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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV
CAPÍTULO LIV
TSUNAMI
Os veículos particulares de rua de 2055 têm duas opções disponíveis de condução: a própria pessoa pode dirigi-lo ou a inteligência artificial a bordo o faz. Na segunda opção, e diferentemente do que pensavam os engenheiros de tráfego sobre como um trânsito deveria fluir bem no final do século XX e início do XXI, o computador de bordo de cada carro se comunica com o dos outros veículos ao redor e também com a central de trânsito, que lhes informam as condições gerais de trânsito da região próxima e da cidade.
Quando muitos veículos estão se apertando numa rodovia, estrada ou pista, todos vão acelerando cada vez mais, para que o fluxo excessivo possa fluir bem e, assim, não se transferir o acúmulo de carros para as vias que ali desembocam. A função das artérias principais é a de promover o movimento livre e contínuo. Para isso a velocidade-limite de cada via é variável e depende da quantidade de veículos disponíveis a cada momento. Por causa disso, e após soarem os alarmes de tsunamis, todos foram para as estradas para fugirem das violentas ondas que castigam os litorais.
Muitas pessoas já tinham abandonado sua cidade natal para se esconderem em Mato Grosso ou nas matas do Amazonas! Na Bahia todas as pessoas deixaram a tempo a parte baixa da cidade para se protegerem na segurança da região mais alta. Nas outras cidades nordestinas os veículos seguiram para o interior do Brasil. Muitos optaram por aviões, trens e barcos também.
Nas praias, violentas ondas atingem os litorais de todos os continentes banhados pelo Oceano Atlântico. O alarme soou por todo o globo! Passado tantos anos dos últimos e mais violentos tsunamis registrados pela história humana, estamos todos mais bem preparados agora! Para muitos houve tempo hábil para fugir e sobreviver.
Porém, o caos e a violência que haviam dominado a vida urbana, se transformou em medo e desespero, quando todos deixaram, o mais rápido possível, as cidades litorâneas. A polícia e o exército, que antes apenas coibiam a violência ou circulavam pelas ruas, também bateram em retirada. Os litorais estão ficando desertos.
O maior problema aconteceu nas ilhas do Caribe! Para muitos não houve para onde fugir! As ilhas mais montanhosas guardaram algum espaço de fuga, porém as ilhas planas e suas populações que não conseguiram escapar a tempo foram todas condenadas! Muitos que partiram tarde demais em barcos e navios foram pegos no meio do caminho e morreram enquanto tentavam chegar ao continente.
O fato é que a humanidade viveu a sua maior migração em um tempo tão curto. Nos mares os navios e barcos foram puxados para o centro do Atlântico por conta da sucção que a nave-planeta fez em alto mar. Muitos deles foram emborcados, engolidos e triturados pela onda monstruosa que atravessou o Atlântico em velocidade absurda pelo oceano!
Mesmo com toda a tecnologia de 2055, o número de mortes chegou perto de um bilhão de habitantes. A maior mortandade de seres humanos da história conhecida. Talvez nem o dilúvio tenha sido capaz de matar tantos. As doenças agora irão se espalhar entre os sobreviventes, que tão cedo não poderão retornar para suas casas, que foram varridas do mapa!
Onde antes havia cidades, hoje restam imensos terrenos vazios e cheios de água salgada. Impróprio para a agricultura ou para qualquer outra coisa neste momento. A humanidade vai levar um bom tempo para recuperar tamanha devastação!
A androide Orgânica, especialista em muitos ramos da medicina, vem tratando de centenas de necessitados, vítimas dos tsunamis. Ela opera num hospital dos Estados Unidos e entre uma cirurgia e outra, utiliza os avatares, disponíveis em diversos países do mundo, para, através deles, poder realizar outras cirurgias. Porém, enquanto todos os satélites não forem novamente repostos, muitas regiões do mundo estarão sem contato com esta fonte de tratamento eficiente.
CAPÍTULO LIV
TSUNAMI