VOLTAR À PÁG.
DA COLEÇÃO

HOME
PREFÁCIO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO II
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO III
CAPÍTULO XXVI
No coração de São Paulo, um novo bairro, cuja construção foi finalizada exatamente em 2050. A ele foi dado o nome de Século XXI. Os novos prédios deste lugar são todos do mesmo tamanho e suas paredes externas recobertas por células solares, intercaladas com superfícies refletivas que transferem parte da luz solar para as paredes dos prédios frontais a eles.

Deste modo um edifício auxilia o outro na captação e distribuição de luz solar até o chão. Do topo de cada um deles, enormes avenidas cruzam os céus, interligando os arranha-céus por todo o bairro. Os veículos particulares voadores, e ecologicamente corretos, podem andar pela cidade a 100 metros de altura, nestas avenidas ou levantar voo a partir delas, em busca de outros locais.

Ao redor destes prédios as pistas fazem caracóis descendentes, para que os carros possam descer ao nível do solo e ascendentes para que o oposto possa ocorrer. No meio do prédio, portanto, cinquenta metros mais abaixo, passarelas com esteiras transportadoras levam e trazem milhares de pessoas diariamente.

Estas passarelas passam por dentro de cada um dos prédios do bairro. Nestes andares você encontra os novos shoppings, que têm tudo o que você precisa. Neste bairro não existe mais lugar para lojas pequenas. Todas as coisas da sociedade são encontradas nestes locais. Cada andar dos prédios, por onde passam as passarelas, oferece um tipo específico de produtos.

Alguns são apenas para alimentação; outros são de venda, aluguel e construção dos mais diversos tipos de equipamentos; outros para eventos, escritório etc. Ninguém mora neste bairro! O local é apenas para negócios. Ao nível do solo carros e pessoas dividem o espaço, como no início do século XXI, com calçadas e ruas.

No subsolo todo o transporte de cargas é efetuado com trens elétricos de alta velocidade, que substituíram os caminhões de cargas. Os trens param no subsolo dos prédios e equipamentos robóticos retiram os contêineres do veículo e o levam para a área de separação dos produtos.

Outro gigantesco braço robótico coloca um novo contêiner vazio no lugar e o trem segue sua viagem até o próximo prédio, onde todo o procedimento se repete. Deste modo todo o bairro é abastecido com os produtos fabricados localmente ou nos bairros ou cidades próximas.

Nas ruas de todo o planeta, correm os rumores de um holocausto se aproximando. Vídeos na internet, gravados por celulares da população, mostram um demônio à solta, matando e sequestrando pessoas. A polícia e o exército fazem de tudo para acalmar a população, mas a situação já dá sinais de sair fora de controle globalmente.

No Bairro Século XXI, os policiais usam roupas à prova de balas, muito leve e flexível para combater o crime. O capacete dos policiais é computadorizado e tem um sistema de mira automática. Basta o policial olhar para alguém e piscar duas vezes que um sistema de câmera começa a gravar as imagens deste cidadão.

Quando há um tumulto o policial saca a sua arma e pisca rapidamente três vezes, enquanto olha para a pessoa que ele quer atingir. O capacete, com proteção frontal de vidro, mostra neste visor, digitalmente, uma mira sobre esta pessoa. A mira acompanha o cidadão independentemente da atenção posterior do policial.

A bala da arma, depois de disparada, persegue o indivíduo até acertá-lo. A bala é um sedativo, que põe o cidadão para dormir, até ser posteriormente recolhido e levado ao distrito. Para complicar a situação geral, cientistas anunciam que meteoros gigantescos se deslocam em direção à Terra. O vandalismo e a intolerância se instalam de vez em todos os lugares.

De volta à Terra, numa periferia mais distante do bairro Século XXI, o soldado Mário é novamente jogado ao solo, caindo de lado sobre o braço, que já doía muito! Ele está deitado, de costas para Deus, quando comenta:

- Senhor, podemos conversar sobre esse assunto? O Senhor poderia me conduzir pelas mãos ao invés de me agarrar pelo pescoço?

Deus nada comenta. Nem sequer olha para ele. Simplesmente caminha lentamente em direção a um grupo de arruaceiros logo à frente. O soldado vira-se, e vê o Pai de Jesus indo em direção a uma casa em chamas. Percebe que um dos arruaceiros joga pedras Nele, para mandá-lo embora.

Quando notam que o sinistro homem continua se aproximando, um deles aparece, de um canto onde estava escondido, e joga uma garrafa de gasolina com a ponta em chamas, um coquetel molotov! Deus cai em chamas, se debatendo, tentando apagar o fogo. O soldado, ainda caído, chocado com a cena, comenta baixinho:

- Deus não suporta o fogo? Como é possível?

Então ele percebe que a situação está feia para o encapuzado, e grita:

-
O Senhor está bem? Precisa de ajuda?

Ele se levanta com dificuldade, e começa a correr, meio cambaleante, em direção ao ser em chamas, para ajudá-lo. Os arruaceiros correm, ao perceber a presença de mais uma pessoa vindo em sua direção. Deus consegue apagar o fogo em seu corpo e fica logo depois imóvel, exausto.

Da janela da casa em chamas, uma pequena garota, de aproximadamente 10 anos, grita por socorro. A janela tem uma grade de ferro e ela não consegue sair. O soldado, já bem perto do corpo divino estirado e ainda imóvel no chão, olha para a garota e logo depois para o encapuzado deitado. Decide que precisa salvá-la, antes de ajudá-lo. Corre para ela, e fala para aquele que acredita ser seu Deus:

- Desculpe-me, Senhor, mas eu tenho que salvá-la!

Ao chegar perto da casa, percebe que no interior dela o fogo começa a se espalhar. Ele olha ao redor e nota que não há nada para arrebentar a grade. Ali perto encontra uma barra de ferro, e corre para pegá-la. A garota, vendo o soldado se afastando, grita mais alto.

Ele agarra rapidamente a barra e, voltando-se para a janela, pede a ela que se afaste um pouco. A menina obedece, e Mário, desesperadamente, força a janela, usando a barra de ferro como alavanca. A janela começa a ceder. Ele olha para a garota, vê que ela aguarda impaciente e já começa a tossir. Mesmo com dor, continua forçando a janela, que não quer se abrir!

A menina começa a gritar mais alto novamente! O soldado vê Deus pegando-a pelo pescoço, no interior da casa já em chamas. Mário estranha a presença Dele ali, e vira-se para ver quem estava deitado no chão ao lado. Não havia mais ninguém no local!

Ele volta a olhar para o interior da casa, e percebe que nenhum dos dois se encontra mais por ali. Olha para todo o interior da casa, enquanto, por trás dele se aproxima um policial com um cassetete, e o acerta na cabeça. O soldado cai de costas, com a barra ainda em suas mãos. Quase desacordado, houve o comentário final do policial que o acertou, falando ao seu colega:

- Peguei mais um arruaceiro! Estava tentando invadir esta casa! Ajude-me a algemá-lo e levá-lo para a cadeia.

O soldado é virado de bruços, enquanto o policial ajoelha-se com força sobre suas costas. Ele desmaia, tentando argumentar:

- Eu não sou arruac...

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO V
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XXXV
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XXXVI
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XXXVII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XXXVIII
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XXXIX
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XL
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XLI
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XLII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XLIII
CAPÍTULO XLIV
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XLV
CAPÍTULO XXI
COMENTE SOBRE ESTE LIVRO
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
OOOOOOOOOOO
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O

Capítulo Anterior
Próximo Capítulo
OOOOOOOOOOO