A BÍBLIA,
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19 - OS ISRAELITAS E SEUS MURMÚRIOS
II - Águas da contradição: o grande pecado de Moisés
A RELIGIÃO
E OS DIVERSOS
DEUSES
1
Mas era natural e previsível que, num deserto, a falta de água para beber consistia num tormento desesperador. E os israelitas estavam-no sempre a lembrar a Moisés.
1) OS ISRAELITAS PEDEM ÁGUA (1ª VEZ)
Saídos das águas do Mar Vermelho, os israelitas, após três dias de viagem, não achavam água para beber:
"Enfim chegaram a Mara e não podiam beber das águas de Mara, porque eram amaras.
"Então murmurou o povo contra Moisés, dizendo: Que havemos nós de beber?" (Ex 15,22-25).
O Senhor, atendendo ao clamor do povo, mostrou a Moisés um pau, "que ele lançou nas águas (salgadas), e as águas se tornaram doces" (Ex 15,25).
2) OS ISRAELITAS EXIGEM ÁGUA (2ª VEZ)
Dias depois, acamparam em outro local no deserto, onde também não havia água. Então tornaram eles a murmurar contra Moisés:
"Dá-nos água para bebermos".
E Moisés, já impaciente, responde: "Por que murmurais vós contra mim? Por que tentais o Senhor?" (Ex 17,2).
Mas a sede é maior do que tudo e os israelitas insistem: "Por que nos fizeste tu sair do Egito, para agora nos fazeres morrer de sede a nós, aos nossos filhos, e às nossas bestas?" (Ex 17,3).
E Moisés, um tanto irritado, de vez que já lhes conseguira pão, carne, água..., clama ao Senhor: "Que farei eu a este povo? Pouco falta que ele me não apedreje (Ex 17,4).
E o Senhor disse a Moisés: "Caminha adiante do povo. Leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na tua mão a vara, com que feriste o rio e vai até a pedra de Horeb. Eu me acharei lá contigo. Tu ferirás a pedra e dela sairá água, para que o povo tenha donde beber" (Ex 17-5,6).
3) OS ISRAELITAS VOLTAM A PEDIR ÁGUA (3ª VEZ)
Foi a gota d'água que a Moisés faltava para levá-lo a exasperar-se e, num ato de insensatez e temeridade, comete um grande e inexplicável desatino.
Os israelitas organizaram um motim e se dirigiram a Moisés, verberando contra ele:
"Oxalá que nós tivéssemos perecido entre os nossos irmãos diante do Senhor; Por que nos fizestes sair do Egito e nos trouxestes a este péssimo lugar, sem nada para comer, nem água para beber?
Aflitos e desesperados, Moisés e Aarão, apelam ao Senhor: "Senhor Deus, ouve o clamor desse povo e abre-lhe o teu tesouro, uma fonte d'água viva, para que, saciando-se, cesse a sua murmuração".
Disse o Senhor a Moisés: "Toma a vara e ajunta o povo, tu e Aarão e falai à pedra diante deles e ela dará águas".
E foi aí que ambos, Moisés e Aarão, cometeram o grande pecado:
"Ouvi, rebeldes e incrédulos: Acaso poderemos nós fazer sair desta pedra água para vós?"
"E tendo Moisés levantado a mão e ferindo duas vezes com a vara a pederneira [pedra duríssima que, ferida, produz faísca], saíram dela águas copiosíssimas" (Num 20,9).
4) ÁGUAS DA CONTRADIÇÃO (CONTENDA)
Por ter Moisés se dirigido à pedra de forma desrespeitosa, irônica, zombeteira e com extrema desconfiança, objetivando ridicularizar a ação, o Senhor não os perdoou e não só a ambos, Moisés e Aarão, mas a todo o povo israelense.
Impôs então o Senhor aos israelitas um grande castigo:
"Porque vós me não crestes para me santificardes diante dos filhos de Israel, não introduzirei estes povos na terra que tenho para lhes dar.
"Esta é a água da contradição, onde os filhos de Israel murmuraram contra o Senhor e onde o Senhor foi santificado no meio deles" (Num 20,12).
E foi assim que, por quarenta anos (*), os israelitas, como castigo, tiveram que permanecer sofrendo as agruras do deserto, até que nascesse uma nova geração, digna de receber o prêmio que o Senhor a eles destinara: A Terra da Promissão.
E a Moisés e a Arão não fora permitida a entrada em Canaã.
(*) NOTAS:
1) A Bíblia relata o que ocorrera com os israelitas apenas durante os dois primeiros anos de estada no deserto. Nada se refere ela acerca dos trinta e oito anos subsequentes.
Nem Moisés, nem os demais colaboradores da Bíblia fazem qualquer menção sobre esse período.
2) O pesquisador Werner Keller, que dedicou grande parte de sua vida para mostrar e demonstrar que "A Bíblia Tinha Razão...", assim se manifesta a respeito de tal fato:
"Sobre o período obscuro muito pouco sabemos.
"Frequentemente combinadas com os "milagres" das codornizes e do maná, as informações bíblicas sobre esse período e lugar parecem extremamente inverossímeis.
"Não sem razão, como evidenciaram os sistemáticos trabalhos de pesquisa, aliás, por motivos completamente diferentes dos imaginados em geral.
"A verdade é que não existiu realmente uma estada de Israel no deserto, no verdadeiro sentido da palavra!"
"Comparadas com as zonas mortíferas das dunas de areia africanas do Saara, as regiões citadas [onde há provas que de que por lá estiveram por algum tempo os israelitas] não são desertos propriamente.
"Pesquisas feitas no local demonstraram que nem as condições de água nem o índice de chuvas mudaram consideravelmente.
"O "deserto" devia ter, portanto, quando muito, o caráter de uma estepe, com pastos e poços de água".
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