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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

Logo cedo toda a cúpula religiosa brasileira do culto ao fantasma fora chamada a depor na delegacia. O delegado cibernético entra na sala, onde os cinco líderes da igreja brasileira se encontram sentados, e ele também se senta em sua cadeira atrás de uma mesa toda branca e cheia de telas de computador. Nestas telas aparecem as imagens dos rostos de cada um dos clérigos ali. O delegado cibernético tem enormes olhos como os de uma formiga. Os grandes glóbulos são multifacetados e cada facete tem uma nanocâmera de vídeo que grava a imagem de cada pessoa que está na sala naquele momento. Entre as funções múltiplas o delegado cibernético consegue saber quem está mentindo diante das perguntas e também registra tudo o que está sendo conversado.

- Muito bem, senhores! (começa a falar o delegado). Quero lembrar a todos vocês que utilizo detectores de mentira que nunca falharam! Sei exatamente quando alguém mente. Portanto, nem pensem em tentar me enganar! Isso configuraria mais um crime: o de Perjúrio diante de autoridade cibernética...! Recebi uma denúncia anônima de alguém que gravou os comentários de um dos senhores após um culto da nova igreja em homenagem ao fantasma. Recebi diversos vídeos que demonstram claramente que o senhor padre-pastor Carlos estava debochando dos fiéis e suas crenças junto dos colegas. Depois foi para a rua e tomou pinga num bar. Estou enganado, irmão Carlos, ou o senhor está agindo contra as regras estabelecidas pelas leis da supercomunidade, que dizem que um representante religioso não pode beber álcool?

- Desculpe-me, delegado, mas o senhor confirmou a autenticidade destas imagens antes de fazer esta pergunta a mim? (indaga o padre-pastor Carlos).
- Está duvidando de minha inteligência artificial? (indaga o delegado cibernético). Posso enquadrá-lo em mais um crime por isso: desacato à autoridade cibernética!
- Não, delegado...! Por favor...! Não me interprete mal...! Não tenho a intenção de debochar de sua capacidade...
- O senhor diz isso também aos seus fiéis? (afirma ironicamente o delegado robótico). E depois, por trás das paredes de sua igreja, debocha deles junto aos outros clérigos de sua igreja!
- Sou inocente, delegado! Fui vítima de uma manipulação de alguém!
- É mesmo? (indaga o delegado sorrindo ironicamente). Então me esclareça..., para que não fique nenhuma dúvida sobre o que fora gravado da atitude de vocês no isolamento do interior daquela igreja..., o que foi exatamente que aconteceu ali? Existe algo que ficou fora de contexto quando falou sobre pobres acreditando de forma sem-sentido em um fantasma?

Carlos engole em seco, demonstrando nitidamente que ficou numa saia justa neste momento.

- Delegado! Realmente nos espantamos todos os dias com a capacidade de fé deste povo! (declara o padre-pastor Carlos). Temos dezenas e dezenas de depoimentos que comprovam a veracidade da existência desta... entidade... nas fronteiras brasileiras nos últimos quinze anos. Às vezes duvidamos que os fiéis possam ser tão devotos, mas todos os dias conseguimos a mesma comprovação da fé que também devemos ter sobre... ele..., que realmente existe e esteve comigo muito recentemente em minha casa falando sobre este assunto! Quanto à gravação destas imagens... não tenho nada a declarar...! Alguém está tentando nos prejudicar.

- Sei! E espera que eu acredite nisso? (indaga o delegado forçando Carlos a continuar falando sobre este assunto).
- Achei ter ouvido o delegado dizer que possui um excelente detector de mentiras? (declara de forma pejorativa o padre-pastor Oliveira).

O cibernético não gosta do comentário e responde ao religioso:

- Só para bem deixar claro! Nenhum de vocês aqui deve me fazer perguntas. Estão aqui para me dar respostas! Se eu ouvir novamente um comentário jocoso, como o que acaba de fazer, colocarei todos na cadeia como prisão temporária e serão interrogados por mim durante todos estes dias. Ficarão sem dormir enquanto forem meus hóspedes, porque eu não preciso dormir. Fui claro?

- Sim, delegado! (responde Oliveira). Desculpe-me!
- Continue, senhor Carlos! O que lhe disse o fantasma quando esteve em sua casa? (indaga o delegado).
- É... meio constrangedor... comentar sobre este assunto!
- Constrangedor foi a divulgação dos vídeos de vocês na Internet 4! (afirma o cibernético).
- Bem...! Ele me disse... para não usar mais o... nome dele em vão... em meus cultos!
- O quê...? (indaga Oliveira ao colega religioso). Está falando sério...? Isso é verdade...?
- Sim! Não posso mais fazer palestras sobre... ele...! Do contrário serei punido com a morte! (confirma Carlos).

O delegado sorri para o que ouviu...! E comenta o fato:

- Interessante...! Você acredita mesmo nisso, não é?
- Não é questão de acreditar ou de ter fé, delegado! Ele realmente esteve em minha casa e me ameaçou!

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
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CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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- Curioso como a vida humana recebe de volta o que planta...! Parece que o tal fantasma esteve debochando de você...! E agora... não pode falar dele aos seus fiéis e nem debochar do fato aos seus colegas...! Bom...! Diante do que eu ouvi aqui..., confirmando a veracidade de boa parte do que disseram..., vou abrir uma exceção para todos vocês. Vou deixar que continuem trabalhando com a sua igreja..., temporariamente. Mas a perícia fará uma auditoria em suas contas, nas contas da igreja e nos valores que estão sendo enviados ao verdadeiro dono do estabelecimento. Sim, porque desconfio que vocês sejam apenas laranjas neste... empreendimento! Talvez esta igreja sirva apenas para a lavagem de dinheiro aqui e no exterior...! Mas isso eu vou apurar e descobrir a verdade...! Dentro de uma semana saberei tudo sobre este... negócio... de vocês. Estão todos proibidos de deixarem este país e por isso receberão um chip de localização em seus pescoços. Se se confirmarem os crimes de evasão de divisas, enriquecimento ilícito de qualquer um de vocês, incluindo familiares e amigos próximos, e a lavagem de dinheiro... serão presos e geneticamente alterados para que nunca mais façam tais coisas. Terão que reiniciar suas vidas com trabalhando duro e em serviços pesados, como parte da pena a ser cumprida por tais crimes. Todos os seus bens serão confiscados e perderão o contato com a família. Quanto ao álcool..., padre-pastor Carlos..., tem duas opções claras: ou para de beber ou deixa de ser religioso! A lei atual é muito rígida a este respeito. De qualquer forma, se forem considerados culpados pelos outros crimes, já incluiremos em sua transformação genética uma aversão natural ao álcool. Vocês têm uma semana para serem inocentados ou condenados! E..., senhor Carlos..., tem oito dias para deixar a bebida de lado, se for considerado inocente de seus crimes. Se algum de vocês tentar fugir do Brasil ou tentar retirar o chip do pescoço, será considerado foragido e acusado formalmente dos crimes aqui listados, mesmo que não sejam culpados. A fuga de um condena os outros pelos mesmos crimes. O tenente Décio irá implantar agora em vocês o tal chip...!
Abaixo a imagem do Delegado Cibernético.
O delegado se levanta de sua cadeira enquanto o tenente Décio bate na porta para entrar na sala.

- Pode entrar, tenente! Tenham fé, senhores...! Talvez o fantasma possa salvá-los da pena ou matá-los se ele decidir que continuam usando o nome dele em vão...! Rsrsrs! Tenham um bom dia, senhores!

O tenente Décio da delegacia se aproxima dos padres-pastores com uma pistola colorida nas mãos e lhes indaga:

- Quem quer ser o primeiro?

Um religioso olha para o outro e ninguém se pronuncia sobre o assunto. Pouco tempo depois estão todos já na igreja para o primeiro culto do dia. Na plateia há um número bem reduzido de fieis. Provavelmente porque muitos dos que não vieram assistiram ao vídeo na Internet 4 e não gostaram disso! Mesmo os que estão ali não parecem estar muito felizes.

- Oliveira! Acho melhor você hoje falar ao público! Estou impedido pelo... você sabe quem..., de falar sobre ele! (declara o padre-pastor Carlos).
- Acredita mesmo nesta história, né? (declara Oliveira). De que adianta um padre-pastor mudo numa igreja...?
- Por favor! Quebre meu galho hoje! Estou passando por um momento difícil (informa Carlos).

- É...! Eu sei...! Todos nós estamos...! Graças àquele papo em recinto fechado...! Sabe...! Uma coisa que eu não entendo...? Quem gravou aquelas imagens...? Não foi nenhum de nós...! E não havia ninguém no local...! Já verifiquei e não encontrei nenhuma câmera escondida...! Parece que tinha alguém invisível ali conosco naquele momento...!

Todos se entreolham imaginando a mesma coisa!

- O fantasma...?!?! (declara o outro padre-pastor).
- Não pode ter sido ele...! (afirma Carlos). Ou pode...?
- Isso tudo é muito estranho...! (comenta Oliveira). Vou dar a palestra agora aos fiéis em seu lugar, Carlos.

Ele sai da sala isolada. Oliveira se encaminha pelos corredores internos em direção ao salão principal. Um murmurinho de vozes toma todo o ambiente no salão onde estão os fieis. Mas agora... um grande silêncio se abate sobre a plateia quando o religioso Oliveira aparece por ali e se dirige para trás do púlpito no palco principal. Ele sorri docemente para as pessoas, como é típico da estratégia dos profissionais do ramo, procurando transmitir uma imagem tranquila e em paz.

-
Hoje, meus irmãos, vim aqui para falar sobre fé! (começa o padre-pastor Oliveira). A boa fé que move montanhas e independentemente do que acontecer... ela sempre prevalecerá sobre as mentiras e sobre as armadilhas que nos preparam as pessoas de má fé!

-
Está falando do pastor Carlos? (grita uma voz feminina da plateia).

Oliveira, já esperando por algum tipo de reação contrária, responde carinhosamente à indagação:

- Não, irmã! (continua ele).
Falo daqueles que agiram contra todos nós aqui na nossa congregação! Aqueles que forjaram as imagens que estão circulando na Internet 4! Aqueles invejosos que querem destruir esta igreja e a boa fé... que cada um que vocês têm! (fala mais alto o padre-pastor). Falo de respeito à realidade! Digo a vocês que o fantasma existe e provo isso todos os dias, quando trazemos até aqui pessoas..., como vocês..., do seio do povo..., da fé..., da esperança...! Sei que estão aqui em busca da verdade! E em verdade vos digo: a boa fé sempre mostrará o caminho verdadeiro!

-
Por que o senhor acha que devemos acreditar em suas palavras, depois do que vimos na Internet 4? (grita outra mulher da plateia).

Oliveira sorri a todos, sem mostrar os dentes, e continua mantendo sua calma, enquanto se explica:

- Irmã! Todos aqui, nós..., esta igreja... e vocês..., fomos vítimas de uma armação! Descobrimos que alguém forjou tudo isso, produzindo clones de cada um dos padres-pastores desta igreja para simular aquele vídeo que vocês assistiram estupefatos. Tão estupefatos quanto cada um de nós aqui!

-
Não pode ser!?!? (declara alguém na plateia).
- Sim, meus irmãos e irmãs! (continua falando Oliveira). Desconfiamos de outra igreja que fez isso contra todos nós. Uma que vem nos criticando desde a data de nossa inauguração. Uma que quer nos destruir porque seus fieis os estão abandonando e vindo para cá em massa! Mas a armação não deu certo...! A mentira foi descoberta...!
A verdade veio à tona...! Por isso estou aqui falando hoje sobre a fé...! Peço a vocês que não percam a sua fé no fantasma...! Não...! Não façam isso...! Duvidem dos homens e suas intenções...! Mas não abandonem o fantasma...! Se quiserem... não retornem mais a esta igreja...! Não...! Fiquem em casa...! Mas mantenham a sua fé...! O fantasma deu duro para livrar a nossa sociedade dos traficantes, guerrilheiros e políticos corruptos. Com isso ele nos trouxe de volta nossos filhos, antes viciados, ladrões e assassinos, transtornados pelo uso dos produtos maléficos enviados pelo demônio para a humanidade através das pessoas que o fantasma eliminou uma... a... uma...! Por isso falo de fé hoje para vocês! Não percam a sua fé...! Ela é preciosa demais! O espírito de Jesus está por trás de tudo..., conspirando a nosso favor! Meu..., seu..., nosso...! Perder a fé no fantasma... é o mesmo que perder a fé em Jesus e em suas realizações há mais de dois mil anos atrás... e há menos de quarenta anos..., quando o espírito do bem fora enviado por ele (declara o padre-pastor apontando com o dedo indicador da mão direita para o céu)..., para nós! Mantenham a sua fé! Em breve a eficiente polícia deste país estará provando o que lhes estou dizendo agora...!

O padre-pastor Oliveira deixa o púlpito e se dirige mais para perto do limite do palco elevado para ficar também mais próximo dos fieis.

- O fantasma me contou sobre o que estou lhes dizendo...! Quando tudo for provado... e comprovado..., quero todos aqui de volta... e com a fé renovada...! Espero que depois disso...
nunca mais..., nenhum de vocês..., volte a duvidar do fantasma... e de nós, padres-pastores, que fomos iluminados com a graça do Senhor. Deus criou o mundo. Seu filho veio até nós e nos mostrou o verdadeiro caminho a seguir. O Espírito Santo se materializou no fantasma... e assim a divina trindade se mostrou por completo ao ser humano, para provar... de uma vez por todas..., que os três são um só! E para provar que sem fé... não somos nada... não somos ninguém... não temos porque continuar vivendo...! Meditem sobre o que eu lhes disse hoje...! E tenham um bom dia..., com a graça de Deus, de Jesus e do Espírito Santo!

As pessoas da plateia, muitos já chorando de arrependimento, por terem duvidado dos "bons" padres-pastores, lentamente vão batendo palmas para a "linda" palestra que o devotado religioso proferiu em nome do fantasma. Mais uma vez os fieis entregam suas almas e dinheiro aos falsos profetas que roubam as mentes dos desavisados. Escondidos na sala de reuniões, os outros padres-pastores que também ouviram a palestra do colega comentam o fato:

- É! O irmão Oliveira foi muito bem! Ainda bem que o nosso advogado sugeriu esta saída para todos nós (comenta um deles).
- Pois é! Mas ele levou uma grande quantia em dinheiro para acionar o tal médico que irá providenciar a confecção dos nossos clones (declara Carlos).
- Ele nos garantiu que o delegado será enganado e acreditará em nossa versão!
- Ainda precisamos dar um jeito de enterrar os clones no jardim de uma igreja para tornar o pastor de lá o nosso bode expiatório!
- É! O advogado garantiu que conhece pessoas que poderão fazer isso sem problemas!
- Como faremos para denunciar o crime do pastor da outra igreja?
- Vamos pagar um dinheiro alto para que um dos funcionários da limpeza encontre os túmulos. Depois este endereço será tão visitado que acho que precisaremos pedir mais dinheiro aos fieis para comprar os imóveis ao lado do nosso.
- Quem sabe possamos até mesmo comprar a igreja do pastor do outro lado da rua?
- Rsrsrsrs! Boa ideia!

Lá no salão principal o padre-pastor Oliveira cumprimenta cada um dos fieis com sorrisos e afagos nas mãos deles. A última a falar com ele é a repórter Ângela Jonas:

- Olá, senhor Oliveira! Meu nome é Ângela do "Jornal do Horário Nobre". Vim aqui fazer uma matéria sobre a sua igreja e gostaria de convidá-lo a dizer o que acaba de dizer aqui para toda a supercomunidade.
- Nossa igreja não tem interesse neste tipo de publicidade, minha filha! (comenta Oliveira sorrindo para ela).
- Não se trata de publicidade! Trata-se de uma defesa de seu ponto de vista sobre os fatos, quer o senhor queira, ou não, pegou muito mal para esta igreja.
- A senhora estava aqui durante toda a minha palestra aos fieis?
- Sim, claro, que sim!
- Então já sabe a verdade! E isso nos basta!
- Suas palavras foram muito eloquentes! Acho que o povo da supercomunidade deveria saber mais sobre a verdade que o senhor colocou aqui tão bem! (comenta Ângela tentando ganhar a confiança do padre-pastor).
- Agradeço a bondade de seus elogios, mas quem fala a verdade e tem a fé, não precisa de publicidade.
- Acho que se viesse a público o número de fieis nesta igreja aumentaria consideravelmente, não acha?

Oliveira pensa um pouco no assunto e sorri novamente:

- Tem razão, senhora! Tem muita razão! (diz ele concordando, quando o assunto se transforma em dinheiro).

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