícil detectá-los se estiverem submersos, senhor! Aconselho navegarmos em águas rasas, evitando-os desta forma! Podemos também navegar bem próximo do porto norte-coreano, porque ali nenhuma embarcação aliada estará e neste caso já teríamos cruzado também a linha inimiga de barcos de guerra!
- Muito boa ideia, soldado! (responde feliz, o comandante Severo). Major! Aproxime-se do porto! Vamos ver mais de perto a movimentação do local. Precisamos achar uma forma de passar por eles e penetrar no território inimigo.

A Major Margarida pilota o barco invisível até bem próximo do porto inimigo! Pelas imagens de satélite, vistas em zoom por todos nós, percebemos a presença de diversos soldados norte-coreanos postados armados com metralhadoras sobre as estruturas de concreto, enquanto um navio de carga penetra lentamente no porto estreito. A porta de passagem está fechada até que tudo na embarcação seja inspecionado. Enquanto ela é ancorada ali, os soldados orientais atiram diretamente nas águas à frente e na traseira do navio. A embaixadora Chin-Mae olha para mim e indaga, falando bem baixinho:

- Por que os soldados estão atirando dentro d’água? Isso não faz sentido!!!!

Eu olho de volta para ela sem poder lhe dizer que eles estão procurando nosso barco invisível. Em Brasília, na base secreta de operações navais do barco invisível, o comandante Severo observa a cena do porto com preocupação! Olha de frente para seus subordinados com expressão de desânimo, porque ele sabe que o inimigo atira naqueles locais na esperança de detectar ali a presença de nosso barco invisível e nos destruir com um armamento mais pesado logo a seguir.

- Bom! Parece que não poderemos entrar da forma como esperávamos através do porto inimigo (comenta o comandante Severo). Eles nos aguardam e estão sendo meticulosos para não serem surpreendidos. Estamos sem opções neste momento...! Não podemos voar por falta de combustível para nossos foguetes e também porque seríamos detectados se o fizéssemos...! Não podemos entrar navegando porque eles acertariam em nós com suas metralhadoras...! Não podemos usar o sistema hovercraft porque também faria barulho e levantaria muita água ao ligarmos o sistema... Quero novas opções senhores! Precisamos entrar em território inimigo sem sermos detectados por ninguém! Só isso garantirá o sucesso da missão a qual fomos chamados!

Ninguém se pronuncia! O silêncio de todos indica que estamos sem chances no momento para levar avante o plano para destruir a torre de transmissão inimiga. Restou-nos observar as imagens de satélites, enquanto todos procuramos descobrir um modo de resolvermos tal questão. Mas neste momento... algo totalmente inesperado acontece...! A gigantesca porta de saída é aberta e agora uma estreita passagem nos disponibiliza a entrada furtiva para o território inimigo. Mas o comandante Severo desconfia de tal facilidade.

-
O que está acontecendo? (indaga Severo falando alto consigo mesmo). Por que tanto cuidado para que não os surpreendamos... para depois abrirem uma passagem de forma tão convidativa...?
- Parece ser uma armadilha, senhor! (declara a Major Margarida).
- Já podemos lançar o inseto artificial até lá, soldado João? (indaga o comandante).
- Ainda não, senhor! (responde João). Estamos um pouco longe para isso!
- Major Margarida! Navegue em direção àquela passagem estreita! (ordena o comandante).
- Mas, senhor! Poderão explodir a nossa embarcação! (declara preocupada Margarida, a piloto).
- Vamos nos arriscar, major! (decreta o comandante). Não temos uma opção melhor e nada ainda indica que o inimigo conseguiu nos detectar aqui. Também não sabemos quanto tempo esta passagem ficará aberta. Acelere o mais rápido possível sem que deixemos um rastro nas águas! Vamos entrar neste território de guerra! Cabos Sabino e Everardo, dirijam-se para os postos de batalha! Fiquem a postos para comandarem os soldados-aranhas se for necessário.

A major Margarida, mesmo com dúvidas, acata as ordens de seu chefe e manobra o barco invisível brasileiro para a entrada do porto. Sabino e Everardo, que quase nem saem mais de sua sala de manutenção, colocam os óculos de realidade virtual e seguram o joystick que controla seus soldados-aranhas!

- Soldados-aranhas? O que são eles? (indaga Chin-Mae falando baixinho comigo).

Estou ficando cada vez mais sem saída para continuar a esconder os segredos militares brasileiros. Ela sabe que não direi nada sobre estas coisas, mas continua perguntando a respeito! Desta vez, eu nem olho na direção da embaixadora para não ter que dar uma nova desculpa sobre a questão. Meus olhos estão vidrados nas imagens que mostram tudo ao nosso redor. Do lado norte-coreano uma embarcação militar aguarda nas águas da foz do rio e interior do país! Assim que o portão de saída é completamente aberto, eles recebem ordens via rádio de um general do exército oriental:

-
Navio de guerra secreto! Os portões estão abertos para a sua saída. Entre rapidamente no porto e realize a sua missão em silêncio!
- Sim, senhor! (responde o oficial-comandante do navio oriental). Vamos acelerar em frente! Agora! (grita o líder para a sua tripulação).

O barco invisível brasileiro já se encontra no interior do porto. As imagens das câmeras ao redor do barco mostram militares norte-coreanos com suas metralhadoras apontadas para diversos lugares. Eles observam o horizonte marinho e o fluvial! Mas em nenhum deles alguma coisa é vista. Toda a nossa tripulação está em alerta, quando a embaixadora me indaga novamente:

- Como é que estamos aqui no interior deste porto e nenhum militar norte-coreano nos vê? Isso é impossível!

Novamente eu olho para ela e nada respondo! Apenas ergo minhas sobrancelhas e espremo meus lábios numa clara expressão de dúvidas sobre o assunto de minha parte também! Mas é claro que isso é mentira! Eu sei a verdade, mas não posso revelá-la a Chin-Mae. Rapidamente saímos do interior do porto, quando um forte, contínuo e arrastado impacto lateral acontece em nossa embarcação, jogando a embaixadora sobre meus braços! Nossos corpos são atirados contra a parede interna do corredor onde estamos. A embarcação invisível se inclina e muda ligeiramente de direção ao entrar no interior do Rio Taedong!

- Você está bem? (indago eu, Fernando, a ela).

O rosto lindo daquela mulher oriental ficou colado ao meu por alguns segundos. Senti o calor do corpo maravilhoso dela! Também senti as mãos frias, quase geladas, quando ela segurou em minha cintura para se recompor novamente em pé diante de mim. Era nítida a preocupação daquela mulher diante do perigo que estávamos vivendo! Nossos olhares se cruzaram novamente bem de perto! Senti a respiração ofegante de medo! Quis beijá-la na boca novamente naquele momento, mas me contive! Temos uma missão que pode chegar ao fim abruptamente a qualquer momento! Senti que talvez morrêssemos todos nos próximos segundos! Minha vontade era só abraçá-la, protegê-la da situação perigosa! Foi quando ela respondeu à minha pergunta anterior, a qual eu quase já havia me esquecido de tê-la feito:

- Sim, estou bem...! Mas o que foi isso...? Em que batemos, afinal...? (indaga Chin-Mae).
- Não sei! (respondo aturdido).

Em Brasília, o piso móvel da base secreta do barco, onde os militares se encontram, também é deslocado fortemente, balançando as cadeiras de todos no local em consonância ao barco invisível verdadeiro no Mar do Oeste coreano. O comandante Severo indaga sobre o ocorrido:

- O que está acontecendo aqui? No que batemos? Não havia nada à nossa frente!!!!
- A parede externa de leds de nossa embarcação pode ter sido avariada com este impacto! (declara a inteligência artificial do barco invisível à tripulação).
- Leds? Existem leds no casco desta embarcação? (indaga Chin-Mae, agora até sem olhar para mim, porque nada respondo sobre o que ela me questiona).

Dentro da embarcação norte-coreana, que acabara de bater em nosso barco invisível, o comandante oriental também indaga sobre o ocorrido:

- Em que batemos, piloto? Foi no porto?
Alinhamos errado a embarcação?
- Não senhor! Ainda nem entramos no
porto! (declara seu piloto).

O comandante norte-coreano pensa por
alguns segundos... e agora seguro,
declara o que acredita ter acontecido:

-
Batemos no barco invisível
brasileiro!!!! Eles acabam de
penetrar em nosso país!


Na ponte de comando de nossa
embarcação brasileira eu me pronuncio
ao comandante sobre o fato:

-
É uma armadilha, senhor!
Estamos sendo atacados! Vamos
revidar, antes que seja tarde!


Num ato inesperado para todos nós,
Chin-Mae decide gritar também sua
opinião sobre o assunto:

-
Não atirem! Temos que completar a nossa missão incógnitos, mesmo contra o barco invisível dos nortecoreanos!

Aquilo soou como uma bomba para todos! Assim como podíamos ler as conversas de toda a tripulação, eles também podem nos ouvir, quando eu e ela conversamos! Depois de alguns segundos de silêncio absoluto, a inteligência artificial, com sua típica voz feminina e suave, ordena a Chin-Mae:

-
Embaixadora! Aproxime-se da cabine. O comandante Severo deseja lhe falar!
* Close caption é o sistema disponível em alguns equipamentos de TV´s que mostram às pessoas, principalmente as com deficiências auditivas, o que repórteres, atores, atrizes e comediantes estão dizendo ao vivo durante a apresentação da programação da TV.
Márcio Haga
como Soldado Nortecoreano

Danilo Formagio
como Cabo Sabino

Chin-Mae olha dentro de meus olhos, arregalados devido à declaração de uma informação tão relevante que ela nunca dissera antes! A embaixadora se recompõe e caminha lentamente e decidida em direção à sala dos avatares. Ainda no corredor eu e ela pudemos ouvir o comandante gritando mais algumas ordens à tripulação de nosso barco. Em Brasília, na base secreta naval, o clima esquenta... porque neste momento passamos efetivamente a participar da guerra asiática e justamente contra um barco invisível inimigo!

- Major! Manobras evasivas! (ordena o comandante Severo). Trace um curso irregular para o interior da Coreia do Norte! Não queremos ser atingidos por outro barco invisível. Soldado Ricardo! (responsável pelos sinais de radar e câmeras térmicas e normais do satélite brasileiro). Acione nosso radar! Quero saber onde está o nosso inimigo invisível! Soldado João! (responsável pelas câmeras externas da embarcação e câmeras aéreas). Envie um inseto artificial invisível para verificarmos o potencial estrago causado na superfície externa de nossa embarcação!

- Sinto muito, senhor! O radar nada detecta aqui no rio norte-coreano! Não há nenhum barco nas redondezas! (responde Ricardo).

-
Droga! Ele também é Stealth! (declara preocupado o comandante Severo). Soldado João! Lance mais quatro insetos artificiais. Use-os para detectar, através do laser de localização GPS, a posição real de nosso inimigo invisível. Faça os insetos voarem a uma altura segura e rastreie todo o rio atrás de nós. Temos que localizar nosso inimigo invisível aqui e agora e marcá-lo como um alvo, porque quando retornarmos ao mar esta tarefa será muito mais difícil. Tenente Júlio! (responsável pelo armamento). Após a identificação de nosso inimigo, programe três tiros automáticos diretamente abaixo do ponto do primeiro disparo que dermos! Quero todos os tiros extras junto à superfície do rio! Vamos furar o casco deles e atrasá-los ou afundá-los de uma vez por todas!

-
Sim, senhor! (responde Júlio).

No interior do barco invisível norte-coreano o líder da tripulação oriental também dá novas ordens:

- Tenente! Fazer uma volta de cento e oitenta graus! Acelere para o interior de nosso Rio Taedong. Mantenha nossa discrição e invisibilidade. Vamos perseguir o barco invisível brasileiro...! Como eles chegaram aqui tão rapidamente...? (indaga o comandante oriental, falando alto a si mesmo).
- Talvez, senhor, eles tenham mais de uma embarcação invisível e já estariam por aqui nos sondando há algum tempo! (responde seu imediato no comando).
- Não acredito nisso! Nossos espiões não confirmaram tal coisa! Mas como puderam vir para cá tão rapidamente? Eles devem ter recursos a bordo que desconhecemos! Temos que ficar atentos! Não será nada fácil encontrá-los! Mas em breve cairão em nossa armadilha e será o fim deles! Vamos navegar lentamente em direção à nascente do rio. Acionar nosso radar de localização.
- Sinto muito, senhor! (informa o responsável pelo sistema do barco norte-coreano). O radar indica que não há nada nos próximos quilômetros daqui!
- Droga! O barco deles é Stealth! Acionar o radar subaquático! Quero saber quais são os motores náuticos operacionais neste momento aqui no Rio Taedong. Vamos encontrá-los desta forma! Não há como esconder tal ruído sob a água!
- Senhor! Detectei o movimento de um motor elétrico a pouco mais de quinhentos metros de distância em direção à foz do rio. Ele está a quinze graus negativos de nós. Não...! Corrigindo...! Está se movimentando, senhor! -10°..., -5°..., 0°..., 5°..., 10°...! Estabilizou em 10° agora a seiscentos metros de distância, senhor!
- Então está se movimentando em ziguezague! Vamos persegui-los e acertá-los. Preparar para atirar! Liberar ataque somente sob meu comando! Vamos nos aproximar mais para garantir a mira.
- Senhor! Devo lembrá-lo que nosso líder supremo ordenou que fosse avisado caso o barco invisível brasileiro penetrasse no Rio Taedong! (declara o imediato).
- Não! Ainda não! Nós vamos pegá-lo antes! (informa o comandante).
- Mas, senhor! Foi uma ordem explícita!

Nervoso, o comandante volta-se de frente para seu imediato e lhe fala bem de perto e baixinho, mas com raiva:

- Se o informarmos agora... duas coisas terríveis irão acontecer: Ele poderá começar uma guerra nuclear... e você sabe que ele é bem capaz disso! A resposta internacional seria um bombardeio... tão devastador... que causaria a destruição completa de nosso país, nosso povo e nossas famílias...! E mesmo que nosso líder supremo não inicie um novo holocausto asiático..., todos nós seremos depois chamados até a presença dele... e a nossa punição será a morte por esta falha! Portanto..., imediato..., vamos destruir aquele barco invisível antes deles completarem a missão e informaremos a seguir, ao líder supremo, o resultado de nosso sucesso...! Fui claro?

- Sim, senhor...! Tem razão...! Eu não havia pensado desta forma...!
- Então pense, antes de sugerir alguma coisa...! Sua função é me ajudar... e não me atrapalhar!

O portão de passagem do Rio Taedong acaba de ser fechado, enquanto o barco de guerra invisível norte-coreano dá meia-volta! Agora ambos os barcos estão presos no interior da Coreia do Norte. Em nosso próprio meio de transporte invisível, Chin-Mae entra na sala de controle. Logo atrás entro eu, Fernando,
também na mesma sala.

- Embaixadora! Como teve acesso a tantas informações secretas e não as repassou a nós?(indaga o comandante Severo à embaixadora que acabara de entrar na sala de comando).
- Até há poucos minutos eu nem sabia que esta embarcação era invisível! (declara a embaixadora). Tudo ficou claro para mim quando passamos pelo porto de acesso ao Rio Taedong e ninguém atirou em nós! E só agora me dei conta que os norte-coreanos também têm uma embarcação similar a esta, porque ficou nítido que batemos em algo que não parecia estar fisicamente ali! Pedi que não atirassem para evitar que ficássemos expostos ao exército inimigo, denunciando assim a nossa presença. Não viemos aqui para travar uma guerra! Nossa missão é destruir a torre de transmissão de Kim Jong-un. Eu apenas quero evitar que todo o nosso trabalho se perca, comandante.

-
Embaixadora! Não acredito que esteja nos falando a verdade! (declara o comandante). Tenho a nítida impressão de que a senhora já sabia de tudo isso e não nos contou!
- De certa forma o senhor tem razão! Meu governo aventou no passado a possibilidade de que a Coreia do Norte estivesse desenvolvendo um navio de guerra invisível. Perdemos alguns espiões para conseguir esta informação que não chegou a ser realmente confirmada... até agora! Existem murmúrios de que este barco brasileiro também desaparece das vistas inimigas. Quando juntei o que estou vendo... e o que não estão me mostrando... minha dedução final foi óbvia...! A tentativa brasileira de esconder esta inovação não está funcionando, comandante! Os americanos os enviaram para cá porque já sabem da existência da invisibilidade naval brasileira! A base militar secreta de vocês foi invadida recentemente por dois espiões norte-coreanos! Meu governo, assim como outros países desenvolvidos, desconfiam da real existência desta inovação no Brasil.

O comandante Severo mantém-se em silêncio por alguns segundos e depois comenta:

-
O que todos têm são apenas desconfianças. Ninguém sabe realmente de nada! Mas agora quase batemos de frente contra o nosso reflexo invisível inimigo! Nunca imaginamos que tal coisa pudesse acontecer! Ainda mais em um país que não investe em pesquisas e tecnologia de ponta, como a Coreia do Norte!

- A informação é a melhor maneira de se sobreviver nos dias de hoje, comandante! (declara a embaixadora). Por mais invisível que vocês possam ficar... nunca será o suficiente para se esconderem totalmente! A humanidade tem vários olhos e ouvidos em terra, no céu e nas águas! Espiões estão infiltrados por anos em determinados grupos sociais e de lá extraem muito do que os governos sabem uns dos outros. Alguns profissionais não são tão confiáveis e contam seus segredos apenas por um pequeno bocado de dinheiro! Não há a menor chance de alguém se esconder completamente! Os rastros, as evidências e algumas provas sempre denunciarão um crime ou uma vantagem tecnológica que outro país tenha!

-
Muito bem, embaixadora! Para o bem ou para o mal... ainda precisaremos da senhora nesta missão como interlocutora na península asiática! Mas não tenha dúvidas... que eu não permitirei que tal informação seja distribuída para fora desta embarcação para outros países...! Não importa quantos olhos e ouvidos o mundo tenha. Eles nunca nos encontrarão facilmente! E se isso eventualmente acontecer... nós poderemos atacar e destruir a fonte de tal informação!

- Está ameaçando me matar se eu contar tal coisa para alguém, comandante? (indaga a embaixadora).
-
Não, madame! Não somos assassinos aqui! Lutamos em prol dos menos favorecidos! Atacamos apenas aqueles que estragam a paz e a harmonia do mundo! Jamais faríamos isso contra um aliado de guerra, como a senhora! Mas quero que entenda que cobrarei o seu silencio e o de seu país sobre o nosso segredo! Não viemos aqui com a intenção de ganhar medalhas ou méritos pela futura conquista de conseguir reunir novamente as Coreias ou de simplesmente impedir uma guerra nuclear! Não poderemos aparecer para o mundo! Precisamos continuar mantendo nossa vantagem tecnológica atual. Além do mais..., ninguém acreditará na senhora se contar a verdade!

- Comandante! Eu e meu país não falaremos a ninguém sobre estas embarcações invisíveis que acabam de se encontrar aqui por mera coincidência. Depois de eliminarmos o perigo nuclear dos norte-coreanos, teremos que nos concentrar na reunificação econômica, social, financeira, geográfica e histórica das Coreias! Seremos eternamente gratos ao povo brasileiro e aos aliados a partir do final desta missão.

-
Embaixadora! Não poderemos permitir que uma embarcação invisível norte-coreana fique disponível entre os espólios de guerra. Quanto menos países tiverem acesso a tal coisa, menos problemas o mundo terá no futuro.
- Eu concordo plenamente, comandante! (responde Chin-Mae). O povo coreano não necessitará de uma embarcação invisível. Depois de hoje esperamos nunca mais em nossa história nos envolvermos em conflitos internos ou contra outros países.
-
Quando criamos este equipamento nossa intenção era apenas combater a guerrilha e o tráfico de drogas em nosso continente sul-americano!
- Mas eu ainda tenho uma questão! Como um barco invisível conseguirá atingir o outro sem se verem? E como pode ter certeza de que será este o veículo naval que vencerá tal estranha batalha?
-
Somos especialistas em invisibilidade, madame! Nos conhecemos muito bem e saberemos como lutar contra outro similar! (declara soberano o comandante).
- Então espero que seu inimigo não seja um especialista melhor do que vocês, porque temos uma missão a cumprir antes de ficarmos expostos dentro do território norte-coreano! (declara a embaixadora). Agora voltarei ao meu aposento coletivo, se é que ainda tenho direito a ele!
-
Fique à vontade, embaixadora! (declara o líder Severo). A senhora não está presa, mas nossa inteligência artificial ficará de olho em suas atividades aqui dentro até o fim da missão.

A embaixadora agradece com a cabeça, concordando com a decisão do comandante. Logo depois retorna em direção ao quarto coletivo. Neste momento o soldado Ricardo, responsável pelos sinais de radar, informa algo urgente, o que faz Chin-Mae desistir de ir à parte traseira da embarcação:

-
Comandante! Nosso radar acaba de detectar a posição do inimigo (informa o soldado Ricardo). Ele está se aprontando para disparar em nós com armamento pesado!

- Tenente Júlio! Atirar assim que for feita a mira! Para que não sejamos localizados pelos militares nortecoreanos, que estão armados nas margens deste rio,
lance os projéteis à baixa velocidade!* (ordena gritando, o comandante Severo).

O tenente Júlio atira rapidamente, acertando o cano de saída do canhão inimigo, o que o danificou, impedindo-o de atirar. Na sequência, e conforme programado anteriormente, o computador dispara imediatamente outros três tiros na embarcação inimiga, acertando o casco junto à superfície da água! Mas estes projéteis não conseguiram perfurar a robusta estrutura naval asiática! Um pouco de fogo surgiu no cano de saída de nossa arma durante os tiros, mas rapidamente se apagou. O som também foi abafado, por ser disparado do interior de nosso barco, impedindo que os soldados norte-coreanos, postados à margem do rio inimigo, pudessem nos localizar. Agora os dois comandantes tomam novas decisões. Severo ordena à equipe:

-
Major Margarida! (piloto do barco invisível brasileiro). Acione o motor central para nos deslocarmos lateralmente e assim que nos movimentarmos nesta nova direção desligue imediatamente a propulsão e todos os outros sistemas que possam fazer algum tipo de ruído! Vamos nos esquivar dos tiros do inimigo. Soldado Carlos! (responsável pelas imagens projetadas no casco externo de nosso barco. Ele também é apelidado de cineasta). Preparar para liberar a imagem da baleia nadando na superfície das águas! Major! Assim que nos movimentarmos, cinquenta metros ou mais lateralmente, acione o motor de popa em alta velocidade para fugirmos daqui. Quero sincronia entre a liberação da imagem e o acionamento do motor! Vamos enganar os militares coreanos e navegar rio acima para completarmos nossa missão. Soldado João! Assim que os quatro insetos artificiais encontrarem nosso inimigo invisível ordene que pousem nele e se espalhem simetricamente por toda a superfície. Assim teremos um alvo visível quando nos encontrarmos novamente no retorno de nossa missão.

-
Senhor! Já temos as imagens da estrutura de nossa embarcação enviadas pelo inseto artificial que voa lá fora ao nosso redor! (comenta o Soldado João). Não houve danos externos relevantes, apenas uns poucos arranhões! Podemos continuar prosseguindo desta forma até retornarmos ao Brasil. A irrelevância dos danos não nos denunciará ao inimigo.

O barco inimigo norte-coreano está com problemas maiores neste momento:

-
Senhor! Não podemos atirar novamente (declara o atirador oriental que já recolhera o canhão para o interior da embarcação). Eles danificaram o cano de saída de nosso canhão! Os outros tiros não afetaram a nossa embarcação.
-
Marcha a ré a toda velocidade! (ordena o comandante oriental). Quero o canhão de proa consertado imediatamente! (proa é a parte da frente do navio). Vamos nos reposicionar mais atrás e segui-los lentamente, encurralando-os, antes de completarem a missão!

O comandante da embarcação norte-coreana, agora pensativo, faz a si mesmo perguntas sobre o que acontecera:

-
Por que será que ele não nos destruiu? Talvez não tenham outra chance igual a esta no futuro! Será que superestimamos o barco brasileiro? Ou talvez ele ache que poderá completar a missão antes de nosso combate final! De qualquer modo tenho que destruí-lo!
- Senhor! Nossas tropas nas margens do rio estão informando a presença de uma rápida baleia navegando rio acima!!!! (declara um soldado norte-coreano ao seu superior).
-
Baleia?!?! Um animal deste tamanho jamais passaria por nossas barreiras! Isso é impossível...! Não é uma baleia! É o nosso inimigo! Precisamos segui-lo! Consertem logo o nosso canhão! Vamos segui-lo lentamente!
Marcelo Henrique
como Jornalista Fernando

Andréia Mayumi
como Chin-Mae

* Lançando o projétil à baixa velocidade não sai fogo nem fumaça pelo canhão o que ajuda a manter mais discreto o barco invisível em águas inimigas. Para lançá-lo a uma velocidade maior o procedimento é mais complicado: É preciso posicionar o canhão para fora da embarcação e com isso o tempo desta ação é mais longo, deixando também a embarcação brasileira mais visível em território inimigo.
------------------------------------------
-------------------------------------
Capítulo
Anterior

Próximo
Capítulo

----------------------------------
COMENTE SOBRE
ESTE LIVRO
CLICANDO AQUI