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DA COLEÇÃO

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PREFÁCIO
CAPÍTULO I
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CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO III
CAPÍTULO XXVI
De volta a sua casa, a cientista chega até a porta e entra correndo no interior. A casa a cumprimenta com uma voz feminina e suave:

- Olá senhora! Estávamos todos preocupados com a sua súbita ausência!

A cientista a interrompe rispidamente:

- Onde está a minha filha?

A casa responde:

- Em seu quarto, brincando de casinha.

Um frio correu a espinha da mãe! E ela questiona à casa novamente, enquanto corre até o quarto da menina:

- E o meu marido? Está com ela?

- Não! Está na garagem, mas já está retornando. Quer que eu o avise de seu retorno?

- Não! Não! Está tudo bem! Quero fazer uma surpresa! (responde rapidamente e ofegante a cientista, que acabara de chegar à porta do quarto de sua filha).

Ela vê a filha em cima da cama, brincando com bonecas holográficas no interior de uma casinha, também holográfica, que acende suas luzes, enquanto as portinhas e janelas se abrem sozinhas. A garota grita de alegria:

- Mamãe! Você voltou!

A mãe pula na cama da filha e a brincadeira holográfica se desfaz neste momento.

- Sim, meu amor! (responde a mãe, enquanto abraça a filha, apertando-a e chacoalhando-a muito).

Pela porta do quarto da criança, entra agora o marido, sem camisa e só de short, assustado com o retorno repentino da esposa. Ela olha chocada para as vestes do marido enquanto ele a questiona:

- Meu amor? Você voltou? Fiquei quase louco te procurando! Achei até que você havia sumido de propósito! Onde estava?

- Fique longe de minha filha! (fala nervosa a cientista, enquanto abraça com mais força a criança).

- Você desaparece e do nada vem com esta história? O que é que está acontecendo afinal? (questiona sisudo o marido).

- Você nunca mais tocará nela, isto eu te garanto!... (decreta nervosa a cientista enquanto, agora de pé e com a filha no colo, anda de costas para ele).

- O quê? Do que você está falando agora? (interrompe também nervoso o marido).

- Eu já sei de tudo! Não se faça de desentendido comigo!

- Sabe o quê? Você ficou maluca, é?

- Não! Deus me disse o que você faz a ela, desde o ano passado! Você nunca mais tocará nela novamente! Está me ouvindo?

- Deus? Você virou religiosa agora? Está participando de alguma seita?

- Não tente escapar da conversa! Seu pedófilo! Seu doente! (a cientista sai correndo do quarto com a menina, trombando com o atônito marido, que a deixa fugir).

Ela vai até a garagem, fala ao carro para abrir a porta. O veículo rapidamente ergue 10 centímetros a porta única, que recobre os dois assentos dianteiros e o único traseiro, e a seguir desliza rapidamente para trás, expondo todos os bancos, que se encontravam deitados e agora se erguem para que os ocupantes se sentem.

Ela entra em seu pequeno veículo urbano de três lugares com a criança no colo. Senta-se no banco do motorista e este gira para trás a partir de seu comando vocal. Ela acomoda a criança no banco traseiro, enquanto o cinto de segurança e o assento da menina se ajustam ao corpo dela. O computador do veículo reconhece os ocupantes e cumprimenta:

- Olá senhora! Bom dia! Vamos dar uma volta hoje?

Ela responde rapidamente que sim e a porta da garagem então se abre de modo automático. A cientista gira agora seu banco dianteiro novamente para frente, a partir de um novo comando vocal. O banco dela rotaciona em outra direção, tendo o volante do carro como referência de giro.

Seu corpo está mais deitado agora, bem mais próximo ao chassi do veículo, como em uma confortável poltrona de sala, onde seus pés ficaram apoiados no alto. A porta do carro, que se abriu para trás e para cima, retorna seu movimento e se fecha. O controle do acelerador é o próprio volante! Quando ele é apertado mais fortemente o veículo acelera.

O freio é acionado ao empurrar o volante para longe do corpo do motorista. Ela pega no volante e o aperta com muita força! O veículo acelera seus motores elétricos e sai com violência, a toda velocidade da garagem. Os pneus aderem fortemente ao solo e mãe e filha disparam em alta velocidade pela rua a fora. Da porta frontal da casa sai o marido gritando para ela:

- Volte aqui com a minha filha, sua maluca!

Ela ainda ouve o que o marido disse e comenta baixinho, para si mesma, dentro do carro:

- Nunca mais eu quero te ver, seu doente! (ela enxuga uma lágrima que escorreu pelo rosto, enquanto dirige e olha para o monitor de cristal líquido no painel frontal. A mãe vê a filha, no banco traseiro, acionando o sistema de entretenimento e brincando com uma boneca holográfica, a mesma com a qual ela brincara em seu quarto).

O soldado Mário volta até o escritório, onde a sua equipe estava trabalhando e encontra a sala vazia. Todos foram embora. Então ele morde os lábios e decide ir a outro lugar para encontrá-los.

O ex-suicida volta ao seu apartamento e encontra os idosos do prédio. Estes o recebem com muita alegria, abraçando-o, e fazendo muitas perguntas. Ele sorri para todos, agradece o carinho, passa a mão direita cuidadosamente nos cabelos brancos de uma velhinha muito alegre e simpática. Dá atenção a todos, um por um, enquanto brinca com cada um deles.

O ex-presidiário aparece, entrando numa creche, onde as crianças o agarram nas pernas e pulam ao seu redor com os braços para cima para abraçá-lo. A diretora da creche o recebe preocupada:

- O que aconteceu com você, filho de Deus! Você desapareceu!

Ele responde constrangido:

- Fui preso, porque o policial não foi com a minha cara! Depois fui levado para o outro lado, sabe? A senhora viu as reportagens? As abduções? (enquanto isso ele abaixa-se para brincar com uma criança que não o deixava em paz).

- Sim! Sim! Mas como é o outro lado afinal?

- É tudo igual aqui! A diferença é que lá ninguém mata, ninguém briga, ninguém rouba! Todos são muito bons uns com os outros!

- E você viu Deus? Como Ele é? O que Ele falou com você?

O ex-presidiário, ainda abaixado, brincando com a criança, olha para trás diretamente para a diretora, suspira, levanta as sobrancelhas para ela, sem saber ao certo como irá começar a contar a sua história divina.

O soldado Mário entra em uma lanchonete vazia, sem clientes. Ele cumprimenta com a cabeça o sisudo dono, que está limpando um copo com um pano, atrás do balcão. Mário entra num cômodo discreto ao lado. O dono do local aperta um botão sob a bancada. Na outra sala o soldado Mário olha ao redor mais uma vez, nota que não tem ninguém ali e suavemente empurra para cima uma taça que estava suspensa de cabeça para baixo.

A taça estava junto com dezenas de outras numa estante. Esta taça, em particular, quando erguida, aciona um pequeno botão sob seu pedestal, instalado discretamente na estante. Uma pequena porta se abre ao lado e ele entra no local. Rapidamente dois sujeitos o dominam. Eles torcem seus dois braços para trás e jogam seu rosto contra uma pequena mesa lateral.

-
Calma ai, pessoal! (requisita o soldado Mário). Por que tanta violência? O que é que tá rolando? Por que todo mundo saiu do escritório no Bairro Século XXI?

- Como assim, Mário? (comenta o soldado mais alto). Você está sendo acusado de matar todos na sala de interrogatório!

-
Eu? Por que faria isso? Além do mais, quando eu fui levado de lá, o comandante e o sargento estavam bem! O que houve depois disso?

- Eles foram decapitados cara! (comenta o soldado mais baixo e mais nervoso) e dois colegas nossos foram carbonizados! E todo mundo acha que foi você! (ele solta um dos braços do Mário, saca uma arma e a coloca entre os olhos dele).

- Pensem um pouco! (pede o Mário). Se eu fosse o culpado por que eu viria até aqui? Para ser preso ou morto por vocês? Isso não faz sentido! Ouçam pelo menos o que eu tenho a dizer, por favor!

Os dois soldados olham um para o outro e resolvem soltá-lo. Mas o soldado menor e mais nervoso permanece com a arma nas mãos apontando para baixo, na direção dos pés do soldado Mário.

-
Puxa, gente que confusão! (exclama Mário enquanto se recompõe).

-
Desembucha, Mário! (requisita o soldado mais alto). Fale logo o que tem para dizer!

- Bom! É o seguinte! Eu voltei aqui, porque preciso da ajuda do grupo para uma missão!

-
Tá brincando comigo, cara? Por que ajudaríamos um assassino? (reclama o soldado menor).

- Olha aqui Zangado esta é uma missão muito importante! (comenta Mário).

-
Não me chame de Zangado, não! (aponta novamente a arma na direção do Mário, enquanto reclama do apelido que o próprio Mário o havia dado a ele no passado).

-
Calma aí, Zangado! Tô falando sério! Sem o grupo não será possível realizar esta missão! Onde estão os outros?

- A equipe se espalhou depois da morte do comandante e do sargento (comenta o soldado mais alto). Cada um voltou para suas famílias e nós ainda estamos por aqui! Como apenas o comandante é quem recebia os contatos para nos contratar, ficamos todos sem emprego!

- Eu sempre achei que vocês dois tinham um caso! (graceja Mário com os dois).

-
Como é que é, Mário? (pergunta muito bravo o soldado menor que aponta mais uma vez a arma com suas duas mãos para o Mário). Repete se é homem?

- Brincadeirinha, Zangado! Brincadeirinha! (responde sorrindo o Mário, enquanto levanta suas mãos para cima a meia altura, na direção do Zangado). E o soldado João, que estava no hospital? Onde ele está agora?

- Ele ainda está no hospital, deve ter alta amanhã (responde o mais alto).

- Muito bem! Então somos quatro no total (balbucia Mário enquanto olha para baixo pensando se o plano funcionará com quatro pessoas). Terei que atualizar meu plano... eu vi a garagem fechada lá fora! Vocês ficaram com um daqueles 10 carros legais da equipe?

- Ficamos sim! (comenta o soldado mais alto). Já que não tinha ninguém para nos pagar, vamos tentar vendê-lo e fazer dinheiro! A propósito! Para esta missão, quanto ganhará cada um de nós?

- Ganhar? (gagueja Mário, imaginando que eles não aceitariam a missão, se não forem pagos). Há, sim! Eu ainda não fechei o valor do negócio! É que pedi um valor muito alto e o contratante ficou de confirmar se aceita.

- É mesmo? E quem é o contratante? Nós o conhecemos? (pergunta o Zangado enquanto abaixa novamente a sua arma para os pés do Mário).

- Quem é ele?... (gagueja novamente Mário, olhando para os dois soldados, enquanto pensa em uma resposta aceitável). Vocês não conhecem, não! Inclusive ele só me deu o apelido! É Jesus! (olhando para eles, imaginando que eles não acreditariam nesta história).

Os dois soldados olham um para o outro com cara de espantados. Depois o mais alto comenta com o mais baixo:

- Não será um dos clientes do comandante? Ele não tinha um cliente que se chamava assim?

Responde o mais baixo, fazendo careta para lembrar:

- Não me lembro, não! Mas deve ser um sujeito bem poderoso para se chamar assim, não é?

- É! Ele é muito poderoso mesmo! (confirma Mário). Dizem até que pode fazer alguns milagres!

- Nossa! Então precisamos tomar cuidado com Ele, não é? (responde o Zangado).

- Não! Acho que não! (Mário fazendo careta e olhando para cima enquanto coça seu queixo). Ele me parece ser boa gente! Tá sempre tentando ajudar outras pessoas!

- Como você o conheceu afinal? (indaga o soldado mais alto ao Mário).

- Eu fui raptado por um sujeito enorme, todo de preto! Eu nem sei como chegar até Jesus! Bem! Enfim! A missão é a seguinte: precisamos levar Jesus e seu irmão até o controle do Rubble 3 da NASA. Eles precisam usá-lo para olhar umas estrelas no céu e...

Neste momento os dois soldados se entreolham, espantados com a missão. A seguir o soldado mais alto parte para cima do Mário, jogando-o contra a parede com seu antebraço no pescoço dele. Zangado aponta novamente a sua arma para a testa do Mário, enquanto o mais alto fala bravo com ele:

- Tá brincando com a gente, Mário? Este papo todo é para você se livrar da cadeia não é? Fala desgraçado!

- Não! Não! Não, gente! É verdade, sim! Inclusive nós todos precisaremos nos encontrar com Jesus e toda a equipe dele, agora à tarde! O endereço do local está em meu bolso!

O soldado mais alto enfia a mão no bolso traseiro das calças do Mário, pega um pedaço de papel com o endereço, e comenta com o Zangado:

- Coordenadas GPS? Onde fica isso? (ninguém responde nada, porque nenhum deles sabe).

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO V
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XXXV
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XXXVI
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XXXVII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XXXVIII
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XXXIX
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XL
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XLI
CAPÍTULO XVIII
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CAPÍTULO XLIII
CAPÍTULO XLIV
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CAPÍTULO XLV
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