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da coleção

INTRODUÇÃO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
CAPÍTULO XXXIII
Capítulo IX
Capítulo X
No Parque Zoológico, mais ao sul, o mesmo vem acontecendo! As quilométricas raízes rasgam o solo em direções específicas! As três árvores gigantescas pretendem uma se conectar diretamente com a outra sob o solo! Quando isso acontece o trio se funde, tornando os seres individuais num único, fabuloso e monstruoso vegetal, de proporções nunca antes vista neste planeta! No caminho as raízes extraterrestres se conectam com as outras árvores isoladas e todos se unem ao gigante invasor.

A população humana, atônita com tamanha destruição, vai às ruas para observar de perto tudo o que está acontecendo! Na televisão as autoridades pedem calma e o prefeito de Nova York decreta estado de atenção em toda a região! O único meio de transporte possível para se chegar a alguns locais é o helicóptero ou então a pé, escalando os obstáculos! O exército entra novamente em ação e cerca os monstros verdes! Botânicos de todos os lugares começam a chegar ao local. O mesmo acontece com os ecologistas que trazem seus cartazes, declarando que as árvores são patrimônios da humanidade e um marco na luta em favor do verde em todo o planeta! Pequenos conflitos entre eles e os militares começam a acontecer ao redor de cada uma das árvores extraterrestres!

Em meio a tudo isso o homem da CIA retorna à Mondivina para conseguir uma nova quantidade do veneno genético. Mas desta vez será uma quantidade realmente grande, para destruir o enorme ser vivo que está ali! De helicóptero, Roger Green vai em direção ao aeroporto de Nova York! Lá ele entra em seu jato particular e parte para São Paulo! Em sua maleta um incrível projeto que poderá mudar o conceito de cidade grande. No interior do confortável avião, Green conversa por telefone com o prefeito de São Paulo, antes mesmo do avião decolar!

- Senhor prefeito...? Roger Green...! Bom dia...! Estou a caminho de sua cidade! Obrigado por permitir que financiemos o piloto de nosso projeto em sua cidade! Tenho certeza que São Paulo se transformará em um marco na luta da humanidade em tornar o planeta mais verde...! Sim...! Sim...! Eu sei...! Os riscos são aceitáveis, senhor...! Tenho certeza de que a cidade se transformará numa referência para o restante do mundo. As outras megalópoles do mundo naturalmente seguirão as soluções paulistas...! Está bem, senhor...! Obrigado! Em breve estarei ai!
Roger desliga o celular e olha para fora de sua janela, observando a nova paisagem de Nova York que tem três gigantescas árvores em pontos diferentes da cidade. Green percebe que dezenas de helicópteros militares estão sobrevoando a enorme copa das árvores alienígenas que escurecem todas as ruas e casas abaixo delas! Um cenário de destruição na superfície das ruas pode ser percebido. Fumaça se ergue aos céus, fogo em alguns pontos, casas e edifícios caíram por onde as raízes principais das árvores passaram. Pontes, sobre braços de mar, foram tomadas pelas grossas raízes que passaram por ali! Um caos completo!

Em Highland Park Jones, Mark e o homem-árvore estão sob a copa de um dos monstros verdes alienígenas! Os celulares voltaram rapidamente a funcionar graças aos novos modelos disponíveis que funcionam também via satélite, quando a rede local falha! Jones está usando o seu agora e fala com o presidente americano! Os militares conseguem chegar até Mark, Jones e o homem-árvore! Eles exigem que se afastem do gigante verde, gritando de longe ainda:

- Senhorita Jones e você dois saiam daqui! Esta zona está interditada de agora em diante!
- Sinto muito, sargento! (declara Jones, que acabou de desligar seu telefone). Sou botânica e ficarei aqui para fazer algumas análises da situação (agora o sargento aproxima-se do pequeno grupo). Este é Mark da Mondivina e este é nosso amigo, homem-árvore que pode se comunicar com estas plantas!
- São ordens militares, senhorita! Sua missão acabou! Agora é com o exército!
- Sargento! O senhor é botânico?
- Não, senhorita, mas...
- O senhor consegue falar com as plantas?
- Não, senhorita, mas eu tenho ordens para...
- O senhor conhece produtos químicos ou algum herbicida que pode controlar ou destruir esta árvore alienígena?
- Não, senhorita, mas isso não importa agora...
- Sargento! O senhor tem ordens do presidente americano para cuidar pessoalmente desta missão? (grita Jones ao militar).
- Não, senhorita!

- Então, sargento! Estabeleça um perímetro de segurança para que os civis não se aproximem demasiadamente deste lugar e assim proteja a vida deles! Deixe nós, os especialistas, tratarmos deste assunto! Temos que descobrir qual o nível de perigo que a presença destas enormes árvores aqui significam para a cidade, para a vida humana e as consequências para a vegetação terrestre!

- Com todo respeito! Até agora a senhorita só conseguiu eliminar a plantação que estava consumindo a Rua Charles! Não conseguiu convencer os alienígenas a saírem de nosso planeta, nem conseguiu evitar que eles germinassem! Por isso a cidade se encontra neste caos em que está agora!

- Com todo respeito, sargento! Se o exército não tivesse atrapalhado, talvez tivéssemos menos mortes, melhor comunicação com os alienígenas e um controle mais seguro de toda esta situação! Além do mais, eu consegui controlar algumas situações, já vocês...!

O general chega até o local e exige ordem:

- Sargento! O que está acontecendo aqui? Por que este pessoal ainda está dentro do perímetro militar?

O militar bate continência e responde à questão:

- A senhorita Jones tem permissão do presidente americano para ficar neste local, senhor.
- Não estou sabendo de nada ainda sobre isso... (comenta o general que para de falar porque seu telefone acabara de tocar).

Ele olha para o número em seu visor e atende a ligação:

- Senhor presidente...? Sim! Sou eu...! Estou diante dela neste momento, senhor...! (Jones começa a sorrir para o general, porque ela sabe que tem neste momento o controle da situação). Sim, senhor...! Perfeitamente, senhor...! Avisarei a ela...!
Agora ele desliga o celular, olha para o sargento e depois para Jones e declara, muito a contragosto:

- Sargento...! A partir de agora a senhorita Jones irá nos... sugerir a melhor postura diante da situação atual alienígena!
- Senhor? (indaga o sargento, atônito com o comentário de seu superior).

- Está surdo, sargento? Não estou aqui para dar a mesma ordem duas vezes! Avise seus comandados para atender a todas as necessidades da senhorita Jones neste local. A partir de agora ela ficará aqui até que todos nós tenhamos a certeza de que chegar perto destes... monstros... será seguro. Dispensado, sargento!

- Sim, senhor! (declara o sargento que se despede de seu superior e volta-se aos soldados do batalhão).

Uma pequena ave pousa sobre um dos galhos do gigante, bem acima do grupo que conversa lá embaixo.

- Preste muita atenção ao que vou dizer, Jones...! (declara o general, olhando de forma agressiva a ela). Não cometa nenhum erro grave aqui...! Se o fizer... eu a prenderei ou a matarei... e porei a culpa neste monstro que te acompanha...! (comenta ele, olhando para o homem-árvore).

- Nossa amiga alienígena está pedindo que o senhor saia daqui, caso contrário ela mesma o fará! (declara o bêbado, homem-árvore, falando de forma meio mole ao general, como se ele estivesse um pouco sonolento neste momento).

- Acha que eu acredito que pode falar com esta árvore, criatura? (indaga o general, debochando do bêbado).

Aquela ave, que pousara acima deles, acaba de morrer porque seus pés foram envenenados e absorveram o material prejudicial à saúde. Uma gosma esverdeada saiu do tronco e envolveu os pés da ave! Ela agora cai sobre o quepe do general, deslocando-o do lugar. Imediatamente o militar se afasta, meio assustado, enquanto olha para cima, encarando feio o gigante verde alienígena! Ele se afasta do local e Jones começa a agir.

- Muito bem, pessoal! (comenta Jones com Mark e o bêbado). Eu preciso estudar a cadeia genética deste espécime e descobrir qual é a proteína perigosa à saúde dos animais e também para nós! Se conseguirmos isolá-la e eliminá-la desta árvore, conseguiremos então transformar tudo isso num espécime praticamente natural deste planeta, com exceção de sua altura descomunal! Mark! Preciso de sua ajuda nisso!

- Não sei se poderei te ajudar! Tenho meu trabalho na Mondivina e meus afazeres.
- Então vou pedir ajuda da Mondivina para fazer as análises bioquímicas e genéticas deste ser gigantesco! (sugere Jones).

Neste momento o celular de Mark toca e ele se afasta um pouco do grupo para atendê-lo!

- Mark falando...!
- É o presidente da Mondivina!
- Sim...! O que você quer...?
- Preciso que acompanhe Jones e garanta a destruição das árvores alienígenas!
- Não posso fazer isso...! Ela fez um acordo com os aliens e o presidente americano a está apoiando...!
- Não estou lhe fazendo um pedido! Estou lhe dando uma ordem direta para destruir as árvores!!!!
- Procure outro para fazer o seu serviço sujo! Eu não sou a pessoa certa para fazer coisas ilícitas!

- Você ainda não entendeu, não é? A partir de agora você vive num mundo diferente do que vivia! Este é o mundo real! Não existem leis, direitos humanos ou impostos para você pagar! Mas as novas regras deste novo mundo devem ser cumpridas! Quando eu lhe disser para fazer alguma coisa, você simplesmente faz!

- Sabe de uma coisa! Eu não acredito que haja um acordo entre os líderes mundiais e a ONU! Acho que inventou tudo isso para me tornar seu escravo! Para fazer coisas que ninguém mais estaria disposto a fazer e no final eu serei o único prejudicado por isso!

- Ahh! Então você deseja uma prova de que falo a verdade?
- Também não acredito que você tenha provas sobre isso!
- Vou te dar uma prova! É isso que quer? É isso que terá! Depois você fará exatamente o que eu estou lhe pedindo! Não temos pressa em destruir estas árvores! Deixe a imprensa cansar do caso primeiro! Deixe Jones fazer seus testes! Deixe a opinião pública discutir o assunto! E no momento oportuno criaremos uma enorme distração para que você destrua os gigantes. Neste meio tempo terá a prova que deseja!

O presidente da Mondiva desliga o telefone e Mark olha em direção a Jones que conversa neste momento com o homem-árvore. O jovem rapaz está preocupado com o que possa acontecer a ela!

- Preciso de sua ajuda! Temos que manter contato com os alienígenas o tempo todo! Eles precisam nos ajudar a identificar se estamos no caminho certo para a modificação genética da composição deles! Eu preciso que alguém me ajude com a localização dos projetos ambientais em todo o mundo. Preciso criar um banco de informações e apresentar os resultados aos nossos amigos verdes. Temos cinco anos para resolver tudo isso e provar que podemos conviver em paz com a natureza. Mas sei que neste momento chegar e sair daqui não será nada fácil! A cidade deve estar um caos completo por causa das raízes de nosso amigo que parece caminhar por centenas de metros!

- Jones! Lembra-se de que eu lhe disse que muito em breve eu perderia a conexão com todas estas plantas?
- Sim! Por quê?
- Porque eu acabo de ser cortado da rede de comunicações alienígena! Todas as conexões entre raízes foram finalizadas. Elas só se comunicam agora via solo!
- Mas eu preciso me comunicar com eles! Como faremos para você poder voltar a ouvi-los?
- Eu precisaria ter raízes para manter a comunicação! Posso conseguir fazer isso! Basta completar um pouco mais a minha transformação genética!

Jones olha para ele e lembra-se do que aconteceu ao rapaz negro, cujos pés se espalharam pelo chão em forma de raízes.

- Não! Não vou permitir que você se transforme geneticamente! Isso te condenará a viver como uma árvore!
- E porque isso seria tão ruim? (questiona o homem-árvore).
- Porque você deixará de ser humano! Perderá o lado que o define como ser vivo!
- Como humano eu nunca me dei muito bem! Quem sabe como árvore eu possa ser mais feliz?
- Não! Não permitirei que faça isso! Vamos encontrar outra forma! Abrace o gigante para tentar entender o que ele comenta com as outras árvores!
- Não sei! Dê-me um minuto! (comenta o homem-árvore que se aproxima lentamente do tronco alienígena).

Neste momento Mark retorna para perto de Jones e conversa com ela:

- Meu chefe pediu para eu colaborar com você! A Mondivina tem interesse em conhecer mais de perto as características genéticas desta árvore!

O homem-árvore, abraçado ao gigante, comenta com Jones:

- Parece que a comunicação se concentrou realmente apenas pelas raízes! Talvez... se pudéssemos nos aproximar de alguma raiz..., eu tenha a oportunidade de me manter em contato com eles!
- Certo! Em algum lugar da cidade alguma raiz pode ter sentido a necessidade de vir à superfície! (declara Jones).
- Por que não podemos cavar um pouco aqui e dar acesso ao nosso amigo para entrar em contato direto com a árvore? (questiona Mark).
- Ele tem dificuldades para andar! (Jones falando ao Mark sobre o homem-árvore). Imagine se tivermos que colocá-lo dentro de um buraco? Além do mais, aqui está meio escuro e eu já percebi que ele está ficando meio sonolento.
- Ahhh! Então é isso? Achei que ele ainda estava bêbado!!!! (debocha Mark).

Jones olha para o namorado de forma crítica, porque não gostou do comentário!

- Sargento! (grita Jones). Preciso que me informe se em algum ponto de Nova York foi vista uma raiz desta enorme árvore emergindo para a superfície!

- Sim, senhorita! (grita o sargento que novamente se aproxima dela para falar-lhe). Nosso pessoal está mapeando a destruição na cidade e localizaram uma enorme raiz que emergiu diante da ponte Queensboro! Lá a planta saiu da terra e caminhou pelo interior da ponte até a outra margem, onde entrou novamente na terra e se conectou com a raiz desta outra árvore aqui!
Enquanto conversam Jones e o militar, o homem-árvore caminha um pouco e nota que uma das raízes se ergueu ligeiramente para fora do solo! Ali ele pisa em cima e se concentra! Começa a sorrir em direção à botânica!

- É mesmo? (indaga Jones a afirmação do sargento). Não imaginei que as raízes fossem capazes de ir tão longe assim!!!! Isso quer dizer que algumas das raízes de nossos amigos têm a função específica de se conectarem umas às outras! E por causa disso nenhuma força da natureza poderá arrancar estas árvores daqui! A não ser... talvez algo tão devastador... que destruiria..., quem sabe..., até mesmo a vida na Terra!!!! Sargento! Como faríamos para chegar até a Queensboro bridge? (questiona ela ao militar).

- A movimentação pela cidade está muito prejudicada! (comenta o militar a Jones). As raízes destas árvores se projetaram não só em direção umas às outras, mas também em outras direções, o que causou estragos por todos os lados! Andar com veículos automotores ficou impossível em Nova York!

- Precisamos ter contato direto com uma destas raízes gigantescas (informa a botânica).
- Jones! Estou on line novamente com as árvores! (declara feliz o bêbado).

Ela vira-se para trás e olha para o solo, em busca de respostas para a afirmativa do homem-árvore! Jones percebe que ele encontrou uma forma de tocar seus pés sobre uma raiz alienígena que veio ligeiramente à tona!

- Humm! Boa ideia, meu amigo! Parabéns! Resolveu nosso caso! Agora precisamos de lâmpadas Day light aqui, sargento! Nossas prioridades mudaram! Preciso de tripés com lâmpadas especiais neste lugar, posicionadas sobre o nosso amigo ali. Traga um profissional de iluminação até nós o mais rapidamente possível! Vamos precisar de energia elétrica, tripés, lâmpadas, fiação, preciso de um laboratório móvel, uma tenda, cadeiras, mesas...

- Senhorita Jones! A cidade está sem energia neste momento! As comunicações estão deficitárias! Os transportes estão impossíveis, mesmo com helicópteros, porque as copas gigantescas destas árvores impedem o tráfego por diversos quarteirões!

- Certo! Então inclua em minha lista um gerador! É um trabalho para o exército resolver, né? Uma típica atividade militar! Acelere o passo sargento! Preciso de tudo aqui o mais rápido possível! Temos apenas cinco anos para salvar a humanidade e os animais deste planeta!

O sargento olha desconsolado para ela e afasta-se dali, falando via rádio!

- Tenente! Tenho uma lista enorme de itens que a doutora Jones precisará! Teremos que trazer tudo de helicóptero e depois com aquele veículo especial do exército para situações especiais...! Isso...! Esse mesmo!
- Mark! Como seu chefe ficou sabendo de nossa situação aqui? (indaga Jones).
- Bom...! Eu disse a ele onde estávamos e o que havia acontecido! (comenta Mark mentindo para ela).
- Ele confia tanto assim no que você está dizendo a ponto de liberá-lo para me acompanhar?
- Além da confiança ele está acompanhando on line a situação da cidade! Ademais, esta é uma oportunidade para otimizarmos nossos produtos genéticos também!
- Entendo! (ela volta-se agora ao homem-árvore). O que estão as plantas falando sobre a situação de Nova York?
- Estão reclamando do assédio dos animais em seus galhos! Aves, insetos, homens, cachorros, esquilos e outros que a todo o momento chegam perto deles e toquem em seus corpos! Isso os incomoda muito!

- Que bom que conseguiu a conexão de volta! (comenta Jones aliviada). Podemos então montar nossa base de trabalhos aqui mesmo! Estou providenciando uma iluminação artificial para você! Assim não ficará tão sonolento por falta de luz durante nossos longos dias aqui!

Pouco tempo depois os três observam um veículo militar enorme se aproximando do local. Na parte de cima vê-se um ônibus e quatro enormes pneus que o carregam! O homem-árvore questiona Jones:

- O que é aquilo?

Jones observa e responde:

- Um big foot!
- O quê?
- É um veículo com rodas enormes, da altura de uma casa! Eles são usados em eventos onde passam por cima de vários carros velhos, amassando-os e destruindo tudo!
- E o que será que pretendem com isso aqui? (questiona Mark).

Ao longe o tal veículo consegue atravessar as falhas do concreto das ruas! Algumas das rachaduras, causadas pelas raízes monstruosas alienígenas, têm mais de um metro de buraco! O bólide militar avança sem se intimidar com os desníveis das ruas. Ele chega bem próximo de todos e para.

- Minha... nossa...! (declara o homem-árvore). Achei que já tivesse visto tudo em minha vida!

Uma escada de mão é jogada lá de cima e um militar desce rapidamente por ela. Ele aciona um controle remoto e uma parte da cabine se desloca lateralmente para fora! Logo a seguir esta parte desce feito um elevador de carga até encostar-se ao solo. A porta se abre e surge um estranho homem, usando luvas negras e um casaco longo que lhe cobre todo o corpo. Lá de cima outro militar joga algumas coisas para baixo como uma enorme mochila e diversas caixas leves. O militar de baixo começa a organizar o material, enquanto o estranho homem se aproxima do grupo.

- O que será isso tudo agora? (questiona Mark).

O estranho homem para de andar diante de Mark e Jones e sob seus óculos escuros comenta:

- Senhorita Jones..., Mark e... você... meu amigo! (dirigindo-se ao homem-árvore). Precisamos levá-lo para estudos na Área 51!
- Quem é você? (indaga Jones).
- Eu sou o pesquisador que teve acesso aos primeiros estudos deste... monstro que veio ao nosso planeta! (ele olha para cima em direção à copa da árvore). Podem me chamar de Branch!
- Branch? Tem certeza? (indaga o bêbado).

O sinistro homem olha para ele e comenta o fato:

- É assim que me conhecerão! Nada mais... nada menos!
- Você disse que já havia estudado antes os Verdes? Como isso é possível? (indaga Jones, estranhando a informação).
- Sim! Eles já caíram aqui no passado, quando nós os estudamos pela primeira vez! (declara o tal de Branch).
- Porque os botânicos deste país nunca foram informados da presença deles? Poderíamos ter hoje muitas informações relevantes sobre a espécie e diversos cuidados poderiam ter sido tomados com maior antecedência!

- Senhorita Jones! Nem tudo pode ser revelado aos que gostariam de saber mais sobre o universo! As primeiras amostras que obtivemos chegaram mortas à Terra. Nem sequer sabíamos o que eram aquelas coisas. Depois descobrimos tratar-se de esporos alienígenas. Conseguimos extrair uma quantidade mínima da proteína interna principal e a sintetizamos depois de algum tempo! O produto é extremamente perigoso para a vida neste planeta! (comenta Branch, olhando para sua mão direita e acariciando-a com a outra mão, enquanto demonstra certo arrependimento em seu olhar).

- Então o senhor está aqui para compartilhar seus conhecimentos? (indaga Jones).
- Não! Estou aqui para complementar os meus conhecimentos! (informa Branch).

Jones olha para Mark e de volta para Branck.

- Tá! Então boa sorte com seu trabalho! (declara ela).
- Jones! As plantas estão dizendo que o senhor Branch é parte vegetal! (comenta o homem-árvore).

Todos olham para o militar de óculos escuros, estranhando a afirmação do homem-árvore! Branch olha para todos eles e de volta ao bêbado, quando comenta:

- Você disse que as plantas te disseram isso?
- Sim! Eu me comunico com elas!

O sinistro homem se aproxima lentamente do bêbado que comenta, preocupado com uma possível retaliação:

- Eu e você somos da mesma espécie! Lembre-se sempre disso!

Branch chega bem perto e começa a observar os detalhes vegetais do homem-árvore. Ele pega no braço esverdeado do bêbado, depois observa o estranho cabelo também verde, toca no corpo endurecido meio madeira, meio pele e comenta:

- Então! Você consegue se comunicar com os alienígenas?
- Não só com eles! Na verdade com todas as plantas deste planeta! (desconfiado das intenções do estranho pesquisador militar o homem-árvore decide complementar a informação que iniciara). Mas eu também sou bêbado e, portanto, o que falo não é muito confiável!

Branch sorri para ele e declara:

- O que você fala é de confiança, sim! Eu também tenho parte de meu corpo vegetalizado! A substância acidentalmente penetrou em minha pele durante testes que realizava no passado, mas diferente de você eu não consigo conversar com nenhuma planta! Como elas conversam? O que dizem normalmente umas às outras?

Ao lado os militares começam a montar uma enorme barraca para que todos os especialistas possam trabalhar ali mesmo! Cadeiras, tripés, cabos de energia e diversos outros materiais de apoio.

- As plantas falam de coisas importantes para elas! Evolução de outras aparentadas, atitudes dos animais que estão próximos, avisam sobre eventuais problemas como enchentes, chuvas, tempestades, terremotos, incêndios entre outras coisas.
- Humm! Então é uma verdadeira internet onde todas estão conectadas diretamente.

- Não diretamente! Elas se comunicam pela vibração do ar e do solo! Numa floresta as plantas podem saber de coisas que estão acontecendo a uma enorme distância! Mas na cidade a agitação da sociedade humana as confunde! Nenhuma informação chega de forma muito confiável!

- Entendo! Como elas sabem da minha e da sua condição?

- Bem! Estes alienígenas têm um potencial de comunicação muito maior do que as plantas de nosso planeta! Eles utilizam outra forma de comunicação que não me explicaram! Não sei como sabem tanto sobre nós dois. Talvez eles possam saber o que pensamos ou sentimos! Não sei!

- Tá! Então você é uma espécie de interface humano-vegetal?
- É...! Talvez...! Por quê?
- Você é o recurso mais importante que o exército americano tem hoje!
- Opa! Calma lá, senhor Branch! Antes de tudo ele é um ser vivo! (declara, preocupada, Jones).

Branch olha para trás, sorri e comenta:

- Senhorita Jones! Quando a senhora leva uma planta para seu laboratório e a corta, pica, quebra, insere uma seringa em seu caule... a senhora deve se lembrar de que está com um ser vivo, mas nem por isso seu trabalho para!

- Não podemos ser tão frios e racionais assim, senhor Branch! (declara Jones).
- O que não podemos é ser infantis e acreditar que o mundo é lindo! E que nada de errado pode acontecer! As pesquisas têm que continuar! E para isso a vida deve ser vasculhada..., rasgada..., cortada... e destruída para ser entendida!

- Senhor Branch! Devo lembrar-lhe que tudo aqui é inédito! Temos um acordo com os alienígenas! Precisamos cumpri-lo se quisermos continuar pesquisando alguma coisa no futuro. Eles têm o potencial de nos destruir se desejarem! Estão no controle da situação apesar de parecerem calmos e tranquilos como uma... árvore.

- Boa analogia, senhorita Jones, mas também quero lembrar que se eles não cumprirem as parte deles do acordo e não fizermos nada dentro de cinco anos estaremos correndo um sério risco de vida também! (declara Branch).

- Nossos amigos vegetais estão dizendo que diferentemente dos animais eles costumam cumprir o que se habilitam a fazer! (declara o homem-árvore).
- E espera que acreditemos nisso? Um bêbado falando em nome de árvores extraterrestres? (declara Branch).

- Olhando desta forma realmente fica difícil de parecer ser sério! (declara Mark). Mas pense por um instante! E se tudo isso for de verdade? E se tivermos uma chance... uma pequena chance de acabar com a guerra intergalática que pode durar bilhões de anos? E se conseguirmos salvar nosso planeta da poluição, aquecimento global e recuperar o verde destruído? Estaremos salvando nosso planeta duas vezes!

- Duas vezes? (indaga Branch).
- Sim! Uma vez porque não confrontamos nossos visitantes e a segunda vez porque evitamos uma catástrofe ambiental global!

- Seu ponto de vista é plausível! (concorda Branch). Mas ninguém pode garantir que, se fizermos o que foi acordado por Jones, os aliens não quererão nos destruir depois que recuperemos o planeta! Talvez seja desta forma que eles agem em todo o universo! Ameaçam, fazem acordo e depois que tudo foi recuperado eles destroem todos os animais do planeta!

- As árvores extraterrestres estão dizendo que não querem mais o senhor aqui por perto junto às pesquisas de Jones (informa o bêbado).
- É mesmo? E o que elas farão a respeito? (indaga Branch).
- Acho melhor o senhor aceitar a sugestão delas! (sugere o bêbado).
- Está me ameaçando, colega semivegetal?
- Eu? Jamais! Nem posso fugir correndo de um confronto! Sou apenas o mensageiro!
- Saiba que na história humana até mesmo os mensageiros foram mortos quando a mensagem não era de bom tom!
- O senhor não está ajudando em nada aqui! (declara Jones). Diga logo a que veio e deixe-nos trabalhar!
- Já disse! Vim complementar minha pesquisa! Mas agora eu gostaria de poder falar eu mesmo com as plantas.
- Não vejo como!?!? (declara Jones).
- Mas eu, sim! (declara Branch, olhando diretamente para o homem-árvore que engole em seco para a afirmativa do pesquisador militar).
- Sargento! Onde está meu gerador? (grita Jones).

O militar aponta para o Big foot! Agora Jones entende que o gerador está dentro do próprio veículo gigantesco!

- O que pretende fazer, senhor Branch? (indaga Mark).
- Veremos! Teremos muito que estudar aqui!
- Mark! Dê-me uma mão aqui! (grita Jones à distância).

Mark afasta-se dali e vai ao encontro de Jones

- O que você quer realmente, senhor Branch? (questiona o homem-árvore).
- Temos muito que descobrir...! Agora temos dois espécimes vivos para nossos testes...! A árvore alienígena nos fornecerá muitas respostas que ainda não tínhamos...! E você..., meu amigo..., será nosso embaixador verde..., por enquanto!
- Ainda acho que esconde alguma coisa de todos nós! (comenta o bêbado).
- Vamos todos trabalhar juntos aqui! Teremos tempo para nos conhecer muito bem!
- As árvores ainda não o querem aqui!
- Pena para elas! A humanidade também não as quer por perto! Então! Estamos todos empatados! A diferença é que elas já estão aqui sem serem convidadas!

O bêbado demora um pouco e responde:

- Elas concordam com sua observação! Aceitam que fique por enquanto, desde que o acordo final seja mantido!
- Humm! Quem bom! Parece que nossos amigos vegetais têm bom senso afinal! Isso é importante! Agora precisamos saber se eles têm palavra! E cumprirão a parte deles!
- Não se preocupe com isso, Branch! Mentir faz parte apenas da comunicação humana e animal! (declara o homem-árvore).
- Então você já faz parte do reino vegetal? Abdicou de seu lado animal?

- Estou vivendo algo inusitado! Não sou mais nem uma coisa, nem outra! Nenhum dos dois lados me aceitariam como igual! Sou algo inédito! Não há nenhum lugar no universo para mim! Só posso torcer para que os acordos de parte a parte funcionem. Esta é a única forma de eu continuar vivo! Qualquer outra opção me trará grandes problemas!

- Hum! Parece que ficar plantado num único lugar teve algumas vantagens para você! Começou a pensar sobre sua nova condição! E chegou a uma conclusão final bem interessante! (declara Branch).
- É meu dever aqui auxiliar os humanos a entenderem os desejos e necessidades dos aliens! E vice-versa! Mas é preciso que o exército, a Mondivina e a sociedade continuem apostando na paz no futuro! Caso contrário, todos perderemos no final, mesmo que um dos lados sobreviva!
- Veremos, meu amigo! Veremos!

Branch afasta-se dali e o bêbado olha para cima em direção ao topo do tronco alienígena!

- Também acho isso, meu amigo! (responde o homem-árvore a alguma coisa que o alien verde comentou sobre Branch).

Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Capítulo XLIV
Capítulo XLV
Capítulo XLVI
Capítulo XLVII
Capítulo XLVIII
Capítulo XLIX
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