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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

O tempo passa e nada de uma embarcação encontrar a outra. Com a disposição em aumentar um pouco a aceleração do barco invisível norte-coreano, ele pode se adiantar e ganhar frente à nossa brasileira e seus torpedos emuladores de vibrações sonoras de nossas hélices. As embarcações passaram por diversas cidades sem que nenhum ataque fosse feito contra elas. Estão chegando agora a Salvador, que é o maior centro urbano da região litorânea local. A tripulação brasileira está incomodada com tanto silêncio e falta de ação.

-
Senhor! Novamente estou captando um sinal vindo mais de longe agora. Ele é sutil e está se afastando lentamente de nós (declara o soldado Ricardo responsável pelo radar do barco brasileiro).

-
Ok! Já me cansei disso! Estou cheio de brincar de cabra-cega no mar! (declara o comandante Severo). Piloto! Aumente a velocidade em direção ao sinal irregular! Computador! Abra um leque maior entre os torpedos simuladores e acelere-os em direção à baia de Salvador. Não vamos deixar que ninguém entre ali para atacar a cidade. Lance também todos os insetos artificiais para vasculhar se o barco inimigo está mesmo à frente. Vamos tirá-los da toca e para isso precisaremos ser os primeiros a atacar. Vamos atirar em tudo o que se mexer no radar. Preparar para atirar na direção do sinal intermitente ao meu comando.

-
Senhor! Não consigo precisar o ponto exato de onde o sinal está sendo emitido! (informa Ricardo).

-
Os insetos descobrirão o que há por trás deste estranho evento. Enquanto isso, vamos até ele com tudo! (confirma o comandante Severo).

Eu, Fernando, estou na cabine de comando acompanhando a falta de novidades, mas que agora tem todos os ingredientes para se transformar numa verdadeira batalha entre canhões invisíveis.

Nos porões do barco norte-coreano o ex-imediato do navio também está cansado e acha que talvez esteja na hora de virar este jogo e assumir o comando da embarcação militar sem pátria e sem objetivos no interior do mar de um país distante. O carcereiro chega perto do único prisioneiro presente e faz uma declaração:

- Tenho novidades!
- É mesmo? Então me diga, porque estou cansado deste silêncio e falta de notícias (declara o prisioneiro).

- Consegui mais alguns homens para o nosso lado! A tripulação não está satisfeita com o que está acontecendo. Os homens querem objetivos e o comandante não oferece nenhum. Muitos querem voltar para casa e se entregar para viverem novamente junto às suas famílias. As notícias de nosso país dizem que o povo está muito feliz e todos nós aqui estamos perdendo isso!

- É uma boa notícia, meu amigo! Acho que chegou a hora de tomarmos este navio e fazermos o que é certo!
- Está bem! Vou informar a todos para se prepararem para o motim que porá fim ao reinado do comandante.
- Seja discreto! Não queremos que os brasileiros saibam que estamos aqui! Mesmo durante o motim teremos que ser cuidadosos.
- Está bem! Farei isso!

Na cabine de comando Bon-hwa, o comandante oriental, é informado da mudança de tática do inimigo.

- Senhor! O inimigo está se dividindo! Um vem em nossa direção e os outros aceleraram para nos passar à frente. Devemos atacar, senhor?
- Espere! Pode ser apenas um blefe! Eles estão desesperados! Não sabem o que poderá acontecer!
-
Senhor! Estão abrindo as comportas para atirar em nós! (grita o imediato).
-
Calma, pessoal! (reconforta o comandante). Estamos invisíveis e todos quietos aqui! Eles não podem nos detectar!

Agora o canhão eletromagnético do barco invisível brasileiro dispara uma rajada de projéteis na direção do inimigo. As balas vão varrendo a superfície da água do mar até acertar justamente o motor do navio inimigo. Dentro da embarcação asiática o gigante balança e para de navegar. Diversos militares norte-coreanos caem ao chão com a súbita redução de velocidade.

-
Atirar com tudo contra o inimigo! Agora! (grita o comandante Bon-hwa).
- Não dá, senhor! Perdemos a manobrabilidade do navio! Não podemos nos posicionar para o tiro (responde, nervoso, o militar responsável pelo armamento).
- Então atire por dentro de nosso navio na direção do inimigo!
-
Perderemos a invisibilidade externa e danificaremos ainda mais nossa embarcação se fizermos isso, senhor! (relembra em desespero o imediato).
-
Prefere que morramos aqui sem dar um único tiro? (indaga o comandante oriental). Virar os canhões e atirar todos de uma vez contra o inimigo. Agora!

O imediato responde rapidamente à ordem de seu comandante e gira todos os canhões ao mesmo tempo voltando-os para o interior fechado do navio invisível. Diversos marinheiros norte-coreanos percebem o desespero da manobra e se atiram no chão para não serem também atingidos pelo armamento pesado. Diversos tiros são disparados ao mesmo tempo atingindo ao longe o nosso barco em diversos pontos vitais. Eu, Fernando, sou arremessado ao chão pelas explosões próximas e sobre a superfície externa que se despedaça em diversos lugares com os impactos destrutivos.

-
Responder fogo! (grita agora Severo para não ser destruído pelo inimigo).

O tenente Júlio, oficial de armas da embarcação pressiona o botão de seu joystick e dispara uma forte rajada contra os canhões inimigos fazendo-os explodir ou serem desabilitados. Mas o nosso barco é novamente atingido por outro tiro que desabilita por completo nossas armas também. Um silêncio terrível agora se instala no mar. Do lado coreano muitos tripulantes foram feridos ou mortos. Do lado brasileiro Severo tenta desesperadamente entrar em contato com seus três tripulantes a bordo. Ele nada consegue! Toda a comunicação via satélite caiu! O supercomputador não está mais no comando da embarcação brasileira. O paradeiro de Sabino e Everardo é desconhecido.

Só restou a mim no chão da cabine de comando. Estou desacordado e impotente para fazer qualquer coisa neste momento. Na sede secreta da marinha em Brasília o comandante Severo está buscando soluções para continuar comandando o barco verde e amarelo:

- Senhor! Perdemos o controle da embarcação. Não tenho nenhum de comando funcional neste momento! (declara a Major Margarida e piloto da embarcação).
- Meu acesso às armas também não está mais disponível! (informa, preocupado, o tenente Júlio).
- Não tenho a indicação do funcionamento da invisibilidade externa da embarcação, que pode estar perigosamente visível neste momento! (informa o soldado Carlos - o cineasta).
- Soldado João! Como está a situação do monitoramento das câmeras externas? (indaga Severo).

- Nada, senhor! Estou tentando transferir o sinal vindo diretamente do nosso barco para o sinal disponível apenas dos insetos artificiais (responde João). Mas esta transferência leva algum tempo para o nosso satélite militar captar e nos transmitir. Dentro de poucos segundos terei as imagens e saberemos mais da condição do nosso barco e sobre o do inimigo também.

- Senhor! As imagens de nosso satélite mostram que ambas as embarcações estão seriamente avariadas! (informa o soldado Ricardo). As câmeras térmicas do satélite mostram haver muitos mortos e feridos no transporte inimigo. Não consigo saber sobre nossos três únicos tripulantes. Não houve tanta destruição ali e por isso os... corpos... não estão expostos!

- Vamos torcer para que não haja nenhum corpo a bordo de nosso barco, soldado! (declara o comandante Severo). Muito bem, pessoal! O general acaba de falar comigo e a marinha cercou bem de longe todo o local. Em Salvador já começou a retirada em massa dos moradores para o interior do continente, porque o inimigo pode ter uma bomba nuclear prestes a explodir. O comando da marinha já disponibilizou o navio cargueiro militar que resgatará o nosso barco das águas locais. Mas antes precisamos descobrir um jeito de ativar o nosso barco e destruir a embarcação inimiga antes que possam ativar a bomba nuclear!
Enquanto isso o espaço aéreo também foi fechado.

- Vamos deixar nosso pessoal sozinho por lá, senhor, a mercê do inimigo? (indaga, preocupada, a major Margarida).
- Não, major! Estamos tentando daqui providenciar a destruição deste inimigo. Tenente Júlio! Preciso conseguir de volta o controle dos torpedos que estão à deriva no mar!
- Sinto muito, senhor! (responde o tenente Júlio, das armas). Não há como recuperá-los neste momento. Só poderemos fazê-lo quando o supercomputador voltar a funcionar!
- Consegui as imagens dos insetos artificiais, senhor! (informa, feliz, o soldado João).

Os insetos estão parados feito libélulas estacionadas a poucos palmos da superfície da água! Eles apontam para diversas direções para que suas câmeras mostrem tudo ao redor. O soldado João conseguiu distribuir as imagens das câmeras dos robôs alados no enorme painel de monitores disponível à frente de todos na sede secreta de Brasília.

-
Ali! (grita feliz a major). Estou vendo alguém deitado na cabine principal de nosso barco. Aproxime a imagem, João!

Ele o faz e todos já sabem de quem se trata!

- É o jornalista Fernando, senhor! (informa João). Parece que ele está...
- Calma, soldado! (declara Severo). Não vamos nos precipitar...! Envie o inseto até ele para checarmos mais de perto!

- Não dá, comandante! Eles estavam sob o controle do computador. Estou requisitando a troca do controle, mas está tudo travado! Se Sabino ou Everardo não conseguirem religar o supercomputador a bordo... não poderemos fazer nada daqui onde estamos!

Severo dá um soco com raiva na parede próxima dele. Um comandante impotente diante de uma batalha. No navio inimigo as perdas são graves. Ele não está afundando, mas também não parece ser mais possível navegar novamente. A guerra de invisibilidade chegou ao fim! E neste momento ninguém ganhou esta batalha final. Nos porões do navio o ex-imediato fora poupado da morte. O local não foi atingido por balas, mas o prisioneiro caiu e bateu sua cabeça no banco de madeira do local.

O sangue escorre pela sua fronte enchendo a boca dele do viscoso líquido vermelho enquanto se levanta. O homem ferido cospe para se livrar do problema e leva as mãos à cabeça, quando percebe a origem de seu ferimento que nem dói muito, na verdade. Talvez tenha sido apenas um corte superficial, mas que tenha pegado em alguma veia! Ele abre os olhos e vê o carcereiro que volta, correndo em sua direção com as chaves nas mãos para libertá-lo dali!

-
Fomos atacados! Estamos à deriva! Mas o inimigo também foi e está impotente não muito longe daqui. Temos que tomar agora este navio e fugir em velocidade antes que os caças militares cheguem até aqui e nos destruam de vez!

- Então vamos, meu amigo!
(responde o prisioneiro).
-
Você está ferido?
- Isso não foi nada! Vamos resolver logo tudo isso e sair daqui.


O carcereiro abre a porta da cela e os dois correm para tentar tomar o navio danificado. Dentro da cabine do barco invisível brasileiro, eu, Fernando, levanto lentamente a minha cabeça e percebo que estou coberto de destroços de todo o tipo! Sinto uma forte dor em meu braço direito. Olho para ele e vejo que fui atingido por algo pontudo que perfurou e ficou ali parcialmente enfiado! A dor é muito grande! Levanto-me com dificuldades e grito por ajuda:

-
Sabino...? Everardo...? Eu fui ferido aqui...! Onde vocês estão?

De repente me dei conta de que fomos atingidos e eles também poderiam estar feridos ou até mortos!

- Comandante...? Pessoal...? Tem alguém me ouvindo...?

Nenhuma resposta.

- Computador...? Pode me ouvir...? Computador...? Ainda está no controle da situação...?

Nenhuma resposta novamente! É desesperador! É possível que eu esteja sozinho e ferido num barco de guerra que pode estar afundando lentamente. Começo a girar lentamente meu corpo para olhar ao redor quando percebo que quase toda a lateral direita de nossa embarcação fora brutalmente arrancada. Não estamos mais invisíveis. Aproximo-me dali e vejo o navio inimigo fumegando não muito longe de nós. Ele é enorme e parece também estar em apuros.

Vejo nos rasgos das paredes externas da embarcação do inimigo diversos militares vestidos de preto correndo de um lado para outro. Muitos sobreviveram e poderão vir até aqui para me pegar como refém ou pior! Ouço tiros no interior do navio inimigo. Mas não parece que tais armas estejam sendo apontadas em nossa direção. Parece... que lutam... entre si... pelo controle do barco!?!? Mas por quê? Neste momento crítico deveriam se unir contra nós. Preciso saber como estão os dois cabos da marinha! Se eles não puderem me ajudar acho que não sobreviverei a isso tudo. Num raro ato de coragem médica de minha parte, puxo aquele destroço e o arranco de meu braço. Não foi possível suportar a dor. Tive que gritar:

-
Ahhhhhhh!

No interior do navio norte-coreano uma guerra pelo controle do veículo de guerra está em andamento. Muitos tiros e combates entre colegas terminam em mortes de ambos os lados. Um caos se instalou ali! Na cabine o comandante Bon-hwa está caído no chão, assim como seus assistentes que rapidamente se levantam para checar a extensão dos danos. O comandante é ajudado por seu imediato e também se ergue no convés.

- Senhor! Estamos sem acesso às armas! (informa, preocupado, o atirador).
- Os motores pararam! Foram atingidos! (declara o piloto).
- Não estamos mais invisíveis, comandante! Somos um alvo fácil para nossos inimigos! (comenta desolado um dos oficiais).

Agora entra afobado na cabina um tenente, que trás as últimas e piores notícias do dia:

- Estamos com um motim a bordo, senhor! Metade dos soldados estão lutando por toda a embarcação. Alguns fizeram uma barricada para nos proteger aqui e para que ninguém invada esta cabine, mas não sei exatamente o que está acontecendo!

- O que faremos agora, senhor? (indaga, sem imaginar novas opções, o imediato ao lado de seu chefe).

Bon-hwa olha ao redor e percebe que toda esta aventura chegara ao final que nenhum deles esperava! Então se dirige à sua cadeira de comando e ali se senta... sem saber o que fazer neste momento tão difícil.

- Quais são as suas ordens, senhor? O que devemos fazer agora? (indaga o imediato).

- Não resta muito a fazer! Estamos numa situação difícil! Em território inimigo! Expostos! Desarmados! E não mais unidos como uma tripulação! Mas podemos morrer lutando entre nós mesmos e também contra nosso gigante inimigo! Eles sofrerão muito mais do que nós neste dia de hoje! Pagarão caro pela ousadia de nos atacar!

- O que quer dizer com isso, senhor? (indaga o imediato sem entender muito bem o que acontecerá depois dessa).
- Vamos explodir tudo aqui e agora! (declara o comandante aproximando a mão do botão vermelho lacrado e ao lado do painel de sua cadeira de comando).

Todos ali percebem que ele pretende detonar o artefato nuclear a bordo de seu navio!

- Senhor? Não precisa fazer isso? Podemos nos render! Talvez sejamos deportados de volta para o nosso país e reintegrados à nova sociedade...

-
Que país...? De que país você está falando...? (indaga furioso o comandante). Não temos mais pátria...! Nenhum lar para retornar...! Fomos vencidos novamente! E agora em território inimigo! Mas isso não quer dizer que perdemos a guerra! Podemos cravar uma faca no coração do inimigo e acabar com o moral deles.

Atônitos, oficiais e soldados se entreolham na busca de um caminho alternativo para isso. Inabalável, o comandante quebra o lacre do dispositivo e aciona o botão vermelho. Todos espremem seus olhos, fechando-os numa última tentativa de não ver o que acontecerá a seguir.

Mas o fato é que nada acontece para espanto generalizado de todos! O comandante olha ao redor e pressiona diversas vezes o tal botão, que também amotinado, se nega a espalhar a morte em águas tropicais brasileiras, para a sorte dos baianos de Salvador que nem imaginavam que a morte invisível está tão próxima dali, mas também ela se amotinou contra o comandante e não deseja ceifar as vidas de tantos inocentes.

-
Mas que droga! (brada o comandante se recostando novamente em seu assento). Nem o óbvio quer funcionar direito! A vingança é uma porcaria! Principalmente quando estamos tão próximo de consegui-la... e não conseguimos!

De volta ao barco à deriva brasileiro eu, Fernando, estou agora caminhando entre placas, barras e pedaços de metais retorcidos e plásticos derretidos para chegar até o posto de trabalho de Sabino e Everardo. Inesperadamente surge Sabino que me empurra de volta para a cabine, quase me derrubando ao chão mais uma vez para olhar de perto o painel principal do barco.

-
O que está acontecendo, cabo? (grito eu, feliz porque ele está vivo, mas preocupado com atitude tão inesperada).

Ele chega com dificuldades e com muito sangue escorrido pelo corpo até o painel principal junto aos cinco avatares que estão totalmente inertes. Sabino vê o botão de autodestruição aceso, mas na verdade ele não ativou de fato a explosão, assim como no caso do botão vermelho do inimigo.

- Não sei o que está acontecendo exatamente (declara Sabino para mim). A inteligência artificial tem em sua programação a ordem de ativar a autodestruição para salvaguardar nossos segredos militares. O botão foi ativado, mas não houve a detonação do artefato que também destruiria nosso inimigo aqui perto. Talvez o impacto das balas contra nossa embarcação tenha sobrecarregado o sistema elétrico e a autodestruição não surtiu efeito.

- Calma, Sabino! Está tudo bem agora!

- Não...! Não está, Fernando...! Não percebe...? Estamos à deriva...! Inoperantes...! Prestes a sermos destruídos pelo inimigo...! Com uma bomba sob nossos pés que poderá explodir a qualquer momento...! Já perdemos esta luta...! Vamos pagar por isso a qualquer momento...! Assim que o exército brasileiro e a aeronáutica forem informados do que está acontecendo aqui atirarão contra nós e contra o barco inimigo!

- Por que eles atirariam contra nós? (indago eu).

- Por que eles não sabem de nossa existência...! Não sabem que estamos do mesmo lado...! Somente parte da cúpula da marinha e o presidente do Brasil sabem a verdade sobre nós. Irão nos destruir porque estamos no lugar errado e na hora errada.

- Tá legal! Vamos nos acalmar, ta? Onde está Everardo? (pergunto eu).

- Estou aqui! (declara ele que adentra a cabine com uma das mãos na cabeça e sentindo muita dor). Isto aqui está uma bagunça! Achei que a faxina da cabine fosse feita regularmente por você, jornalista!

- Esta não é hora para brincadeiras, Everardo! Nossa situação é grave! (declara, nervoso, Sabino).
- Eu sei...! Eu sei...! Estou apenas tentando não pensar muito sobre isso...!
- Como poderemos destruir nosso inimigo antes que ele o faça contra nós? (indago eu aos militares).

Um olha para o outro e ambos se dirigem para a lateral esburacada de nossa embarcação para observar a situação dos norte-coreanos. Eles percebem que no topo do navio inimigo, alguns militares estão trabalhando freneticamente num dos canhões para atirarem manualmente e nos destruir por completo.

- Tem razão, Fernando! (confirma Everardo). Temos que fazer alguma coisa urgentemente! Vão atirar em nós de forma manual, sem o uso dos computadores, a qualquer momento. Ainda temos alguma chance de sobreviver se conseguirmos atacá-los primeiro!

- Pelo que sei... a mira manual não é tão eficaz quanto o controle computacional! (declaro eu, tentando amenizar o problema que teremos se eles conseguirem atirar antes de nós).

- Não podemos contar com isso, Fernando! (declara Sabino). Temos que atacar e não revidar!
- Mas como faremos isso? (indago eu). Lá em cima não poderemos ir, porque os soldados-aranhas poderão nos atacar. E lá embaixo não há nada para fazer...!
- Calma aí! (pede Everardo a nós dois). O supercomputador não está funcionando e os soldados-aranhas devem estar desativados de suas principais funções.
- E daí? (indago eu). O que faremos com robôs retardados?
- Bom! Podemos emprestar o nosso cérebro para eles...! (responde, estranhamente, Sabino).

Eu olho para ele e depois para Everardo, que começa a sorrir para a tal ideia maluca. Eu começo a achar que estes dois militares nem são humanos! Talvez sejam robôs disfarçados que a qualquer momento ligarão um cabo de suas cabeças diretamente nos soldados-aranhas! Brincadeira! Eles são humanos sim!

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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