O BARCO INVISÍVEL - MISSÃO-FANTASMA - VOLUME I
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO II
A BASE DE OPERAÇÕES


O veículo oficial me levou até a base secreta de operações do barco invisível. Ao chegar lá não vi nada demais! Apenas um grande prédio de área quadrada no tamanho de um quarteirão e com a altura de uns três andares. Mas... o que é realmente importante... está lá dentro!

- Fernando! Só tenho autorização para vir até aqui. Nem descer do carro eu posso! De agora em diante é com você (comenta o assessor do Almirante Figueiredo comigo). Eu o aguardarei aqui fora no estacionamento para levá-lo até o aeroporto.

- Obrigado! (agradeço ao assessor do Almirante Figueiredo, pego minha mochila no banco de trás e me dirijo a pé até a recepção).

CAPÍTULO I
A MISSÃO-FANTASMA

CAPÍTULO II
A BASE DE OPERAÇÕES

CAPÍTULO III
A VISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO IV
NAUFRÁGIO NOTURNO

CAPÍTULO V
O ATAQUE DOS FANTASMAS

CAPÍTULO VI
UMA AMEAÇA INVISÍVEL

Uma militar de uniforme branco me atende ali mesmo na entrada, onde dois fuzileiros armados, também de branco, me encararam de forma não muito amistosa!

- Olá, senhorita! Sou Fernando Dias, jornalista contratado da marinha! O Almirante Figueiredo pediu que eu viesse até aqui para conhecer a nova aquisição da marinha brasileira.

- Certo! Vamos entrar, por favor! (adentramos ambos o local). Entregue-me seu documento de identidade (disse ela de forma séria se dirigindo para trás de sua mesa de trabalho na recepção).

Eu me aproximo da mesa, coloco com cuidado a mão esquerda no bolso de minha calça jeans e retiro o documento sem pressa, para não configurar uma ação violenta de minha parte, pois dois outros fuzileiros navais, armados com fuzis militares e posicionados atrás da moça ficam me encarando de modo meio assustador. Parece-me que estavam prontos para apontar as armas para mim e atirar. Sorrio “amarelo” para eles e em retorno apenas baixaram as sobrancelhas me encarando ainda mais friamente, mas sem me cumprimentar. Senti que eu não sou bem-vindo ao local.

- Olá, senhor Fernando Dias! Estávamos esperando-o! (comenta ela, agora sorrindo, depois de confirmar minha identidade).

Os guardas mal-encarados agora relaxam e passam a olhar em frente e não mais em minha direção. Ela pega o telefone e liga para alguém no interior do prédio.

- Comandante...! Ele chegou...! Sim está aqui comigo...! Certo...! Imediatamente, senhor!

A moça volta-se novamente para mim e requisita-me:

- Acompanhe-me, por favor! (disse ela se dirigindo a uma porta ali ao lado).

Agora a militar naval para e digita uma longa senha num painel disponível na parede. Tal senha ela pegou no sistema enquanto checava a minha identidade.

- É difícil decorar uma senha de acesso tão longa, né? (questiono-a sobre isso porque sou repórter e não resisto a um segredo).

Ela sorri de volta e explica-me:

- Quando o Almirante Figueiredo enviou você para cá ele criou uma senha baseada num programa militar de segurança. A senha só foi válida por causa de seu número de Registro Geral (RG). Eu só consegui completar a senha que abre esta porta para você quando recebi seu documento. Do contrário eles atirariam em você (apontou ela na direção dos dois fuzileiros que estavam na sala).

Um frio gela minha espinha! Senti que a missão-fantasma poderia ter terminado para mim antes mesmo de começar! A marinha está levando muito a sério a história de segredo militar. A porta se abre e a moça me faz uma última solicitação:

- Sugiro que dê dois passos para frente e aguarde a rotação finalizar.

Eu entro no local, tentando entender o que ela dissera e não compreendo! Eu a questiono novamente sobre isso:

- Rotação? Que rotação? (questiono eu sem entender do que se trata, enquanto ela fecha a porta robusta de metal, pressionando um botão no painel de controle com um leve sorriso em minha direção, significando que eu descobriria muito em breve).

Estou num ambiente de leve penumbra, circular que tem apenas uma porta: aquela pela qual entrei. Sinto-me preso dentro de um tubo. Não gosto disso. Tenho a impressão de que eu fora aprisionado por saber demais. Mas o que é que eu sei, afinal? Que existe um barco militar que pode ficar invisível? Eu nem sequer vi o tal barco e nem acredito ainda nisso! De repente tudo começa a rotacionar no sentido anti-horário. Tudo gira! Tanto as paredes circulares quanto o chão de concreto! Estou de frente para a única saída do ambiente, que também se rotaciona. Vejo a parede circular de aço e concreto por trás da parte aberta onde está o tubo. O ambiente giratório para de frente a uma nova porta metálica. Esta tem uma divisão central como nos elevadores. Um estranho som de metal por trás daquela nova saída fez meu coração bater mais forte! Ela se abre e o ambiente em que eu estou se ilumina. Era realmente um elevador. Eu já estava certo de que algo de ruim iria me acontecer. Mas o que vejo agora é um sorridente comandante naval que vem me receber.

- Olá, senhor Fernando Dias! É um prazer tê-lo aqui conosco. Sou o comandante Severo!
- Olá, comandante! Sou o jornalista contratado pela marinha para documentar toda a missão da nova aquisição naval brasileira.
- Sim, eu sei! Eu sei! Por favor, entre!

Ligeiramente titubeante, diante de tantas surpresas, entro no novo ambiente triangular! A porta do elevador se fecha. O comandante pressiona três vezes seguidas o botão do subsolo, único disponível no painel além do térreo e começamos a descer.

- Meu jovem! A partir de agora você passará a ter acesso ao maior segredo militar deste país, e se está aqui hoje é porque tem a confiança de nossos superiores!

Enquanto descemos, conversamos! Mas parece que nunca chegamos ao local de parada. É uma longa descida até onde eu nem imagino ser possível ir. Parece que eu estou descendo uns cem andares.

- Fernando! É preciso que entenda que nosso barco invisível é mais do que uma simples embarcação naval. Ele é uma plataforma de combate sem igual no mundo atual. Nunca ninguém conseguiu a façanha que esse nosso barco pode realizar. A humanidade tentou desde a pré-história atingir a camuflagem perfeita para surpreender suas presas e depois seus inimigos. Mas isso é hoje uma realidade sigilosa no Brasil. Conseguimos conceber a invisibilidade perfeita! O mimetismo completo em qualquer ambiente aquático do planeta! Não importam as condições atmosféricas, se é dia ou noite ou se nosso inimigo está a dois quilômetros ou a dois metros de distância de nós. Ninguém consegue ver o barco se assim o quisermos.

- Estou realmente muito curioso para entender como isso pode ser possível.
- Entenderá em breve, mas antes precisa saber que a tripulação do barco fica toda aqui mesmo nesta sede.
- Comandante! Por que tanta segurança lá fora? Isso é mesmo necessário?

- Sim, Fernando! Nossos espiões brasileiros estão espalhados por diversos países do mundo! Eles nos trouxeram notícias de que os Estados Unidos e a Coreia do Norte já desconfiam da existência de nossa tecnologia. Temos que ter certeza de que ninguém indesejável chegue até aqui. São diversos sistemas de segurança. A sala giratória, por exemplo, onde você estava agora há pouco, pode rotacionar para dois lados diferentes. Se houver uma invasão inimiga a sala rotacionará para o lado contrário ao que você vivenciou e assim os invasores terão acesso ao galpão falso que você viu lá de fora. Mesmo que o invasor saiba disso e consiga pegar este elevador, o sistema o levará a outro andar subterrâneo onde todos ficarão também presos até que se rendam.

Ao dizer isso, chegamos ao final da longa descida. As portas se abrem e posso ver um grande barco Stealth parado no meio do enorme galpão subterrâneo. Como se fosse um estaleiro naval, mas sem nenhuma água por perto!

- Uau!
- Guarde sua exclamação para
depois, Fernando! Você nem
imagina ao que terá acesso a
partir de agora. O que está
vendo aqui é na verdade um
simulador do verdadeiro barco
invisível. Este é exatamente
igual ao verdadeiro, só não
fica invisível efetivamente, a
não ser pelo fato de que
estamos num galpão fechado
a muitos metros sob a terra
onde ninguém, além de nós,
pode vê-lo.

Começamos a andar lentamente
em direção ao enorme barco
simulador e o comandante Severo
continua falando a respeito do
veículo.

- Lá dentro a tripulação cobre
três turnos de trabalho o que nos
garante que o barco invisível
poderá cumprir sua missão sem nunca ser preciso parar para reabastecer ou recarregar a munição.

- Por que, comandante? Como isso pode ser possível?
- A fonte de energia do barco é nuclear. E isso significa que ele pode ficar em operação por vinte anos sem precisar parar para reabastecer. Quanto ao armamento..., bem... usamos um tipo diferente de arma que possibilita guardar milhares de balas onde antes só cabia um pequeno punhado delas. E como durante a missão trabalhamos escondidos da visão de todos, nunca precisaremos dar muitos tiros para conseguir nossos objetivos finais! Assim, é possível passarmos muitos meses no mar, atacando diversos alvos, sem que precisemos realimentar o barco. O último item para tornar esta plataforma de combate perfeita e autônoma é ter a tripulação fora dela! O barco invisível utiliza programação inteligente para tomadas de decisão. Em seu interior temos robôs, androides e avatares de nossos homens e mulheres. Assim eles ficam aqui trabalhando, perto de seus lares, com o conforto de suas camas para dormir, se alimentando em casa mesmo e podendo curtir a família, enquanto travamos uma guerra em qualquer lugar do planeta. Com três turnos de trabalho as pessoas daqui são como qualquer funcionário de uma empresa. Eles vivem uma vida mais tranquila e segura. Só teremos uma baixa se alguém for atropelado na rua e morrer por isso. Nossos soldados nunca serão
dados como desaparecidos em missão e também nunca serão capturados pelo inimigo em solo estrangeiro.

- Interessante todo este conceito. Tudo isso deve ter custado muito caro!
- Sim, Fernando! Muito caro mesmo! Mas sobre isso terá que conversar com o Almirante Figueiredo! Ele participou de todo o trâmite financeiro.
- Diga-me uma coisa, comandante Severo: este barco invisível já foi a alguma missão antes?
- Não! Esta será a primeira e é por isso que você terá a companhia de dois dos nossos principais desenvolvedores de todo o projeto. Um é especialista em elétrica e programação e outro em mecânica e
nanomecânica*. Eles estarão pessoalmente de olho no funcionamento da embarcação para garantir que a primeira missão continue e seja finalizada com sucesso. Não fosse isso você seria o único humano a bordo ao lado de robôs, androides e avatares.

- Uau! Fico impressionado a cada minuto com tudo isto!
- É! Eu também! Às vezes, nem acredito que tudo isto seja possível! Mas estou aqui... trabalhando e comandando uma embarcação autônoma e invisível a distância...!
- Comandante! Como é possível um barco deste tamanho ficar invisível?
- Toda a superfície externa é uma grande tela de TV de leds de alta definição. Na verdade, somando-se cada um dos quatro lados do barco e a parte de cima são no total cinco grandes telas de TV. Câmeras de transmissão de imagens instaladas numa das laterais do barco mostram o que será projetado no outro lado dele. Assim, quando alguém olha para nosso veículo naval, enquanto no modo invisível, vê apenas a imagem do que existe atrás do barco naquele momento.
- E fica perfeito? Ninguém percebe que é uma imagem?

- Usamos alta definição o que dá um realismo muito próximo ao que o olho humano veria normalmente. Nosso maior problema hoje é o reflexo que o barco e a imagem projetada geram na superfície da água. Isso nos denuncia, mas conseguimos disfarçar bem em vários testes de campo que realizamos! Temos também o erro de paralaxe...!

- Paralaxe? O que é isso?
- Quando você olha de frente para um relógio analógico disponível numa parede, aquele de ponteiros, você vê as horas perfeitamente. Mas se olhar para ele meio de lado, em diagonal, parece que os mesmos ponteiros não marcam a hora corretamente. Tudo se alinha de forma diferente. A isso chamamos de erro de paralaxe. Para evitar que quem quer que olhe para o barco no modo invisível perceba que existe algo estranho, estamos sempre... mudando a posição das imagens. É como se os ponteiros do relógio analógico mudassem de posição para que o observador continue lendo as horas corretamente! Ou seja, medimos a distância, altura e angulação da posição de quem estiver olhando para o barco. Esta pessoa acreditará assim estar vendo a paisagem de fundo com perfeição, mesmo que ele ande ao redor do barco invisível.

- Entendo! E quanto ao reflexo na água?
- A inclinação da lateral do barco, que lembra um pouco uma baixa pirâmide, reduz muito o reflexo para quem está em outro barco nos observando. Águas turbulentas ocultam também nosso reflexo. Além disso, quanto mais próximo ficarmos do outro barco que nos observa menor será nosso reflexo na água para ele. Portanto, tudo está ligado a sabermos com antecedência, onde estarão nossos observadores. Temos também um sistema de iluminação subaquática que confunde nosso reflexo na água. Nosso sistema de iluminação tem tons e cores diferentes de luz. Podemos também variar a intensidade. Tudo isso para enganar da melhor maneira possível quem tenta nos localizar. Quando se constrói um veículo militar invisível a prioridade não é o armamento pesado, a velocidade ou o número de soldados a bordo. A prioridade é a máxima eficiência em se esconder. Somos um camaleão das águas...! Venha! Vamos conhecer o interior do barco e a tripulação especial!

- Sim, senhor! Devem ser pessoas muito especiais mesmo!
- É verdade! Eles foram selecionados não só pelo fato de serem bons no que fazem, mas também pelo fato de serem discretos e honestos. Afinal de contas, tudo o que fazemos aqui é pelo país e é também altamente sigiloso.
- Sim! Fui escolhido por isso também, comandante! Seu departamento de RH parece estar muito preocupado com todos estes detalhes.

- Fernando! É impossível fazer um bom trabalho se alguns dos componentes são ruins! É a velha história da corrente de metal. Se apenas um ou outro elo falhar a corrente como um todo será inútil. É um trabalho de equipe e todos devem ter sucesso individualmente. Se um dos sistemas do barco invisível der um defeito e ficarmos vulneráveis, toda a missão irá por água abaixo... literalmente! E neste caso teremos que explodir o veículo para garantir que ninguém tenha acesso aos nossos segredos.

- O que quer dizer com explodir...? Matar a todos nós durante a missão...? É isso...?

- Para evitar fim tão desastroso é que você terá a companhia a bordo de dois homens que cuidarão de tudo. Não poderemos perdê-los porque sem eles não conseguiremos construir outro barco invisível. E não poderemos perder você, porque precisaremos muito no futuro das informações precisas e isentas sobre toda a missão. Portanto, vamos pensar positivo.

- Não seria melhor levar mais alguns técnicos para ajudar no caso de falhas?
- Não há espaço interno suficiente, Fernando! Além do mais a missão irá durar muitos dias e também não temos como armazenar tantos alimentos e água. O uso de mais pessoas tornaria a missão inviável.
- Talvez se iniciássemos a missão mais próximo da fronteira conseguiríamos torná-la mais curta (sugiro eu ao comandante).
- Impossível! A fronteira é um lugar perigoso atualmente! Não sabemos em quem confiar por lá! Por isso estaremos navegando de forma invisível. Vamos limpar a escória traficante e depois implantaremos uma nova base militar próxima para dar apoio aos policiais de fronteira. Temos que recuperar nossa soberania nacional na região. Vamos devolver as terras brasileiras aos seus donos legítimos e famílias. Por isso é tão importante o nosso trabalho. Se usássemos os nossos recursos convencionais de armamento e veículos estaríamos declarando guerra aos nossos vizinhos. E isso não queremos!

- Entendo, senhor! Os marinheiros que virão comigo sabem sobre o sistema de autodestruição?
- Não! E nem precisam saber! Eles farão o melhor possível se se sentirem seguros no interior do barco, concorda?
- Entendi o recado, senhor! Parece que começo a descobrir mais segredos do que a maioria aqui.
- Ainda não, Fernando! Mas se continuar trabalhando bem, saberá de coisas que nem imagina que fossem viáveis.

Vamos até uma das laterais do barco terrestre e ao chegar perto uma grossa porta se abre ali mesmo, enquanto degraus se rotacionam da lateral inclinada do barco. Já lá dentro, o comandante, andando pelo corredor principal comigo, acelera o passo até a cabine principal. Passo por diversas salas vazias o que achei estranho e lhe perguntei.

- Senhor, porque não há nada nessas salas?
- Elas são exatamente do tamanho das originais do barco invisível! Nossos militares vestem uniformes especiais com diversos sensores que controlam os avatares no interior do veículo naval. Quando eles andam por aqui seus corpos metálicos estarão também andando por lá. Estes ambientes vazios funcionam como referências físicas para facilitar o trabalho sensorial dos marinheiros humanos. Depois que você entrar no barco de verdade verá todos os recursos disponíveis a bordo.

Chegamos agora à cabine de comando, onde diversos profissionais militares estão sentados em suas cadeiras. São dezenas de monitores em todas as paredes, sistema de radar, botões e mais botões disponíveis por todos os lados, laptops, tablets e um monte de outros recursos que eu nem imagino para que sirvam! Isso aqui faz os controles de uma cabine de avião parecerem um brinquedo de criança! Os militares usam todos belíssimos uniformes brancos com finas hastes plásticas recobrindo todo o corpo. As hastes se interligam umas às outras como se o conjunto fosse um esqueleto externo sobre cada militar. As articulações metálicas ficam exatamente onde cada parte do corpo se dobra. Eles também utilizam óculos de realidade virtual. Sinto-me dentro de um filme de ficção científica!

- Pessoal! Este aqui é o Fernando Dias, o jornalista que estará a bordo do barco invisível durante toda a nossa missão (comenta o comandante Severo).

- Bem-vindo a bordo, Fernando! (declara a única mulher sentada bem no centro entre todos os militares).
- Esta aqui é nosso piloto, a major Margarida! Ela é especialista nisso. Já navegou com todo tipo de embarcação e tem a sensibilidade necessária para levar o veículo por águas estreitas. Do lado esquerdo temos nosso oficial de armas, Júlio, que também é especialista no assunto e foi treinado especificamente para os novos tipos de armamentos do barco invisível.

- Olá, Fernando! Espero que goste da aventura que está para vivenciar! (desejou a mim, Júlio).
- Tenho certeza de que será inesquecível! (declaro eu ao oficial de armas).

- Do lado direito da major temos o soldado Ricardo! Ele é o nosso olho de águia da missão! Acompanhará os sinais dos radares do barco e as imagens de potenciais observadores humanos próximos de nossa embarcação vindas em tempo real diretamente do satélite militar brasileiro sobre nosso território. Saberemos da presença deles quilômetros antes de nos virem chegando.

- Olá, Fernando! Durante a missão vou lhe mostrar como funciona meu trabalho (declarou Ricardo).
- Tenho certeza de que ficarei impressionado com o seu trabalho, soldado Ricardo! Aliás, já estou! (declarei eu).
- Ao lado direito do Ricardo está o soldado João que é responsável pelas câmeras de vigilância da embarcação, tanto as móveis e aéreas quanto às fixas. Ele é o nosso voyeur oficial.
- Voyeur?!?! Parece que seu trabalho é mais diversão do que outra coisa? (comento eu, ao soldado).
- Rsrsrs! Sim, Fernando! Mas meu trabalho é de suma importância para manter o moral elevado de todos aqui! De vez em quando eu vejo na mata alguma cena de sexo entre animais o que deixa todos aqui bem felizes!
- Rsrsrs! É, mas espero que o Fernando não escreva sobre isso em seu relatório jornalístico! (comentou o comandante).
- Infelizmente, senhor, terei que reportar tudo o que eu vir aqui! Mas no caso da cena de sexo entre animais, acho que posso fazer apenas uma pequena nota e bem discreta sobre o assunto.

- Que bom! (declarou o comandante). Bem... ao lado esquerdo de nosso oficial Júlio está o soldado Carlos que é especialista em programas ao vivo e pós-produção de cinema e vídeo. Também conhece como poucos a área de fotografia. É o nosso cineasta local!

- Olá, Fernando! O pessoal brinca me chamando de cineasta, mas sou na verdade o diretor do grupo e todos aqui são meus atores! (comentou o solado Carlos).

Uma risada geral acontece no ambiente com o pessoal reclamando da brincadeira com ele por não concordarem com a observação. A major Margarida se pronuncia contra enquanto sorri para mim com a brincadeira:

- O soldado Carlos pensa que é diretor, mas na verdade ele só dirige imagens de computador, que fazem apenas o que está programado (declarou a jovem moça de forma jocosa).

Carlos sorri para mim, enquanto pisca o olho e comenta:

- É tudo inveja da turma, Fernando! Sem mim eles teriam que atirar em tudo o que aparecesse. Meu trabalho é enganar quem nos olha lá de fora e acalmar e entreter o pessoal interno. Sem mim estaria todo mundo estressado aqui.

- O trabalho do soldado Carlos será o de nos livrar de diversas situações de encontros inesperados durante a missão (declara o comandante Severo). Contratamos os melhores especialistas em computação gráfica do planeta para criar pequenos vídeos que nos serão muito úteis durante a missão. As imagens servirão para nos ocultar, assustar ou simplesmente nos ajudar a passar despercebidos durante os encontros com outros barcos ou eventuais guerrilheiros.

- Muito bem, Carlos! (cumprimento-o eu). Sou fã de animação gráfica e já até estudei um pouco sobre o assunto. Tenho certeza de que não seria ludibriado se eu estivesse lá fora enquanto roda suas animações especiais.

- Não esteja tão certo, meu amigo! (comentou Carlos). Já enganei muita gente boa! Os testes revelaram que o uso deste novo sistema diretamente no campo engana perfeitamente o cérebro dos menos avisados e até de quem sabe que será enganado! Posso matar um velhinho do coração só com algumas de minhas imagens.

- Muito bem, Fernando! Esta é nossa equipe que trabalha no turno das oito horas da manhã até quatro horas da tarde. Temos outra equipe que entra às quatro horas da tarde e fica até a meia-noite. A última equipe inicia o trabalho à meia-noite e trabalha até às oito da manhã. Portanto, o barco estará sempre em movimento e assessorado. Você e os outros dois marinheiros presentes no barco poderão dormir, mas o veículo nunca irá parar.

- Certo, senhor! Pedirei que me acordem, durante meu sono, no caso de algo relevante estar acontecendo durante a missão. Caso contrário, precisarão de três turnos de repórteres também.
- Acredito que não será necessário (disse o comandante).
- Parece que o barco está em movimento, não é? (questiono eu olhando para o monitor central da cabine).

- Sim! Estamos chegando furtivamente a Manaus (respondeu a Major Margarida). Nossa expectativa é que você
chegue praticamente junto com o barco no porto militar. Se chegarmos antes nós o esperaremos ali. Mas não se atrase demais. Temos que pegar os guerrilheiros no momento correto, caso contrário a caçada a eles será muito mais difícil depois disso.

- Como sabem que eles entrarão em nosso território no dia e horário corretos? (perguntei eu a ela).
- Temos um agente militar secreto infiltrado entre eles (respondeu o Comandante antes da Major). Vocês precisam eliminar os alvos e resgatá-lo de lá com vida. Ele é muito importante para nós e já está destacado para a missão seguinte junto à Venezuela.
- Muito bem, então! Comandante! Eu gostaria de fazer umas imagens desta equipe, das instalações e entrevistas com o seu pessoal para montar um documentário visual de todo o local e também do interior do barco! (comentei eu).

- Não se preocupe com isso, Fernando! (comentou o soldado Carlos, o tal cineasta). Temos diversas câmeras instaladas no interior tanto do barco invisível quanto daqui da cabine. São vários ângulos diferentes que mostram toda a equipe e também imagens de satélite, GPS e horário local. Tudo é sincronizado automaticamente em trilhas de áudio e vídeo paralelas disponíveis no programa de edição de imagens. Isto possibilitará posterior reedição ou inserção de sua voz, por exemplo, para a montagem do documentário. Depois eu te ajudarei a montar rapidamente seu vídeo.

- Nosso cineasta aqui conta com um programa especial que roda exclusivamente em nosso supercomputador instalado num andar abaixo do nosso aqui (comentou o comandante).
- É! Parece que meu trabalho será fácil de ser executado dessa forma! (comento eu). Afinal vocês já têm tudo o de que preciso.

O comandante olha para seu relógio e declara o final de minha visita:

- Ok, Fernando! Você precisa partir agora para o aeroporto de Brasília. Um avião militar já o aguarda por lá.
- Muito bem! Foi um prazer conhecê-los pessoalmente senhores e senhorita (digo eu ao grupo militar). Estou apostando minha vida nesta missão! E só farei uma entrevista com cada um de vocês quando retornar. Então, se quiserem ficar famosos daqui a quinze anos, tragam-me vivo desta!
- Pode deixar, Fernando! (declara a Major Margarida). Somos os melhores profissionais da marinha e temos todos os recursos necessários para garantir sua vida e o sucesso da missão! Além do mais, ninguém nos verá em ação.

- Certo! Obrigado! Estou realmente impressionado com todo este aparato (declaro eu). Boa sorte para todos nós!
- Boa sorte, Fernando! Nos “ouviremos” em breve! (comenta o soldado cineasta).

Eu olho para ele, estranhando o comentário.

- Nos “ouviremos” em breve? (questiono de volta).
- Sim! Nossa interação com você será apenas via áudio quando estiver no interior do barco invisível.
- Ahhh! É verdade! Tem razão. Então nos “ouviremos” em breve, amigos! Até logo!
- Sabe o caminho de saída? (questiona o comandante a mim).
- Sim, senhor! No elevador basta apertar o único botão para subir e estarei do lado de fora rapidinho.
- Exatamente! Boa sorte, Fernando. Nos “ouviremos” em breve!
- Ok, senhor!

CAPÍTULO VII
A ÉTICA ASSASSINA

CAPÍTULO VIII
MOTIM

CAPÍTULO IX
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO X
A INVASÃO DO PERU

PERSONAGENS DESTE LIVRO/
CONCEITO DE INVISIBILIDADE

Recepção
Sala
Falsa

Elevador
Circular

Troca de Elevadores
Elevador
Triangular

Chegada à Base Secreta no subsolo
* nano: sempre que usamos este termo estamos nos referindo a coisas muito pequenas. Assim nanomecânica é o desenvolvimento de equipamentos extremamente pequenos, podendo os mais complexos ter o tamanho de um minúsculo inseto, por exemplo.
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