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da coleção

INTRODUÇÃO
Capítulo I
A DESCOBERTA

Capítulo II
SONHANDO OUTRO SONHO

CAPÍTULO I - A DESCOBERTA
Capítulo III
FAZENDO NOVOS AMIGOS

2050. São Paulo. Um jovem adolescente começa hoje uma nova etapa em sua vida. Está iniciando o oitavo
ano escolar, quando as matérias passam a ser mais avançadas! Seu nome é Paulo! O jovem está parado
sobre uma esteira que o leva pela longa rua em direção à escola. Ele olha para o céu enquanto espera o
momento de sair dali. Usa um par de óculos escuros grandes e ovais, que se parecem mais com olhos de um
extraterrestre. Toda a população do planeta vem usando o mesmo modelo com pequenas variações. Isso porque uma série de novas estrelas muito brilhantes estão visíveis no céu mesmo à luz do dia. É um enorme aglomerado que até há pouco tempo atrás não apareciam. Estão cada vez mais brilhantes, forçando o uso de protetores solares para a pele também.

Os estudantes não usam mais as pesadas mochilas nas costas, porque eles têm agora um poderoso computador diminuto numa espécie de Pen Drive, que fica dependurado no pescoço feito um colar. Todo o material escolar está ali, além de suas músicas favoritas, fotos, acesso à nova internet, agenda, celular, diário etc. As lentes negras servem também como tela de computador quando o estudante quer visualizar alguma informação ou enviar um email.

Acompanhando o Pen Drive, um par de fones de ouvido sem fio, fixado diretamente nos piercings de orelha, por onde os jovens escutam um novo estilo de música pesada: o rock crash! Um som barulhento e agressivo, produzido exclusivamente para vibrar o corpo todo, como se um terremoto estivesse sacudindo o mundo ao redor. O detalhe é que a música não é alta no ouvido. O efeito de "pancadão" sonoro é produzido por dispositivos sem fio instalados por toda a roupa e sapatos do jovem.

Cada dispositivo vibra uma parte específica do corpo, como pés, pernas, braços, costas e peito. Os dispositivos também criam uma vibração externa fazendo a pele das pessoas que estão por perto vibrarem também. Os jovens do início do século XXI podem imaginar o que tudo isso significa: um "som-terremoto" que faz roupa e corpo vibrarem enquanto a pessoa caminha! A batida da música se ajusta à forma e velocidade com que o jovem se desloca, ou vibra num ritmo específico quando o corpo está parado.

No meio da "melhor parte da música" o jovem recebe uma ligação e o som é interrompido! Em suas lentes negras aparece o número do telefone de sua casa. O garoto olha para cima num típico gesto de alguém que está insatisfeito com este momento. Ele pega o Pen Drive longo e cilíndrico e o coloca de frente com a boca para atender ao telefone.

-
Olá, filho! Onde você está agora?
- Oi, mãe! Estou já na rua da escola! Você me ligou para perguntar isso?!?!

-
Não! Só aproveitei o momento! É que eu me esqueci de te avisar que estarei fora boa parte do dia hoje. Então quando você chegar, me espere voltar! Não vá sair de casa sem me avisar onde estará, está bem?

- Tudo bem, mãe! Não sairei, fique tranquila!
-
Tá! Tome cuidado na rua, viu Paulinho!
- Ok, mãe! Tchau!
-
Tchau, lindo!

A ligação é finalizada e aquela música agitada volta a assombrar as pessoas mais velhas que estão por perto. Enquanto espera sobre a esteira, outro adolescente se aproxima de Paulinho. Ele vem andando pelo novo sistema de transporte e começa a conversar:

- Olá! Está indo para a escola?

Paulinho olha desconfiado para ele e responde logo a seguir.

- Sim!
- Eu sou novo aqui e não conheço ninguém! E você?
- Idem!
- Já ouviu falar desta escola antes?
- Não!
- Você não está muito empolgado para o início das aulas, né?

Paulinho olha para o colega e ergue os ombros espremendo os lábios, numa clara demonstração de que não faz diferença para ele estar ali.

- Meu nome é Jorge! E o seu?
- Paulo!
- Você não gosta muito de falar, né?
- Não sou muito sociável!
- Percebe-se...! Estamos chegando...! Vamos lá...?

Os dois descem pela lateral da esteira e já entram na portaria principal da escola. Dezenas de jovens também estão chegando ali pela esteira e outro tanto deles já se encontram no pátio interno, conversando. Um sistema automático identifica as feições do rosto e a íris de cada aluno que passa pela portaria. O computador escolar cumprimenta cada um que atravessa o corredor onde fora reconhecido. Paulinho ouve a mensagem de uma voz feminina diretamente em seu fone de ouvido:

-
Olá Paulo! Bem-vindo de volta a mais um ano letivo. Sua vida daqui para frente irá mudar bastante! Aproveite o que temos a lhe ensinar. Sua primeira aula é na sala 1C. Bons estudos!

- Tá legal! Até parece que vão me ensinar algo que eu ainda não sei!!!! (declara Paulinho, desdenhando do computador da escola).

- Como assim? Você sabe tudo o que vão nos ensinar aqui? (indaga Jorge).
- Eu estudo sozinho em casa e já conheço todas as matérias deste ano letivo!
- Puxa...! Eu prefiro gastar meu tempo brincando de outra coisa...!

Ambos vão na mesma direção e Jorge comenta:

- Parece que seremos colegas de sala. Também fui enviado para 1C.

Os dois se deslocam até a sala de aulas. Eles veem o novo visual do oitavo ano de escola. São poucos assentos por sala. Cada cadeira é superconfortável macia e reclinável. Ali há todo um ambiente especial envolvente de som, luz e informação visual em 3D! A tela frontal é circular e enorme. O assento parece uma cápsula arredondada onde ao se sentar o aluno fica como se estivesse sentado no interior de um carro de Fórmula I. Tudo para gerar maior interesse dos alunos em estudar! Paulinho retira seu par de óculos do rosto. Para isso usa as duas mãos nesta operação! A direita pega a grande lente da direita e a esquerda a outra. Agora ele cruza os braços na altura do peito onde posiciona de forma cruzada as lentes sobre seus ombros, fazendo-o parecer que tem um uniforme espacial futurista.

- Uau...! (declara Jorge, feliz com as novas carteiras de estudo). Olhe isso...! "Que da hora"...! Maneiro...!
Paulinho escolhe um assento, quando recebe um ligeiro empurrão de outro garoto maior que ele.
- Este assento é meu, idiota! (declara de forma arrogante um forte e alto garoto).

Paulinho dá de ombros para o jovem folgado e se vira de costas para escolher outra cadeira. Jorge, que já havia se sentado, agora se levanta e aproxima-se novamente de Paulinho, escolhendo um assento ao seu lado. Enquanto se senta e se recosta na cadeira, Jorge reclama do tranco que seu novo amigo, Paulinho, acabara de levar:

- Que garoto idiota aquele...! Legal estes assentos...! Na outra escola eles lembravam mais um pônei de parquinho de diversões...! Rsrsrs!

Paulinho nada comenta sobre o assunto e já começa a receber as primeiras informações gerais da voz feminina da professora-computador.

-
Bom dia, Paulo! Você pode observar na imagem 3D, no lado esquerdo, que existe uma lista das matérias que eu lhe ensinarei pelos próximos meses! (informa a voz do computador diretamente no fone de ouvido de Paulinho). Eu sei que você é especial e que tem um QI e uma criatividade formidáveis! Portanto, não o subestimarei! Seu curso será diferente dos outros alunos!

- Aposto que diz isso para todos os alunos! (debocha Paulinho da professora digital).
-
É verdade, Paulo! Mas no seu caso eu irei mesmo mais à frente! Sei de seu histórico escolar, do que gosta, do que o estimula durante as lições. Preparei um curso especialmente para você!
- Tá legal! Vamos ver o que tem aí então! Surpreenda-me, professora!

Durante o curso um vídeo explicativo é apresentado, mostrando a interação dos corpos celestes do universo. A cadeira de Paulinho gira lentamente seguindo a movimentação da câmera virtual que viaja entre planetas e estrelas da via láctea. O assento também se movimenta para cima e para baixo, transmitindo maior realidade e integração do corpo do aluno ao ambiente educacional daquele momento. Algo que veio diretamente dos videogames do passado para a escola do futuro! Feito em plástico reforçado de forte colorido para agradar ao gosto dos jovens. O computador-professora apresenta a galáxia Andrômeda que está em rota de colisão com a nossa Via Láctea! Dentro de poucos anos tal impacto se iniciará e as referências do céu noturno se modificarão completamente!

Inesperadamente... Paulinho começa a ter estranhas visões...! Flashes de imagens...! Ele se vê como uma pessoa que está andando num local diferente... numa mata fechada...! Paulinho está dentro do corpo desta pessoa, sentindo exatamente o que ela sente, incluindo o medo daquele garoto que caminha trêmulo e preocupado. É como se fosse um sonho! Mas Paulo não está dormindo! Inesperadamente o jovem do sonho vê uma enorme aranha caminhando na mata em sua direção e apavorado ele grita e corre na direção contrária! A professora-computador intervém:

-
Paulo! Acorde! Onde você está?

Com as palavras da voz computadorizada as imagens mentais que Paulinho vivenciava, desaparecem!

- Não estou dormindo, professora! (responde ele).
-
Você está disperso!
- É verdade! Mas continuo prestando atenção a tudo o que está me dizendo e ensinando!
-
Sim, eu sei! Você pode fazer duas coisas ao mesmo tempo, não é?
- Sim! Pode continuar, professora, eu não me distraio facilmente!

Paulinho olha de lado e vê mais à frente o outro garoto grandão que tomou seu assento anterior no início das aulas. Ele percebe que o moleque estava com cara de sono e parece que acordou assustado com alguma coisa. O jovem Paulo desconfia daquilo.

-
Estaria eu assistindo ao sonho daquele cara? (pensa Paulinho).

As aulas continuam por umas duas horas seguidas, intercalando jogos, vídeos e informações importantes para não cansar os alunos. Cada um ali recebe a sua aula personalizada e por isso nem todos terminam ao mesmo tempo. Os testes e materiais são fornecidos no ritmo de cada um no local.

-
Muito bem, Paulo! Você teve um acerto de cem por cento em seu primeiro dia aqui! Amanhã continuaremos com mais algumas coisas novas que irão lhe interessar. Até amanhã!
- Até amanhã, professora (declara Paulinho já deixando o assento e saindo da sala sozinho. Os outros alunos continuam em seus assentos).

Ele recoloca seus óculos escuros de lentes independentes que aderem ao rosto cobrindo os olhos e sobrancelhas. Caminha para fora da escola e sobe novamente na esteira de rua que neste momento do dia flui na direção contrária. No caminho Paulinho desce de uma esteira e sobe em outra por diversas vezes. Elas estão espalhadas por toda a cidade em substituição aos veículos particulares. Isso foi feito para reduzir a poluição do ar, já que este meio de transporte é elétrico. O jovem agora vê um velhinho sentado e dormindo num banco de praça. Ele tenta se concentrar olhando firme para o idoso, mas nenhuma imagem do sonho dele vem à sua mente.

Parece que isso nem sempre funciona! Como pode alguém presenciar o sonho do outro? Indaga a si mesmo, Paulinho.

Capítulo IV
CASTELO DE SONHOS

Capítulo V
A TORRE DAS ARANHAS

Capítulo VI
REVELAÇÕES

Capítulo VII
REGRAS ALIENÍGENAS

Capítulo VIII
CONTANDO AOS PAIS

Capítulo IX
UM SONHO DE NAMORO

Capítulo X
O NOVO MEMBRO

Capítulo XI
ENCONTRO MORTAL

Capítulo XII
REUNIÃO DE GUERRA

Capítulo XIII
VIGILANTES NOTURNOS

Capítulo XIV
A SOMBRA DO MEDO

Capítulo XV
O PLANO FINAL

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