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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

O sargento Pedro e seus sete jovens estão de volta ao local onde se encontrava a célula do coronel Conrado, mas não encontram ninguém. O que veem são corpos, armas espalhadas no chão, comida, fumaça e tendas que foram explodidas por granadas.

- O que aconteceu aqui? (indaga um dos jovens).
- Será que o fantasma se adiantou a nós? (questiona outro jovem).
- Não! Não! Isso aqui não foi obra do fantasma! (declara Pedro agachando-se para analisar um dos corpos). Isso parece ter sido um confronto entre facções rivais.

Ele levanta-se e olha ao redor e aproxima-se de uma árvore de tronco grosso ali perto.

- Existem muitas balas disparadas em direções específicas! Isso aqui foi uma batalha! Veja aquele corpo ali na frente! O uniforme é de alguém do Exército de Libertação Nacional, o ELN!
- Aqui? Não pode ser! (relata um dos jovens). Eles vivem muito longe desta região!
- Algo estranho está acontecendo...! (declara Pedro mordendo os lábios enquanto pensa sobre o assunto). Por que guerrilheiros do ELN viriam para esta região...?

De repente um dos homens das FARC do grupo do coronel Conrado aparece ali. Ele estava escondido, vigiando o local.

- O que vocês estão fazendo aqui? (indaga o tal homem que surgira do interior da mata apontando-lhes a arma).
- O que aconteceu? Por que houve este combate nesta região com o pessoal do ELN? (indaga Pedro).
- Não sabíamos até há pouco tempo! O coronel entrou agora pouco em contato com outras células das FARC que também sofreram este ataque. E não é só isso!
- É mesmo? O que mais está acontecendo? (indaga Pedro).

- As Autodefesas Unidas da Colômbia, as AUC, também vieram para esta região! (declara o guerrilheiro do Conrado). Depois que o ELN nos atacaram e fugimos, eles também foram atacados pelas AUC. O combate se seguiu então na direção contrária daqui e por isso eu retornei para pegar nossas armas e munições. Fomos pegos de surpresa. Estamos ficando cada vez mais isolados nesta região e entrando dentro do território brasileiro.

- Precisamos encontrar o coronel Conrado! (declara Pedro). Tenho muitas coisas a informar para ele.
- Nós ficamos sabendo que você chegou atrasado à célula do comandante Xavier! E também soubemos que ele morreu.
- Sim, é verdade! O fantasma matou todos antes de chegarmos (comenta Pedro). Por isso eu retornei aqui.
- Acho que o coronel não irá querer vê-lo novamente...!
- Por quê? (questiona Pedro).

- Ele está te culpando pelo fim da célula de Xavier e pela sua ineficiência contra o fantasma! Todos achamos que os outros grupos guerrilheiros só estão nos enfrentando agora porque o tal fantasma conseguiu matar muitos companheiros da célula do Xavier e conseguiu desmantelar aquele grupo.

- Não importa o que você e ele acham! (declara Pedro). Se não agirmos rapidamente seremos os próximos a sermos mortos pelo fantasma!

- O fantasma é o menor de nossos problemas, Pedro! (declara o homem das FARC). Estamos sendo atacados por todos os lados. Temos informação de que o exército colombiano vem invadindo o nosso território também! O Brasil vem reforçando suas fronteiras com armas e com o apoio dos americanos. E agora lutamos contra as AUC e o ELN. O fantasma nem precisará mais aparecer. Ele só precisa sentar e ficar observando todos nós nos matarmos.

Pedro olha para ele, preocupado com a situação estranha que está em andamento na Colômbia! Mesmo assim decide continuar com sua missão.

- Vamos lá, companheiro! Vamos resolver tudo isso juntos! (declara Pedro ajudando a pegar as armas para retornar ao novo acampamento do coronel Conrado).
- Se você retornar ao nosso acampamento... será morto pelo coronel!
- Vamos embora daqui, Pedro! É a nossa oportunidade! (declara um dos sete jovens). O coronel não nos quer mais por lá! A guerra está se espalhando e o futuro de todos é incerto. Se é para morrer, prefiro morrer ao lado de minha família!
- É verdade, Pedro! É verdade! (comentam mais alguns outros jovens).

O sargento brasileiro olha para o rosto de um e depois dos outros rapazes e percebe que o local não é mais seguro para ninguém! E então ele decide:

- Muito bem, garotos! Ganharam a sua liberdade de volta! Vou levá-los até sua vila de origem! (comenta Pedro olhando para os jovens. Ele agora se volta para o homem das FARC). Mas eu vou retornar para a célula de Conrado! Onde vocês se encontram agora?

- Não sei se é louco ou se realmente acredita que conseguirá acabar com o tal fantasma! (declara o funcionário de Conrado). Já lhe falei antes, Pedro! O coronel disse que se o vir novamente irá matá-lo!
- Não posso sozinho acabar com o fantasma, mas se ele foi o responsável pela situação em que as FARC se encontram, então precisamos mais do que nunca nos livrar desta criatura! (declara Pedro).

- O coronel pediu para lhe dizer, se eu o encontrasse, para você agradecer ao fantasma por ter acabado com a vida de Xavier, que ameaçou de morte o nosso líder, se você não conseguisse acabar como o fantasma...! Vá embora daqui enquanto é tempo, Pedro! Nós todos desta região somos das FARC, mas você era traficante. Mude de vida ou volte para a anterior... as FARC não lhe querem mais!

O homem de Conrado diz isso, já carregado de armas e um saco de munição que tinham sido abandonadas neste acampamento. Logo depois ele vira-se de costas e retorna para o interior da mata indo embora. Pedro o observa partindo, imaginando como poderá continuar sua missão depois disso! Ele ainda ameaça sacar sua arma para matar aquele guerrilheiro pelas costas, mas desiste disso!

- Vamos embora, pessoal (comenta Pedro ainda observando desolado o fim de sua missão, sem que ele tivesse conseguido acabar com todos os homens de Conrado). Vamos voltar para casa!

Já na lancha que os trouxe até o local, o sargento brasileiro fica mudo, chateado com o resultado inesperado!

- Pedro?!?! Está chateado de ir embora? (indaga um dos jovens).

Ele olha sério para o jovem e responde:

- Eu tinha uma missão! E não consegui finalizá-la! Agora não terei outra oportunidade de estar com as FARC.
- Quem é você... realmente...? Nos diga agora que não retornará mais para lá, já que não tem mais nada a esconder! (indaga o mais quieto dos jovens).

Pedro sorri com os lábios cerrados!

- Eu tive um filho...! (conta Pedro sua história). Ele morreu ainda adolescente... mais ou menos quando tinha a idade de vocês. Meteu-se com drogas e foi morto por causa disso... Tínhamos uma vida boa até então...! Eu sou militar...da marinha brasileira...! Sou sargento...! Quando a minha chefia descobriu que eu estava desesperado por vingança, chamaram-me para uma missão quase suicida. A missão-fantasma deveria trazer o terror e morte aos traficantes de drogas que vivem nas fronteiras do Brasil. Eu deveria me infiltrar entre os traficantes e levar o nosso... fantasma... para matar todos eles. Mas a coisa se complicou porque as FARC estavam ameaçando cada dia mais as nossas fronteiras. Por isso eu vim para cá...! Agora... tudo está dando errado...! Estamos forçando uma guerra civil na Colômbia com as nossas ações! Acho que teremos que atacar todas as malditas siglas de terroristas deste país ao mesmo tempo! Nossa missão terá que penetrar no interior da Colômbia se quisermos trazer a paz para o povo brasileiro e para vocês.

Ao ouvir tal confissão, o jovem que lhe perguntara sobre quem ele realmente era, altera-se e saca uma arma apontando-a contra o sargento:

- Então o coronel tinha razão sobre você!
- O que está fazendo? (indaga Pedro que dirige a lancha em velocidade pelo rio).

- O coronel Conrado desconfiava de você e me infiltrou neste grupo para desmascará-lo. Eu já devia tê-lo matado lá no acampamento da outra célula guerrilheira, quando percebi sua cumplicidade com o fantasma, seu desdém com a vida de meus companheiros e principalmente quando matou Xavier, o líder do grupo! Mas com o fantasma presente, a polícia de fronteira brasileira e aquele monte de índios... achei melhor esperar um momento mais adequado.

- Largue esta arma, meu jovem! Vou levá-lo de volta para a sua família! Esqueça as FARC! Este mundo está para acabar muito em breve!

-
NÃO! A culpa de tudo dar errado é sua, daquele maldito e falso fantasma e de seu país, que se intrometeu aqui em nossas terras! Estamos há dezenas de anos sendo massacrados pelo governo da Colômbia que não atende a nenhuma reivindicação de nossas necessidades. Isso acaba aqui e agora! Vamos recuperar nosso status de força dominante na região e eliminar todos os nossos inimigos!

-
Escute uma coisa importante, garoto! (declara Pedro). Existem milhares de jovens iguais a você em todo o mundo que estão, neste exato momento sendo mortos, perdendo suas famílias e matando outras pessoas porque vocês têm seus ideais e seu grupo negocia drogas para financiar suas outras atividades ilícitas, que também matam mais um monte de outras pessoas! As FARC são uma doença que está afetando o planeta inteiro!

-
Cale a boca! Você não tem honra! Não sabe o que significa idealismo! Nem respeita o companheirismo das pessoas que o acolheram neste grupo! (declara nervoso o jovem infiltrado ali sob os olhares assustados dos outros garotos).

-
Companheirismo? (indaga Pedro). O seu coronel Conrado e o comandante Xavier sempre mataram a sangue frio todos aqueles que não os agradavam! Chama a isso de companheirismo?

O jovem saca mais uma arma da cintura e a entrega para o colega ao lado! Pedro, ainda pilotando a lancha, se espanta com o ocorrido, enquanto o adolescente que recebera a arma pensa um pouco sobre o que deve fazer com ela e decide apontá-la para o amigo de quem a recebeu.

-
O que está fazendo? Por que está me apontando esta arma? (indaga o primeiro jovem).

O segundo garoto titubeia um pouco e responde:

- Eu só quero voltar para casa! Há muito não os vejo! Voltar para as FARC não é mais uma boa! Antes só tínhamos o exército nos perseguindo! Agora temos um fantasma, pessoas como o Pedro que se infiltram para nos vigiar, as AUC e o ELN, daqui a pouco a população da Colômbia começará a atirar também em nós! Não quero mais ser alvo de tantos inimigos.

-
Não seja ridículo! (declara o primeiro jovem). Vamos matar este cara e ganhar mais status dentro de nossa célula!
-
Você não está entendendo!!!! Cansei desta vida! Eu vi o medo do fantasma dominando os companheiros que sobreviveram da outra célula!
- Acorda, idiota! O fantasma é falso! É alguém brincando com a nossa imaginação!!!!
- Eu não sou idiota! Você viu o fantasma de perto! Ele não parece nem ser deste mundo!
- É isso que este sargentinho espera que todos nós pensemos...! Não percebe...? É tudo ilusão!!!
- Não! Chega desta vida! Vamos todos embora para casa agora, com... ou sem você...!

-
Então é assim que vai ser...? (indaga o primeiro e mais violento jovem ainda apontando sua arma para Pedro).
-
É...! É exatamente assim que vai ser...! (declara o segundo jovem armado e ainda apontando sua arma para o primeiro).

Um impasse entre os dois acontece e Pedro continua pilotando a lancha! Ele acelera mais o que assusta todos os jovens, porque o barco balança muito e se inclina mais também, tornando difícil para todos ficarem sentados ali.

-
O que está fazendo, idiota? (indaga o primeiro jovem ao sargento).
-
Se quer atirar em mim irá matar a todos nós aqui neste barco! Quando a bala me atingir, eu perderei o controle da direção, virarei o volante e capotaremos para a morte. Nesta velocidade seremos arremessados longe e nenhum de nós sobreviverá!
- Irá matar os outros aqui que não têm nada com isso!
(declara o primeiro e mais nervoso jovem).
-
Se é para retornar para as FARC, prefiro morrer! (declara um dos outros adolescentes).
-
Eu também! (informa outro jovem).
-
Nós também! (concordam os outros três).
-
O nome disso... meu jovem... é coleguismo! (declara Pedro, sorrindo levemente para ele).
-
Venha conosco! Nossa mãe irá adorar nos ver juntos novamente retornando para casa depois de tanto tempo! (declara o segundo jovem armado).
-
Não! Terá que me matar, irmão, se quiser salvar este brasileiro e voltar para aquela vila idiota que não tem nada a nos oferecer! (decreta o primeiro jovem).
-
Não quero te matar, meu irmão! Largue esta arma...! Vamos apenas voltar para casa...! Por favor!

Agora o primeiro jovem faz algo totalmente inesperado para todos. Ele aponta a arma para a própria cabeça!

-
O que está fazendo, meu irmão? (declara, apavorado, o segundo jovem).
-
Se é para voltar para casa, então eu prefiro a morte! (informa o primeiro adolescente).
-
Largue esta arma, garoto! (requisita Pedro). Sua vida não vale esta atitude!

Sem saber o que fazer, o primeiro jovem pensa um pouco sobre o assunto e decreta o fim da história:

-
Diga a mamãe que a amo! Mas que eu não quero viver sem um motivo grandioso!

Ele resolve atirar na própria cabeça e morre instantaneamente ali, sob os gritos do irmão que larga a arma para tentar acudi-lo, mas já é tarde. Dos olhos de Pedro descem lágrimas de dor por mais um jovem que morre ao seu lado! Ele continua navegando rápido para voltar para Onojo!

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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