1) ELOHIM, O DEUS CRIADOR DO UNIVERSO

Do Egito a ideia do Deus único foi por Moisés transplantada para o povo hebreu. Surgira a crença em Iavé (Jeová), o Deus único criador do Universo.

NOTA: Trata-se entre os hebreus de um monoteísmo relativo, uma vez que estes povos achavam que o SENHOR - (Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó), tão citado por eles no Pentateuco, não passava de um deus tribal [entenda-se: de tribo, que significa cada uma das subdivisões de certos povos da Antiguidade (como os romanos e os hebreus)], - os escolhera, somente a eles, para os proteger.

Na religião dos antigos egípcios três deuses representavam um só, tal qual a trindade católica:

"Os deuses Temu, Xu e Tefnut formavam uma trindade e Temu na história da criação diz: "Assim, sendo um deus, tornei-me ", (Anibal de Almeida Fernandes, Março, 2002. em O Livro dos Mortos, Hemus, Editora LTDA SP. A Religião Egípcia, E. A Wallis Budge, Cultrix, SP).

Essa crença, posteriormente, sob a ação de Cristo, viria a ser consolidada em três pessoas distintas (Pai, Filho e Espírito Santo) e um só Deus verdadeiro.

NOTA: Este é um dogma central da fé cristã, conceituado e estabelecido nos Concílios de Nicéia (325 d.C.) e de Constantinopla (381 d.C.): "Já se encontra essa trindade nas crenças de vários povos: Babilônicos; Indianos: Brama ("é aquele que é"), Visnu, Siva); no Egito: Ísis, Osíris e Hórus (Césare Cantu, "H. Universal").

OBSERVAÇÕES:

1) E o SENHOR promete aos hebreus o melhor local do mundo para viverem até o fim dos tempos, dizendo:

"Eu desci para o livrar [aos hebreus] das mãos dos egípcios e para o fazer passar desta terra para outra terra boa, e espaçosa, para uma terra onde correm arroios de leite, e de mel" (Ex 3,8).

2) O próprio Moisés (como veremos adiante), apropriando-se da ideia do monoteísmo lançada no Egito, onde vivera grande parte de sua vida, pusera em dúvida em muitas ocasiões a divindade do ser que se lhe apresentava como o Senhor, - que não era, sabia-o Moisés, aquele a quem ele se referira como o Criador do Universo, - mas apenas, e tão somente, como este mesmo se autointitulara, o deus de Abraão, de Isaac e de Jacó.

Os motivos que levaram inicialmente os primeiros humanos a imaginarem um Deus criador do Universo, foram sem dúvida o desconhecimento dos fenômenos naturais e o medo.

Alguns dos nossos antepassados, por exemplo, temiam que durante os eclipses um monstro estivesse a devorar o astro eclipsado. Uns lançavam flechas para espantá-lo; outros rezavam para aplacar a ira do monstro astrófago.

"Ocasionalmente um monstro devorava por algum tempo a lua; mas breve as orações dos homens e a cólera dos outros deuses forçavam-no a vomitá-la." (W.D., Maspero, Dawn).

Por isso, para evitar que Adão e Eva se tornassem perscrutadores dos mistérios divinos, Iavé proibiu-lhes comerem do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal: "Eis aqui está feito Adão como um de nós, conhecendo o bem e o mal (Gen 3,22), disse Deus, após ter Adão comido de tal fruto.

Por este lado, o papel que desempenha a Ciência é de fundamental importância, pois à medida que vai desvendando os "mistérios" da Natureza, a Ciência ao mesmo tempo liberta o homem desses medos supersticiosos, permitindo-lhe ir de degrau em degrau, subindo a escada que lhe preparara o Criador, rumo ao ponto que fará dele a justificativa de ter sido criado a imagem e semelhança de Deus!

2) ISRAELITAS: OS ETERNOS IDÓLATRAS

A obediência dos israelitas a Moisés era relativa, momentânea e passageira.

Tanto assim que, quando Moisés se afastara para ir ao Monte Sinai, os hebreus construíram um Bezerro de Ouro e somente a este prestavam culto, esquecendo-se inteiramente dos milagres operados por Moisés, no Egito, em nome de Iavé, o Deus dos hebreus.