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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

No quarto do principal hospital de Brasília o presidente já está consciente, mas ainda deitado na cama. Ele acaba de conversar com a enfermeira que está saindo dali. Quando a porta se fecha o paciente olha de lado e fala algo para as paredes:

- Sei que está aí, Sérgio! Vamos conversar!

O androide se torna visível. Ele está de braços cruzados e em pé ao lado do presidente.

- Como sabia que eu estava aqui, senhor presidente? (indaga Sérgio).

Ele sorri e responde:

- Acha mesmo que criaríamos um equipamento como você e o barco invisível sem que os responsáveis por tudo isso não pudessem detectá-los?

Sérgio estranha a informação que ele desconhecia e indaga novamente:

- Que tipo de recurso o senhor teria que poderia ser capaz de me detectar?

- Um implante eletrônico, Sérgio! Ele me avisa de sua presença, direção e distância em que está! Você tem um similar também em seu corpo. Quando estamos perto o seu avisa o meu e assim passo a ter consciência de sua presença!

- Espero que o vice-presidente também não tenha este recurso disponível!
- Não tem! Ele nem sequer sabe do projeto de invisibilidade! Limitamos as informações ao menor número possível de pessoas, para que pudéssemos manter o segredo.
- A imprensa anunciou há pouco o envolvimento do vice com as FARC.
- É verdade? Eu não sabia do envolvimento dele! (declara o presidente César).

- Na lista que extraí de um ex-militante das FARC e que enviei ao general não consta a presença do vice-presidente! Parece que descobrimos afinal quem é o chefe de tudo isso! Ele inclusive já decretou o toque de recolher e suspendeu as atividades dos ACMPRs!

- É mesmo? Então preciso impedi-lo agora! Vou retirá-lo do poder! (declara o presidente se levantando de seu leito e se sentando na cama).
- Não deve sair daqui, senhor presidente! Ainda não está em condições para isso!

- Servir ao país não é uma questão de se ter condições, Sérgio! É tudo uma questão de dever cívico e patriótico (responde o presidente fazendo muitas caretas para se sentar na cama). Nossa...! Como dói...! Além do mais... o tiro apenas quebrou uma costela! O colete à prova de balas impediu a minha morte! Ligue para meu motorista particular. Diga que traga a limusine presidencial agora e urgente até a porta do hospital.

- Senhor! Eu mesmo posso ir ao Palácio do Planalto me encontrar com o vice-presidente! Ele me confessará tudo o que sabe antes de... renunciar ao cargo!

- Não pode matá-lo agora, Sérgio. Estaria entregando o país nas mãos do líder do congresso em minha ausência! E todos nós sabemos que no congresso atual poucos políticos dali têm alguma utilidade séria! É um bando de laranjas e incompetentes. Talvez eles afundem o país antes de eu ficar bom.

- Senhor! O que pretende fazer então?
- Vou reassumir meu cargo! Depois disso você poderá agir. Ficarei no Palácio do Planalto até me recuperar melhor, enquanto você termina a limpeza aqui em Brasília. Em breve tudo deverá voltar ao normal!

- Senhor...! O vice-presidente está neste momento fazendo uma declaração urgente à TV... O senhor não irá gostar do depoimento dele...!

O presidente, já sentado na cama hospitalar e com cara de dor, olha preocupado na direção do androide, que lhe oferece um ponto auricular para que ele também ouça o depoimento do líder do submundo!

- Brasileiros e brasileiras! Em face aos últimos eventos no cenário político nacional... e diante de tantas mortes de políticos influentes e importantes da história atual brasileira..., estou criando um grupo de elite que irá atender com força e violência aos chamados presidenciais..., quando alguma coisa nova ou fora de contexto acontecer...! A repressão aos cruéis grupos de extermínio, escondidos sob a falácia da existência de um fantasma urbano assassino..., será combatida com a mesma violência que estão empregando contra nós...! Precisamos eliminar imediatamente este perigo... que poderá levar à destruição do conceito de democracia no Brasil...! Nossas instituições estão sendo ameaçadas...! Não deixarei o país ruir diante dos inimigos da democracia...! Em paralelo... estou dissolvendo temporariamente o congresso e o senado da república...! Até que as investigações, realizadas pelo executivo... tornem claro quem é quem no poder. Quero que todos os brasileiros fiquem tranquilos..., durmam tranquilos..., que eu protegerei o estilo de vida nacional! Já conversei com meus ministros militares e eles farão a segurança nacional...! O país voltará às rédeas da lei e da ordem..., e daqui em diante... isso nunca mais deixará de ser assim.
O presidente, com uma faixa ao redor do tórax levanta-se finalmente da cama entregando de volta o ponto auricular para o androide.

- Sérgio! Pegue meu paletó no armário e depois abra a porta de saída para mim! Vamos embora daqui!
- Não seria melhor uma cadeira de rodas, senhor? (declara Sérgio abrindo a porta do armário e retirando o paletó dali).

- Se eu sair de cadeira de rodas daqui, todos saberão que não estou bem! Preciso agora enfrentar a dor para chegar ao Palácio do Planalto (declara o presidente vestindo com dificuldade o paletó). Quero você ao meu lado o tempo todo como um guarda-costas e não como um fantasma invisível. Não deixe que ninguém se aproxima de mim. Preciso ter uma conversa reservada com o vice-presidente da república!

- Senhor! Está pondo em risco a sua vida e consequentemente o futuro do país!

- O futuro do país já está comprometido, Sérgio. Quando planejamos as ações do barco invisível e as suas, não esperávamos tantos efeitos colaterais! Acreditávamos que as operações seriam um sucesso e que os bandidos fugiriam ao verem um fantasma assassino. Mas eles não querem ceder e estão contra-atacando. A Colômbia está um caos e o mesmo está agora acontecendo no Brasil. Conseguimos estragar tudo! Transformamos nosso país numa ditadura novamente!

- Isso não se sustentará por muito tempo, senhor! Eu terminarei meu trabalho e tudo voltará ao normal muito em breve!
- Espero que tenha razão! Do contrário a história nos crucificará quando souberem a verdade! Vamos embora daqui.
- Senhor! Precisará de um paletó novo! (declara Sérgio apontando para o visível furo de bala que quase o matou).

O presidente olha para baixo e confirma o rasgo.

- Quando eu chegar ao Palácio vou me trocar... e logo depois vou me encontrar o vice-presidente!

Ao dizer isso, Sérgio abre a porta de saída do quarto e segue seu chefe ferido, mas que não demonstra dor ou nenhum problema ao caminhar. Enfermeiros e médicos se espantam ao ver aquele homem caminhando de forma segura e altiva pelo corredor em direção à saída do hospital.

- Senhor! Não pode deixar este hospital. Precisa de repouso para se recuperar! (diz a enfermeira ao corajoso presidente).
- Fique tranquila, enfermeira! Já estou melhor! Tenho muito serviço a cumprir! (responde o presidente sem olhar diretamente para ela e caminhando sério, concentrado em não demonstrar nenhuma dor).

Ele e Sérgio chegam lá fora onde estão diversos veículos militares protegendo o entorno do hospital. O veículo presidencial já está estacionado junto à saída. O motorista da limusine abre a porta traseira e faz continência ao presidente que entra no carro e se senta. A porta é fechada enquanto Sérgio dá a volta e se senta ao lado do presidente. O motorista entra também e indaga o presidente:

- Que bom que já está bem, senhor! Para onde vamos agora?
- Para o Palácio do Planalto! Vamos para casa, motorista! Vamos colocar em ordem este país!
- Sim, senhor! (responde o motorista ligando o veículo e saindo dali).
- Faça-me um favor! Não corra e evite os buracos das vias! (ordena o presidente ao motorista).

- Pode deixar, senhor! Fique tranquilo! (responde o motorista).

Do outro lado da cidade, num lugar não informado, chega um carro oficial, onde estão em seu interior, Michele, a esposa, e Tomás, o filho do presidente. Ambos descem dali, cercados pelos seguranças do grupo de proteção, e caminham em direção ao imóvel nos subúrbios de Brasília. Apreensivos, mãe e filho entram no local se isolando do mundo verde e amarelo. Para a proteção estão apenas os homens deste grupo especial.

Poucos minutos depois de partir do hospital, o veículo oficial, acompanhado de perto pelos veículos militares, chega até o Palácio do Planalto. O exército, que também está lá, abre espaço para a limusine da presidência da república passar! O motorista oficial desce e se dirige até a porta traseira. Ele a abre. Dali sai o presidente da república que aparenta estar bem de saúde. Do outro lado desce Sérgio que se posiciona ao lado de César na caminhada até a entrada do Palácio. Já no interior o presidente da república vai direto ao encontro de sua família no andar superior, mas no caminho encontra o vice presidente descendo a rampa de acesso com dois seguranças. O segundo em comando se assusta com a visão do homem que deveria estar morto! Ele para de andar assim como César e Sérgio que vêm logo atrás.

- Olá, senhor presidente! Já de pé? (indaga o vice).
- Eu mal me ausentei e encontro o país todo de pernas para o ar! O que pensa que está fazendo em meu lugar? (indaga César).
- Precisamos conversar, senhor! Tive que tomar algumas atitudes drásticas para conter a violência urbana que se alastrou depois de seu atentado!

- Pare de fingir! (declara o presidente). Seu nome foi apontado pelo delegado que está preso como sendo o líder do poder paralelo. A polícia colombiana já sabe de seus contatos escusos com as FARC! O que quer que eu lhe dê para deixar o poder...? Uma arma...? Porque apenas o suicídio pode te salvar da cadeia!

- Vamos conversar em particular, senhor! Está entendendo tudo errado!

- É mesmo? Você conseguiu ficar escondido por muito tempo...! Nenhuma auditoria nas contas públicas ou na de grupos corruptos infiltrados no poder detectou seu nome! Você conseguiu ficar invisível para a justiça..., mas seu tempo acabou...! É hora de deixar a escuridão e ficar sob os holofotes da lei...! Você está preso! (declara friamente o presidente).

- É mesmo?
- E quem é que vai acreditar no senhor..., já que está pedindo afastamento de seu cargo de forma irrevogável? (declara o vice em tom irônico).
- Do que está falando? Ficou louco de vez? (indaga o presidente estranhando tal afirmação).

- Estou falando de sua família que foi levada daqui para um local mais seguro! Você entende, não é? Toda vez que o presidente sofre um atentado e não morre... a família é escondida num local secreto para garantir que também não sejam alvo dos inimigos públicos.

- Você os sequestrou...? É isso que está me dizendo...?
- Eles estão comigo... e com meu pessoal de confiança...! E assim permanecerão... até que o senhor venha a público e peça a sua demissão sumária e irrevogável do poder...!
- Isso deixará você e sua corja de bandidos tomando conta do dinheiro público...! Acha mesmo que eu permitirei tal coisa?

O vice-presidente ergue as sobrancelhas, espreme os lábios e dá um leve sorriso sem mostrar os dentes:

- A opção é sua, senhor presidente! O que escolherá? Salvar o país ou a sua família?

O presidente olha para trás na direção de Sérgio e o indaga:

- O que acha disso..., senhor fantasma?

Ao dizer isso ao androide ele sorri e sua imagem de agente militar humano se transforma agora na terrível imagem do fantasma vestindo um paletó escuro. Sua cabeça se transforma numa caveira com olhos vermelhos e fumegantes. Dos dentes enormes escorre sangue. O vice e os dois seguranças arregalam os olhos, abrem a boca, enquanto o fantasma se aproxima deles. Os dois homens ameaçam pegar suas armas no interior do paletó, mas o fantasma é mais rápido e atira com silencioso em ambos, matando-os imediatamente. Os dois caem ao chão sob o olhar do vice que agora está sem proteção alguma e sem cartas nas mangas.

- Então...! O fantasma trabalha para o presidente da república...! (afirma o vice-presidente andando de costas para se afastar de Sérgio).
- Onde estão minha esposa e meu filho, seu crápula? (indaga o presidente ao acuado vice).
- Então este era o projeto secreto que você vinha me escondendo todos estes anos? Um assassino invisível para acabar com seus inimigos?

- Infelizmente a corrupção se espalhou de uma forma tão profunda no poder que não havia outra forma de eliminar pessoas como você! Apenas a morte generalizada dos bandidos, travestidos de políticos, traria a paz a este país!

- Seu plano falhou, César! Agora eu estou no comando e você terá que deixar seu cargo!
- Diga-me onde está a minha família antes de ser morto pelo fantasma!
- Não pode me matar! Só eu sei onde eles se encontram neste momento. E se algo acontecer a mim... terá que viver apenas com a saudade deles!
-
Diga agora onde está a família do presidente! (declara o fantasma com sua voz grave e assustadora, enquanto guarda a arma com silenciador no interior de seu paletó).

- Gostaria de poder ajudar, senhor fantasma, mas existe um dispositivo que foi instalado num local secreto de meu corpo (informa o vice). Especialmente para deflagrar um enorme levante contra o poder constituído oficialmente. Tenho diversos grupos leais a mim e espalhados por todo o Brasil... que ao receberem o sinal de minha morte, começarão um ataque com bombas, assassinatos e sequestros em massa, tornando este país ingovernável. Portanto..., senhor fantasma..., volto a dizer: ou César deixa o cargo de presidente... ou você me mata e inicia uma guerra civil sem precedentes neste país. De qualquer forma eu venço, mesmo morrendo!

Sérgio, na imagem do fantasma, pega agora no pescoço do vice-presidente, lhe apertando a garganta e aproxima sua cara feia do líder do submundo do crime organizado:

-
Você não irá escapar de ser morto por mim! (declara o fantasma). Mas no seu caso será bem lentamente!
- Espere um pouco, Sérgio! (ordena o presidente).
- Ahhh...! O fantasma tem nome...! (declara o vice-presidente mesmo sem poder falar normalmente).

- Talvez precisemos mesmo matá-lo lentamente, como sugeriu! (declara o presidente a Sérgio). Você dirá agora onde escondeu a minha família! (ordena o presidente ao vice). E depois irá nos dizer onde está cada um dos grupos de terroristas e assassinos leais a você. Este fantasma tem um repertório muito grande de torturas que poderá realizar em você até que nos diga tudo o que queremos saber!

Sérgio olha na direção do chefe, que está ao seu lado, imaginando se César está falando sério ou não!

- Vamos levá-lo lá para cima! Preciso conferir uma coisa! (declara o presidente).

O fantasma, segurando no pescoço do vice-presidente, o arrasta rampa acima para o andar dos quartos. Do outro lado da cidade a família presidencial está confortavelmente instalada numa luxuosa casa de Brasília. Tomás aproxima-se do telefone na mesa ao lado e percebe que não há linha nele. O jovem estranha o fato. Ele retira de seu bolso o celular e nota que também está fora de serviço. Agora ele ficou preocupado.

- Mãe! Seu celular está funcionando?
- Não! Acho que o local aqui tem deficiência de sinal!
- Mas o telefone fixo da casa também não está funcionando!
- Tem certeza disso? (indaga a mãe).
- Tenho! Acho que tem alguma coisa errada aqui!
- Pare com isso, Tomás!

Do lado de fora toda a equipe está de vigília de forma discreta. A casa tem um muro alto que cerca o local. De uma guarita acima do muro um dos seguranças vigia por câmeras e visualmente todo o entorno do local. Ninguém entra e ninguém sai daqui com facilidade. No quintal interno o soldado-aranha, que se prendeu ao veículo do grupo para chegar até aqui, também está de prontidão. A inteligência artificial do robô acredita que este lugar serve de proteção e não de prisão para a família presidencial. Do lado de fora agora se aproxima o segurança João, do Palácio do Planalto. Ele veio com seu carro particular até a entrada da residência para ter certeza de que a família de César não esteja em perigo. O homem da guarita avisa via rádio o líder sobre o fato:

- Senhor! Aquele segurança do Palácio do Planalto está aqui na entrada da casa!
-
O quê? Como isso pode ser possível? Ninguém nos seguiu até aqui!
- Não sei dizer o que aconteceu! Ele está do lado de fora, dentro do veículo!
-
Estamos indo até aí! Mantenha-o sob vigilância!
- Sim, senhor!

Poucos minutos depois o líder do grupo e mais três outros homens abrem o portão e aproximam-se rapidamente do veículo de João e todos com as armas nas mãos! Eles se posicionam de forma bem separada e ordenam ao segurança:

-
Saia do carro!

João ergue as mãos, mas logo depois abaixa lentamente uma delas para abrir a porta e sair de dentro do veículo bem lentamente.

-
Calma, pessoal! Está tudo bem! Eu só vim até aqui para ter certeza que de a família presidencial está sendo bem tratada e em segurança!
-
Quem te mandou até aqui?
- Ninguém me enviou até aqui! Eu tenho um trabalho a fazer que é proteger esta família. Estou apenas mantendo meu trabalho em dia!
-
Vamos parar com este papo furado! Reviste-o! (ordena o líder do grupo a um de seus subordinados, que se aproxima cauteloso de João).
- Calma, pessoal! Eu não sou o inimigo! (informa João com as mãos para cima).
O rapaz o revista e retira de João uma arma do interior do paletó!
- E agora? O que faremos com você, segurança? (indaga o líder, ainda apontando a arma para ele).
- Só quero ver a família para saber se está tudo bem! Apenas isso! (informa João).
-
Como nos encontrou aqui?
- Sou experiente em meu serviço e regras legais não me impedem de continuar fazendo aquilo para qual me contrataram!
- Sua ousadia decretou a sua prisão! (informa o líder, apontando a arma para João).
- Só quero saber se eles estão bem! Depois pode me prender! (informa João).

O líder olha de lado para seu grupo e toma uma decisão:

- Vamos levá-lo até a família presidencial, mas será preso logo depois por ter colocado em risco a segurança de pessoas que estamos protegendo.

O grupo o leva para dentro sob a mira das armas até entrarem na casa. Tomás foi o primeiro que o viu, correu até ele, seguido da mãe que sorri e grita de longe feliz para ele:

-
João!!!! Que legal que está aqui! Mas... por que estão todos lhe apontando as armas?

João, já abraçado ao jovem garoto, sorri amarelo para ele e para Michele e explica o caso:

- Eu tenho a missão de proteger vocês dois e vim até aqui para ter certeza disso! Mas ao fazer isso cometi um crime federal! Ninguém poderia saber que vocês estão aqui escondidos!
- Vamos embora, segurança! Ficará preso até que todos possam retornar aos seus lares (declara o líder do grupo especial). Depois o vice-presidente lhe dirá o que acontecerá a você!
-
Preso? Por que o prenderão? Ele é fiel a nós! (informa Michele ao líder do grupo).
- Isso não importa agora, madame! Ele cometeu um crime grave e ficará incomunicável antes de ser preso oficialmente.
- Deixe-o aqui conosco na casa. Não há mal nenhum nisso! (pede Tomás ao líder do grupo).
- Não! Ele ficará preso aqui na casa ao lado até o final de todo este estado de emergência! Vamos!

Parte do grupo, ainda aponta as armas para João. Dois outros o agarram pelo braço e o levam para fora da casa principal! Do jardim o soldado-fantasma, no modo invisível, observa a cena do segurança sendo arrastado para uma segunda casa disponível no interior do mesmo imóvel. Ele estranha o fato, mas compreende que João cometeu um erro ao segui-los até ali. O robô nada faz sobre isso e apenas aguarda o desfecho do caso.

Do outro lado da cidade o presidente, Sérgio e o vice estão caminhando pelo andar até chegar perto dos quartos onde a família normalmente dormem. Os três param de andar e o presidente olha ao redor e declara para Sérgio:

- Ele não está aqui!
- Quem? (indaga o androide).
- O soldado-aranha invisível! Não o estou detectando!
- Do que está falando agora, César? (indaga o vice, sem entender o que está acontecendo).

O presidente retira de seu bolso o celular do tamanho de uma caixa de fósforos e faz uma ligação:

- General Figueiredo...? Sim, já estou bem...! Assumirei meu cargo dentro de alguns minutos...! Já estou no Palácio do Planalto...! Mas preciso de um favor...! O soldado-aranha especial que cuidava de minha família não está aqui...! Sim! Também acho que ele seguiu o veículo que levou Michele e Tomás...! Avise ao robô que minha família foi na verdade raptada pela equipe especial de remoção...! São todos leais ao inimigo...! Estou sendo chantageado pelo vice-presidente da república que espera que eu deixe meu cargo para que ele assuma...! Sim...! Ele é o líder do poder paralelo...! Somente aquele robô pode salvá-los de serem mortos, general...! Não...! Sérgio o está segurando pelo pescoço...! Sim... Ele não fugirá daqui vivo...! O líder do submundo tem muito que nos contar ainda sobre seus planos obscuros.

De volta ao grande quintal da casa onde Michele, Tomás e o segurança João estão presos, o soldado-aranha recebe a ligação telefônica do general Figueiredo e agora ele precisa agir para libertar todos desta prisão. Imediatamente o robô se dirige invisível para a casa secundária onde o segurança João fora preso.

A inteligência artificial interna do soldado-aranha utiliza seus sensores de raios-X para detectar a posição de cada pessoa ao seu redor. Ele nota que João está amarrado e isolado dentro de um armário num dos quartos da residência secundária.

Ao se aproximar da porta externa do imóvel o metálico herói em forma de aranha usa um dispositivo especial perto de uma de suas garras para abrir a porta de entrada da casa. Um tipo de chave universal adaptativa que depois de alguns ajustes consegue destravar a porta. Ela se abre! O ser metálico entra de lado, para poder passar pelo vão da porta, e a fecha suavemente. Lentamente aquelas seis patas invisíveis caminham em direção a um dos quartos! Mais uma porta é aberta e agora resta apenas a do armário!

A chave adaptativa é usada novamente e agora João está a um passo de ficar livre! A porta se abre! O segurança se vira e nada vê à sua frente. Ele começa a sair do armário com as mãos amarradas nas costas, quando a imagem do fantasma aparece assustadora diante dele: um lençol esvoaçante com cabeça de caveira olha fixamente em seus olhos.

-
João! A família do presidente foi raptada pelo grupo de remoção (declara o fantasma com a típica voz tenebrosa, padrão da "espécie").
- Você de novo? (indaga João ao fantasma). Eles não foram raptados! Estão protegidos!
-
Estes homens estão mancomunados com o vice-presidente da república que é o chefe do submundo dos crimes políticos brasileiros.
- O quê? Isso não é possível!
-
O presidente está sendo chantageado para deixar o cargo. Se ele não o fizer, Michele e Tomás serão mortos em represália. Preciso de sua ajuda para eliminar este pessoal e salvar a família.
- Espere! Espere um pouco! (declara João). Está dizendo que tudo isso é uma farsa para tirar o poder do presidente?
-
Exatamente!
- Minha nossa! E você quer a minha ajuda para acabar com todos aqueles caras bem armados ali fora????
-
Exatamente!
- Me ajude aqui primeiro! Estou amarrado!
-
Vire-se que eu resolvo isso!

João atende a solicitação do fantasma, se virando para ele. Próximo a uma de suas garras se projeta para fora um canivete que corta rapidamente as cordas que prendem o segurança.

- Ahhh! Obrigado! E agora? Qual é o seu plano?
-
Eu abro o caminho para você eliminar um a um dos inimigos até que salve a família.
- Se pode eliminar todos eles... para que precisa de mim?
-
Eles não precisam saber que existe um fantasma que os protege! É melhor que não saibam!
- Então... você salva o dia... e eu é quem ganho os louros... novamente?
-
Exatamente!
- Você faz péssimos negócios, meu amigo fantasma!
-
Só preciso fazer bem o meu trabalho! Assim como você se arriscou vindo até aqui, só para saber se eles estavam bem!

João sorri para a imagem horripilante e declara:

- Tá legal, então! Vá até lá e faça seu serviço que eu farei o meu!

A imagem do fantasma desaparece da frente de João e se dirige para a saída! Ao abrir a porta um dos sequestradores, que estava ali perto, vê João caminhando livre dentro da casa. O sujeito arregala os olhos e ameaça sacar a sua arma, mas é pego pelas garras invisíveis do soldado-aranha.

Uma em seu pescoço, sufocando-o e outra no braço direito que tentava pegar a arma. Logo depois o homem é arrastado para o interior da casa. A porta se fecha rapidamente. João pega a arma dele para continuar a tarefa de se transformar no próximo herói e arrasta o corpo pelo chão, levando-o em direção ao quarto de onde ele mesmo estava há pouco preso. O fantasma abre novamente a porta externa e desta vez ninguém está presente lá fora.

O soldado-aranha, invisível, caminha silencioso pelo gramado, deixando apenas a marca de seis finas patas se deslocando. João vê aquilo e estranha tal fato. Por que um fantasma teria seis pés invisíveis se ele pode flutuar pelo ar? Inesperadamente o robô dispara um tiro silencioso em direção à guarita, eliminando assim aquele que observava tudo lá fora. João percebe a ação do fantasma e fica impressionado mais uma vez.

- Quem é esse cara, afinal? Como ele consegue fazer tudo isso?

O fantasma caminha sorrateiro até a entrada da casa. João o segue de longe se esgueirando pelos cantos. O soldado-aranha, utilizando seu sistema de visão de raios-X, observa toda a movimentação interna do imóvel. Ele sabe exatamente onde estão Michele, Tomás e todos os outros representantes do grupo de remoção. Sem ter a mesma informação, João aguarda o próximo passo do fantasma para poder agir, mas alguém caminha por trás da casa e vem na direção do segurança.

O fantasma, sem tempo de avisar o segurança e sem tempo de ser sutil, corre pelo gramado na direção de João que se assusta porque não entende o que está acontecendo! Num movimento rápido a imagem do fantasma aparece enquanto ele faz a curva por trás do preocupado segurança e assim ataca de frente mais um membro do grupo inimigo, pulando com as patas e garras voltadas para frente! Rapidamente ele o domina como faria uma aranha quando salta sobre a sua presa! O sujeito dá um curto grito e é imediatamente morto, para espanto de João. No interior da casa o líder do grupo ouve o barulho das patas correndo pelo jardim e o estranho grito lá fora!

- O que foi isso...? (indaga ele aos outros que não demonstram saber de nada). Líder na escuta...! (declara ele via rádio). Está acontecendo alguma coisa no jardim...? Alguém viu algo de diferente...? (silêncio no rádio). Vocês dois! Vão lá fora avaliar! (ordena o chefe a dois de seus comandados que estão de olhos arregalados).

A porta de saída se abre e um cobre a retaguarda do outro para não haver surpresas. Os dois são mortos ao mesmo tempo por dois tiros simultâneos do soldado-aranha. João se aproxima novamente da porta de entrada da casa e vê a imagem do fantasma aparecendo bem perto dele e dizendo:

-
Restam três!

João resolve dar a volta e cercar o grupo pelos fundos. O soldado-aranha vai em direção à porta principal! No interior do imóvel Michele vem da cozinha para a sala e estranha a posição defensiva dos três homens, apontando suas armas para as portas!

- O que está acontecendo? (indaga ela).

Imediatamente o líder aponta a arma para ela que se assusta com o gesto.

- Não diga nada! (declara o líder). Onde está Tomás?
- No andar de cima! (responde a mulher de olhos arregalados).
- Vamos para lá! Agora! (informa o líder lhe apontando a arma, pegando-a pelo braço e arrastando-a para cima).
- Por que está me apontando a arma? O que está acontecendo aqui? (reclama Michele).
- Já mandei calar a boca! (ordena o líder, ameaçando-a com a arma na cabeça).
- Tá legal! Está bem! (apazigua ela o homem).

O segurança João está prestes a abrir a porta e ser morto pelo inimigo que aguarda tal tentativa. O soldado-aranha percebe o fato e se reposiciona do outro lado do imóvel para poder atirar melhor. De frente com a porta de madeira o robô dá um único tiro que acerta o primeiro inimigo ali posicionado. A bala o atravessa e atinge as costas do outro que estava pronto para matar João se ele entrasse pela porta dos fundos. O segurança do planalto já estava abrindo a porta dos fundos, quando vê o inimigo à sua frente lhe apontando a arma.

Num ato reflexo João dispara dois tiros à queima-roupa acertando o homem que ainda estava de pé, mas que já estava morto pelo tiro anterior do robô. O sujeito cai de frente no chão, quando João percebe o tiro nas costas dele. Percebe que não fora ele quem matou o sujeito. Lentamente, e com a arma nas mãos, o segurança destemido caminha pela cozinha até chegar à escada que leva aos quartos no andar de cima. João vê o fantasma do lado de fora, tentando entrar em diagonal pela estreita porta da frente, mas seu corpo maior não permite tal coisa.

-
Agora é com você, João! Eu não consigo entrar na casa!
- Desaparece daí e reaparece lá em cima! (sugere João).
-
Não é assim que a coisa funciona! Vá lá em cima você e salve-os! Eu lhe darei cobertura daqui de baixo.

João responde concordando com a cabeça e sobe lentamente as escadas. O soldado-aranha se afasta da porta e busca um ângulo adequado para ajudar a eliminar o líder do grupo no andar de cima, visível pela visão de raios-X.

O segurança chega até a entrada do quarto, que está aberta, e vê o líder segurando à sua frente Tomás e Michele, com a arma apontada para a cabeça do garoto. A esposa do presidente está chorando silenciosamente assim como seu filho. Um está amarrado ao pescoço do outro com uma fina corda. João entra no quarto com a arma apontada para aquela cena.

- Então é você quem eliminou a minha equipe? Não sabe em que se meteu, meu amigo! (declara o líder).
- Tem razão! Não sei mesmo nada sobre tudo isso! Mas agora estou aqui e quero que você largue a sua arma e libere mãe e filho.
- Está de gozação? Você não está em posição de dar ordens aqui. Sou eu quem manda, neste momento! Largue a sua arma agora ou um destes dois morrerá por sua causa!

Michele e Tomás começam a chorar mais fortemente diante da proximidade da morte e da incerteza de um final feliz. João procura pensar no que poderá fazer para resolver esta situação.

-
Não adianta mais fingir! Todos já sabem sobre o que está acontecendo aqui!
-
O quê? Do que está falando? Quem são todos????
- Todos..., ué!?!? A imprensa..., os líderes de outros países..., a sua família...!
- Você está louco?!?! Nem sabe do que está falando...! Eu não tenho família...!
- Se parasse de apontar uma arma para mulheres e adolescentes..., talvez já teria uma família a esta altura.


O líder olha para ele espremendo os olhos, tentando entender o que tudo aquilo afinal significa!

-
Além do mais... se matar um deles a corda no pescoço puxará o outro deixando o caminho livre para eu o matar! (declara João ainda apontando sua arma para o inimigo covarde).

Mãe e filho agora se desesperam chorando cada vez mais alto. Inesperadamente, por trás de João e junto à sua arma, um único tiro é disparado, acertando a testa do líder, fazendo-o cair imediatamente no chão antes de reagir. Michele e Tomás, apavorados, correm na direção do segurança e o abraçam ainda chorando muito. O último inimigo está morto agora. João olha para a sua arma, tentando entender como ela pode ter disparado e acertado o líder inimigo.

-
Obrigada mais uma vez, João! (declara chorando, a mulher).
-
Você nos salvou novamente! (afirma o garoto, enxugando as lágrimas).
- Vamos embora daqui! (requisita o segurança aos dois, guardando sua arma e conduzindo o casal para fora do quarto).

João, de costas para o homem morto ao chão, olha em frente agora e vê, através da janela aberta ao fundo, a imagem do fantasma pulsando lá fora, dependurado de lado no alto muro que cerca todo o imóvel, como uma verdadeira aranha que caminha numa parede vertical. Ele entende agora de onde veio o tiro que matou o líder do grupo de remoção. João sorri para o fantasma que desaparece novamente. Os três descem as escadas e logo depois estão caminhando pelo jardim externo em direção ao portão de saída. Quando João o abre um grupamento do exército já está ali a postos com seus fuzis apontados para os três.

-
Calma, pessoal! Está tudo bem! Os dois já estão salvos! (declara João, erguendo os braços aos militares).

Parte do exército invade o imóvel com as armas nas mãos, à procura de mais inimigos vivos no local. Dois paramédicos aproximam-se do trio para avaliar o estado de saúde dos três.

- Algum de vocês está ferido? (indaga um dos médicos).
- Só o meu orgulho! (responde João dando a entender que ele não gostou de ser um falso herói naquele momento).
- Sinto muito, senhor! (declara o paramédico). Não temos remédio para isso! Terá que aprender a lidar com isso pelo resto de sua vida!

No interior do Palácio do Planalto o presidente recebe uma ligação do tenente do grupamento do exército que resgatou a sua família:

- Então está tudo bem...? Que bom...! Muito obrigado a vocês...! Agora preciso terminar uma reunião...! (comenta o presidente, olhando na direção do vice que, ainda preso pelo pescoço por Sérgio, o encara sem entender o que está acontecendo). Minha família está bem! (declara César ao vice-presidente). Já foram resgatados de seu grupo de assassinos..., que por sinal estão todos mortos agora!

-
Isso não é possível! (declara o vice-presidente ainda preso pelo pescoço por uma das mãos do fantasma).
- Agora eu vou deixá-lo com o meu amigo fantasma! Ele fará o que for preciso para que você conte tudo o que ainda sabe! (declara o presidente ao vice, virando-lhe as costas).
-
Espere, César! Vamos conversar! Eu faço um acordo com você! Volte aqui? (indaga em vão o vice para o desprezo de seu superior).

- Tenho um depoimento à nação para dar...! Vou dizer duas coisas alegres ao povo! Que a nova ditadura, que mal começou, já chegou ao fim! E também vou dizer que você renunciou e desapareceu logo a seguir. E, infelizmente, ninguém sabe de seu paradeiro. Sérgio! Não o mate! Mas faça o que for preciso para ele confessar tudo antes de o entregarmos à marinha! Adeus, ditadorzinho barato...! (declara o presidente se virando de costas para o vice e saindo da sala).

-
Não...! Não me deixe aqui com esta... coisa...! César...! Céééésaaaar...! Céééééésaaaaaar...!

O presidente se afasta e o fantasma agora fala diretamente ao vice:

-
Temos muito que conversar! Quero conhecer tudo o que tem em sua mente! Todos os seus planos presentes e futuros! Quero saber onde estão e quem são os grupos que trariam o terrorismo para este país sob seu comando. Nem que eu tenha que arrancar seu cérebro para descobrir, você vai me contar todos os detalhes..., não vai?

O vice olha arregalado para o fantasma! Seu corpo todo está trêmulo! A fala já não está mais tão segura! Seu mundo desabou por completo! De nada adiantaram anos e anos sob o manto da invisibilidade dos crimes públicos e políticos! Em menos de vinte e quatro horas, depois que seu nome fora descoberto, seu império de crimes acabou. Só resta agora confessar... o que for preciso... para reduzir as dores da tortura, que o fantasma com certeza irá impetrar a ele!

O presidente convoca uma coletiva de imprensa, enquanto o vice-presidente é levado secretamente por um helicóptero da marinha brasileira diretamente a um local secreto. Nunca mais ninguém ouvirá falar mais dele. Se morrer... seu corpo ficará desaparecido! Se viver..., ninguém da marinha comentará o fato. Um mistério que jamais será revelado. Sérgio não participará do interrogatório da marinha. Ele tem outros compromissos agora. Uma reunião em poucas horas com o general Figueiredo.

Michele e Tomás retornam ao Palácio do Planalto num encontro emocionado de família os três choram ao se abraçarem. Mas o presidente ainda sente muitas dores e o abraço mais forte terá que ser deixado para outro dia.

- Eu estou bem, meus queridos! Estou bem! Só preciso de mais alguns dias para me recuperar!
- Também estamos bem, meu amor! (declara Michele). Mas eu quero o exército e a marinha cercando todo este lugar. Chega de seguranças para todos os lados.
- Não está falando de João, não é, mãe?
- Este eu quero morando aqui dentro do Palácio! (declara ela). Você precisa dar uma medalha e um prêmio para este rapaz, César! Ele já nos salvou da morte duas vezes.
- Eu darei! Eu darei! Mas primeiro tenho que me preparar para uma coletiva de imprensa! Tenho uma nação inteira para acalmar, meu amor!

Em uma hora a imprensa está em polvorosa e o povo ligado na TV, aguardando o pronunciamento do homem que há pouco esteve entre a vida e a morte. Mas agora chegou o momento e mesmo sentindo ainda muitas dores, César entra no estúdio oficial do executivo para fazer seu pronunciamento mais esperado neste ano:

- Meus concidadãos brasileiros...! (começa o discurso o presidente). Estou neste momento reassumindo o cargo de presidente da república... e por isso mesmo, revogo todas as ordens anteriores de meu vice..., que assinou sua carta de demissão do cargo..., declarando não ter mais condições de continuar...! Ele pegou seu carro e desapareceu do Palácio... A polícia e o exército estão à procura dele..., mas ainda não há notícias. Apesar de tudo o que vem acontecendo de ruim nos últimos dias..., eu hoje estou feliz...! Feliz porque soube que o simpósio internacional..., apesar de ter sido estragado parcialmente pelo atentado à minha pessoa..., continua via internet e videoconferência..., após a saída de diversos líderes de outros países...! Recebi há pouco também as informações que mostram que..., mesmo sofrendo com tantos problemas nacionais e internacionais..., o Brasil deu um grande salto econômico..., social... e político nos últimos meses...! Com o restabelecimento da ordem..., a consequência natural será o progresso...! O Brasil melhorou...! Estamos com um índice ainda muito alto de corrupção...! Mas em Brasília este índice se tornou um dos mais baixos da história...! Algo impensável neste país...! Graças aos ACMPRs, centenas de falcatruas foram descobertas...! Aos poucos o dinheiro roubado vem voltando para a União...! Os líderes internacionais gostaram tanto de nosso trabalho..., que já tomaram uma atitude ainda mais ousada do que a nossa...! Eles querem..., dentro de uma década..., reunir todos os parceiros internacionais, que adotarem o uso de androides como os nossos ACMPRs..., como se fôssemos todos um único e grande país...! Com leis únicas... e rígidas regras de conduta política...! Até mesmo a ONU também quer conhecer o nosso novo sistema político...! O Brasil melhorou...! Temos muito ainda pelo que lutar...! Mas eu, como presidente, prometo a todos vocês que no futuro o sol irá brilhar mais forte sobre este gigante que acordou de um pesadelo para viver um novo sonho...! Palavra de presidente...! Se você, cidadão..., souber de algum político ou empresário que está agindo contra o nosso país..., denuncie! Vamos limpar a sujeira dos últimos quinhentos e quarenta anos de desmandos e corrupção! Obrigado a todos! E até breve!

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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