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DA COLEÇÃO

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PREFÁCIO
CAPÍTULO XVI
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CAPÍTULO XVII
Em algum lugar do universo, no espaço distante, o androide Mário e a cientista androide conversam no setor da nave stellar reservada para ambos. Ela encontra-se sentada em uma confortável poltrona de couro sintético preto e ele, em outra poltrona, revê imagens holográficas de fotos e vídeos que produziu dos seres vivos existentes no último planeta habitado que visitaram.

- Fiquei muito animada com o último planeta que encontramos com vida! (declara feliz a cientista,). As flores eram maravilhosas! De cores fascinantes! Lembra daquela cujas folhas mudavam de cor constantemente? Que coisa fofa!

- Claro que me lembro! (responde Mário). Ela jogou um ácido em mim, mas errou a mira! Lembra da cratera que o ácido fez ao meu lado? Eu quase caio ali dentro!

- É verdade! Mas era linda, não era?

Entra correndo e saltitante na sala a sua filha robótica:

- Mamãe! Já acabei minhas tarefas! Posso brincar agora?

- Claro, minha filha!

A menina androide senta-se no chão e aciona em seu cinto uma casinha holográfica, onde uma boneca começa a dançar e chamá-la para uma festa. A criança sorri e se diverte com a brincadeira.

- Você sabe para onde estamos indo agora? (pergunta Mário à cientista).

- É um planeta distante, muito longe de onde estávamos! (responde a mulher). Uma das sondas stellar detectou vida naquele setor. Fritz quer confirmar. Você sabe como ele é!

- É incrível que há mais de cem anos os alemães foram contaminados por aquele vírus, que caiu junto com o meteoro, e o Fritz ainda conserva algumas das características daquele povo alemão: rigidez, pontualidade, perfeição, frieza... (comenta Mário).

- Mas estas características são dos
stellaris, Mário!

- Pois é! Deus deveria ter jogado o meteoro no Brasil! O povo de lá era bem diferente! Quem sabe se os
stellaris hoje não pensariam mais em futebol, vôlei, praia, carnaval, samba...

- Ao menos não teriam estes nomes alemães complicados! (retruca a cientista).

Ela cansa-se de ficar por ali, escorrega seu belo corpo metálico pela poltrona até chegar ao chão, ajoelhando-se na típica posição das mulheres japonesas, quando tomam chá numa casa oriental. Ao lado de cada joelho, na parte externa das pernas, dois rodízios são movidos por pequenos motores elétricos.

Junto aos pés, também pelo lado externo do corpo, dois outros rodízios, também acionados por motores, tornam possível a movimentação destes androides pela nave. Este sistema é necessário porque os
stellaris são pequenos, e o pé direito da nave é muito baixo. Sem o recurso das quatro rodas os humanoides deveriam andar agachados. Deste modo eles podem rodar tranquilamente pelo interior da nave, sem bater a cabeça. Ela agora se dirige para fora do ambiente.

- Mário! Vou conversar com o Fritz na cabine principal. Depois eu volto!

- Não sei como você consegue conversar com ele! (comenta jocosamente o Mário). Fritz é muito prepotente e te ofende, insinuando que seu cérebro é pouco avançado!

- É o jeito de todos os
stellaris! Eles não querem ofender! Só falam o que pensam!

- Se você diz... (finaliza Mário a conversa).

A moça sai da sala e desliza com suas quatro rodinhas pelo corredor principal, enquanto olha pelas janelas externas e nota que as estrelas quase não se mexem, enquanto a nave viaja à velocidade da luz pelo espaço. A cientista entra numa das portas e encontra os dois stellaris a bordo conversando mentalmente um com o outro.

- Bom dia Fritz! Bom dia Wagner! (cumprimenta a moça).

Os dois param de conversar, olham para ela e respondem juntos, com a voz metálica tradicional dos pequeninos:

- Bom dia!

- Fritz! Me explica de novo como é que nós conseguimos viajar cem anos terrestres pelo espaço na velocidade da luz, e exatamente o mesmo tempo se passou lá na Terra também? (questiona a cientista). Já tentei entender a sua fórmula, mas eu não compreendo as constantes temporais!

- Isso é por que seu processamento cerebral não atingiu o nível correto para poder avaliar adequadamente estas coisas! (responde Fritz).

- Eu sei! Eu sei! (comenta sorrindo a cientista). Mas você poderia fazer alguma analogia com coisas que meu cérebro possa entender?

- Vou tentar simplificar ao máximo para você! (responde Fritz, olhando diretamente para a moça). Nós viajamos em direção ao passado para poder ir ao futuro! É assim: nosso equipamento temporal possibilita que naveguemos em marcha à ré no tempo! Portanto estamos indo ao passado! Mas como nos deslocamos na velocidade da luz, e em direção à outra galáxia, o tempo tende a ir para frente! Na média nos deslocamos apenas no presente, e assim, o tempo que perdemos aqui é o mesmo que o nosso povo perde na Terra! Por isso a impressão de que podemos nos comunicar com eles como se fosse uma simples ligação telefônica!

Wagner interrompe a conversa e informa à cientista:

- Acabaram de chegar novas memórias dos androides da Terra para serem compartilhadas. Para você, seu companheiro e sua filha!

- Já estão disponíveis? (questiona feliz a moça).

- Diretamente no console do compartimento de descanso! (informa Wagner a ela).

- Que bom! Estou doida para saber como vão as coisas por lá!

A androide apressa-se em rodar para a saída do local, de volta aos seus aposentos. Enquanto a humanoide se afasta Fritz e Wagner conversam mentalmente:

-
Não entendo a necessidade deles de ficarem deitados naquela poltrona, "relaxando"! (comenta Wagner).

-
Segundo o doutor os androides tendem a agir como os humanos reagiam, devido ao uso de parte de seus cérebros originais! Acham que isso os auxilia, mas na realidade não há nenhum prazer, pois os corpos artificiais reagem diferentemente dos músculos biológicos.

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CAPÍTULO XXIII
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CAPÍTULO XXIV
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