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PREFÁCIO
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CAPÍTULO III
CAPÍTULO XXVI
Duas bactérias redondas, ligeiramente azuladas, nadam calmamente em um líquido, quando uma delas se divide, e nasce mais uma! Agora são três! Ao lado, outras bactérias, mais compridas, nadam mais rapidamente. Quando a imagem se afasta podemos notar que existem mais bactérias diferentes, nadando ao redor, e então as três redondas se dividem e se transformam em seis. A imagem se afasta mais um pouco e notamos que existem dezenas de bactérias redondas e todas começam a se multiplicar. Rapidamente as poucas unidades parecem lotar o ambiente e os outros tipos de bactérias começam a ser devoradas ou simplesmente morrem!

A imagem se afasta mais um pouco e não conseguimos mais distinguir as unidades. Apenas uma intensa cor azulada se destaca ao fundo, lembrando ligeiramente o mapa-múndi de nosso planeta Terra. A imagem se afasta mais um pouco e vemos que todas estão em um recipiente transparente redondo. Uma mão humana feminina entre em cena e pega o recipiente, transportando-o para dentro de um forno. A porta do forno é fechada e a nova temperatura aparece no painel, subindo de vinte graus rapidamente para duzentos graus. A cultura de bactérias agora foi totalmente destruída!

Ano 2059. Uma cientista pesquisa, até tarde da noite, diversas culturas de bactérias no laboratório. Já cansada ela coça seus olhos e destrói mais uma de suas culturas, colocando o recipiente com bactérias no mesmo forno para destruí-las. Então decide ir embora para sua casa. Guarda as culturas restantes, e pede para o computador trancar os armários. Ela se encaminha para a porta de saída, que se abre sozinha, e fecha, logo depois dela passar. Ela aparece andando numa rua escura até seu carro na rua ao lado.

Nesta noite fria, sob uma garoa fina, um enorme homem misterioso caminha silenciosa e lentamente, com olhar fixo à frente. Ele usa um casaco escuro com um capuz negro que cobre toda a sua cabeça e rosto. Um homem sinistro que vaga à procura de algo. Subitamente ele para num cruzamento e vira lentamente a cabeça para a rua ao seu lado esquerdo. Não é possível ver seu rosto. A única coisa que se vê é o fundo de seus olhos, ligeiramente avermelhados com uma luz sutil de fundo, como ocorre com os gatos à noite, porém muito mais sinistro e ameaçador. Pode-se notar que ele abaixou as sobrancelhas, tornando seus olhos ainda mais ameaçadores.

Na direção para onde olhou, um grupo de quatro arruaceiros, tatuados e usando palavras de baixo calão, cercam a cientista, bem vestida, que grita para se afastarem. Ela gira a sua bolsa para tentar acertá-los. Os jovens pulam para trás e ao seu redor, beliscam suas pernas e cutucam seu corpo trêmulo de medo, enquanto ela anda apressada e balbuciante sobre o salto alto, na tentativa de chegar até seu carro, estacionado logo à frente.

O homem de capuz negro avança na direção do grupo tão silenciosa e calmamente quanto antes. Quando se aproxima, um dos jovens, que estava de costas para ele, não o vê, tropeça em seu pé e cai no chão de costas. O encapuzado continua avançando e agarra firmemente o pescoço da mulher com o braço direito estendido e pergunta a ela com uma voz muito grave e sinistra:

-
Diga-me, quem é você? (neste momento diversas imagens da vida da mulher passam rapidamente dentro dos olhos vermelhos do estranho homem).

Apavorada e, acreditando ser tal homem um dos jovens arruaceiros, dá um soco na cara dele e chuta a sua perna. O homem nem sequer se mexe com os golpes. Os jovens assustados com a reação inesperada do homem começam a xingá-lo e o que havia caído pega uma barra de ferro do chão e vem por trás para bater nas costas dele. Antes de ser atingido o sinistro homem agarra a barra com a mão esquerda, que estava abaixada, sem precisar olhar para trás. Neste momento outro jovem acerta um forte soco na cara dele, que olha muito feio e com raiva para o jovem que lhe acertou.

Desloca a barra de ferro, junto com o rapaz que ainda a segurava e estava tentando arrancá-la das mãos do homem sinistro. Ambos os agressores são arremessados ao chão com fortes dores pelo impacto sofrido em seus corpos contra a barra de ferro entre eles. A moça aproveita para dar um forte tapa na cara do sinistro homem e sente que o arranhou. Ele olha feio, desaprovando a atitude. A suave iluminação pública realça o queixo arranhado do encapuzado. A cientista percebe que os ferimentos, causados por suas unhas, cicatrizam e desaparecem rapidamente. Neste momento os outros dois partem para o ataque, um com canivete e outro com um soco-inglês.

Ele solta a moça, empurrando-a para trás levemente. A bela moça cai no chão de costas e dá um pequeno grito de susto. Quando os dois pulam sobre ele com suas armas na posição de ataque, o encapuzado desfere um giro de 180 graus em pleno ar (bem ao estilo de Jean Claude Van Dame) e com um de seus pés acerta, num único chute, o rosto dos dois. Ambos caem ao chão, enquanto ele se abaixa e agarra a mão esquerda da moça, arrastando-a pela rua sob seus protestos. A cientista não quer ir e tenta se safar, forçando a mão do sujeito para ser aberta e jogando seu corpo para trás, no sentido inverso ao movimento dos dois pela rua. Os quatro jovens ficam ao chão, gemendo de dor. O improvável casal desaparece, depois de virar a esquina, diretamente para a rua de onde o sinistro homem tinha vindo anteriormente.

Do outro lado da cidade, um grupo militar secreto governamental assiste às imagens, que acabo de descrever, pelas lentes de uma câmera de rua. O líder do grupo comenta com seus subordinados que estas imagens foram gravadas ontem à noite e que é preciso pegar esse estranho justiceiro das ruas, que salva pessoas de bandidos e depois simplesmente desaparece com elas:

- Todas as agências governamentais estão à procura desse cara em todo o mundo. Eu quero saber quem é ele! Quero saber onde ele mora e o que faz com as pessoas que sequestra. Quero esse maluco preso para interrogatório o mais rápido possível! Dezenas de pessoas estão sendo levadas e acreditamos tratar-se do mesmo cara. Suas atividades estão cada vez mais intensas nos últimos meses e ninguém consegue encontrá-lo. A missão de vocês é descobrir onde será o próximo alvo dele, capturá-lo com vida, se possível, e interrogá-lo. Queremos saber onde estão as pessoas capturadas. O problema é que ele desaparece de um lugar e aparece muito rapidamente em outro.
Um componente do grupo comenta:

- Talvez não seja uma pessoa, mas um grupo de pessoas. Qual é o tipo de pessoas que ele sequestra? O líder então responde:

- Não existe um padrão. Ele já levou crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos de todas as raças. Não existe um local onde ele sempre ataca, nenhum horário comum, nenhuma correlação entre estas pessoas! Nenhum resgate é requisitado! Estamos nas sombras!

O mesmo componente do grupo comenta:

- Não será nada fácil pegar tal pessoa ou grupo de pessoas que agem em qualquer lugar. Precisamos determinar um padrão de atitudes e descobrir aonde ele irá agir novamente. Quero saber todos os lugares onde foram confirmados seus atos, conhecer a vida de todas as pessoas que desapareceram para determinar algo que seja relevante.

O líder comenta com ele:

- Temos todo tipo de informação sobre isso e estamos enviando ainda hoje tudo que temos para vocês. Achem este cara e tragam-no à luz da justiça.

Em outro ponto distante da cidade, nesta mesma noite, o estranho homem surge novamente em outra rua escura com a mesma roupa e capuz negros. Agora para e olha para cima. No prédio escuro vê uma luz acesa dentro do quarto onde um jovem está sentado no chão, junto à cama, chorando, com uma faca em uma das mãos e seu punho esticado, expondo as veias. Ameaça cortar seu pulso e se arrepende, colocando as mãos na cabeça, desesperado e chorando ainda mais. Subitamente ouve um forte impacto de madeira se quebrando e depois, no corredor, passos que ficam cada vez mais fortes. Os passos param! Um silêncio aterrador se instala no ar!

Estica-se, ainda sentado no chão, olhando à porta da frente do quarto de hotel, e percebe, por debaixo dela, que há uma sombra sinistra ali! Levanta-se sem fazer barulho. O silêncio é quebrado quando o estranho homem estende o braço e a porta se arrebenta, voando pedaços de madeira para todos os lados. O jovem apavorado vê o estranho homem de capuz, que vem calmamente em sua direção, com aqueles olhos vermelhos aterradores! Ele grita para o homem:

-
Afaste-se de mim, demônio! Afaste-se de mim!

Então o jovem olha rapidamente para a janela do hotel e hesita por menos de um segundo! Decide se atirar contra ela, numa tentativa desesperada de suicídio. Mas o sinistro homem é persistente e corre, pulando logo atrás dele. Ambos caem rapidamente ao solo, quando o homem, em pleno ar, agarra o jovem firmemente pelo pescoço, perguntando a ele:

-
Diga-me quem é você?

O forte vento da queda tremula as roupas e os cabelos do rapaz. O capuz do homem não sai de sua cabeça. O jovem olha assustado para ele sem entender o motivo de pergunta tão estranha, em meio ao momento final da vida de ambos. Ele nota imagens de sua própria vida, passando rapidamente dentro dos olhos vermelhos do sujeito que lhe agarrou. Subitamente em pleno ar ambos desaparecem, pouco antes de caírem ao chão. Apenas o deslocamento do ar de seus corpos chega ao solo, em um suave assopro sobre a poça d´água que havia no local. Novamente um sinistro silêncio se instala na noite.

Um bêbado, sentado no chão, ali ao lado, olha toda a cena e não entende o que vê! Continua olhando para o local do incidente, enquanto vira a sua garrafa com vigor, para tomar mais um longo gole de pinga. No dia seguinte, o grupo militar contratado está pesquisando arduamente as informações em seus computadores. Enquanto pesquisam, conversam entre eles:

- Esse sinistro cidadão apareceu dúzias de vezes, em diversos locais diferentes e distantes uns dos outros na mesma noite, com diferença de poucos minutos entre cada ataque. Portanto não pode ser a mesma pessoa.

Do outro lado da sala outro componente comenta:

- Acho que encontrei dois padrões constantes. Ele sempre usa uma roupa escura, talvez preta e com capuz. É o que aparece nos poucos vídeos gravados de suas ações. O outro padrão está entre os desaparecidos: nenhum deles cometeu qualquer tipo de crime. Foram bons alunos, bons filhos, bons maridos, boas esposas. Nenhuma queixa de vizinhos e a maioria deles sempre fez algo de bom para outras pessoas. Em geral levavam uma vida simples, sem muito luxo e a maioria parecia viver bem com sua própria vida. Outro componente do grupo comenta:

- Acabamos de receber mais um comunicado da polícia, informando que um hotel foi arrombado; ninguém viu nada, mas ouviram gritos de um homem vindos de um dos quartos que foi arrombado e teve a janela arrebentada de dentro para fora. Disseram também que esse hóspede desapareceu. O rapaz era muito solitário e sempre ajudava o grupo de idosos do hotel. Estes mesmos idosos comentaram que ele parecia estar muito infeliz nos últimos dias.

- Então esses sequestradores estão capturando pessoas boas em todos os lugares!

Mais um componente comenta outro assunto:

- E tem mais, senhor! Acionei nossos contatos internacionais e a mesma coisa está acontecendo em todos estes países que contatei. O perfil bate, e eles também têm imagens destas ações e sequestros. São similares às nossas.

O líder para, olha para baixo e fica pensando, enquanto sua caneta vibra rapidamente para cima e para baixo entre os dedos indicador e médio da sua mão direita. Depois de alguns segundos comenta:

- Então é um grupo grande e com um propósito ainda maior. Para onde estas pessoas estão sendo levadas? Será que é algum tipo de apocalipse pregado por este grupo? Estão separando as pessoas em todo o mundo, numa tentativa de salvá-las de um pouco provável fim do mundo?

Ele pensa mais um pouco... e decide:

- Vamos nos dividir em grupos de dois componentes, disfarçados para cobrir mais locais. Vamos para instituições de caridade, hospitais, ONGs e estar em todos os lugares onde pessoas, comprovadamente de bem, se encontrem. Vamos usar armas não letais e estar atentos aos usuários de roupas escuras com capuz. Peça que façam o mesmo nestas outras agências internacionais. Temos que pegar um dos componentes desse grupo. Ele sofrerá o inferno até denunciar toda esta operação.

- De manhã, no dia seguinte, uma pequena garota de 5 anos de idade está brincando num piso de areia de um parque. A menina vê um garoto, ainda mais novo que ela, cair no chão. A bela loirinha corre até o menino, que ameaça chorar, ajoelha-se ao seu lado, acariciando-o. Preocupada, pergunta carinhosamente:

- Você está bem? Não se machucou?

O garotinho levanta a cabeça e olha assustado para alguém enorme atrás dela. Estranhando a reação a menina olha para trás, quando vê seu preocupado pai contra a luz do sol, agachando para pegá-la. Ele dá uma bronca na filha:

- Já falei para você tomar cuidado para não se sujar! Depois a bruxa da sua mãe vai me dar uma dura, porque você estragou as suas roupas! E você sabe que ela vai bater em você logo depois, não sabe?

Ele puxa bruscamente a garota, levantando-a subitamente do chão e ambos saem andando, saindo do local de areia. Ainda olhando para ela, ele tromba de frente com o sujeito de capuz preto e cai de costas na areia, ao lado da filha e agacha-se para ajudá-lo. Ele senta-se e olha para a sua roupa, agora toda suja, reclamando:

-
Ei, cara! Você não olha por onde anda não? Agora eu também vou tomar uma bronca daquela megera.

Ele se levanta com raiva e encara muito bravo o homem do capuz, que tem pelo menos 50 cm a mais do que ele de altura. A única coisa que ele vê, em pleno sol de meio-dia, é o rosto escondido sob o capuz. O sujeito nada fala com ele, simplesmente abaixa-se e agarra a garota pelo pescoço perguntando:

-
Diga-me, quem é você?

A garota assustada grita, olhando diretamente para seu rosto, enquanto as poucas imagens da vida da jovem criança passam dentro dos olhos vermelhos do estranho homem. Depois de alguns segundos ele a agarra com o outro braço pelo abdômen, levanta-se e sai do parque carregando-a. Ela esperneia, grita e agita seus braços, tentando se safar. Seu pai levanta-se e dá socos e pontapés nas costas do enorme sujeito, que nada sente. Ele vai xingando e dizendo que não pode levá-la, pois a sua ex-mulher irá matá-lo.

O sujeito desaparece em pleno ar, enquanto era ainda chutado pelo pai, que cai de cara na areia, sujando todo o rosto. Várias outras pessoas, que estavam no parque, acompanharam apavoradas o ocorrido. Poucos minutos depois a polícia está no local, procurando pistas do homem, quando aparece um representante do grupo militar que o procura. Ele interpela o guarda responsável pelo isolamento do local, apresenta uma identidade e é liberado para falar com o pai da garota e as outras testemunhas. Ele pergunta ao pai:

- Quem era o cara?

O pai responde meio transtornado com a situação:

- Acho que era um demônio! Senti um enorme frio na espinha quando trombei com ele!

- Como ele era? O que falou?
- Ele era enorme, não dava para ver seu rosto embaixo daquele capuz negro. Ele não me disse nada. Simplesmente agarrou minha filha pelo pescoço, fez uma pergunta estranha e a carregou para fora do parque.

- O que ele perguntou a ela?
- Alguma coisa tipo: "diga-me seu nome" ou "fale sobre seu passado"! Não, não... lembrei! Ele perguntou: "diga-me quem é você". Eu tenho certeza disso agora! Eu chutei, bati, xinguei e ele não sentia nada, não falava nada, era duro como uma rocha. Depois simplesmente desapareceu.

- Como desapareceu? Saiu correndo rapidamente com ela nos braços?
- Não! Não! Ele desapareceu em pleno ar, junto com a minha garotinha, enquanto eu o agredia. Não sei como isso pode ter acontecido. Como vocês irão pegá-lo? Minha ex-mulher liga em meu celular a cada minuto. Eu não a estou atendendo! O que digo a ela?

- Diga que o responsável será preso em breve e então saberemos onde está a sua filhinha.

O militar se afasta do pai da garota e comenta preocupado ao celular com seu superior:

- Senhor? Acho que temos um problema mais grave do que parece!

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CAPÍTULO V
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