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INTRODUÇÃO
Capítulo I
A DESCOBERTA

Capítulo II
SONHANDO OUTRO SONHO

CAPÍTULO XIII - VIGILANTES NOTURNOS
Capítulo III
FAZENDO NOVOS AMIGOS

- Você está bem? (indaga a mãe de Paulinho ao lado dele, já deitado na cama).
- Sim, mãe! Estou bem!
- Não irá correr muito risco nesta noite, não é, meu filho?
- Não tenho escolha, mãe! É meu destino! Fui geneticamente programado para fazer o que tenho que fazer!
- Eu sei! Mas me preocupo tanto com você! Gostaria de ao menos poder entrar em seus sonhos para protegê-lo!
- Não se preocupe, mãe! Talvez eu não possa ser fisicamente ferido, já que tenho habilidades similares aos aliens.
- Não gosto de nada disso! E esta sombra que viram, parece-me perigoso demais! Eu odeio estes aliens!
- É! Mas sem eles eu não teria nascido! E você diz que me ama! Então não pode odiá-los tanto assim!

A mãe sorri para o filho, que está ficando cada dia mais inteligente e perspicaz!

- Boa noite, meu filho! (deseja a mãe de Paulinho). Durma bem e volte cedo para casa! Não quero o senhor vagando pelos sonhos dos outros até altas horas!
- Pode deixar, mãe! Vai dar tudo certo!

Ela beija a testa de Paulinho! Cobre-o com um lençol e vai em direção à porta de saída do quarto. Ali ela dá uma última olhada nele, apaga as luzes e fecha a porta. Do lado de fora ela não consegue se controlar e as lágrimas descem pelo seu rosto. Desolada a jovem mãe caminha inconsolável para seu próprio quarto. Antes de dormir, os três jovens se comunicam mentalmente, graças à conexão que a Joana faz com eles. Depois de muito conversarem sobre o que deverão fazer durante a visita ao inconsciente coletivo, os três vão finalmente dormir. É madrugada! Paulinho e seus dois colegas de sonhos já estão dormindo! Então... é hora de sonhar! Paulinho está sentado na cama, em sonho, à espera de Joana, que aparece ali, trazendo Jorge também. Ele está com uma roupa colorida, usando capa, máscara, botas, cinturão superlargo, calças azuis e camiseta vermelha!

- Está pronto, guerreiro? (indaga Jorge ao amigo).

Paulinho levanta-se da cama, espreme os olhos, abaixa as sobrancelhas e olha para Jorge, impressionado com aquele visual esquisito.

- Maneiro, né? (indaga Jorge todo feliz com a sua roupa "fashion").
- Onde conseguiu tudo isso? (questiona, horrorizado, Paulinho).
- Eu já disse a ele que está ridículo, mas parece que não está acreditando! (declara Joana ao lado de Jorge).
- Ainda bem que estamos sonhando, Jorge, porque eu não sairia de modo algum se estivéssemos em público e com você vestido deste jeito! (declara Paulo).
- O que é isso?!?! Vamos dar uma surra nos aliens! Eles ficarão paralisados quando me virem assim!
- Nós queremos acabar com eles, não fazê-los morrer de rir! Vamos acabar logo com isso! (decreta Paulinho, agarrando na cintura de Joana para voarem juntos).
- Espere um pouco! O que está fazendo? (indaga Jorge ao Paulo).
- Eu e ela voaremos para localizar do alto a rede do inconsciente coletivo!
- E eu? (indaga Jorge).
- Aguarde o nosso retorno lá fora e fique de olho em nós enquanto voamos. Se a sombra nos atacar precisaremos de um super-herói para nos salvar (comenta Joana).
- E como vou lá para fora? As portas da casa estão fechadas!
- Atravesse as paredes, cara! (informa Paulinho, já sendo erguido por Joana e ambos atravessando o teto da residência para alçar aos céus).
- Maneiro! (declara Jorge ao ver o casal sair voando e saindo da casa daquela forma).

Jorge olha firme para a parede ao lado e caminha para atravessá-la. Mas bate de cabeça nela e cai sentado no chão!

- Ai! Que droga! Achei que isso seria mais fácil! (declara Jorge com a mão na cabeça).

O jovem se levanta novamente do chão e num movimento de soco, acerta a parede à sua frente que desaba inteira, tornando possível atravessá-la agora! Jorge faz careta, preocupado com o que acabara de fazer.

- Espero que isso seja mesmo um sonho! Do contrário Paulinho terá muito que explicar aos pais sobre o que aconteceu aqui!

Jorge agora caminha para fora e olha para cima, à procura do casal de amigos. Ele os localiza ali perto e aguarda instruções. Lá de cima Joana aponta na direção para onde os três devem ir. Jorge vê seus amigos voarem rápido e ele desconfia que ficará para trás.

- Ei! Estão indo muito rápido! Eu não sei voar!

Preocupado em não ficar sozinho, o jovem Jorge começa a correr pela rua e percebe que sua velocidade pode ser muito grande. A capa dele tremula o que o deixa muito feliz! Seus sonhos de ser um super-herói estão se realizando! Mas ainda falta descobrir todos os seus poderes! Rapidamente ele chega até o lugar apontado pelo casal, que agora pousa no interior do quintal de uma grande casa dali. Jorge usa sua força mental e salta sobre o alto muro que cerca a casa, caindo em pé ao lado de Paulo e Joana.

- E agora? O que temos que fazer? (indaga Jorge).
- A pessoa que mora aqui está conectada ao inconsciente coletivo (comenta Joana). Vimos isso lá de cima. Vamos entrar nesta casa e depois no sonho do morador. Foi assim que atraímos a atenção da sombra na última vez!

Eles se aproximam juntos de uma parede externa da casa. Jorge passa na frente dos dois e os informa:

- Calma, pessoal! Vou mostrar como se entra em um lugar fechado!
- Do que está falando? (indaga Joana). Basta pegar em minha mão e todos atravessaremos juntos esta parede!
- Não! Eu preciso praticar os meus poderes! Olhem... e fiquem com inveja! (declara o sorridente Jorge, que está se divertindo muito com tudo isso).

Ele se volta para a parede e lança para frente seu braço com a palma da mão aberta, vaporizando instantaneamente as paredes externas e o telhado de toda a casa. Restou ali apenas os cômodos e as paredes internas do imóvel.

- Nossa! Isso é muito maneiro! (declara, feliz novamente, Jorge).
- Você vai acabar matando alguém com tanto poder, cara! (declara Paulinho, olhando sério para ele).

Os três se aproximam de um senhor que está dormindo profundamente em sua cama. Ele deve ter algo em torno de quarenta e poucos anos.

- Vamos entrar no sonho dele? (indaga Jorge).
- Vamos! Mas, por favor, mantenha mãos e braços abaixados! Não é preciso abrir a cabeça deste homem! (informa Joana pegando nas mãos dos dois adolescentes).

Os três desaparecem dali e agora estão dentro do sonho daquele senhor! Eles aparecem num local escuro, próximo a um rio fétido ali ao lado. É noite também no sonho deste homem!

- Que cheiro é este? (indaga Paulinho).
- Vem deste rio aqui! (declara Joana olhando para trás). Vamos nos afastar disso!
- Credo!!!! (declara Jorge tampando o nariz com os dedos indicador e polegar).

Os três caminham em direção a uma sinistra empresa ali perto. No caminho encontram um crocodilo gigantesco, o que os faz parar de andar.

- Meu Deus! Esta deve ser a mãe de todos os crocodilos do universo!!!! (declara Jorge já se preparando para esticar seu braço e destruir o animal).
- Mãe?!?! Eu sou macho, garoto! (responde o enorme réptil).

Jorge dá dois passos para trás, assustado com a enorme boca do animal falante!

- O quê? Ele fala?!?! (exclama o fantasiado jovem).
- Claro que eu falo! O que achou que eu faria? Que comeria vocês três numa só bocada?
- Esta possibilidade me passou pela cabeça! (declara, preocupado, Jorge).
- Por que está usando uma roupa tão ridícula? (indaga o crocodilo).

Joana e Paulo olham para Jorge, esperando que ele responda à questão!

- Não olhem para mim! O crocodilo só pode estar falando com você, Paulinho, porque Joana tem ao menos um par de asas e estou uniformizado! Portanto..., e por dedução óbvia..., só pode ser você o malvestido entre nós três!

Paulo faz uma careta ao amigo, que mostra sua total discordância com a observação dele!

- Não ligue para ele, senhor crocodilo! O que está fazendo aqui neste sonho? (indaga Joana).
- Bom...! Quando se tem água, alimento e um lugar sombrio... sempre se pode encontrar um crocodilo enorme!
- Mas como consegue nadar naquele lixão aquático?
- Nadar...? Nem pensar...! Estou aqui esperando o local ficar limpo!
- Alguém vem aqui limpar isto? (indaga Joana).
- Só se forem vocês que farão este trabalho! (informa o crocodilo do sonho).
- Nós?!?! Temos assuntos mais importantes para tratar agora (declara Jorge). Aliás...! Onde está o dono deste lugar horrível?
- Lá dentro da empresa. Ele polui o local há anos! Nunca ninguém descobriu isso! O encanamento é subterrâneo e despeja tudo bem no fundo do rio.
- Que porcaria! Por que alguém faria algo tão nojento? (indaga Paulinho).
- Existem muitas pessoas que fazem coisas horríveis! (declara o crocodilo).
- Vamos entrar, pessoal! Temos que conversar com ele, mudar tudo isso aqui para atrair a sombra até nós! (declara Paulinho se dirigindo para o interior da empresa).
- Mudar isso daqui? Isso não será possível! O dono desta empresa é comandado por alguma coisa estranha!
- O que quer dizer com isso? (indaga Joana).
- Uma força poderosa manda nos atos do empresário daqui! Ninguém deste sonho, que vive fora da empresa, se atreve a falar com ele!
- Uma força?!?! (estranha o fato, Paulinho). Quer dizer que a sombra o controla diretamente?
- Sombra?!?! Não! Não é uma sombra! É algo muito real! Eu desconfio que um dos seres, que vivem dentro da estranha empresa, está comandando o sujeito e tudo o que ele faz também na vida real! (declara, preocupado, o crocodilo).
- Um alien! Tem um alien por aqui, controlando o empresário responsável por este sonho? (indaga Paulinho).
- Será?!?! Então talvez seja este sonho o início da rede do inconsciente coletivo! (imagina Joana, falando aos colegas).
- Se for, teremos que acabar com o alien que o domina! (determina Paulinho). E isso, com certeza, atrairá a atenção da sombra para cá.
- Cuidado lá dentro, vocês três! É um lugar que dá medo! (comenta o crocodilo).
- Se você, deste tamanho tem medo..., eu acho que nem vou entrar lá! (declara Jorge).
- Não temos escolha! Precisamos resolver isso! (comenta Joana). Vamos entrar, pessoal. Obrigado, senhor crocodilo! Quando retornarmos aqui tudo estará bem diferente, você verá!
- Se... conseguirem retornar..., não é? (comenta o crocodilo, demonstrando o enorme perigo que eles estão correndo).

Os três jovens andam pelo local até a entrada da sinistra empresa! No caminho eles passam por um piso de terra encharcado e escuro.

- Este sujeito sonha com um lugarzinho muito ruim! (declara Jorge, odiando o local onde ele e seus amigos estão).

Finalmente aproximam-se da portaria onde uma coruja está ali, dentro da cabine do guarda.

- Estranho! Não há ninguém tomando conta deste lugar. Acho que podemos entrar sem problemas! (declara Jorge).
- Poderão entrar se eu autorizar! (declara a coruja, falando grosso com ele).
- Oi! Precisamos falar com o dono deste sonho! (declara Joana).
- Tem hora marcada?
- Claro que não! Como isso seria possível? (declara a loirinha, injuriada).
- Então sinto muito! Ele não poderá atendê-los!
- Mas alguém consegue falar com ele? (indaga Jorge).

- Não sei! Eu mesmo nunca consegui isso! Além do mais, vocês são os primeiros que vêm até aqui! Quero dizer... teve um estranho sujeito uma vez... que parece ter vindo de outro planeta... e que veio até aqui... e nunca mais saiu da empresa!

- De outro planeta, você disse? (indaga Paulinho).
- É! Ele era baixinho, cabeção, olhos enormes, mais do que eu e um corpo bem frágil e fino.

- Essa é a descrição que minha mãe fez dos seres que a abduziram! (informa Paulinho). Ele é mesmo um alien! Senhor coruja! Temos que entrar nesta empresa urgentemente! O dono deste sonho está sendo controlado e viemos aqui para libertá-lo!

- Sinto muito! Só podem entrar se tiverem sido convidados por alguém que trabalhe aqui ou pelo próprio dono deste sonho!

- Olhe! Se não destruirmos este alien muita gente irá pagar por isso no futuro! (informa Joana). Seu patrão pode estar prejudicando toda uma população que dependa dele!

- Gostaria de poder te ajudar, mas sem convite não podem entrar!

Jorge, já nervoso, resolve tomar as rédeas do assunto.

- Escute aqui, dona coruja! Nós três vamos entrar, quer nos autorize ou não!

Ao dizer isso Jorge começa a caminhar para o interior aberto da empresa. Joana e Paulo não o seguem!

- Eu sou um corujão e não uma corujinha, garoto!

Jorge para de andar e se volta para o casal, que não o acompanhou.

- E aí? Vocês não vêm?
- É melhor você olhar para trás! (declara Joana).

Jorge olha novamente para o lado interno da empresa e vê dois enormes ursos polares que se aproximam lentamente dele. Rosnando, os animais mostram seus enormes dentes que ameaçam o adolescente. Jorge olha assustado para eles e começa a andar de marcha a ré, em direção de volta à portaria. Paulinho se aproxima mais do senhor coruja e muda de tática:

- Escute aqui! Nós estamos investigando um crime contra a humanidade! Somente o responsável por este sonho pode nos ajudar a solucioná-lo! Ou nos deixa entrar ou então seremos obrigados a lutar contra todos vocês!

- Lutar...? Rsrsrs...! Vocês e mais quantos outros...? (indaga de forma debochada a coruja).
- Somente nós três somos mais que suficientes! (decreta Paulinho). É a sua última chance!
- Rsrsrs! Minhas penas estão todas arrepiadas...! Garoootos...! Deem o fora daqui e vão brincar em outro lugar...! (ordena a coruja).
- Eu avisei! (diz Paulo erguendo as mãos e as abaixando rapidamente).

Um enorme zumbido é ouvido por todos! Os ursos polares param de avançar e demonstram certo incômodo com tal ruído, que vai ficando mais forte a cada segundo. Agora uma enorme nuvem de abelhas aponta no horizonte e invade a entrada da empresa. Jorge e Joana se abaixam, mas não Paulinho! Ele está com cara de mau, olhando fixo para os ursos polares que têm cada um o tamanho de mais de cinco vezes o de Paulinho. Jorge ainda está diante dos poderosos carnívoros.

As abelhas atacam furiosas os enormes peludos, que quase não sentem nada no corpo, já que seus grossos pelos os protegem. Mas seus olhos, ouvidos e focinho não têm a mesma proteção e são caçados ferozmente pelos terríveis insetos, que ferroam como e onde podem, causando grande dor! Os enormes mamíferos chacoalham a cabeça para todos os lados na intenção de se livrar das doloridas picadas contínuas.

Apavorados os dois ursos brancos correm em disparada para se abrigarem em algum lugar distante. O enorme bando de abelhas vai atrás deles, picando-os sempre que conseguem. A coruja olha desolada para seus guardiões covardes que estão fugindo!

- E então? Vai nos autorizar agora ou teremos que forçá-lo a fazer isso? (indaga a doce Joana à acuada coruja).
- Bom... diante de argumento tão convincente... acho que consigo marcar uma reunião com o proprietário deste sonho...! Deixe-me ver...! Que tal para a semana que vem...?
- Paulinho espreme os olhos para a coruja, demonstrando que não está gostando disso.
- Bom...! Então...! Para daqui a duas horas...? Não...? Está bem...! Neste caso... então... podem entrar... eu vou avisá-lo que chegaram!
- Não precisa! Você já fez o bastante por nós! Obrigado! (declara Paulinho, caminhando resoluto para o interior da empresa).

Joana alça voo e também vai em direção à entrada. Jorge, mais aliviado por não ter sido devorado pelos enormes carnívoros, agora caminha também na mesma direção. A coruja, de olhos arregalados de medo do perigoso trio, agora se acalma e fala baixinho para que eles não ouçam:

- Aproveitem que estou bonzinho neste momento, porque quando fico nervoso... ahhhh...! Se eu te pego...! Na saída de vocês chamarei mais ursos, lobos, tigres e apicultores. Aproveitem...! Agora eu deixei passar...! Mas não abusem...! Não abusem...!

Agora a coruja dá algumas bicadas num painel de números para ligar para alguém dentro da empresa.

- Alô...! É o corujão...! Três garotos entraram na fábrica...! Eles não tinham hora marcada...! Simplesmente forçaram a entrada e eu não tive como impedi-los...! Os ursos...? Fugiram de medo...! Matar os garotos...? É...! Sei lá...! Pode ser! Mas um deles tem o poder de acionar um enxame de abelhas...! É...! Sim... tenho certeza disso...! Tá...! Mande reforços aqui para a portaria, porque quando eles saírem... vou mostrar toda a minha ira! (ao dizer isso os olhos da coruja vão ficando amarelados de ódio dos garotos).

Já no interior da empresa Paulinho, Joana e Jorge veem diversos pequenos macacos trabalhando ativamente numa linha de produção, montando pequenas peças! Estão todos de touca, jaleco, botas e óculos de segurança! Ao lado babuínos dão acabamento no produto final. Eles manuseiam o produto rapidamente, mas não é possível ver o que é! Ao longe um enorme gorila usa um chicote que bate continuamente contra o chão, bem próximo dos animais operários. O som do impacto do instrumento contra o chão amedronta os animais escravizados do sonho. A poeira se ergue a cada chicotada.

- Que absurdo! Animais ameaçando animais para trabalhos forçados! (comenta Joana voando por ali). Paulinho! Não pode ordenar que eles parem?
- Não estamos aqui para isso, Joana! É só um sonho ruim! Temos que alterar a fonte, o sonhador! Depois tudo isso deve mudar!
- Bem! Pense de forma otimista! Ao menos eles usam roupas de proteção! (declara Jorge para Joana, que continua revoltada com a cena!

Um dos macacos está trabalhando mais lentamente do que os outros e agora o gorila se aproxima dele para chicotear suas costas. Paulinho percebe o perigo e ordena a Jorge:

- Jorge apague aquele chicote, rápido!

O garoto olha para Paulinho e de volta para a cena cruel que está prestes a acontecer. Jorge ergue sua mão em direção ao gorila e com a palma aberta a movimenta da esquerda para direita e vice-versa como se estivesse dando tchau para alguém. O chicote desaparece das mãos do enorme ditador peludo, que demonstra raiva por isso! Joana voa rápido para longe porque viu algo novo.

-
Joana! Não se afaste muito de nós! (pede Paulo). Não sabemos com quem exatamente estamos lidando!

O gorila ouve Paulinho gritando e se aproxima rosnando e mostrando os dentes. Ele está furioso e demonstra isso batendo forte e rapidamente as mãos contra seu próprio peito.

-
O que estão vocês fazendo aqui? (declara o enorme gorila que se aproxima rápido de Jorge e Paulo).
- Nós...? Quem...? Eu e ele...? (indaga ao gorila, nervoso com a situação, Jorge).
-
Para entrar neste lugar é preciso usar roupas próprias! Esta fantasia ridícula que está usando não serve para trabalhar nesta fábrica! (declara o gorila a Jorge sobre a roupa de super-herói que ele usa). Quem são vocês?
- Estamos à procura do dono deste sonho! (declara o corajoso Paulinho que olha sério para ele).
- Ele não fica aqui na fábrica! O senhor Roberto está sempre trancado no escritório principal!
- Onde fica este escritório principal? (indaga Paulinho).
- No centro deste sonho, é claro...! Agora saiam daqui imediatamente! Do contrário chamarei os ursos da segurança!
- Os ursos?!?! Acho que eles pediram as contas! Rsrsrs! (declara Jorge, sorrindo de nervoso para o feio gorila).
- Garoto...! Eu não gosto de você...! (declara o gorila, aproximando seu enorme rosto peludo de Jorge). Se eu lhe vir novamente com esta roupinha horrível... vou te entregar ao Rino!
- Me entregar a quem...?

- O gerente Rino é quem executa as ordens do sonhador! Mas quando um assunto não-resolvido chega a ele... o culpado sofrerá terrivelmente! Não queira conhecê-lo...! Quando for apresentado..., entenderá o porquê!
- Paulinho! Não seria melhor voltarmos em outra hora, outro dia, outro sonho? Tô ficando com um mau pressentimento, cara...!

- Acalme-se, Jorge! Do contrário acordará e não poderemos eu e a Joana sozinhos eliminar o alien!
- O que foi que disse? (indaga o gorila a Paulinho).
- Alien! Estamos aqui para eliminar o alien que controla o dono deste sonho! (declara Paulinho).
- Você está brincando? Sabe mesmo de quem está falando? (indaga o gorila).
- Sim! Estamos aqui para mudar os rumos deste sonho para depois combatermos a sombra!
- Vocês são loucos! Ninguém sabe quem é o alien! (declara o gorila). Todos aqui já nos perguntamos sobre isso..., mas não conseguimos encontrá-lo.
- Então... tem mesmo um alien neste sonho? (indaga Jorge).
- Ohhh..., sim...! Dizem que ele come as entranhas de seu cérebro e nunca mais você volta a ser o mesmo...!
-
Paulinho...! Jorge...! Venham até aqui...! (grita, de longe, Joana).

Os dois adolescentes aceleram o passo, dando a volta para não enfrentarem diretamente o gorila. Ao chegarem ao local eles veem um escritório totalmente fechado com paredes sólidas e nenhuma janela para ver o que há no interior.

- Acha que é aqui que fica o dono deste sonho? (indaga Jorge à Joana).
- Olhe ao redor...! É o único lugar fechado daqui...! E está bem no centro destra fábrica! Só pode ser onde ele fica!
- Joana tem razão, Jorge! Vamos entrar! (declara Paulinho, que pega na maçaneta e abre a porta).

Ao abri-la os três veem que a sala é enorme! Impressionados os adolescentes entram ali e a porta vai se fechando sozinha. De trás de um armário surge um homem que grita para eles:

-
Não deixem a porta se fechar!

Tarde demais! Ela acaba de bater e os jovens observam um detalhe inesperado:

- Não tem maçaneta deste lado da porta! (declara Joana).
- Estamos presos! (percebe Jorge).
- Ainda podemos atravessar as paredes, Joana! (declara Paulinho).

A garota voadora aproxima-se da parede mais próxima! Estica a sua mão na direção dela e percebe que é sólida!

- Não! Não poderemos passar por ela. Estamos presos! (declara, entristecida, Joana).
- Por que não dá para passar pelas paredes? (indaga Jorge).
- Não podemos fazer isso porque estamos no sonho dele, que não consegue sair daqui! (declara Paulinho apontando para o homem preso ali dentro).
- Tem razão! Estou preso neste lugar há muito tempo. Alguém manda agora em meu corpo e em meus sonhos. Alguém que invadiu minha mente e me dominou! (declara Roberto, o homem que está preso nesse escritório).
- É o alien? (indaga Joana aproximando-se de Jorge e Paulo).
- Não sei! Nunca vi quem fez isso! (indaga Roberto). Mas quem são vocês? Como chegaram até aqui? Não me lembro de sonhar com vocês alguma vez!

- Somos de fora! Nós três somos capazes de termos sonhos lúcidos! Controlamos as nossas ações enquanto sonhamos e podemos entrar na mente e na imaginação de outras pessoas. Precisamos retirá-lo de seu próprio sonho! Como encontraremos o invasor que o trancou aqui? (pergunta Paulo).

- Não sei! Desde que entrei em meu escritório, na última vez, percebi que a porta não tinha mais maçaneta! Estou preso aqui deste então! (informa Roberto).
- Jorge! Derrube esta porta! Use seu poder! (ordena Paulinho).
- Deixa comigo, cara!

Jorge se concentra, se aproxima da porta e dá um forte soco na porta sem maçaneta. Ela cai no chão para espanto de Roberto, do gorila e dos outros macacos que estão do lado de fora! Mas o gerente Rino ouviu o barulho e está a caminho do local. Dentro da sala, o dono do sonho nem acredita no que está vendo.

- Finalmente! Agora vou poder sair deste lugar e retomar o controle de minha vida!

Mas a alegria dura pouco. Um enorme rinoceronte branco, o gerente Rino, entra pela porta de forma acelerada. Joana percebeu o perigo antes e agarrou Jorge, erguendo-o para não ser atingido pelo afiado marfim do gerente. Paulinho é o próximo que será atingido, mas ele já estava preparado e uma poderosa tromba de mamute, muito maior do que um elefante, o ergue em pleno ar, evitando assim o confronto direto contra o rinoceronte.

- Você não sairá deste sonho vivo! (declara o perverso rinoceronte, olhando para Roberto enquanto se aproxima em velocidade dele).

A enorme tromba agarra o rinoceronte pelas patas traseiras, derrubando-o no chão de lado. Seu corpo, escorregando por toda a sala de forma incontrolável, vai derrubando cadeiras, mesas e armários posicionados por ali. Roberto se afasta do local para não ser atingido. Rino se levanta lentamente e agora faz uma ameaça:

- Quem são vocês? E por que acham que podem estragar o que está acontecendo aqui?
- Seu reinado mental sobre este sonho acabou, alien! (declara Paulinho sentado lá no alto, no pescoço do mamute).
- Nenhum de vocês pertence a este sonho! São invasores!
- O único invasor aqui é você! (declara Joana voando e segurando Jorge pelas mãos). Acabe com ele, Jorge!
- Acertar quem? Não estou enxergando nada! A máscara está cobrindo meus olhos e você está segurando minhas mãos!

Lá no chão, Rino acelera o passo para atacar o mamute. O corpo do rinoceronte começa a crescer de forma proporcional, deixando-o quase do mesmo tamanho do peludo parente do elefante, que coloca sua tromba à frente para reduzir o impacto entre ambos. No choque o mamute quase cai no chão e também Paulinho sente que pode cair dali a qualquer momento.

A enorme tromba agarra a cabeça do rinoceronte, forçando-o a cair de lado, mas o poderoso animal reage e empurra com mais força. O mamute começa a andar de ré, mas força seu corpo para frente para impedir a derrota. O rinoceronte vira de lado a cabeça e crava o poderoso marfim unicórnio na pata do gigantesco inimigo, que grita de dor.

-
Paulinho! Saia já daí! (grita Joana flutuando junto com Jorge).
- O que está acontecendo lá embaixo? Não vejo nada! (declara Jorge com a máscara sobre os olhos).

Paulo toma uma nova atitude e as abelhas entram pela porta derrubada atacando juntas a cabeça de Rino, que assim como os ursos polares, está todo incomodado com isso! O gerente animal se transforma agora num Tiranossaurus Rex, um dinossauro maior que o mamute e engole todas as abelhas numa só bocada.

Agora suas enormes mandíbulas se abrem novamente para atacar com violência a cabeça do mamute. Paulinho é retirado de onde se encontra pela poderosa tromba, momentos antes de ser devorado. Paulo é jogado ao chão, enquanto o enorme parente do elefante, sem tempo de fugir dali, morre durante o feroz ataque alien!

- Jorge! Vou soltá-lo ao chão! Arranque a sua máscara durante a queda e ataque o Rex!
- Mas vão descobrir a minha identidade secreta! E por que quer que eu mate um cachorrinho chamado Rex?
- Não é um cachorrinho! É um Tiranossauro!
-
O quê? (indaga Jorge sendo solto pela garota de asas).

Ele começa a cair e com a mão direita arranca rapidamente sua máscara. É quando percebe o Tiranossauro vindo acelerado em sua direção! Não há tempo para mais nada! Ainda em pleno ar Paulinho aponta a mão esquerda para frente e com a palma aberta ele transforma o enorme dinossauro em pó! Logo depois o jovem cai deitado no chão e reclama:

- Aaaaaí! Isso dói!
- Doeu mais no alien! (declara Paulinho se aproximando do amigo e estendendo a mão para ajudá-lo a se levantar).

Roberto, o responsável por este sonho, se aproxima dos dois enquanto Joana pousa do lado deles!

- Como vocês fazem tudo isso? (indaga, espantado, Roberto).

Jorge se ergue do chão com dores por todo o corpo!

- Parabéns, Jorge! Você nos salvou a todos! É um herói! (declara Paulo).
- Sou...? Maneiro...!

Roberto olha para a porta destruída de seu ex-escritório-prisão e sai de lá pela primeira vez em muito tempo. A primeira coisa que vê é o enorme gorila com os olhos arregalados encarando-o!

- Senhor Roberto! Há quanto tempo não o vemos! O senhor está bem?
- Sim! Agora estou! Graças àqueles três jovens ali! (aponta ele para trás).

Ele olha para os macacos e babuínos que trabalham na linha de montagem e fica chocado com o estado de saúde deles!

- O que está acontecendo aqui? (indaga Roberto). Há quanto tempo eles estão trabalhando sem parar?
- Desde que o novo gerente assumiu este sonho! (declara o gorila). Ele nos obriga a continuar mantendo este sonho funcionando sem parar.

Horrorizado, Roberto dá uma nova ordem a todos.

- Parem de fazer tudo o que estão fazendo...! Agora...! Voltem para suas casas! Estão todos de férias por tempo indeterminado! Não sei quando sonharei com tudo isso novamente.

Lentamente todos os animais vão se retirando do local e deixando a empresa para sempre. Os três jovens aproximam-se do gorila, que não consegue acreditar que as três figurinhas frágeis foram capazes de acabar com o terrível gerente.

- E agora, valentão? (indaga Jorge ao gorila). Acabamos com o Rino! Se eu o vir novamente ameaçando alguém por aqui... vai ter que encarar a minha fúria!

O gorila ergue as sobrancelhas e as abaixa novamente com raiva daquele fedelho!

- Fique tranquilo super-herói! Não nos veremos nunca mais! (declara o gorila).

O enorme animal peludo se vira de costas e também sai da empresa, indo embora para sempre deste sonho. Roberto também sai dali seguido dos três garotos.

- O que irá fazer agora, senhor Roberto? (indaga Joana caminhando junto dos amigos).
- Vou refazer a minha vida! Tenho uma empresa na vida real que está poluindo o ambiente. Eu estava prestes a resolver o problema quando este... alien... entrou em minha cabeça. Desde então tudo em minha vida mudou!

Os quatro saem lá fora e encontram algo inesperado! A coruja, segurança da entrada da empresa, está agora com mais cinco ursos polares, um alce, um leão e dois tigres, todos com a cabeça coberta por um chapéu com uma tela de filó para se proteger do ataque de abelhas, igual aos dois apicultores também presentes. Os dois ursos polares, picados pelas abelhas no confronto com Paulinho, também estão ali. As cabeças inchadas mostram que são eles mesmos.

- O que está acontecendo aqui? (indaga Roberto acompanhado dos garotos).

Destemida a coruja fala em nome de todos ali.

- Senhor! Estamos aqui para dar uma lição nestes três garotos que invadiram a empresa sem permissão! Vão levar uma bela surra!
- Coruja! Estes três garotos destruíram Rino! Ele era o alien que controlava tudo aqui! Tem certeza de que quer mesmo atacar estes jovens?

Os outros enormes animais olham fixamente para a coruja, porque até mesmo eles sabem que quem foi capaz de deter o gerente, não deve ser fácil de ser vencido! A coruja olha sem-graça para seus companheiros, que agora se viram de costas e vão embora dali. Eles jogam no chão seus chapéus de apicultor e vão embora dali.

- Bem...! Se o senhor autoriza então a entrada e saída deles..., quem sou eu para impedir isso, não é?

De longe Jorge ergue os braços para cima e imita uma enorme abelha zunindo para a coruja:

- Bzzzzzzz!

A ave se assusta e levanta voo indo para longe dali também.

- Olhem! O rio que estava poluído está ficando mais claro! (aponta Joana).

Ao longe todos eles veem o gigantesco crocodilo entrando na água todo feliz.

- E agora? Para onde vocês três vão? (indaga Roberto).
- A lugar algum! (declara Paulinho para espanto dos outros dois jovens).
- Mas, Paulinho! Precisamos ir embora daqui antes da sombra chegar! (declara Joana). Você viu o que o mental-androide nos disse! Não somos páreo para a sombra neste lugar. Precisamos sair daqui para enfrentá-la.
- Se sairmos agora, a sombra transformará novamente este lugar num sonho ruim! Temos que atraí-la para fora para depois lutar contra ela.
- Poderemos morrer tentando fazer isso! (declara, preocupada, Joana).
- Não se preocupem! Eu estou aqui e acabarei com ela! (declara, soberano, Jorge).
- Não! Temos que atraí-la para fora antes de destruir este sonho! (ordena Paulo). Do contrário o inconsciente coletivo será contaminado e nunca conseguiremos resolver este problema.
- Está bem, Paulinho! Mas vamos ficar todos juntos para eu poder retirá-los rapidamente daqui (sugere Joana).
- O que querem que eu faça para ajudar? (indaga Roberto).
- Fique longe daqui! Não se envolva diretamente! E continue acreditando que este sonho será bom até amanhã de manhã! (declara Paulinho).
- Pode deixar! Não abro mão de viver, daqui para frente, todos os meus sonhos mais belos! (declara Roberto, voltando para o interior da empresa).

Capítulo IV
CASTELO DE SONHOS

Capítulo V
A TORRE DAS ARANHAS

Capítulo VI
REVELAÇÕES

Capítulo VII
REGRAS ALIENÍGENAS

Capítulo VIII
CONTANDO AOS PAIS

Capítulo IX
UM SONHO DE NAMORO

Capítulo X
O NOVO MEMBRO

Capítulo XI
ENCONTRO MORTAL

Capítulo XII
REUNIÃO DE GUERRA

Capítulo XIII
VIGILANTES NOTURNOS

Capítulo XIV
A SOMBRA DO MEDO

Capítulo XV
O PLANO FINAL

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