CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVII
Na Terra, Spok recebe a informação de que os Shivas não desejam o retorno de Talwaq, mas não é isso que informarão a ele. Os stellaris estão terminando a construção de uma nova nave que poderá cruzar o espaço muito mais rapidamente e pretendem eles mesmos levar os seis Shivas de volta ao povo deles.
A informação a ser repassada foi enviada ao androide ex-presidiário, que trabalha junto aos visitantes de seis braços, na destruição das armas nucleares. O grupo entrou por uma longa cadeia de túneis nos Estados Unidos e chegou a um enorme caminhão, lançador de mísseis nucleares, com duas ogivas instaladas.
- Talwaq! Os stellaris nos informaram que nossas equipes não conseguiram contato com a sua espécie (comenta o ex-presidiário). Mas eles também comentaram que dentro de cinco dias poderão levá-los até lá, pois uma nova classe de nave está em fase final de construção e poderá cruzar a nossa galáxia em poucos segundos, portanto em poucas horas vocês chegarão até o endereço estelar de sua casa.
- Acredito que o projeto de carregar o sistema solar pelo universo já esteja, enfim, funcionando! (comenta Talwaq). Nós nunca os encontraremos num universo tão grande! Mas existe um local que talvez possamos encontrá-los!
- É mesmo? Quer nos passar a informação para checarmos se eles se encontram lá? (requisita o androide).
- Deixemos isso para o momento de nossa viagem. Tenho também outras opções de locais possíveis!
Talwaq olha para o enorme caminhão. Vê o tamanho do míssil americano com uma ogiva nuclear em seu interior e questiona:
- Os humanos possuíam algum inimigo muito poderoso, que tentara invadir a Terra?
- Não! Os inimigos eram outros humanos, que viviam aqui no planeta! (responde o ex-presidiário).
- Todo este arsenal nuclear era para combater outros humanos?
- Sim!
- Mas se usassem estas bombas contaminariam todo o planeta, matando a eles mesmos em médio e longo prazo!
- Eles sabiam disso! Só utilizaram duas vezes durante um grande conflito mundial e mesmo assim quando apenas os Estados Unidos tinham esta arma. Depois disso apenas testes foram realizados pelos outros países em todo o mundo.
- Mas para que ter tantas armas que não podem ser utilizadas?
- Essa é uma boa pergunta! (responde o ex-presidiário).
- Não me espanta que a raça humana tenha se extinguido. Eles eram muito tolos!
A seguir Talwaq dispara com seu terceiro olho diretamente sobre as ogivas, transformando-as em pó.
- Bem, se vocês não estivessem dormindo por sete mil anos, talvez pudessem ter evitado tudo isso! (comenta o ex-presidiário).
Talwaq olha sem jeito para o androide e comenta:
- Fomos obrigados a fazer isso! Não tivemos permissão para continuar vivendo junto aos humanos!
- Ordens de quem?
- Não posso falar sobre isso! Mas posso dizer que logo que chegamos a este planeta, os humanos daquela aldeia se assustaram conosco. Como não representavam uma ameaça, não lhes fizemos nenhum mal. Aos poucos nos tornamos amigos. Eles conseguiam alimentos e água para nós e, em contrapartida, nós os auxiliamos com a nossa inteligência. Dois de nós partiram para fazer o reconhecimento do planeta. Como eles demoraram muito para voltar. Ensinamos matemática aos humanos, eles não a conheciam. Depois de alguns meses, nossos amigos retornaram com a informação de que não poderíamos mais conviver com os humanos e fomos obrigados a nos esconder, até agora.
- Não sei se você sabe, mas o povo de toda a Índia os veneravam muito! Criaram uma religião com vocês como o Deus deles! Até o fim dos dias esperavam que Shiva retornasse e salvasse a Índia da destruição! Mas vocês nunca voltaram!
- Eles nos chamavam de Deuses, sim. Faziam muitos desenhos e estátuas de nossos corpos. Tivemos um bom relacionamento naquela época, logo que chegamos aqui.
- Sinto não ter podido ajudar! Mas não podíamos interferir!
Não semearás
grãos ou vegetais
na vinha.