Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

VOLTAR À PÁG. DA COLEÇÃO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Navegando pelas águas calmas do rio em direção à fronteira do Brasil, Pedro, Carlito e mais quarenta e oito homens estão quase chegando ao local. Ao longe uma coluna do exército brasileiro impede a passagem de pessoas por ali a não ser que se identifiquem. Eles são parados!

- Alto lá! Onde pensam que estão indo vocês?
- Somos refugiados colombianos! (declara Carlito). Nossas vilas foram atacadas pelas FARC e não restou nada por lá! Precisamos de abrigo para passar esta noite, porque nas fronteiras da Colômbia isso é impossível!

- A fronteira para o Brasil está fechada! Não queremos que os guerrilheiros passem para cá e ameacem as pessoas de nosso país! (informa o líder militar brasileiro do interior de seu barco).
- Senhores! Só precisamos passar esta noite por aqui! Amanhã bem cedo iremos embora. Viajaremos para um ponto mais seguro da Colômbia, onde estes terríveis guerrilheiros não nos incomodarão mais!
- Mesmo assim eu não posso ajudá-los! Minhas ordens são para não deixar ninguém entrar no Brasil sem permissão ou documentos que comprovem que são as pessoas.
- Tenente! Eu sou Pedro Álvares, sargento da marinha brasileira! Eu vim a este país especialmente para retirar estas pessoas de suas vilas destruídas. Eu me responsabilizo completamente por este pessoal!
- Você tem alguma identificação..., sargento?
- Infelizmente eu não estou portando nenhum documento neste momento. Eu vim incógnito para a Colômbia para não criar um problema diplomático com o governo local.
- E espera que eu acredite nisso?
- Você pode ligar para o general Figueiredo em Brasília! Foi ele quem me enviou para cá! Você terá a confirmação de minha história entrando em contato com o quartel-general da marinha!

O tenente brasileiro olha para Pedro, procurando sinais de verdade em suas palavras. Ele resolve entrar em contato para confirmar tal informação.

-
Cabo Itaquara! (grita o tenente para seu subalterno que está em outra lancha). Passe um rádio para o quartel-general da marinha em Brasília! Chame pelo general Figueiredo e me traga o rádio assim que conseguir.

- Sim, senhor! (atende o cabo).
- Como veio parar no meio do inferno, sargento Pedro? (indaga o tenente).
- Longa história! Para encurtá-la... eu me candidatei à vaga disponível!
- Como alguém pode ser tão idiota em fazer isso? (indaga ironicamente o tenente ao Pedro que sorri para a pergunta).

- Tenente! No mundo existem idiotas para fazerem qualquer coisa! Alguns fazem apenas perguntas idiotas...! Outros ficam dentro de um barco no meio de um rio para garantir que ninguém passe por aqui, sendo que dentro do Brasil já existem outros idiotas que entraram pelas costas do maior dos idiotas que fica aqui falando comigo... e fazendo cara de idiota!

O tenente não gosta da brincadeira e saca a sua arma apontando para Pedro:

- Sargento! Torça para o general confirmar a sua história...! Do contrário... eu o matarei e deixarei apenas o seu corpo seguir o caminho do rio.

Pedro sorri! Vira-se de lado para mostrar o telefone branco de satélite da marinha brasileira pendurado em sua cintura.

- O que é isso? (indaga o tenente ainda apontando sua arma para Pedro).
- Este é um telefone exclusivo da marinha brasileira. Ele tem identificação de digitais e assim eu..., e apenas eu..., posso falar diretamente com o general Figueiredo em Brasília!

O barco do cabo do exército aproxima-se do barco do tenente e lhe passa o rádio:

- Senhor! General Figueiredo na linha!

O tenente olha diretamente para os olhos de Pedro, com a arma ainda apontada para ele, pega o rádio e fala com o general:

- General Figueiredo! Sou o tenente Paracatu do exército brasileiro atuando na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela na região conhecida como Cabeça de Cachorro! Bom dia, senhor...!
-
Bom dia, tenente! Qual é a situação aí no local? (indaga o general).

- O caso é que tenho uma pessoa aqui na fronteira que diz ser o sargento Pedro da marinha brasileira em missão especial na Colômbia para a retirada de um grupo de moradores locais. O sargento alega que tais pessoas perderam tudo em suas vilas, que foram atacadas pelas FARC! O sargento Pedro requisita pousada no Brasil para ele e seu grupo por apenas uma noite. Disse que amanhã levará o pessoal de volta para a Colômbia. Ele não porta nenhum documento e nem armas. Também disse que o senhor autorizou esta operação secreta! É verdade, senhor...?

-
Tenente! Deixe-me falar com o sargento, antes de eu autorizar a entrada dele no Brasil (requisita o general).
- Pois não, senhor...! Ele quer lhe falar, pessoalmente...! (comenta o tenente entregando o rádio ao sargento Pedro, que sorri para o pessoal do exército).
- Bom dia, general...!
-
O que está acontecendo, Pedro?

- Eu encontrei... um pessoal... são boa gente...! Estavam vivendo na floresta porque perderam tudo...! Eles precisam de um local para passar esta noite, senhor...! Estava pensando na cidade próxima daqui da fronteira! Cucuí!

-
Cucuí? É onde estão escondidos o coronel Conrado e seu bando das FARC?
- Correto, senhor! Isso mesmo!
-
Pedro! Ouça-me com atenção! Estas pessoas que estão com você são os guerrilheiros da AUC que me falou na ligação anterior?
- Exatamente, senhor!

-
Não posso autorizar que você entre no Brasil com mais guerrilheiros colombianos, Pedro! Vou enviar agora o barco invisível para eliminar o bando escondido nesta cidade! Vou autorizar apenas a sua entrada no Brasil! Deixe que estes guerrilheiros retornem para a Colômbia, Pedro!

- Senhor! Estou com um problema aqui neste momento! O tenente do exército está com a arma apontada para a minha cabeça e disse que me matará se o senhor não me autorizar a entrar no Brasil com todo o meu pessoal junto!

-
Está de brincadeira, sargento Pedro? (indaga o general Figueiredo).
- Não, senhor! Quer falar diretamente com o tenente? Se ele for homem de verdade confirmará o que estou lhe dizendo, senhor!
-
Sargento Pedro! Você criou toda esta situação apenas para eu autorizar a entrada destes assassinos em nosso país? (indaga o general).

- Não, senhor! Eu acho que o tenente é meio novo para a função de liderança de uma ação de confronto na fronteira! Dê um desconto para ele! Acho que se aparecerem guerrilheiros de verdade por aqui o tenente agirá com pulso forte! (responde Pedro olhando e sorrindo para o tenente, que já está suando com a confusão em que acabara de se meter).

-
Está bem, Pedro! Desta vez vou lhe conceder este favor! Mas eu quero todo este pessoal escoltado para fora de nosso país quando a ação contra Conrado e seu bando estiver terminada. Do contrário eu requisitarei ao nosso pessoal do barco invisível para eliminar também seus companheiros! Fui claro?

- Claríssimo, senhor! Vou passar o rádio para o tenente agora. Obrigado pelo elogio, senhor!

Pedro estica o braço e entrega o rádio de volta ao tenente, que ainda lhe aponta a arma.

- Tenente Paracatu na escuta, senhor!
-
Tenente! O senhor está apontando uma arma para o sargento Pedro? (indaga o general Figueiredo).

- Não...! (responde o tenente guardando a arma de volta na cintura, enquanto Pedro ergue as sobrancelhas para ele, fazendo cara de pouco caso e insinuando que ele está mentindo). Quero dizer...! Sim, senhor...! Eu estava...!

-
Abaixe esta arma, tenente! Ele é um dos nossos em missão especial na Colômbia. Este homem que está em sua frente é um herói nacional! O Brasil deve a ele mais do que pode retribuir. Ele arriscou a sua vida em missões que a maioria dos homens, nem em seus sonhos mais heróicos ousariam imaginar!

- Sim, senhor!
-
Libere Pedro e o grupo de...! Quantos estão com ele...?
- Ainda não contei, senhor, mas... (comenta o tenente passando rapidamente os olhos para saber mais ou menos quantos entrarão no Brasil).

Pedro usa a boca, mas sem emitir nenhum som, fala pausadamente o número: "quarenta e nove pessoas e eu"!

- São quarenta e nove pessoas, senhor!
-
Quarenta e nove?!?! (indaga espantado o general).
- Sim, senhor! Exatamente quarenta e nove mais o sargento Pedro, senhor!

Do outro lado o tenente ouve o general bufar de raiva.

- Algum problema, senhor? Se for por culpa minha... saiba que eu já guardei a minha arma e...
- Não...! Não, tenente...! Está tudo bem...! Libere Pedro e os quarenta e nove... refugiados...!
- Sim, senhor! Agora mesmo! Obrigado pela atenção, senhor! Fique tranquilo! Serão todos muito bem tratados aqui no Brasil...

-
Tenente! Não precisa exagerar! Deixe-os apenas passar! O sargento Pedro cuidará de tudo. Mantenha seu pessoal atento aí na fronteira. Esta região anda muito volátil ultimamente! A qualquer momento uma guerra civil poderá explodir no país vizinho!

- Sim, senhor! Câmbio e desligo...! Sargento Pedro! Tem a minha permissão para passar junto com seu grupo de refugiados! Tenham todos uma boa estada no Brasil esta noite, senhores!
- Obrigado, tenente! Se trabalhar direitinho aqui na fronteira vou indicá-lo para uma promoção! (desdenha Pedro do colega militar).
- Está bem, sargento... muito obrigado... eu acho...! (declara o tenente meio confuso e sem ter certeza de que o que fora dito seria algo bom).

Pedro sorri e os barcos da AUC avançam pelo rio para o interior do Brasil.

- Pedro! Acho que você precisa de cuidados especiais! (comenta Carlito).
- Do que está falando, Carlito? (indaga Pedro sem saber o porquê de tal observação).

- Você está se arriscando mais do que é necessário..., desafia seus superiores..., não se importa com a sua vida e resolve enfrentar um bando inteiro das FARC...! Acho que você perdeu o amor à sua própria vida...!

- Está insinuando que estou precisando de um psicólogo? (indaga Pedro).
- Ou um psiquiatra!

Pedro olha sério para Carlito e começa a rir!

- Que foi? Acha que estou brincando?
- O que você entende deste assunto, Carlito?

- Eu? Sou psquiatra, Pedro! Deixei a minha profissão porque meus amigos e parentes não suportavam mais as agressões dos grupos guerrilheiros de esquerda em meu país! Portanto, eu sei do que estou falando sobre você e suas atitudes!

- Se você deixou sua profissão para ser guerrilheiro..., então é você quem está precisando de ajuda médica!

Agora os dois ficam sorrindo um para o outro, quando Carlito declara:

- Acho que somos ambos loucos...!

Os dois gargalham e boa parte do bando também o faz, enquanto todos navegam pelo rio em direção a Cucuí!

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

COMENTE SOBRE
ESTE LIVRO
CLICANDO AQUI

------------------------------------------
-------------------------------------
Capítulo
Anterior

Próximo
Capítulo

----------------------------------