O Barco Invisivel

Um jovem loirinho está em seu quarto à noite. Ele está deitado em sua cama, relaxado com as mãos cruzadas atrás da nuca e olhando para o teto enquanto conversa com uma amiga por pensamento na nova rede mundial de bate-papos:

- Vamos na balada nesta sexta-feira? (sugere o jovem).
- Legaaaaaal! Vamos sim! A gente se vê lá? (responde a garotinha que está do outro lado da cidade).
- Sua mãe não ficou brava porque chegamos muito tarde da última vez?
- Naaaada!!!! Ela é da paz! De boa! Já estava dormindo quando cheguei!

De repente alguém entra na conversa dos dois:

- O que é uma... balada? Eu sou novo aqui na região e não entendo algumas palavras!

O garoto baixa as sobrancelhas, estranha a entrada do sujeito na conversa, mas responde ainda assim:

- Balada é onde a gente se encontra para dançar, curtir e namorar! (responde o garoto).
- Ahhh! Legal! E onde será esta... balada? (questiona aquele que acabou de entrar na conversa).
- É numa casa de shows e eventos no centro da cidade! (responde a garota).
- Humm! É uma pena que eu não possa ir! Estou há pouco tempo por aqui e aqueles que são responsáveis por mim me pediram para eu não sair sozinho pela cidade!
- Como você se chama? (indaga o jovem loirinho).
- Eu? Meu nome é Soan B. (responde o que entrou na conversa do jovem casal).
- Eu sou Paulinho! Engraçado seu nome! De onde vem?

- Venho de muito longe! (informa Soan B.). Sou de uma região pouco conhecida das pessoas... Venho de... um lugarzinho... perto do... Himalaia. É meio desabitado por lá!

- Olá Soan! Eu sou Jéssica! Bem-vindo a São Paulo! Aqui gostamos de conhecer pessoas de outros países.
- Olá, Jéssica! Eu cheguei hoje por aqui e ainda não conheço ninguém.
- Vou te apresentar minha galera! Quem sabe seus pais deixarão você sair quando conhecerem um pouco melhor nossa cidade de São Paulo.
- Que bom! Vou adorar conhecer todo o mundo!
- A propósito, Soan, como conseguiu entrar em nossa conversa particular? Estávamos numa conexão reservada!
- Bom...! Não conte para ninguém...! Eu sou muito bom em invadir conexões reservadas...!
- Ahhh...! Um hacker...! Faz tempo que ninguém ouve falar em hackers...! (comenta Paulinho). Achei que estavam todos extintos...! Rsrsrs!
- Rsrsrs! Na verdade não é tão difícil invadir sistemas...! Se alguém está dentro... eu também posso entrar...! (comenta Soan B).
- Legal! (declara Jéssica). Vou gostar de te conhecer mais, Soan!
- Eu também...! (concorda Soan).

Um pequeno programa fora enviado aos computadores dos dois jovens que conversam com Soan B. Ele está ali, aguardando o momento certo para entrar em funcionamento! É um estranho vírus e de origem desconhecida! Na NASA os militares americanos ainda buscam uma solução para o caso do SkyFly 2 que continua refém no espaço do satélite alienígena. Inesperadamente um forte laser é jogado diretamente do objeto extraterrestre para os olhos do cibernético espacial humano.

- Ahhhh! (grita o SkyFly 2).
- O que houve? Registramos uma tentativa de invasão em seu sistema operacional! (declara um operador humano do exército americano através do sistema de comunicação).

- Estou bem! (responde o SkyFly 2 com a cabeça virada de lado e os olhos artificiais fechados). Realmente o satélite alienígena tentou usar meus olhos para penetrar em meu sistema operacional. Percebi um programa virulento que parecia ter a intenção de me dominar!

- Isto é um ato de guerra! (declara o general militar que está na NASA).
- Ele não conseguiu nada com isso, senhores! Estou bem! (confirma SkyFly 2). Mas recebi as primeiras linhas do programa invasor e o título do programa que aparece escrito é: HackErTs!
- HackErTs?!?! O que isso significa afinal? (indaga o general em terra).
- Hackers Extra-Terrestres! É o que vem logo a seguir ao título na linha debaixo (informa SkyFly 2).

- Mas que droga! Estão invadindo nosso planeta através da Internet 4! (declara Control, o cibernético-chefe da CIA, ao analisar as informações recebidas). É um ato de guerra! Tudo neste planeta está acessível através da rede: armamentos, cibernéticos, computadores pessoais, telefonia, energia elétrica, todo o sistema jurídico e econômico-financeiro global.

- Temos que deter este exército de hackers e invasores digitais! (declara, bravo, o general). Envie um grupo de cinco mísseis em direção àquele satélite inimigo! Vamos derrubá-lo ou destruí-lo. Temos que tirar o SkyFly 2 dali agora!

- Senhor! O satélite alienígena está tentando derrubar a rede elétrica em todo o mundo! Apenas alguns países menores estão em blackout completo neste momento. A Supercomunidade continua firme e não caiu diante desta primeira onda de ataques.

- Lançar mísseis! Agora! (ordena o general americano).

De pontos diferentes do planeta cinco mísseis se dirigem ao espaço com o objetivo único de destruir o satélite invasor. O satélite inimigo lança um raio laser em direção a cada um dos mísseis que vêm na direção dele.

- Ele está contra-atacando, senhor...! Não...! Espere...! Ele está tentando controlar os mísseis...! Mas não está conseguindo...! O alvo agora... desapareceu..., senhor! (declara um operador humano da NASA).

- O quê? Como isso é possível? (indaga o general).
- Ele simplesmente... desapareceu, senhor! Não está mais na última posição definida (confirma o operador humano).

O SkyFly 2, em órbita, abre os olhos e percebe que não há mais nenhum satélite invasor por perto:

- Confirmo a informação daqui do espaço, senhores! O satélite desapareceu. Não estou mais detectando os sinais de contato com a Terra.
- Cancelar ataque dos cinco mísseis! Envie o pedido para que eles retornem para casa! (ordena o general).

Já quase chegando ao espaço os cinco mísseis fazem um longo retorno no ar, abrem um par de asas e retornam em velocidade mais lenta para seus pontos de origem. Mas algo estranho está acontecendo. As asas se fecham e os mísseis aceleram novamente a velocidade em direção às bases de onde vieram.

- Senhor! Temos um problema grave em andamento! Perdemos o controle dos mísseis. Eles vão explodir no ponto de onde foram lançados.
- Acionar a autodestruição! (ordena o general).
- Sim, senhor! (confirma o militar sentado ao lado do general).
- NÃO! (grita em vão o cibernético da CIA).

Os cinco mísseis explodem em pleno ar! E agora o cibernético da CIA se pronuncia a respeito:

- Acabamos de cometer dois graves erros nesta guerra! Demos a eles os códigos de acionamento de nossos mísseis e também os de autodestruição! O satélite não estava tentando controlar os mísseis! Ele tinha enviado para as nossas centrais de controle um programa de observação! Estes HackErTs estão começando a entender como nós agimos e qual é a lógica de programação que utilizamos para nossas armas de combate.

- Se o que está dizendo é verdade... teremos que aprender a lutar no campo onde o combate está realmente acontecendo: será uma guerra de vírus e antivírus digitais! (declara Einstein, o cibernético de ciências da NASA que está ali ao lado).

- É o que parece! (confirma Control, o androide da CIA). Precisamos mudar toda a configuração de códigos de nossas armas em todo o mundo.

- Isso não será nada fácil! (declara o general).
- Ou fazemos isso agora ou seremos vítimas de nossas próprias bombas!
- E quanto ao desaparecimento do satélite inimigo? (indaga SkyFly 2 em órbita).

- Deve ser uma camuflagem! (afirma Control). Fomos pegos de surpresa, senhores! E o campo de batalha é muito diferente do que estamos acostumados. Nossos melhores soldados agora nesta guerra serão os supercomputadores e os melhores programadores conhecidos. Temos que recrutar a todos ou não sobreviveremos contra estes HackErTs. SkyFly 2! Pesquise aí no espaço e veja se consegue encontrar o satélite alienígena. Tome cuidado! Ele é muito esperto e sabe o que está fazendo!

- Ok!