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PREFÁCIO
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21 dC. Cidade de Jerusalém. O império romano já sabe sobre o jovem que prega o amor em nome de Deus já há cinco anos. Sua fama se espalhou como o fogo sobre o capim seco! Muitos começaram a praticar as palavras do Senhor. Vivem numa harmonia maior agora. O povo Essênio, que já praticava o amor ao próximo e vivia espalhado por toda a Galileia e, portanto também em Nazaré, tenta encontrar o Senhor para conversar com ele. Na verdade em sua infância Jesus teve a oportunidade de ouvir por diversas vezes pregadores do povo Essênio falando sobre o amor. Tudo ficou-lhe mais claro depois da conversa com Seu Pai.

O prefeito romano local não estava preocupado com a escalada de sucesso de Jesus entre os pobres, até quando seus cobradores começaram a trazer menos dinheiro das andanças pelos vilarejos locais. A alegação era de que o povo não podia pagar mais tantos impostos! Os cobradores aos poucos simpatizaram pelo amor que recebiam de todos os vilarejos. Agora o império não poderia mais se abster! Jesus se tornou uma realidade perigosa para a subsistência de Roma na região!

A primeira atitude do imperador foi fazer um rodízio entre os cobradores para que não fossem mais facilmente influenciados pelo povo da região. A segunda seria mais complicada de ser realizada. Jesus se tornou muito popular e não seria bom para os negócios se o império fosse acusado de matá-lo oficialmente. Então..., numa decisão surpreendente... o prefeito local contratou, às escondidas e através de seu súdito direto mais confiável, um assassino de aluguel para matar o filho de Deus!

Tinha que ser limpo, silencioso e longe dos olhos da população. Não poderia ser nenhum soldado do império romano, para que não houvesse ligação direta do poder com o assassinato. Tampouco alguém poderia saber do envolvimento direto do prefeito neste episódio! Isso poderia criar uma rebelião generalizada e o conflito custaria mais caro ainda para o governo de Roma, que perderia o domínio local, provocando assim novas rebeliões em todas as regiões dominadas. Extrapolando a situação... o império poderia ruir completamente, abrindo espaço para os inimigos invadirem seus domínios. Portanto, Jesus com o uso do amor poderia ser o estopim do fim do império!

O contratado era famoso na região por realizar com sucesso suas missões. Poucos conheciam seu rosto, já a fama o precedia onde quer que fosse. A grande maioria dos líderes da região o contratava quando desejavam um trabalho perfeito. Normalmente a vítima nem sabe o que aconteceu! O homem trabalhava nas sombras e para elas retornava ao final de cada serviço! Um perigoso assassino estava à caça do filho de Deus!

Ele perambulava como um homem simples de aldeia em aldeia em busca do famoso Jesus que pregava o amor! Jesus não parava muito tempo em cada lugar e caminhava continuamente! Sua intenção era falar para um número cada vez maior de pessoas. Na última vila em que estivera ganhou um burro para transportá-lo, mantimentos e água para sobreviver às durezas do deserto! O vira-lata estava sempre ao seu lado, onde quer que fosse! Um dia o assassino chegou até uma vila onde Jesus, todo de verde, estava finalizando suas palavras:

-
A verdade é a vontade final de Deus...! Mas o que Ele deseja para todos... não é o que cada um de vocês deseja...! A verdade do amor tem que prevalecer no final... A sagrada lei que lhes dei é clara..., justa... e boa...! Façam com que todos possam ouvi-la...! Só assim haverá salvação para as suas almas e para as de outros também!

As pessoas ao redor batem palmas para Jesus e iniciam uma oração em nome de Deus! O assassino, disfarçado de pessoa simples e comum, aproxima-se do Senhor para falar-lhe. Ele está com um tapa-olho e manca um pouco. O vira-lata começa a rosnar ante a perigosa aproximação do assassino! O Filho de Deus estranha a reação do cãozinho e observa com mais cuidado as atitudes de seu futuro algoz.

- Olá, Senhor! Venho de muito longe para encontrá-lo! Soube de suas palavras por toda a região e queria saber mais sobre a verdade!

- Chegou atrasado, meu amigo! Acabo de falar sobre este assunto! (Jesus coloca uma das mãos sobre os ombros do assassino). Mas não se preocupe se tens amor no coração e respeito pela vida alheia, a própria verdade o alcançará!

Jesus percebe que o homem tem realmente um problema na perna e o cura apenas com este toque em seu ombro.

- Seu problema da perna foi resolvido! (declara Jesus).

O assassino mexe sua perna e dá pequenos saltos para confirmar que não há mais dores. Ele fica espantado com isso e olha para o filho de Deus, buscando respostas para tal coisa. Jesus o deixa ainda mais espantado quando comenta:

- Para que utiliza este tapa-olho se nada tens na vista?

O homem, pego novamente de surpresa, curva-se, beija a mão de Cristo e agradece a cura:

- Obrigado, Senhor! Não sei como faz isso, mas funcionou para mim. Tenho uma missão que preciso fazer e não posso voltar mais atrás. É algo que não quero fazer, pela primeira vez em minha vida! Mas não posso fugir de minhas obrigações e de minha fama!

- O que precisa fazer trará benefícios para a sociedade local?

O homem pensa um pouco e responde:

- Será útil apenas para um grupo pequeno de pessoas!
- E esse grupo pequeno transformará o resultado final de tua missão em algo maior para a sociedade?
- Acredito que não, Senhor!
- Então, o que estás para fazer resultará em algo ruim para um grande número de pessoas!

O assassino balança a cabeça confirmando a informação.

- Às vezes é preciso saber dizer não para poucos para que muitos possam usufruir de teu sim! Não é fácil mudar de atitudes ou de objetivos! Mas ser humano requer alguns sacrifícios! E se não puderes realizar tais sacrifícios... jamais terá a verdade que busca! Viverás sempre uma mentira! Ninguém te aceitará com o amor e a felicidade que deseja para ti mesmo! No final a vida te punirá com solidão e desprezo! Terminará teus dias em completo abandono! E se a verdade chegar a ti neste momento... será tarde demais! Não terás com quem compartilhar teus últimos dias! Perderá a chance de ser humano e tua alma pagará o preço mais alto por teus pecados!

O homem ergue finalmente seu tapa-olho, expondo a vista funcional que estava coberta. Agora ele olha diretamente nos olhos do Senhor em busca de salvação, enquanto Jesus lhe fala finalmente:

- Não busque em mim a salvação para tua vida! Somente tu poderás solucionar teu dilema! Não espere que Meu Pai resolva tua situação! Ele não o fará! Acredite em teu próprio potencial para mudar o mundo! Para mudar o rumo de tudo! Para fazer o bem que deseja para ti e para teus semelhantes! Não desista agora! A solução de teus problemas está mais próxima do que imagina!

- Não, Senhor! A mudança de minha vida neste momento nunca apagará de minha mente o que sou ou o que já fiz! Eu sou o que sou! Vivi a vida desta forma! Não posso simplesmente mudá-la agora! Eu não saberia viver de forma diferente, mesmo que tentasse! Minhas necessidades internas requisitam que eu faça o que tenho que fazer!

- Sinto por ti! Afinal de contas, nem todos poderão ser salvos! O que seria do cordeiro se o leão não eliminasse os fracos e doentes de sua espécie? Se o leão não cumprisse seu papel feroz e selvagem os cordeiros se multiplicariam indiscriminadamente, infestando a Terra e tornando impossível que o capim, que alimenta tão doce e belo animal, pudesse crescer a tempo de mantê-los vivos! Portanto, se o feroz leão não cumprir seu papel, o frágil capim o fará! No final... tudo é uma questão de escolhas, meu amigo!

Resignado, o assassino deixa o local com ar de insatisfação porque seu dilema não fora resolvido! Mais à noite Jesus afastou-se da vila onde estava e agora parou para descansar e escrever sob a luz de sua fogueira. Mais tarde..., já cansado..., ele resolve dormir ao relento no deserto. Lá estava ao seu lado, o cãozinho de estimação! Ao redor do Senhor diversos seres noturnos o cercam para protegê-lo.

São vários os insetos que o circundam, mas não o picam. Um escorpião repousa vigilante, protegendo as costas de Cristo! Uma cobra venenosa serpenteia o local e se enrola próximo à cabeça do Senhor! Ela não quer picá-lo, mas sim protegê-lo de todo o mal. Estes animais locais abdicaram de suas necessidades alimentares para jejuar, enquanto protegem seu mestre durante esta noite! O burro deitou-se um pouco mais distante porque não gostou da presença da cobra no local.

Ao longe está o assassino, aguardando o momento mais propício para aproximar-se e matar Jesus, a sangue frio! Ele tem uma enorme faca em suas mãos. É para isso que fora afinal contratado. É isso que deverá fazer! Inesperadamente o Pai de Jesus do futuro, o Deus de olhos brancos, aparece atrás do assassino, sem que ele percebesse. Um arrepio corre toda a espinha do humano. Deus toca em um de seus ombros e ambos desaparecem dali, reaparecendo no meio do deserto, bem longe dos sensíveis ouvidos de Seu Filho que dorme no deserto.

Num ato reflexo o assassino gira seu corpo e desfere um golpe mortal na barriga de Deus! Claro que seria mortal para um humano, mas não para um Deus! O Pai de Jesus, esfaqueado profundamente, olha para baixo, retorna o alvo olhar para o do assassino, que se espanta com a ausência de dor do poderoso ser! Deus pega com força na mão cruel do humano, e arranca a grande faca de seu abdômen que nem sequer sangra!

Sem opções o assassino arranca outra faca de sua cintura e tenta esfaquear o rosto divino. Rapidamente Deus agarra também sua outra mão. O Pai de Jesus desfere uma forte cabeçada no humano que cai no chão de barriga para cima com o nariz sangrando muito. Ele perdera suas facas que se encontram agora nas mãos de seu formidável oponente! Deus simplesmente as atira contra o peito do assassino, matando-o ali mesmo.

No dia seguinte Jesus continua sua caminhada bem cedo para não enfrentar o sol escaldante do deserto. Dois quilômetros à frente encontra o corpo do assassino estirado no chão. Jesus entristecido, reconhece-o! Abaixa-se a seu lado e retira as duas facas de seu peito. Relembra da conversa que tiveram no dia anterior.

- Ele não conseguiu se salvar! (declara Jesus, ignorante sobre a missão de tal homem).

Emocionado, Cristo coloca suas duas mãos sobre o peito do rapaz, desejando-lhe que descanse em paz. Mas não é isso o que acontece! Milagrosamente o assassino volta à vida! Para espanto dele e do próprio Jesus! O rapaz senta-se rapidamente e um olha para o outro de forma assustada!

- Onde está o demônio com quem lutei?
- Não sei! Quando cheguei só encontrei você aqui! (responde Jesus).
- Como posso estar vivo?
- Não sei! (responde o Senhor). Eu não sabia que podia realizar tal milagre!

O assassino renascido agora levanta-se do chão, feliz e bem de saúde.

- Obrigado, Senhor! Agora que renasci não preciso mais ser eu mesmo! O Senhor me salvou! Me deu uma nova chance, obrigado!

O homem começa a correr pelo deserto em busca de seu novo destino.

-
E estas facas? (grita Jesus para o homem que se afasta rapidamente em busca de uma nova vida).
-
Fique com elas! Não me pertencem mais! (grita o novo homem).

Jesus ainda agachado, com as duas facas ensanguentadas ao seu lado, olha para elas, levanta-se e convida seu cão para continuarem a peregrinação em buscas de novas ovelhas desgarradas! Mas agora Ele sabe que pode ressuscitar as pessoas mortas! Ele tem uma nova arma para lutar contra a tirania romana!

- Quantos mais poderes terei Eu? (questiona-se a si próprio). Até onde poderei ir para realizar Minha difícil missão?

Questões e mais questões rondam a cabeça do Senhor!

- Será que nasci para realmente salvar a humanidade em nome de Meu Pai? Será que minha função entre os homens é a de salvar Meu próprio Pai? Ou serei apenas um exemplo que se perderá no futuro da história humana?

As peregrinações ajudam Cristo a se definir! O apoio que recebe da população menos favorecida dá forças a Ele para continuar. Mas o futuro próximo será perigoso para o Senhor! Parece que Seu Pai do futuro, temendo que a morte alcance Seu Filho antes do previsto, está disposto à protege-lo! Mas... até onde? E por quê? Será que seu retorno e suas ações neste passado estão alterando a realidade como todos nós a conhecemos?

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CAPÍTULO XLI
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CAPÍTULO XLII
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XLIII
CAPÍTULO VIII
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CAPÍTULO XLVI
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CAPÍTULO XLVIII
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