O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

Depois que o barco invisível brasileiro informou aos aliados, que aguardavam ansiosamente, sobre todos os alvos militares e armadilhas detectadas durante a invasão pelo Rio Taedong e que a missão estava completa, ou seja, a torre de transmissão fora destruída, começam então os ataques dos aliados à Coreia do Norte durante a madrugada escura. Uma interferência eletromagnética destrói os sistemas de comunicação do inimigo. O cruel ditador Kim Jong-un em breve descobrirá que não há mais como informar seus exércitos, marinha e aeronáutica. Todos os planos norte-coreanos devem ser postos em prática sem que as comunicações possam fazer parte disso! Os aviões Stealth norte-americanos iniciam como sempre seu ataque furtivo e assustador. Os inimigos não sabem de onde as bombas vêm! Elas destroem com incrível precisão e velocidade os alvos do norte da península coreana, principalmente os equipamentos militares, que foram estudados e identificados muito antes da guerra iniciar! Aeroportos, navios e tanques de guerra, portos, instalações industriais, o palácio do governo, prédios públicos, ônibus e jipes militares. Nada mais restará disponível para lutar a não ser as armas de mão e portáteis. No espaço de poucos minutos as instalações públicas são rapidamente destruídas. Dezenas de militares norte-coreanos são mortos por estarem no lugar certo, mas na hora errada. Os sistemas de defesa locais estão em completo caos. O exército norte-coreano tem milhares de mísseis de longo e médio alcance não nucleares que são atirados continuamente contra seus alvos.

As novas tecnologias americanas de satélites, lasers e aviões especialmente adaptados, além dos incríveis contramísseis, são utilizados e um a um dos projéteis mortais inimigos vão sendo abatidos em pleno ar. O céu noturno da região fica colorido de luzes e dezenas de explosões. Estilhaços se espalham por todo o país ameaçando a população local que corre para se abrigar em suas casas. Na fronteira norte com a China, uma incrível tecnologia, desenvolvida localmente, sai do interior do rio limítrofe entre os dois países: Um tanque de guerra submarino emerge na margem norte-coreana e imediatamente começa a atirar e destruir as bases inimigas postadas por ali. Um ataque maciço de aviões de guerra chineses também invadem o espaço aéreo, bombardeando sem muita precisão todo tipo de instalações existentes no norte da Coreia. Na fronteira ao sul a Coreia do Norte também está sendo bombardeada por aviões militares sul-coreanos. Minas terrestres, a décadas escondidas na zona desmilitarizada são explodidas aos milhares. As linhas de energia elétrica, que mantinham boa parte da fronteira sul eletrificada, também é destruída. Inicia-se uma invasão de robôs de quatro patas enormes com metralhadoras e canhão apontados para frente que vão eliminando os alvos humanos inimigos. O militares norte-coreanos, sem comando, atiram a esmo para tentar impedir a invasão de seu país. Mas centenas são eliminados enquanto um enorme número de soldados sul-coreanos, muito bem protegidos por roupas a prova de balas e equipamentos especiais começam a investida. As baixas se avolumam no país invadido. Raios laiseres cegam os militares do norte, impedindo-os de se defenderem. No mar a leste da Coreia do Norte, navios japoneses e submarinos europeus estão lançando um ataque maciço contra o exército e marinha inimigos posicionados naquela região. Com toda a enorme máquina militar norte-coreana, sem comunicação com o comando e dividida para proteger suas quatro fronteiras, está cada vez mais difícil impedir uma invasão terrestre também por ali. No mar a oeste da península coreana uma incrível frota de navios de guerra, submarinos e aviões norte-coreanos ameaçam os aliados, posicionados a distância. Mas a superioridade norte-americana, apoiada pelos gigantescos navios de guerras chineses, rapidamente começa a demonstrar qual será o resultado final desta batalha. A milhares de quilômetros dali, mísseis Tomarrok norte-americanos a todo o momento rasgam a superfície marinha em direção ao céu e se precipitam às centenas contra o acuado país ditatorial. Centenas de novos miniaviaões não-tripulados, que são pequenos bombardeiros e também bombas inteligentes se espalham pelos céus do país inimigo em busca de novos alvos para serem destruídos. Toda a estrutura de concreto e aço que cerca a foz do Rio Taedong é destruída por torpedos vindos de submarinos. Os famosos marines americanos invadem por ali o país de Kim Jong-un com minissubmarinos. Dezenas de militares navais se esgueiram até as margens, onde alguns militares inimigos ainda resistem, pois tudo por ali fora bombardeado anteriormente pelos aviões Stealth americanos.

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

Os marines surgem pelo meio do rio, já bem próximos dos soldados inimigos e os alvejam com precisão, matando-os com poucos tiros disparados. A invasão por terra por todos os quatro cantos do país começa. O enorme exército destreinado de pessoas simples e ignorantes do povo começa lentamente a recuar para o interior do país. Estão sendo espremidos por todos os lados. Em algum local tranquilo e escondido da Coreia do Norte um assessor militar bate à porta de uma sala reservada. Ele ouve uma resposta vinda do outro lado:

- Pode entrar!

O militar entra no local, baixando a cabeça em sinal de profundo respeito, ou extremo medo, mais provavelmente!

- Com licença, líder supremo! Perdemos todas as comunicações com nossos exércitos! Os poucos relatos que recebemos e que vieram fragmentados de todas as fronteiras, dizem que estamos sendo atacados maciçamente por todos os nossos inimigos!
- E quanto ao barco invisível brasileiro? (indaga Kim Jong-un).
- Não temos nenhuma informação também sobre isso, senhor!
- E o nosso barco invisível?
- Também nada sabemos! Ele não retornou com informações! O que faremos agora?
- Eles vão pagar muito caro por ousarem nos atacar. Serão todos destruídos num inferno nuclear.

Já bem calvo, idoso, gordo e com as sobrancelhas brancas, o grande e supremo líder presunçoso, do alto de seu trono, agora reduzido a uma simples cadeira de madeira velha e já desgastada pelo tempo, abre a gaveta da escrivaninha de cinquenta anos atrás, posicionada à frente, e dali pega uma arma, que coloca na cintura, e um controle remoto que aciona uma, duas, três vezes. Kim Jong-un olha pela janela do escritório improvisado e percebe que nada aconteceu no horizonte depois de seu ato "magnânimo"! Revoltado porque a sua última tentativa de atacar o inimigo falhara, o líder ditador ordena ao soldado:

- Não estou conseguindo acionar o dispositivo nuclear! Quero os técnicos todos aqui! Agora! Vamos até o local acionar tudo manualmente.

O presidente norte-coreano se levanta de sua cadeira, sai do esconderijo poucos minutos depois e entra em sua velha limusine para deixar o local onde vive escondido como um rato no esgoto a céu aberto em que se tornou o seu país, devido a décadas de ingerência e crueldade sub-humana, iniciada pelo seu infame avô, perpetrada com ódio pelo seu infeliz pai e agora com ele que já tem seus dias contados. A comitiva com quatro motos, dois carros e uma limusine, parte dali em alta velocidade, em direção à torre de transmissão para deflagrar manualmente um novo ataque nuclear na história humana.

Chin-Mae e eu, pilotando a moto, estamos retornando em direção ao barco invisível. A descida do local da torre de transmissão foi difícil. Demoramos muito para sair dali. O soldado-aranha teve muita dificuldade para descer pelas rochas. Isso nos atrasou um pouco. Percebemos ao longe que todo o país está envolto em fumaça vinda de pontos distantes!

- Os ataques aliados já começaram! (declara Chin-Mae, sentada na garupa da moto).

Através do sistema de comunicação auricular eu, Fernando, e a embaixadora somos avisados pela voz feminina da inteligência artificial de nosso barco invisível:

-
Embaixadora! Fernando! Estou detectando uma comitiva veicular vindo em alta velocidade na direção de vocês!
- Uma comitiva? (indago eu).
-
Sim! E existe uma limusine entre os veículos! (complementa a voz feminina do supercomputador).
- Só posso imaginar uma pessoa que tenha o poder e os recursos para ter uma limusine neste país... (comenta Chin-Mae quando é interrompida pela inteligência artificial).
-
Exatamente, embaixadora! Kim Jong-un vem na sua direção!
- Qual a chance de uma coisa assim acontecer por acaso? (indago eu).
-
Não é coincidência, Fernando! (declara a voz feminina do computador). Isso é até previsível!
- Como assim? (questiono ao computador).
-
Quando um louco e perturbado tem uma bomba atômica, é provável que neste momento ele tivesse também um dispositivo de acionamento manual próximo à torre de transmissão para garantir que o plano de enviar uma bomba atômica contra o inimigo ainda possa ser executado! (declara a inteligência artificial do barco invisível).
- Se for verdade o que está dizendo... então temos que impedi-los! (declaro eu).
- Mas do que adianta impedi-los! Precisamos fazer mais do que isso. Temos que capturar Kim Jong-un e mostrar a este povo e ao seu exército que o terror acabou! (sugere Chin-Mae).
-
Concordo, embaixadora! (declara o supercomputador). Pare a moto, Fernando! O soldado-aranha fará o serviço!

Eu reduzo a velocidade e estaciono junto à lateral da estrada. O soldado-aranha, que segurava na parte de trás da moto, agora se libera dali e se posiciona à frente deles para protegê-los de eventuais tiros dos militares da comitiva. O enorme robô grava a imagem da estrada atrás de si e logo depois eu, Fernando, com a moto e Chin-Mae na garupa, nos posicionamos atrás do soldado-aranha! Estamos invisíveis aos olhos de todos que venham de frente em nossa direção! A comitiva avança ainda em velocidade sem saber o que lhes aguarda. À frente estão duas motos e um carro antes da limusine. O soldado-aranha faz a mira para destruir os três veículos militares. Em poucos segundos três projéteis certeiros atingem cada um os motoristas dos veículos de duas e quatros rodas. As motos caem no solo asfaltado, deslizando para fora da estrada, uma para cada lado. O veículo desgovernado faz uma curva violenta em plena pista reta e capota diversas vezes, também saindo logo depois da estrada. O motorista da limusine dá uma forte brecada. O mesmo ocorre com as outras duas motos e o segundo veículo que estavam vindo logo atrás.

- Eles vão fugir de nós! (declaro eu).
-
Não! Não irão fugir! (informa o supercomputador através do sistema auricular de comunicação).

Três novos tiros são disparados pelo soldado-aranha, comandado diretamente a distância pelo barco invisível. Dois projéteis atingem os militares que pilotavam as outras duas motos! A outra bala atravessa o para-brisa dianteiro, atinge o motorista da limusine, quase acerta Kim Jong-un, sentado sozinho no banco traseiro, estilhaça o vidro de trás da limusine e, finalmente, a mesma bala acerta o motorista do carro que vinha logo atrás e estava freando fortemente. Este perde o controle e bate com força na traseira da limusine.

O ditador norte-coreano se assusta com todo este evento. Ele está sujo pelo sangue de seu motorista que espirrou no uniforme militar. Por alguns instantes o frio ditador arregala os olhos e logo depois percebe que sua vida está prestes a acabar ali mesmo! Destemido e acostumado a ver pessoas morrerem todos os dias segundo suas ordens, Kim Jong-un, cerra os punhos de raiva, abaixa as sobrancelhas, espreme ainda mais os já quase fechados olhos orientais e decide sair do carro blindado, que de nada lhe serviu contra inimigo tão poderoso!

- Estou aqui! Venha me enfrentar como um homem! Lute comigo, seu covarde assassino! (brada contrariado o cruel ditador).

Eu, Fernando, olho para Chin-Mae que está ainda em minha garupa, enquanto o soldado-aranha sai de nossa frente nos tornando visíveis para Kim Jong-un. Ele espreme os olhos e percebe que a motocicleta se "materializou" diante de seus olhos a distância.

- Vamos prendê-lo, Fernando! (declara a embaixadora).
- Boa ideia! Mas onde? Estamos de moto!
-
Vamos levá-lo de limusine até o barco invisível! (declara a voz feminina do supercomputador pelo sistema auricular de comunicação). Fernando! Aproxime-se da limusine! O soldado-aranha já está se segurando na parte de trás da moto!

Fora do carro, Kim Jong-un coloca as mãos na cintura, mas uma delas está muito próxima de pegar uma arma, guardada discretamente sob a comprida camisa do uniforme militar. Eu me aproximo de moto lentamente sob o olhar fulminante do ditador. Parei a poucos metros de distância dele. Chin-Mae desce da garupa e dirige-se até o poderoso ditador. O computador do barco invisível me informa, via sistema de comunicação auricular, algo totalmente inesperado:

-
Fernando! Não comente nada do que eu disser agora! Troquei o canal de comunicação de seu sistema auricular para poder informar apenas a você o que vou dizer agora! Traduzirei em tempo real tudo o que for dito em coreano entre a embaixadora e o ditador. Não quero que ela saiba que eu tenho condições de fazer isso! Esta é uma vantagem estratégica que não deve ser revelada a ninguém!

Eu, impressionado, mas nem tanto, já que a todo o momento novas tecnologias me são reveladas, me mantenho tranquilo e sereno, enquanto observo mais uma vez a história se desenrolarmuito perto de mim e diante de meus olhos.

- Lembra-se de mim? (indaga Chin-Mae para completo espanto de Kim Jong-un).
- E eu te conheço? (indaga prepotente o surpreso ditador).
- Deveria! Afinal... sou sua filha Chin-Mae!

Kim Jong-un olha espantado para ela e sua expressão muda de sério e revoltado para incrédulo e pensativo.

- Chin-Mae...? Não pode ser...! Você morreu afogada ao tentar fugir daqui!
- Não! Todos pensaram que eu morrera ao fugir para a Coreia do Sul. Mas eu sempre fui uma grande nadadora..., papai! E também tinha guardado comigo um fino tubinho para respirar discretamente, enquanto estava mergulhada e nadando para longe de seu controle!

Eu, Fernando, procuro me manter sereno neste momento! Mas é muito difícil imaginar que a mulher que está nos auxiliando a derrubar o governo inimigo... é na verdade a filha do próprio inimigo! Não sei bem o que pensar sobre isso! Não sei mais se isso é bom ou ruim!

- Diga-me onde está a minha família, seu desgraçado! (diz a embaixadora).

Kim Jong-un sorri ironicamente para ela e declara:

- Se me deixar ir embora eu lhe digo!
- Você está preso e será levado para ser apresentado em praça pública para todo o povo norte-coreano como prisioneiro de guerra. Será julgado e com certeza condenado por todos os seus crimes contra a humanidade (diz ela).
- Se me levar preso nunca mais verá a sua família viva!
- Se não me disser onde eles estão, eu mesma acabarei aqui com a sua vida e levarei seu corpo para ser exibido em praça pública.
- Minha filha! Quando você ainda era adolescente, odiava fazer mal aos outros, aos animais, à natureza! Como espera que eu agora acredite que você faria o que diz poder fazer?

Chin-Mae o encara com ódio no olhar e nada comenta sobre isso. Percebi que eu tinha que me manifestar de alguma forma para provar que estávamos ali falando sério em levá-lo preso!

- Chega de conversa! (digo eu, Fernando). Soldado-aranha! Apresente-se visualmente para o nosso ditador prisioneiro e mostre a ele que estamos aqui para levá-lo para a prisão!

O soldado-aranha, do comprimento de um automóvel e com mais de dois metros de altura, começa a andar lentamente em frente e desliga seu sistema de leds para se mostrar para o ditador oriental, que arregala seus olhos ao visualizar o enorme e assustador robô que vem em sua duração. Na parte de cima o sistema de armas está disponível e apontado diretamente para Kim Jong-un. O cano de uma das poderosas armas se aproxima cada vez mais do rosto do ditador, que saca a sua arma na tentativa de agarrar Chin-Mae e usá-la como escudo. Mas a embaixadora tem seus próprios truques escondidos! Aproveitando a ação do pai, rapidamente a bela mulher, com uma das mãos, acerta um forte golpe contra o estômago do ditador e um novo golpe com a outra mão sobre a arma de Kim Jong-un, que cai no chão! Ele também vai ao solo de joelhos e com muitas dores.

- Aproveite este momento... porque precisará muito usar os joelhos para pedir perdão às famílias e vidas que destruiu! (declara a embaixadora). Agora... eu quero saber onde está a minha família ou farei você lamber esta estrada até a cadeia onde ficará preso!

O soldado-aranha aproxima-se de vez do ditador e com uma das garras mecânicas segura firmemente o braço do presidente vencido, que agora se ergue forçadamente do chão. Ele grita de dor pela força com que fora agarrado pelo robô brasileiro.

- Diga-me onde está a minha família...! Agora...! (grita nervosa Chin-Mae ao pai que apenas começou a pagar seus pecados na Terra).
- Está bem...! Está bem...! Sua mãe e irmã estão presas num campo de prisioneiros numa ilha fluvial ao sul, em Süngho. Basta ir em direção à foz do Taedong e entrar na próxima esquerda, quando o rio se dividir!
- E onde está o meu irmão mais velho?
- Ele morreu!
- Você o matou?
- Eu já disse o que você queria saber! Não falarei mais nada! (declara o ditador preso por um dos braços pelo soldado-aranha, que agora fica novamente invisível, mas sem soltar o maior de todos os troféus orientais).
- Fernando! Vamos retornar à nossa embarcação! (requisita Chin-Mae). Temos que soltar a minha família presa em Süngho antes de apresentar este... calhorda... ao seu povo.
- Soltar a sua família? Como assim? (indago eu a ela, fingindo não estar sabendo de nada sobre a conversa que ambos tiveram).
- É uma longa história. Vamos embora, que eu te conto tudo no caminho (declara a embaixadora).
- Por que temos que libertar a sua família antes de apresentá-lo ao povo norte-coreano? (indago eu). Você disse que se fizermos isso rapidamente poderemos impedir que a guerra se alastre e o povo todo sofra ainda mais com isso...! Pois bem...! Os bombardeios já começaram...! Temos que exibi-lo ao povo agora!
- Existe um campo de concentração onde a minha família e centenas de outras pessoas estão presas!
- Como sabe disso?
- Estudei imagens recentes de satélite e me lembro desta ilha! É um enorme campo de concentração cercado por soldados muito bem armados. Se expusermos este homem agora... temo que os soldados matem todos na ilha!
- Entendo, Chin-Mae...! Então vamos logo libertar a sua família e as outras pessoas!
- Vamos prender..., meu pai... no porta-malas da limusine! Eu dirijo este veículo pelas estradas até a nossa embarcação. Troque a sua moto por uma daquelas motos oficiais. Troque as suas roupas com a de um dos motoqueiros e eu ficarei com as do motorista deste carro. Você será meu batedor e eu o motorista oficial deste último ditador da história humana.
- Está bem, Chin-Mae! (declaro eu). Mas como jornalista que sou..., tem muito que me explicar sobre tudo isso! Como seu futuro namorado... tem muito o que me explicar sobre tudo isso!

Ela sorri para mim e responde às minhas questões:

- Não se preocupe, Fernando! Tudo será esclarecido! Mas vamos logo embora daqui. Com o ataque aliado em andamento, este veículo tornou-se alvo militar! Temos que chegar rapidamente ao nosso transporte!
- Vocês não irão muito longe! (declara Kim Jong-un). E em breve meus homens detonarão o artefato nuclear, matando nossos inimigos!
- Do que está falando? (indaga Chin-Mae a ele).
- A bomba pode ser detonada manualmente! Existem dezenas de homens meus que estão vindo para cá para fazer isso.
- Está mentindo! (acusa a embaixadora). Se isso é verdade por que você estava pessoalmente vindo para cá?
- Você pensa que sabe das coisas porque viveu a infância e adolescência aqui! Mas não sabe de nada! Acha mesmo que eu teria apenas um modo de detonar meu mais precioso bem?
- Se está falando a verdade não poderemos deixar este local (comenta Chin-Mae). Teremos que combater todos os inimigos que se aproximarem daqui até que as bombas sejam todas desativadas!

O ditador sorri e comenta:

- A minha morte ou captura não trará a paz que deseja a esta região! A guerra está apenas começando e se espalhará por todos os continentes! (ameaça Kim Jong-un).

Chin-Mae e eu ficamos olhando preocupados para aquele cruel homem que nem sequer está se importando com a sua vida. Ele só deseja a destruição de todos que o cercam!

-
Fernando! Vou deixar o soldado-aranha aqui para proteger a torre de transmissão! (decide a inteligência artificial). Você e a embaixadora levem o ditador e salvem as pessoas dentro do campo de concentração.
- Não podemos deixá-lo aqui! (digo eu ao supercomputador).
-
Numa guerra não há espaço para sentimentalismos! (declara a voz feminina do supercomputador). Resolvam a situação e eu ficarei por aqui. Quando os aliados chegarem para desarmar definitivamente o sistema de lançamento atômico eu poderei deixar este local.
- Mas como retornará à nossa embarcação? (indago eu). Suas baterias não durarão o suficiente!
-
Não se preocupe! Se isso acontecer não deixarei que minha tecnologia fique disponível para ser analisada por outros exércitos!
- Você se autodestruirá? É isso? (indaga Chin-Mae).
-
Vocês estão atrasados! Milhares de vidas poderão ser salvas se correrem! Vão logo! (ordena o supercomputador ao casal).
- Tenho que deixar a moto do barco invisível aqui! (declaro eu ao supercomputador). Para garantir meu disfarce vou utilizar uma das motos norte-coreanas.
-
Tudo bem! Deixe-a comigo! (declara a inteligência artificial). Vou cuidar bem dela para você!

Chin-Mae abre o porta-malas da limusine e o soldado-aranha, ainda agarrado ao braço do ditador, arrasta-o até o local.

- Entre aí..., papai...! (declara a embaixadora).
- Eu sou o líder deste país! Dê-me a dignidade de pelo menos ir sentado no interior de meu carro! (declara Kim Jong-un).
- Este carro não é mais seu...! (informa Chin-Mae). Foi comprado com o dinheiro das pessoas que viveram indignamente por décadas neste país...! E agora... vou lhe dar a mesma dignidade e conforto que você merece...! Entre neste porta-malas ou eu mesma cortarei seu corpo gordo em pedaços para caber aí dentro.

Sem opções o pai ditador da embaixadora atende a ordem e entra com dificuldades no cubículo traseiro de sua ex-limusine. Enquanto isso eu, Fernando, corro até as motos oficiais norte-coreanas, caídas no solo.

- Esta aqui não vai funcionar! (digo eu). O tanque de combustível se rompeu.

Corro até a outra moto, enquanto Chin-Mae se dirige até a frente do enorme carro. Ela abre a porta e puxa o motorista morto até que ele caia no chão. A bala que o atingiu, o matou imediatamente. Seu sangue se espalhou por todo o volante, banco e painel do veículo. A embaixadora começa a retirar a roupa dele ali mesmo, no asfalto da estrada. Eu finalmente encontro uma das motos que ainda está funcionando corretamente. O soldado-aranha já agarrou a moto brasileira e a encostou num canto meio escondido no sopé do morro onde estão. Agora eu também retiro as roupas do motoqueiro e as visto, logo depois de jogar as minhas fora. De longe vejo que Chin-Mae também retirou as roupas dela e está apenas com os acessórios íntimos. Eu não sabia que ela tinha um corpo tão magnífico. Uma pele suave, muito clara e linda! Uma visão maravilhosa em meio a tantas desgraças que a guerra sempre proporciona. Rapidamente ela se veste e pega o chapéu do motorista, chamado de quepe. Ela entra na limusine e coloca o capacete brasileiro, com visor de visão noturna, no banco ao seu lado. Eu ligo a moto e me aproximo do vidro aberto da limusine.

- Vamos embora, meu amor? (digo eu a ela).
- Hum! Gostei da frase...! (responde ela com um sorriso). Sim! Vamos embora!

O soldado-aranha ficou invisível no local, aguardando a chegada de eventuais novos militares norte-coreanos. O supercomputador decidiu que não compensava subir novamente o morro com o soldado-aranha para proteger mais de perto o local da torre. Ele ficou ali mesmo, na parte baixa e, auxiliado pelo satélite brasileiro, está pronto para atacar qualquer um que se aproxime demais. Enquanto eu piloto a moto brasileira à frente, um inseto artificial está pousado na garupa! O outro inseto artificial voou para o interior da limusine. Eu agora converso com a embaixadora pelo sistema auricular.

- Chin-Mae! Que história é essa de você ser filha de Kim Jong-un? (indago eu a ela).
- Eu nasci aqui na Coreia do Norte quando... meu pai... ainda era somente o filho mais novo de meu... avô: Kim Jong-Il (responde Chin-Mae). Este homem, meu pai, abusou de centenas de mulheres norte-coreanas. Tem centenas de filhos e filhas espalhados por todo este país. Ele até gostava de mim, mas era cruel com o restante de minha família. Por isso eu o odeio! Meus irmãos mais velhos não são filhos dele! Aos poucos se tornou ainda mais cruel do que meu avô. Eu vivi uma infância muito sofrida daquele dia em diante. Passávamos muita fome. Quando me tornei uma adolescente, resolvi fugir! Minha família não quis vir comigo! Nós choramos muito antes de eu partir. Mas não queria mais viver daquele jeito. Queria uma nova vida no Coreia do Sul. Mas fugir não era algo fácil. Todas as fronteiras sempre foram bem protegidas pelos militares. Decidi que a forma mais segura de deixar este país seria nadando! Treinei muito! Tornei-me numa excelente nadadora! Eu batia todos os dias meu próprio recorde prendendo a respiração. Fiz muita musculação também e quando achei que estava pronta, me despedi de minha família, viajei até próximo ao mar e mergulhei de um penhasco, onde a segurança militar era mais frágil. Dentro d'água eu desapareci para os olhos militares locais! Eles não me viram mais depois disso. Foi uma maratona aquática! Mas eu consegui depois de dois dias no mar. Cheguei muito debilitada e doente. Acolheram-me no sul. Quem consegue fugir do norte se transforma numa celebridade no sul. Completei meus estudos, aprendi diversas línguas e me apaixonei pelo Brasil e sua estabilidade social, racial e política. Transformei-me em embaixadora e optei pelo seu país, onde vivo até hoje.

-
Sua história dá um romance, Chin-Mae! (digo eu a ela através do sistema de comunicação auricular). O que fará depois que tudo isso acabar?
- Não sei! Só quero salvar a minha família e depois decido o que fazer.

À frente uma patrulha militar vem em nossa direção.

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- E agora, Chin-Mae? O que faremos? Não temos o soldado-aranha para nos proteger e nem a invisibilidade para nos esconder.

- Fernando! Não pare! Vamos passar por eles como se não precisássemos dar esclarecimentos. Aqui todos temem muito Kim Jong-un. Ninguém se atreverá a nos parar. Vamos acelerar mais!

Acelerei e ela também. A patrulha abriu caminho para liberar a estrada para nós. Eles quase pararam nas laterais da estrada. Passamos direto como previsto pela embaixadora. Mas uma das motocicletas da patrulha resolveu nos comboiar, nos seguindo. Assim, fiquei eu de moto na frente, a limusine com Chin-Mae logo depois e atrás dela a outra moto militar norte-coreana.

- Estão nos seguindo, Chin-Mae! (digo eu a ela).
- Eu sei! Acho que ele deseja apenas nos dar apoio, já que estamos sem os outros batedores.

Apreensivo eu e ela continuamos em nosso caminho para retornar ao barco invisível.

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