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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

Quase quinze dias se passaram e Poti não quis falar mais nada sobre seu namorado, nem comigo nem com o restante da família. Mas como pai eu quero saber mais! E durante o almoço de hoje eu comecei a demonstrar uma maior preocupação com ela! Estamos hoje todos à mesa! Chin-Mae, a irmã mais nova dela, Júnior, o nosso filho, Poti e eu, Fernando. A mãe de Chin-Mae morrera anos antes deixando um lugar vago à mesa. Poti não está feliz e eu não deixo de perceber isso. Enquanto me alimento olho para ela, analisando-a..., buscando sutilezas que me ajude a descobrir mais sobre seus problemas! Chin-Mae está, neste momento, contando uma história romântica de nosso passado dentro do barco invisível:

- Eu estava apavorada! Fê segurava a minha mão, mas não era o suficiente! Foi quando o barco militar pousou na água com força! Desmaiei de medo! Achei que tinha morrido naquela hora! Foi quando este jornalista aqui (diz ela olhando para mim e segurando em minha mão) me pegou no colo e me levou para a cama pela primeira vez.

- Mãããe! Não se fala isso para os filhos!!!! (declara, Júnior, o mestiço de coreana com brasileiro).
- Rsrsrs! Meu filho! Não falo de sexo! Estou dizendo que seu pai me levou para a cama do barco para eu me recuperar do enorme susto que todos levamos...! Foi quando ele me beijou pela primeira vez...!
- Você se apaixonou por ele neste dia? (indaga Poti).
- Não, minha filha! Eu me apaixonei por ele no primeiro dia em que o vi...! Ele tem um olhar doce..., um sorriso amigo..., além de ser lindo..., atraente...
- ...E meio atrapalhado...! (completo eu).
- Rsrsrs! É..., também...! (concorda Chin-Mae). Mas até isso eu achei lindinho em você...!

Poti suspira, demonstrando que adorou esta história e gostaria de viver algo semelhante! Inesperadamente as luzes da casa piscam três vezes seguidas. Todos nós estranhamos o fato, porque surtos de energia já não são comuns há muito tempo. Depois que diversos países combinaram mais recursos energéticos naturais, como energia solar, eólica e outras fontes, o blackout se tornou coisa do passado. Todos nós olhamos para cima e entre nós, estranhando o fato. Eu, Fernando, aproveito para continuar o assunto anterior e indago à minha filha:

- Poti! Fale-me mais de seu namorado!
- Não há muito que falar sobre ele, pai!
- Por quê...? Se você se interessou pelo rapaz... deve ter algum bom motivo!
- Ahhh...! Ele é lindo...! Tem um jeito de andar e se vestir que me deixou apaixonada...! Além de um sorriso maravilhoso...!
- Este almoço está muito romântico para o meu gosto...! (declara Júnior, fazendo careta enquanto come).
- Humm! Parece que tem alguém com inveja...! (declara a tia dele, irmã de Chin-Mae). E aquela garota que você está gostando na faculdade?
- Ahhh! Eu ainda não disse a ela o que sinto!
- Por quê? (indago eu, Fernando).
- Tenho medo que ela não goste de mim...! (responde Júnior).
- Eu sei como é isso, meu filho! (declaro eu).
- Ahhh! Então foi por isso que demorou tanto para me beijar? (comenta Chin-Mae comigo).
- O nosso caso foi mais complicado, Chima! Estávamos numa missão militar, num ambiente apertado, com um supercomputador nos observando o tempo todo e um risco contínuo de morrermos a qualquer momento!
- O lugar perfeito para um romance! (declara Chin-Mae, para meu espanto).
- Humm! Então a minha esposa gosta de uma aventura romântica? (comenta eu).
- Rsrsrs! (sorri ela colocando a mão na boca, como normalmente fazem as mulheres orientais mais tímidas).
- E você? (indago eu à irmã de minha esposa). Já encontrou alguém interessante?
- Ainda estou analisando o mercado local! (responde ela, sorrindo).
- Humm! Parece que todos aqui estão em busca de alguém interessante! (comento eu, sorrindo e logo depois levando mais um garfo de comida à boca).

Aproveito para observar Poti mais um pouco e, depois de engolir a comida, indago novamente sobre o namorado dela:

- Minha filha! O que faz seu namorado na vida? Como ele age com você?
- Bom...! Ele é legal, mas não é exatamente quem eu pensava que fosse!
- E o que isso quer dizer, afinal? (indago preocupado).
- Ele tem uns amigos esquisitos... e eu não gostei de nenhum deles...!
- Peça para ele escolher entre os amigos e você!!!! Se ele te ama de verdade escolherá a você!!!! (afirmo a ela).
- Não é tão simples assim, pai...! Eu o amo mais do que tudo e faria qualquer coisa para mantê-lo ao meu lado!
- Então... você... se juntou ao grupo de amigos dele...? É isso que quer me dizer...?
- É... Mais ou menos isso!
- Poti...! Seja sincera comigo...! Quem são estes amigos de seu namorado...? O que eles fazem para viver...?

A descendente indígena olha para todos na mesa e resolve falar a verdade:

- Eles...! Eles... são... traficantes de drogas!

Um silêncio aterrador toma conta daquela casa e Júnior faz uma observação infeliz sobre isso:

- Agora este almoço está começando a ficar interessante!

Poti olha feio para o irmão de criação, enquanto eu resolvo sair da inércia e a indago novamente:

- O quê...? Tem certeza disso, minha filha...?
- Infelizmente sim, pai...! Se suas missões estivessem acontecendo aqui na Coreia..., talvez as drogas tivessem sido extintas também nesta região do planeta...! Mas não foram, né?
-
Que droga, Poti...! Por que se aproximou destes caras...? Já conversamos tanto eu e você sobre este assunto e sobre o que as pessoas que vendem esta porcaria representam para a sua saúde e segurança pessoal!
- Eu sei, pai!
-
Você está tomando drogas também?

Ela olha para todos que param de comer, abismados com história tão cabeluda, enquanto Júnior sorri ironicamente para a irmã, aguardando a resposta dela!

- Não... quer dizer... foi só uma vez...! (informa Poti para espanto geral).
- Acho que este é o melhor almoço de minha vida! (declara Júnior novamente quando recebe um "tapão" na cabeça, dado pela tia).
- Este não é o momento para gracinhas, Júnior! A coisa é séria! (declara a tia, brava com ele).
-
Minha filha...! De que adiantou saber tanto sobre algo ruim, se você entra de cabeça nesta lama? (indago eu).

-
As coisas pareciam mais simples quando conversávamos, pai...! Eu sempre vi as drogas como algo a ser evitado...! Mas a vida não é simples assim...! A gente se envolve com as coisas..., com as pessoas..., com as nossas próprias expectativas...! E quando nos damos conta... já estamos entalados demais para pular fora...!

- Sempre é tempo de pular fora, Poti! (afirmo eu).
-
Você nunca pulou fora do barco invisível, pai...! Mesmo sabendo o quanto todos nós sofríamos aqui com a sua ausência!
- Isso é diferente! Eu estava salvando pessoas...! Estava tornando este mundo mais seguro para se viver...! Não estava tomando drogas no mar...!
-
Eu já disse que não estou tomando drogas, pai...! Só provei uma vez... e por insistência dele...!
- Vamos acionar a polícia e denunciá-los! (decido eu).
-
Nããão, pai...! Lee jamais me perdoaria por isso...!
- Lee...?!?! Um dos nomes mais comuns na Coreia...? Deve haver milhares de Lee's melhores do que este, Poti...! Você encontrará outro..., nem que eu mesmo tenha que escolher um para você!
-
Pai...! Eu amo o Lee...! Não quero outro...! Só quero ele...!

- Poti...! De tudo o que eu já presenciei em minha vida..., esta é uma das coisas mais tristes que já ouvi...! Passei quinze anos de minha vida combatendo pessoas como seu namorado e o grupinho idiota dele...! Estou quase pegando uma arma e eliminando todos eles eu mesmo...!

Chin-Mae pega em minha mão, para me acalmar! Ela olha em meus olhos, pedindo nitidamente que me acalme e trate tudo com mais cuidado.

-
Pai...! Se você o matar... eu nunca mais falarei com você em minha vida...! (ameaça Poti).
-
Se eu o deixar viver... sua vida será curta demais para me odiar tempo suficiente, minha filha!
-
O que posso fazer...? Eu o amo...! Não quero nenhum mal ao Lee...!

- Por outro lado, Poti, ele deseja o mal a todas as outras pessoas da comunidade em que vive...! Traficantes de drogas não valem nada...! Eu conheci muitos em minha vida...! Eles desconhecem o significado de respeito, amor e decência! Traficante bom... é traficante morto...!

Poti se levanta da mesa e vai para seu quarto chorar. Chin-Mae procura me acalmar, porque estou revoltado com tudo isso!

- Sinto muito, Chima! Não posso aceitar esta situação! Viajei pelo mundo todo combatendo pessoas ruins e agora... em minha própria casa... um grupinho destes ameaça a vida de minha filha..., novamente...! Eu a salvei da morte no passado, quando guerrilheiros mataram toda a tribo dela... agora terei que combater eu mesmo estes traficantes malditos...!

- Você vai chamar um soldado-aranha para te ajudar, pai? (indaga Júnior).
- Não, meu filho! Ninguém poderá me ajudar aqui na Coreia! Eu mesmo terei que fazer alguma coisa!
- Não pode, Fê! Você não poderá lutar sozinho contra isso! As drogas são um mau grande demais para se lidar pessoalmente!
- Vou acionar a polícia...! Eles cuidarão do caso...! (digo eu).

- Você esteve longe daqui por tempo demais, meu amor! As coisas mudaram muito nos últimos anos! Depois que os cartéis de drogas foram eliminados da América do Sul, pequenos grupos locais lentamente se tornaram poderosos e se espalharam por todo o oriente! A polícia por aqui não tem a força que tinha no passado! Todos os dias diversos casos de corrupção e envolvimento de oficiais com as drogas vêm acontecendo! A própria imprensa está sendo ameaçada por divulgar tais coisas!

- E o que espera que eu faça...? Que cruze meus braços e deixe minha filha morrer nas mãos destes desgraçados?
- Não, Fê...! Mas temos que tomar muito cuidado...! Ao querer eliminar o problema de Poti, você poderá atrair a atenção deles para toda a nossa família!
- Chima! Eles já estão dentro de nossa casa...! Temos agora que afastá-los daqui...! E esta gente só entende uma forma de comunicação:
a violência!
- Fernando! Você não está mais com um grupo de militares num barco invisível! Seus amigos estão muito longe daqui e em breve a documentação secreta será aberta ao público no Brasil! O fantasma não intimidará mais ninguém depois disso!
- E o que vamos fazer, meu amor? (indaga eu, preocupado).
- Eu não sei! Mas sair matando pessoas não é a melhor solução!
- Deixá-los viver, também não!

Eu olho para meu filho com cara de bravo e o indago, nervoso:

- Você também está tomando drogas?
- Eu?!?! Claro que não, pai...! Mas na faculdade eu conheço dezenas de colegas que usam!
- Afaste-se deles, Júnior! (pede a mãe).
- Não se preocupe, mãe! Drogas não me interessam!
- Também não interessavam à sua irmã! Mas veja o que ela está fazendo agora...! (declaro eu). Perdi a fome...!

Estou impotente para resolver tão grave problema dentro de minha própria casa, o mesmo que tive que combater pelo mundo afora por quinze anos. Levanto-me da mesa e saio de casa, olhando para o belo jardim externo enquanto penso no que fazer. Decido entrar em contato com um amigo para pedir ajuda! Faço uma ligação mental para Sabino e sem precisar usar as palavras, apenas o pensamento, converso em silêncio enquanto caminho pelo tranquilo lugar:

-
Sabino! É Fernando!
- Olá, meu amigo! Como estão as coisas na Coreia?
- Não tão bem quanto eu desejava!
- Puxa! Que pena!
- Preciso de sua ajuda!
- O que posso fazer por você?
- Quero que me traga uma coisa até aqui... e o mais rápido possível!
- É mesmo?
- Sim! Não sei como fará isso, mas é a única chance de salvar minha filha e minha família!
- Não sei o que deseja, meu amigo, mas eu darei um jeito de levar até você!
(declara Sabino). O que é?

Olho sério de volta para casa e vejo Poti na janela de seu quarto, no andar superior, olhando de volta para mim. A janela dela escurece automaticamente, parecendo ser agora apenas a parede da casa.

-
Você não gostará de saber do que eu preciso...! (declaro eu, mentalmente a Sabino, ainda olhando em direção à janela do quarto de minha filha). Vou te contar antes o que está acontecendo aqui e depois me diga se estou certo ou não!

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
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CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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