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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Estou eu, Fernando, chegando de avião em Manaus para uma reunião importantíssima. Uma que mudará a minha vida de uma forma que eu nem esperava que acontecesse um dia. Estou sentado numa poltrona de uma pequena sala da FUNAI, aguardando um visita há muito esperada. A porta se abre e um gerente local aparece sorrindo para mim. A porta acaba de se abrir e lá está Poti.

Sorrio para ela, mas não tenho de volta a mesma alegria. A menina, séria, se aproxima lentamente de mim! Eu me posiciono mais para frente na poltrona para poder ficar mais próximo dela. A menina ergue as duas mãos suavemente e as coloca sobre meu rosto. Ela acaricia cada detalhe que toca..., olhos..., orelhas..., nariz..., bochecha..., queixo..., sobrancelhas... e por fim avalia a textura do meu cabelo. Então começa a chorar fazendo uma linda careta, enquanto sorri em meio a lágrimas de alegria.

- É você mesmo, Fernando?
- Sim, Poti...! Sou eu...! Voltei para te levar comigo... para sempre...!

A jovem menina me abraça apertado e soluça em meio a um pranto sentido, de uma esperança que finalmente acaba de se realizar para ela. Eu a abraço de volta e não consigo evitar: também começo a chorar de alegria, por ela e por mim. Meu braço, ferido no último combate em alto-mar, ainda dói! Mas isso não é importante agora! Deixe que doa! Este momento ficará eternizado para sempre em minha mente. Quero curti-lo ao máximo neste momento! O homem da FUNAI aproxima-se de nós dois e acaricia a minha e as costas dela. Eu ergo a minha cabeça e olho para ele. Olhos vermelhos e lacrimejantes, mas mesmo assim eu sorrio e agradeço:

- Muito obrigado, senhor! Muito obrigado, mesmo!
- Agradeça ao general Figueiredo por isso! Ele me contou a história de vocês e os laços que se formaram entre você e Poti. Isso nos sensibilizou muito aqui na FUNAI! São poucas pessoas que fariam o que você está fazendo! Agora preciso que assine uns documentos de adoção para que torne oficial tudo isso.

Poti me agarra mais forte quando começo a me levantar do sofá onde eu estava. Eu a ergo no colo para caminhar até a mesa ali próxima. O funcionário local me oferece uma caneta com a qual começo a assinar uma série de papéis

- Por favor, assine aqui...! Aqui também...! Aqui...! E aqui...! Pronto, senhor Fernando! O senhor agora é o pai oficialmente de Poti!
- Obrigado, senhor! Este é um dia muito especial em minha vida! Agora vou viajar para a Coreia para me casar!
- É mesmo?
- Sim! As coisas estão acontecendo muito rapidamente!
- Estou vendo...! Já tem hoje uma filha índia... amanhã se casará com uma coreana...! Esta será uma família realmente globalizada! Boa sorte, Fernando, com o choque cultural de sua futura casa! (deseja o homem da FUNAI).
- Rsrsrs! Pois é! Uma filha índia, uma esposa coreana e eu brasileiro! (declara Fernando).

- Lembre-se sempre que para tudo na vida existem ao menos dois caminhos a se seguir. Um choque cultural pode levar dois povos a uma guerra, mas também podem levá-los a se complementarem em diversas situações e assim evoluírem juntos. Quando alguém se casa a opinião de cada um passa a valer apenas cinquenta por cento. Quando temos um filho este percentual baixa ainda mais. Mas quando crescem os jovens a nossa opinião não vale quase mais nada para eles. Portanto, assumir um casamento e um filho é saber que a sua liberdade pessoal estará extinta! O que passa a ser importante é a comunhão das ideias, dos caminhos, do planejamento para o futuro da nova vida que esta família passará a ter. No início tudo serão flores e alegrias! Mas com o passar do tempo começamos a cogitar se fizemos a coisa certa. Para que esta dúvida não aconteça é preciso fazer a coisa certa desde o início. Acha que poderá manter um emprego como o que tem na marinha e cuidar de uma família neste momento de sua vida?

- É uma boa pergunta! Mas esta resposta só poderei lhe dar daqui a alguns anos. Neste dia a vida de Poti já estará bem resolvida. Este tempo também será suficiente para eu saber mais sobre a minha vida com Chin-Mae. Duvido que alguém tenha uma resposta boa o suficiente para analisar um futuro tão distante.

- Tem razão, Fernando! Mas é preciso ter ao menos a consciência de que as dificuldades serão grandes.
- Sim! É verdade! Mas tenho algo a meu favor!
- É mesmo? E o que é?

- Minha futura esposa é diplomata! Então se houver uma discussão entre mim e ela, tentaremos agir profissionalmente: ela mediando e eu, como jornalista, farei o possível para ser imparcial na avaliação do evento.

- Rsrsrs! Espero que seja feliz, rapaz! O general falou muito bem de você, disse que é alguém do bem, íntegro, honesto, sincero e imparcial! Tem tudo para ser um bom marido e um bom pai!

- Rsrsrs! Espero que Chin-Mae e Poti concordem com o senhor! Obrigado por tudo! Vou aproveitar bem o tempo com a minha nova família, antes de voltar à ativa.

Eu saio dali com a minha filha no colo. Ela me agarrou e não me soltou mais!

- Você está enxergando bem agora, Poti? (indago eu a ela).
- Sim, Fernando!
- Que bom! Eu sabia que tudo iria dar certo!

Enquanto caminhamos eu encontro ali o comandante Severo que já estava em Manaus.

- Olá, Fernando! Não tive a oportunidade de cumprimentá-lo antes. Você está bem?
- Agora melhor ainda, senhor! Lembra-se de Poti, a minha nova filha?
- Eu já a conheço por vídeo! Espero que sejam felizes!
- Seremos, senhor! Eu posso lhe garantir isso! E quanto ao nosso barco... que fora destruído? Quando terminará o conserto?

- Conserto? Ele será praticamente refeito, meu rapaz! Iremos aumentar um pouco o reservado dos quartos para manter a equipe com maior conforto. Faremos o mesmo com a cozinha e uma área nova para descanso e como um canto especialmente para você trabalhar a bordo.

- Isso será muito bom, senhor! Peça para que coloquem as duas camas do beliche mais distantes uma da outra, por favor! Aquele espaço pequeno me deu muita dor de cabeça... literalmente!

- Já pedi isso também, meu rapaz! Fique tranquilo! Aproveite bem seus dias de marido e pai na nova Coreia! E se resolver abandonar o barco... me avise...! Mas saiba que se isso acontecer... sentiremos a sua falta.

- Fique tranquilo, senhor! Apesar de tudo o que tenho visto..., os horrores das guerras..., as maldades dos tiranos e assassinos..., a judiação contra índios..., animais selvagens... e pessoas comuns..., não pretendo abandonar este barco! Acho que o futuro do mundo será muito mais seguro e tranquilo dentro de quinze anos, comandante! Espero que a sociedade da época possa aprovar todas as ações que estamos hoje fazendo.

- O tempo dirá, Fernando...! O tempo dirá...! Boa viagem...! Boa sorte...! E bom retorno...!
- Obrigado, senhor! Poti! Dê até logo para o comandante Severo...! (digo eu a ela que não quer me largar e também não quer falar com Severo).

- Está tudo bem, Fernando...! Boa viajem, Poti! (deseja o comandante passando a mão na cabeça da menina). Registre suas imagens no SuperFacebook! Quero ver como vão indo as coisas do outro lado do mundo!

Eu e a minha filha agora estamos indo pegar um novo avião! Mas agora o destino está bem distante daqui! O outro lado do mundo! No novo país, outrora dividido em dois inimigos, que eu também ajudei a reunir! Em um ano deixei a minha adolescência para a idade adulta, me tornei profissional, vi guerras e mortes horríveis, presenciei a libertação de um povo (Coreia do Norte) e vi uma guerra civil se iniciar em outro (Colômbia), quase morri por diversas vezes, adotei uma indiazinha e estou indo me casar com uma coreana! Agora você, leitor, entende por que estou escrevendo estes livros? São muitas histórias para contar! E há muito mais que você nem imagina!

A minha filha adorou a viagem de avião! Ela nunca tinha feito isso antes! Ficou muito entusiasmada com tantas novidades que em seu mundo anterior jamais poderia ver. Quase tudo numa cidade grande é uma novidade para ela! Acho que alegria atual que demonstra mostra que conseguira deixar para trás um pouco da tragédia que sofrera com a perda da família e de toda a tribo onde vivia! Farei o possível para torná-la feliz...! É o que ela merece...! É o que eu mereço...! Mas... preciso saber se Chin-Mae irá aceitar esta minha nova condição! Nem sei se ela realmente desejará se casar comigo agora! Minha realidade mudou! A dela também com a sua família recuperada das garras do autoritarismo da Coreia do Norte! Espero que nada disso seja empecilho para vivermos juntos como antes queríamos.

Chegamos ao sul da nova Coreia. Aqui é onde vive Chin-Mae. Poti está comigo, ainda maravilhada, agora com este país que muda diariamente desde a reunião dos dois inimigos. O táxi nos leva até a frente de uma casa enorme, cheia de detalhes orientais típicos do lugar. O mar de frente para uma belíssima casa. Eu desço do veículo e Poti já corre pelo jardim relembrando sua vida na floresta. Ela vai dando nomes às plantas que vê, como fazia na mata amazônica. Olho para frente e vejo a linda Chin-Mae. Ela sorri para mim e corre em minha direção, feliz, bela, mais leve agora do que quando a conheci! O peso da guerra entre seus dois povos era grande demais.

- Olá, meu amor! (digo eu a ela). Ainda quer se casar comigo?
Ela sorri para mim e me beija longamente. De repente somos interrompidos por uma pequena mãozinha batendo em minha perna:

- Fernando! Fernando! Eu vi um cachorro muito diferente nos fundos da casa, posso brincar com ele?

Eu paro de beijar Chin-Mae e olho para baixo para a pequenina Poti:

- Isso você tem que perguntar para a dona da casa.

Eu me agacho e a pego no colo para apresentar uma oficialmente para outra.

- Poti esta é Chin-Mae. Chin-Mae esta é Poti a minha filha das selvas!
- Olá, Poti! Seu pai me contou tudo sobre você através da internet 3. Aliás, ele só fala de você!
- Oi! (declara a menina meio tímida). Posso brincar com o cachorro?
- Pode! Mas eu preciso ir junto com você até ele, para apresentá-los! Tá bom?
- Tá! (declara ela).
- Daqui a pouco nós três iremos brincar com ele, tá bom? (diz Chin-Mae).
- Tá!

Eu coloco Poti no chão novamente e ela sai correndo para o meio do jardim novamente.

- Eu sei que você entendeu o porquê de eu tê-la adotado! Senti um amor incontrolável por esta menina. Eu precisava cuidar dela. Eu precisava ser o pai dela!

- Eu entendo, meu amor...! Nada mudou entre nós...! A minha vida também está diferente agora...! Minha família me contou coisas terríveis que passaram e viram no regime do norte...! Eles precisam muito de mim agora...! Assim como Poti precisa muito de você...! Mas eu também preciso de você...! E não quero perder a oportunidade que a vida está nos dando novamente...! Estamos juntos...! Todos juntos...! Vamos ajudar novos entes queridos a esquecerem o passado ruim e vamos criar um novo futuro para todos nós...!

- Puxa! Quem está falando... a minha futura esposa ou a embaixadora...?
- Rsrsrs! As duas pessoas são a mesma! Sou o que sou! Mas quero ser mais agora: mãe, filha, esposa, irmã, amante sua para o resto de minha vida!
- Temos apenas um problema! (digo eu).
- Não pode ser maior do que já enfrentamos juntos?
- Não...! É bem pequeno inclusive comparado a tudo pelo que já passamos...! Como faremos com a lua-de-mel?
- Rsrsrs! Vamos dar um jeito, meu amor! Só precisamos de uma porta e quatro paredes entre nós e o resto do mundo! Mas ainda assim estaremos muito perto de todos que amamos!
- Sabe...! Acho que deveria voltar a ser embaixadora!
- Por quê?
- Parece que você consegue resolver qualquer conflito que encontra!

- Rsrsrs! Conflitos não existem, meu amor! O que existe é a falta de bom senso dos líderes mundiais! Em nossa grande família agora deverá sempre reinar a paz e o entendimento! Basta que cada um saiba respeitar o espaço do outro e o direito do outro em ser feliz!

- Quando podemos nos casar, meu amor?

Chin-Mae sorri de forma malandrinha e coloca a mão na boca como se tivesse feito alguma coisa errada!

- O que foi? (indago eu, sorrindo para o fato).
- Vamos entrar que eu te mostro (diz ela).

A bela mulher me puxa pela mão para o interior da casa e Poti rapidamente corre atrás de nós, para não ficar sozinha do lado de fora. Ao entrar ali, uma surpresa: Um padre e a família dela servindo de testemunha de nosso casamento.

- Uau! Incrível! Estou impressionado! (digo eu). Você está sempre um passo à frente!

Agora uma música de igreja começa a ser tocada pelo computador que controla a casa e eu e ela nos damos os braços e caminhamos lentamente até o padre. Foi o dia mais inesperado de minha vida! Depois da cerimônia almoçamos todos juntos e Poti foi conhecendo cada uma das pessoas dali: a irmã e a mãe de Chin-Mae que a trataram muito bem! Anos e anos de maus tratos deram àquela família coreana a visão do respeito e do amor que deveriam compartilhar de agora em diante! Nenhum deles, incluindo Poti, desejam a discórdia! Todos só desejam a paz e o amor!

Os meses seguintes foram incríveis. Senti-me vivendo algo irreal! Um país distante, uma esposa linda, uma filha maravilhosa, uma casa fascinante, um lugar inspirador diante do mar tranquilo e calmo!

Um dia estávamos todos sentados tranquilamente no jardim em espreguiçadeiras diante do mar quando algo inesperado aconteceu! O barco invisível apareceu ali, diante de todos nós! Foi um espanto para a família de Chin-Mae. A porta lateral se abre deslizando para o interior da embarcação. Logo abaixo retângulos instalados na lateral do barco se rotacionam se transformando em degraus! Eu me levanto da cadeira sorrindo para a imagem que estou vendo, mas ninguém desce dali. Inesperadamente surge ao meu lado Sabino, usando um uniforme que o torna invisível. Seu capacete é retirado para meu espanto.

- Sabino?!?! Barco Invisível novo e... uniforme novo, meu amigo? (indago eu).
- É isso aí, Fernando! Legal, né?
- Impressionante! Mas... o que o trás até aqui?
- Você...!
- Eu?!?!
- Sim! Temos uma nova missão pela frente! Mas não será nada fácil. Precisamos conversar em particular!

Eu olho para trás e aviso a família:

- Pessoal...! Eu já volto! Vou dar uma olhada lá dentro! (aponto eu para o barco invisível).

Subo as escadas logo atrás de Sabino!

- Hummm! Espaço interno maior!
-
Olá, Fernando! Vejo que a nova vida está lhe fazendo bem! (declara a voz feminina do supercomputador).
- Olá, computador! E parece que suas funções voltaram ao normal! (declaro eu).
-
Sim! Na última batalha ouve um desligamento total de meus acessos ao controle deste barco!
- Mas pelo que vi você teve tempo de acionar o botão de autodestruição! (digo eu ao computador).

-
Não acionei, não! Com o impacto da bala de canhão, um dos avatares se deslocou bruscamente e acionou se querer o botão. Para sorte de todos a bordo um defeito de fabricação desligou tudo quando os sistemas externos das placas de leds entraram em curto.

- É verdade, Fernando! Nos vídeos gravaram este momento antes de tudo se desligar (declara Sabino).
- Olá, Fernando! (declara Everardo usando o mesmo uniforme enquanto se aproxima de mim).
- Olá, Everardo! Estou de boca aberta com este novo interior da embarcação! Ficou muito bom, mesmo!
- Sim! Você tem razão! Caprichamos para tornar tudo mais espaçoso e mais eficiente. Mas o que temos para lhe dizer não é nada bom!
- O que aconteceu?
- Os Estados Unidos estão pressionando novamente o Brasil para uma nova missão! Temos que evitar um conflito aqui na Ásia.
- É mesmo...? Onde...?
- Temos que invadir o palácio norte-vietnamita e assassinar o presidente do país! (declara Everardo).
- O quê...? Por quê...? (indago eu).

- Depois da união das coreias o Vietnã do Norte endureceu as relações com os vizinhos mais próximos e ameaça iniciar uma nova guerra para manter a sua independência (informa Everardo). Mas desta vez os aliados não irão se intrometer. Os Estados Unidos não querem retornar ao Vietnã para uma nova guerra. A anterior lhes foi muito prejudicial. Nenhum país pretende mandar navios de guerra para a região. Mesmo assim o presidente ameaça atacar os vizinhos. O barco brasileiro deverá sozinho eliminar o líder norte-vietnamita. Isso criará as bases políticas para que o vice assuma o poder! Ele é muito mais flexível e adepto à reunião de todo o povo vietnamita. Depois que ele assumir o cargo começará pacificamente as negociações com todos os vizinhos para por fim à divisão entre eles. Ninguém sabe se isso funcionará, mas ao menos evitaremos mais uma guerra. O assassinato do presidente deverá parecer um suicídio para que uma guerra não se inicie por este motivo.

- Mas tem mais! (declara Sabino).
- Não quero nem perguntar o que pode ser! (declaro eu).
- Logo depois da missão no Vietnã, teremos que ir até o Irã para destruir o programa nuclear local o qual todos pensavam ter sido finalizado no passado (informa Sabino).

- Como assim? Houve muitas inspeções por anos a fio! Até mesmo Israel se convenceu de que não existiam mais armas nucleares no Irã!

- Pois é! Mas a contraespionagem descobriu recentemente um pequeno arsenal muito bem escondido numa remota região de um país próximo. Tudo controlado pelo próprio Irã!

- Essa não...! Mas se eles nunca utilizaram estas bombas por décadas, porque os Estados Unidos querem destruir este material agora?

- Eles não declararam o motivo disso! (informa, agora, Everardo). Só nos disseram que nossa ação será primordial para evitar os problemas que a região árabe terá após os próximos passos políticos que os Estados Unidos tomarão para o mundo no futuro próximo.

- Por que é que eles estão sempre querendo alterar as coisas no mundo? (indago eu). Nem são mais a potência mais importante do planeta?
- Temos que ir até a região arábica e destruir este arsenal sem que ninguém veja (declara Sabino).

- Depois voltaremos ao Brasil! O presidente quer que intervenhamos na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai! Parece que existem muitos terroristas islâmicos no local que ameaçam a paz entre nossos países. Sérgio e Pedro descobriram um reduto grande demais para atacarem.

- É mesmo?
- Sim! Teremos que atuar em conjunto com eles para eliminar todos de uma só vez (informa Sabino).
- Quanto tempo levará todas estas missões?
- Não sabemos, Fernando! (declara, preocupado, Everardo).
- E quando partiremos?
- Agora mesmo! (afirma Everardo).
- Terei que avisar a minha família!
- Então corra! O tempo está passando e não podemos nos atrasar! (declara Sabino).
- Por que não me avisaram antes?

- Certas coisas não podem ser ditas pelos sistemas convencionais de comunicação! (informa Sabino). Se alguém descobrir o que vamos fazer nestas regiões, poderemos deflagrar um conflito entre o Brasil e diversos outros países, incluindo Rússia e China que com certeza serão contra as nossas operações secretas. E eu garanto que os Estados Unidos não nos auxiliarão se isso acontecer!

- Tudo bem, pessoal! Preciso de menos de uma hora para separar algumas roupas, documentos e me despedir.
- Então corra, jornalista! (apressa-me Everardo). E esqueça seu tablet! Você tem uma nova sala de trabalho aqui dentro. Mas depois nós a apresentaremos para você.
- Ok! Até já! (digo eu indo rapidamente em direção à saída do barco para o jardim de minha casa).
- Fernando! Não diga nada a sua família sobre esta missão! É ultrassecreta! (requisita Sabino).

Eu concordo com a cabeça e saio dali!

- Ahhh! Pessoal...! (começo eu falando meio sem saber como com Chin-Mae e Poti que me olham meio assustadas). Eu tenho que voltar a ativa! Meu novo transporte está pronto e... não sei quando irei voltar...! Sinto muito...!

- Vai demorar, pai? (indaga Poti, chamando-me pela primeira vez de pai).

Agacho-me perto dela, sorrio abobado como qualquer pai varia nesta hora, e dou um beijo na testa dela.

- Eu não sei..., filha...! Essa resposta ninguém tem...! Mas é algo importante que devo fazer...! Irá ajudar muita gente no futuro...! Prometa para mim atender direitinho o que Chin-Mae lhe mandar fazer?

- Está bem...! Ela é legal..., pai...!

Eu sorrio e beijo novamente a testa dela. Ergo-me e me aproximo de Chin-Mae, que parece muito triste com a minha partida.

- Tem mesmo que ir...? A nossa vida está tão boa aqui...! Todos juntos..., felizes..., como poucas vezes em minha vida pude viver...!

- Eu sei, meu amor...! Também me sinto desta forma...! Mas eu não posso deixar de ir...! Prometi ao comandante Severo que eu continuarei a trabalhar nestas operações...! Temos feito coisas incríveis nestas missões...! Estamos mudando o mundo... e tudo indica que será para melhor...! Não posso neste momento dizer não...! Pelo menos..., não ainda...!

- Eu compreendo...! Sei da importância de tudo isso...! Sem essas missões eu não teria de volta a minha família... e você não teria encontrado Poti...! Mas agora que tem tudo o que te faz feliz..., deveria pensar em se aposentar.

- Aposentar-me?!?! Não tenho nem trinta anos de idade...!!!!
O mundo ainda precisa de um barco invisível como o nosso..., fazendo o que fazemos...!

- Tem razão...! Mas não precisa ser você lá dentro...! Aposto que outros jovens jornalistas topariam ir em seu lugar...!

- Eu tenho certeza disso, Chin-Mae...! Mas ainda não estou pronto para dizer adeus às missões...! Gosto de meu trabalho..., sinto falta destas aventuras...! Quero fazer parte do que estamos fazendo pelas pessoas...! Ainda não posso dizer adeus a este trabalho...! Espero que compreenda...! Sinto-me bem em ajudar às pessoas e ver que o mundo está ficando mais seguro..., mais tranquilo..., mais bonito...!

- Fernando...! O tempo passa muito rápido...! Se demorar muito para abdicar de uma coisa... poderá perder a outra!
- O que quer dizer com isso, Chin-Mae...?

- Quero dizer que as crianças crescem...! E se a vida de marinheiro te levar por muito tempo daqui... Poti poderá estar casada, com filhos, vivendo longe...! E você terá então perdido a oportunidade de ser um pai de verdade...! E eu, poderei me sentir abandonada e triste, porque tinha tudo o que queria em minha vida..., mas não poderei tocar em você todos os dias..., amá-lo todos os dias..., compartilhar com você nossas refeições..., bate-papos..., carinhos...!

- Entendo, meu amor...! Talvez tenha razão...! Durante esta missão vou pensar muito no que acaba de me pedir...! E se eu me decidir... talvez esta seja a minha última missão na marinha brasileira...!

Chin-Mae concorda com a cabeça com um sorriso leve e sem mostrar os dentes. A tristeza está nitidamente estampada em sua face. Ela sabe que será difícil para eu deixar de lado este trabalho. Será duro ter que desistir de algo tão importante em minha vida...! Mas talvez a minha esposa tenha razão...! Ela me abraça de forma carinhosa e muito chateada, como são todas as despedidas... antes de um distante retorno!

Entro em casa, faço rapidamente as minhas malas e volto ao novo barco invisível, que me levará para destinos inimagináveis, com aventuras indescritíveis e apaixonantes.

A porta externa do barco se fecha, deslizando para de dentro para fora enquanto os degraus da escada se rotacionam até se nivelarem com a parede inclinada externa, tornando assim tudo completamente invisível. Poti se aproxima de Chin-Mae e a abraça longamente nas pernas. Sinto que eu as estou abandonando!

O preço a pagar por mim e minha linda família, poderá ser realmente alto demais. Família que ganhei por participar das primeiras missões do barco invisível, e que agora, estas mesmas missões secretas, podem me tirar tudo o que consegui! Parece que a vida sempre nos dá opções! Saber escolhê-las e dosá-las é muito difícil. Talvez a família não concorde com as nossas decisões, mas as escolhas precisam ser feitas! E temos também que arcar com as consequências de tudo isso! Só não sei se eu mesmo estou pronto para perder tanto.

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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