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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

Viajando num hidroavião, a comandante Samantha e a repórter Ângela estão a caminho do local onde vive a tribo Caxinauá, berço do nascimento do tenente Pedro Álvares! O transporte das duas não tem piloto! É comandado por um conjunto de computadores de bordo. Acima um lindo céu azul sem nuvens. Abaixo quilômetros infindáveis de mata verde.

- Samantha! Fale-me mais sobre a tribo Caxinauá! (requisita Ângela, a repórter).
- Bom! Eu não sei muito...! O que sei é que eles se autodenominam "
Huni Kui", que significa na língua deles: "Homem Verdadeiro".
- Humm! Interessante!
- Sim! Eles também não aceitam serem chamados de Caxinauás, assim designados pelos homens brancos!
- Que bom que me disse isso! Vou tomar cuidado!
- Esta etnia se espalha desde o Peru, onde são mais numerosos, até o Acre, onde se tornaram o grupo mais populoso de índios do estado!
- E quanto ao tipo de língua deles?
- Os Caxinauás falam dois dialetos diferentes: o Aruak e o Pano.
- Humm! E como homens e mulheres se dividem nos trabalhos diários?

- Bem! Os homens são responsáveis pela caça, a pesca e são os guerreiros da tribo. As mulheres fazem a colheita de frutas e verduras, além de produzirem cestos e vasos de cerâmica...! Ahhh! Uma curiosidade interessante...! Estes índios pescam usando iscas feitas de ossos de animais e como linhas utilizam um tipo de cipó chamado timbó, colhidos pelas mulheres da tribo. Estes índios já pescavam assim, muito antes do homem branco inventar a pesca com linha, vara e anzol!

- Você disse que não sabia muito sobre eles, mas não é isso que estou vendo aqui!!
- O que lhe falei são coisas básicas. Coisas que você percebe e aprende só de ficar algumas horas com eles.
- E pelo jeito você ficou um bom tempo nesta região!
- Sim! Aproveitei algumas de minhas férias para ficar com Pedro neste... fim de mundo!
- Pelo jeito você não gosta muito daqui, não é?
- Não é isso...! É que acho que Pedro vem buscando o caminho errado para se sentir melhor.
- E por que diz isso?

- Quando um Caxinauá não consegue resolver seus problemas do dia-a-dia, ele busca soluções espirituais. Pedro está tentando este caminho! E eu não estou gostando disso!

- E o que eles fazem nesta busca...?
- Você verá, quando chegarmos lá...! Olha...! Estamos quase chegando...! Estou vendo o Rio Purus que serpenteia por toda esta região.

O avião realiza uma manobra diferente agora, fazendo uma grande curva no céu para poder se alinhar com o Rio Purus e pousar logo depois suavemente sobre as suas águas calmas. Lentamente ele se aproxima da margem até um pequeno píer próximo. A tribo local se aproxima em peso para ver de perto aquilo que veem normalmente apenas nos céus: o famoso e barulhento pássaro de prata robótico e sem piloto!

O avião, ao estacionar junto ao pequeno píer, libera quatro dispositivos longos, que se afastam de suas laterais e que se parecem com patas metálicas. Elas se cravam com força na areia da margem do rio, indo bem fundo, funcionando como uma ancoragem, que segura com firmeza o hidroavião ali para que não seja levado pela correnteza ou por alguma forte rajada de vento.

As asas se recolhem para trás, tornando a aparência do transporte num tipo de charuto metálico com pernas. Agora a porta se abre automaticamente deslizando pela lateral. Samantha desce primeiro, sorrindo e cumprimentando alguns dos índios que estão ali e que ela os conhece bem! Logo depois o avatar de Ângela também desce do hidroavião, para espanto de todos do lugar. Alguns sacam suas facas, tacapes e arcos e flechas para se protegerem do estranho monstro de lata!

- O pássaro de prata tomou vida...!! (exclama um dos assustados indígenas).

-
Calma, pessoal! (declara Samantha). Este não é o pássaro de prata! É um robô controlado por uma jornalista que está no Rio de Janeiro!

- Por que trouxe este estranho ser até aqui? (indaga o
xamã* da tribo à Samantha).

- O corpo deste avatar é feito apenas de metal e plástico! Ele não tem um espírito! Foi criado pelos homens brancos para serem controlados por nós a distância! (responde Samantha). Aquele que o controla não precisa vir até aqui pessoalmente!

- Quem está dentro dele?
- Uma repórter de Brasília que está neste momento a trabalho no Rio de Janeiro. Mas ela não está dentro do avatar! Ela o controla através de um satélite, equipamento que está voando bem alto no céu!

- Mais longe do que pássaro de prata?
- Sim...! Muito mais longe...!
- A esta força vocês chamam de Deus? (indaga o xamã).
- Não...! A esta força chamamos de satélite! (declara Samantha).
- Isso é muito perigoso...! Ele trará a desgraça para a nossa tribo...! (afirma o xamã).
- Não...! Ângela, a mulher que controla este avatar, só quer encontrar Pedro...! Quer conversar com ele...!

O avatar de Ângela, que saíra do avião e aguardava para poder se aproximar, agora avança cautelosa pelo estreito píer em direção à terra firme onde estão os índios, preocupados, que a observam. Ela ergue o braço cumprimentando todos:

-
Olá, pessoal! Eu sou Ângela, repórter de Brasília!

A tribo se afasta lentamente na mesma velocidade em que o avatar se aproxima. O rosto da jornalista, projetado no interior da cabeça transparente do avatar, assusta ainda mais os índios que nunca viram nada parecido com aquilo.

- Está tudo bem, pessoal! (declara, apaziguadora, Samantha com os braços abertos e se posicionando entre o avatar e os índios).

Para mostrar que está tudo bem, Samantha se aproxima do avatar. Abraça-o e acaricia, para mostrar que aquilo não é perigoso.

- O que está fazendo, comandante? (indaga, assustada, Ângela, falando baixinho).

- Estou tentando mostrar a eles que você não é má e nem perigosa para a tribo! (informa Samantha, falando também baixinho enquanto sorri para a tribo). Do contrário eles a atacarão até descobrirem o que tem dentro deste avatar.

- Isso não seria nada bom para a minha reportagem!
- Onde está Pedro, chefe Acauã? (indaga Samantha abraçada ao avatar).
- Está em nossa aldeia. Eu terminei o ritual de hoje.
- Eu e este avatar vamos até lá...! Podemos...?
- Seja breve...! Quanto menos tempo este estranho ser ficar entre nós..., será melhor.
- Está bem, chefe! Seremos breves (declara Samantha).

As duas caminham da margem do rio para o interior da mata até chegarem à aldeia indígena perto dali. O avatar de Ângela é bem adaptado para se movimentar em qualquer tipo de ambiente. Automaticamente ele se desvia de galhos e obstáculos como pedras e troncos caídos no solo. Ao chegar à clareira Ângela percebe que existem várias casas produzidas com folhas, galhos e cipós.

Ela também vê mais e mais índios com armas nas mãos para recebê-la ali. Os ânimos parecem um pouco acirrados com a presença dela! Samantha caminha em direção a casa principal do local. Um grande círculo de índios em movimento vai se formando ao redor das duas a cada passo. Todos estão incomodados com a presença do avatar na tribo. Elas chegam até a "porta" aberta da residência e entram lentamente. Pedro está deitado no chão.

Parece meio inconsciente, meio letárgico, meio bêbado. Samantha corre até ele, agacha-se para ajudá-lo a se levantar, mas ele não tem condições ainda de ficar em pé. A mulher resolve se sentar no chão para colocar a cabeça do tenente sobre as suas pernas, enquanto acaricia docemente seu rosto.

- Pedro, meu amor! Você está bem? (indaga a comandante da marinha).
- Samantha?!?! Isto é um sonho? (indaga Pedro).
- Não! Isto é a realidade! Aquela da qual você continua fugindo!
- Se não é um sonho...! Então..., o que é aquilo ali? (indaga Pedro ao olhar de lado e apontando para o avatar).
- Esta é Ângela, a repórter do Jornal do Horário Nobre! Ela veio até aqui somente para falar com você!

A repórter, em pé a uns dois metros de distância do casal, ergue um dos braços e acena meio sem graça na direção de Pedro, que se desliga novamente da realidade e relembra pelo que passou nas últimas horas:

- Acauã disse que eu ficaria frente a frente com o meu maior desafio! (declara Pedro, meio grogue). Um que não terei coragem de enfrentar, porque a minha vida agora é aqui em meio à natureza, em meio ao meu povo! Como você chegou até aqui, Samantha?

- Eu vim num hidroavião, querido! Deixe-me te apresentar a repórter Ângela, que deseja lhe fazer algumas perguntas sobre a sua vida, quando se infiltrou nas FARC e no grupo de traficantes peruanos.

- Acho que ele não está em condições de declarar nada neste momento! (observa Ângela, olhando meio esquisito para Pedro).

Pedro devolve o olhar para o avatar de Ângela, que lhe parece neste momento um ser de outro planeta!

- FARC?!?! Eles não existem mais! Todos morreram! O que é isto que você está vestindo? (indaga ele, olhando para o avatar).
- Eu sei que as FARC não existem mais, tenente! (comenta Ângela). Quero saber como foi a sua vida em meio àquele grupo?

- Destruição...! Morte...! Estupidez...! Só isso tinha lá...! Ninguém queria nada para o bem do povo da Colômbia...! O mundo é egoísta e só deseja dinheiro, e mais dinheiro...! A vida humana não vale nada...! A morte das pessoas é o troféu dos ignorantes...!

- Ele está delirando?!?! (indaga Ângela, olhando para Samantha, que conforta o namorado ainda deitado no chão).
- Não! Estou respondendo à sua pergunta! (comenta Pedro que parece lentamente estar voltando a si).
- Ahhh...! Desculpe-me...! Então..., é isso que via o tempo todo naquele lugar? (indaga novamente a repórter).

- Sim...! Medo...! Ódio...! Ignorância...! Ninguém sabe mais porque ainda lutava...! O poder..., o domínio sobre os outros... a pressão para que todos se submetam... aos desejos e caprichos de insanos...! O mundo está perdido...! O ser humano não sobreviverá ao encontro contra a entidade mais poderosa...!

- Está falando do... fantasma...? (indaga Ângela).
- Não...! Estou falando do céu...! Eles virão do céu...! Acabarão conosco...! Frio...! Muito frio...! O mundo congelará... novamente! Bola de Neve...! Seremos uma bola de neve outra vez...! Precisamos sobreviver...! Precisamos...!
- Agora não estou entendendo nada! (declara Ângela, olhando de volta para Samantha).
- Acho que ele precisa se recuperar mais! (declara a comandante).
- Você sabe o que aconteceu com ele aqui? (pergunta Ângela a ela).

- Sim! O xamã está tentando descobrir o que há de errado com Pedro! Todo mês o chefe Acauã o faz tomar bebidas, fortes remédios amargos, chamados "
dau muka"... e fumar produtos alucinógenos... para conseguir conversar com o espírito dele. Segundo o que esta gente acredita..., somente assim o poder invisível dos espíritos se sobressaem e o problema de Pedro se revela através de visões sobre o futuro das pessoas que cercam a vida dele. Eu não gosto de nada disso..., mas não posso interferir...! A medicina atual não conseguiu ajudá-lo, mas acho que este tratamento irá acabar de vez com ele.

- Eu estou melhorando...! Já me sinto melhor...! (declara Pedro). Desta vez... foi muito forte...! Vi um mundo gelado..., branco..., sem vida..., quase morto...! Somente uns poucos humanos sobreviverão, além dos cibernéticos...! O Armageddon está chegando muito em breve para a humanidade...!

- Tenente Pedro...! Acha que poderia responder a algumas perguntas sobre o seu passado, ao invés de falarmos do incerto futuro? (indaga a repórter Ângela).

- Eu ainda não entendi o que é você?!?! (declara Pedro se erguendo lentamente, sentando-se no chão e olhando na direção do avatar).

- Meu amor! (interrompe Samantha para explicar melhor do que se trata o avatar). Este equipamento foi desenvolvido e utilizado em larga escala, depois que você veio morar na selva. Empresas, instituições, governos e depois a população em geral passou a ter acesso a este tipo de recurso. Ele é chamado de avatar, porque substitui a pessoa no local onde ela quer ir, sem necessitar que esta mesma pessoa utilize um avião ou outro meio de transporte para chegar onde precisa. Isso foi feito para se utilizar menos os aviões que poluem demais a atmosfera. Em muitos estádios e eventos esportivos pessoas de todo o mundo alugam um modelo similar para estar presente onde quer que seus times estejam. A Ângela é repórter do "Jornal do Horário Nobre" e veio até aqui comigo para saber mais sobre a sua vida junto às FARC e entre os traficantes de drogas no passado.

- Ahhhh...! Agora estou entendendo melhor o que está dizendo...! Estava misturando um pouco a realidade com as minhas visões...! Sei quem é você, Ângela...! Eu a via na Internet 3.
- Agora já estamos com a Internet 4, meu amor! (declara Samantha).
- Inclusive temos um amigo em comum, tenente Pedro: o agente Sérgio da marinha! (informa a repórter).
- Sérgio?!?!
- Sim! Ele salvou a minha vida de uns políticos e policiais corruptos há quinze anos!
- Sérgio me contou sobre isso! (declara Pedro, ficando de pé com o auxílio de Samantha).
- Vá devagar, meu amor! (pede a comandante, auxiliando-o a se levantar).
- Onde anda aquele androide? (indaga Ângela).

- Não sei! Depois que vim para cá perdi contato com tudo e com todos! Quanto às FARC...! Aconteceram muitas coisas por lá...! A população vive presa entre interesses de poderosos. De um lado militares e a polícia e de outro os guerrilheiros e traficantes. Todos ameaçavam o povo! Ninguém vivia seguro! Ninguém vivia tranquilo! A nossa equipe militar causou o caos na Colômbia com as nossas missões invisíveis! Na minha visão tínhamos que ter continuado a atacá-los e eliminá-los sistematicamente por anos a fio! Mas o general Figueiredo me tirou da região e deixou o povo daquele país se virar sozinho depois da bagunça que fizemos por lá!

- Então você se acha culpado pelos resultados de suas ações?
- Não...! Nossas ações foram importantes e necessárias...! As operações dos traficantes e guerrilheiros estavam afetando toda a vida na América do Sul e também no restante do mundo...! As drogas e o controle político das FARC e dos traficantes se espalharam por todos os lugares... Precisávamos eliminá-los...! A lei e a justiça sozinhas não estavam dando mais conta...! O que me culpo... é de não termos continuado com tudo isso...! A guerra entre as diferentes facções de guerrilheiros se espalhou para o interior da Colômbia. Com nosso barco não poderíamos atacar todos os inimigos. Estávamos limitados pelas águas navegáveis que davam acesso ao Brasil. O território era inóspito e de difícil acesso e nem todos os rios eram navegáveis! Além disso, outros problemas estavam acontecendo em paralelo em nosso país. Não poderíamos enfrentar todos eles sozinhos. A cúpula da marinha e o presidente do Brasil na época optaram por atacar a outra frente de problemas que apareceram. O exército e a aeronáutica do Brasil passaram a controlar nossas fronteiras, o que fechou o acesso dos inimigos ao Brasil. Também não poderíamos pedir ajuda a ninguém, porque nossas missões eram secretas.

- Vocês ficaram sem saída?
- Quase isso! As operações do barco invisível passaram a ser internacionais e eu fiquei com uma nova missão interna considerada ultrassecreta, e, portanto, não posso falar sobre isso com você.

- Entendo...! Então..., tenente..., o senhor se prontificaria até hoje a combater os traficantes e guerrilheiros?
- Esta era a minha missão!

- A documentação sobre os arquivos do barco invisível, reveladas recentemente ao público, comenta que o senhor tinha uma linda mansão ao lado da mansão da comandante Samantha e também um carro esportivo... Warrior? Não é isso?

- Sim! Isso mesmo! Ganhei tudo da marinha como prêmio por minhas ações nas fronteiras.
- O que fez com esta casa e carro?
- Vendi ambos e doei tudo para as vítimas de traficantes e guerrilheiros em nosso país. Depois vim para este lugar e estou aqui até hoje.
- Por quê?

- Fiquei muito conhecido entre os inimigos de minha missão ultrassecreta! Não podia mais continuar por lá! Além do mais, meu trabalho foi encerrado mais uma vez...! Eu não tinha mais o que fazer. Fui aposentado definitivamente! Optei por retornar às minhas raízes e tentar curar... meus problemas pessoais!

- Como se sente hoje depois de tudo isso?
- Triste...! Chateado...! Angustiado...!
- Por quê?
- Por não termos conseguido melhorar a vida das pessoas que vivem nas fronteiras entre o bem o mal!
- Se serve de consolo, tenente, hoje a maioria destas mesmas pessoas vivem bem nestas regiões. O número de mortes caiu muito por lá e não existem mais guerrilheiros, traficantes e produtores de drogas. As instituições oficiais foram todas fortalecidas e o nível de educação é muito grande neste momento. Acredito que estas pessoas devam agradecer ao senhor e sua equipe, por isso!

- Agradeço a você por me informar sobre como estão vivendo na Colômbia! O xamã Acauã conseguiu liberar meu espírito e por isso eu tive a visão do futuro! A coisa não será nada boa daqui para frente! A população da Terra terá um final trágico! E de nada adiantou o nosso empenho em eliminar estes grupos que estragavam a vida de milhões!

- Acredita mesmo nisso, tenente? Acredita que esta visão, em forma de delírio, forçado por drogas e álcool, pode ser real?
- Não sei! Mas se for... o mundo pagará um preço muito alto no futuro!
- Samantha esfrega suavemente o ombro de Pedro, tentando confortá-lo, enquanto olha para o avatar de Ângela.
- O tribunal cibernético está à sua procura! Queriam que estivesse presente ao julgamento sobre as missões de quinze anos atrás (declara Ângela).
- Não pretendo mais retornar à sociedade! Não devo mais nada a ninguém! Fiz o que tinha que fazer!

- Não sei se sabe..., mas se não o encontrarem... e o considerarem culpado... farão uma cópia clonada sua e a condenarão à morte oficialmente. Você simplesmente será considerado morto. Qualquer um que o encontre poderá matá-lo e tal pessoa não será acusada de nada, porque perante a lei... você já estará morto.

- Não me preocupo com isso, senhora! Minha vida militar acabou! Cumpri o meu dever! Aposentei-me oficialmente! Agora só quero distância da vida humana "evoluída"! Eu já morri para a sociedade humana!
- Compreendo, tenente! Desejo-lhe boa sorte e que consiga encontrar a sua paz aqui neste mundo verde da Amazônia.
- Obrigado, Ângela! Espero que a nossa equipe não seja considerada culpada pelo bem que fizemos no passado!
- Eu também espero, tenente Pedro!
- Você não dirá a ninguém onde encontrar o Pedro, não é? (indaga Samantha a Ângela).
- Claro que não! A imprensa ainda tem o direito de não divulgar a fonte ou onde tais pessoas estão vivendo! Se depender de mim... nunca te encontrarão!
- Obrigado, Ângela! (declara Samantha). Boa sorte com a sua matéria!
- Tá! Vou levar este avatar de volta ao avião e colocar o cinto de segurança nele. Quando você retornar para Rio Branco a minha equipe irá pegá-lo e levá-lo de volta para a filial do jornal.
- Está bem, Ângela! Obrigada mais uma vez!
- Eu é que agradeço a vocês dois por terem me proporcionado este momento e esta entrevista! Para mim, o senhor é um herói nacional! Adeus, tenente! Espero que encontre sua paz interior!
- Até breve, jornalista (declara o tenente).

O avatar de Ângela se vira de costas para o casal e sai da modesta casa indígena, retornando ao avião sob o olhar atento de toda a tribo que a acompanha de longe, com as armas nas mãos. A repórter caminha confiante observando tudo ao redor, graças ao seu capacete de visão trezentos e sessenta graus. Ela chega ao píer e se aproxima do hidroavião, estacionado ali. A porta se abre automaticamente!

A jornalista entra e se senta num dos dois bancos disponíveis na cabine. A porta externa novamente se fecha. Ângela coloca o cinto de segurança bem apertado ao redor do corpo do avatar e dá uma última olhada em direção à tribo e seus moradores. Depois observa o rio à sua frente! Ela sorri e seu rosto digital desaparece, se desligando por completo do avatar. Agora Samantha está sozinha ali e ficará aqui por alguns dias com Pedro.

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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*Xamã: tal palavra vem do russo e quer dizer na língua siberiana em tradução literal: "aquele que enxerga no escuro". Os xamãs têm a função de contatar o mundo espiritual e tentar encontrar um sentido para os medos e problemas insolúveis da vida das pessoas.

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