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da coleção

INTRODUÇÃO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
CAPÍTULO XXXV
Capítulo IX
Capítulo X
18 de abril de 2036. Na cidade de Nova York o caos continua instalado! O exército e a polícia fazem o que podem para organizar a situação, mas enquanto os desníveis das ruas não forem corrigidos ninguém poderá trafegar com facilidade. As equipes de reparos estão trabalhando para consertar as principais vias da cidade. Todos os dias diversas ruas são consertadas, quebradas e reniveladas. Mas o sistema de gás, energia elétrica e abastecimento de água estão em condições críticas. Nos hospitais dezenas de pessoas feridas todos os dias dão entrada!

O corpo de bombeiros não consegue atender às ocorrências que se avolumam. Para complicar ainda mais, o enorme tamanho da copa das árvores alienígenas impede o uso de helicópteros para resgate e manutenção em diversos locais da cidade de Nova York. Assim os trabalhos de recuperação do modo de vida humano estão muito dificultados neste momento. No Highland Park os trabalhos de avaliação genética das árvores alienígenas continuam. Agora o homem-árvore já está com tripés de lâmpadas sobre sua cabeça, melhorando assim seu desempenho de conversação com os outros do grupo. Agora ele já não parece estar sonolento durante o dia!

Jones, Mark, o homem-árvore e Branch, o estranho pesquisador militar, estão fazendo diversas análises de amostras da árvore alienígena. Os dados secretos do exército são comparados com os encontrados no local pelo homem de luvas negras, o senhor Branch. De forma discreta e isolada ele faz o comparativo dos resultados e determina assim a paridade das primeiras amostras com as atuais. Aparentemente trata-se do mesmo ser vivo que veio à Terra no passado! Mas algo mudou significativamente! Com a união da árvore alienígena às plantas terráqueas, houve uma sutil alteração no DNA!

A somatória de diversas espécies vegetais provavelmente beneficiará todas estas plantas contra as ameaças vindas de doenças, animais e humanos, transformando o novo superser numa planta altamente resistente a quase tudo deste planeta! O DNA desta planta muda ligeiramente conforme o ponto de coleta! Isso torna difícil a avaliação, mas também dá a ele enorme capacidade de se proteger contra qualquer tipo de inimigo!

- Mark! O que descobriu sobre a constituição da seiva? (indaga Jones ao namorado que está ao microscópio).
- Algo interessante! (exclama Mark). A seiva é líquida, mas quando em contato com o ar ela se transforma em algo pastoso e difícil de ser retirado do objeto ao qual se adere! Já tentei diversos produtos e parece que o que melhor a elimina é o álcool! E você, querida? O que conseguiu com a amostra da casca da árvore?

- Ela contém amostras de produtos urticantes e ao mesmo tempo ácidos! (comenta Jones). Ao menor toque sobre a casca estes produtos já se espalham pela pele! Um pequeno inseto morre muito rapidamente nesta condição. Os pés das aves sofrem uma irritação ao pousar sobre a árvore, mas o que achei mais incrível é a estrutura porosa da casca! Toda vez que algum animal ou inseto toca na superfície e permanece no local a planta bombeia a saída da seiva que entra em contato com o ar neste momento e adere ao ser vivo que a incomoda. Isso provoca um encapsulamento do invasor e a natural expulsão de tal matéria viva para fora da superfície da árvore! É como se os glóbulos brancos de nosso sangue pudessem sair do interior de nosso corpo para atacar um inimigo do lado de fora, que ainda não penetrou na pele! É um sistema de defesa fascinante, porque é preventivo e não corretivo!

- Isso explica o grande número de seres mortos aqui por perto: pequenas aves, insetos e aranhas! (comenta Branch). Todos envoltos nesta seiva gosmenta e esverdeada!
- Nossos amigos estão dizendo que devemos nos concentrar na seiva se quisermos ter sucesso em alterar a constituição genética deles! (comenta o homem-árvore, falando em nome do gigante alienígena).
- Certo! (confirma Jones). Branch! Se os dados genéticos são os mesmos que detectaram há alguns anos, então vocês devem ter desenvolvido algum subproduto a partir desta análise?
- Esta informação é sigilosa! (informa Branch). Mas por que quer saber sobre isso?
- Um agente da CIA foi responsável pela morte de uma das vítimas que fora atingida pelo esporo alienígena. Ele foi exposto a um composto químico e morreu depois disso! Acho que aquele produto veio de sua pesquisa!
- Mesmo que fosse verdade eu jamais lhe diria! E se não fosse eu também não comentaria a respeito! Portanto, esqueça-se disso! (comenta Branch).
- Descobriram por acaso qual é o gene alien que pode modificar a vida dos outros seres vivos da Terra?
- Sim! Mas não sabemos como eliminá-lo da árvore de forma segura! Quando eu conseguir isso farei o mesmo comigo! (declara Branch olhando para a própria mão coberta por uma grossa luva).
- O que houve afinal com sua mão? (indaga Jones).

Branch olha para ela e se pergunta se deve ou não falar a respeito!

- Não precisa comentar, se não quiser! Fiquei apenas curiosa com o incidente!

Branch pensa um pouco e comenta algo sobre o assunto:

- Eu cometi um erro quando estudava a proteína alienígena! Fui inoculado com uma mínima dose do produto! Fiquei em quarentena! No final passei meses isolado! O exército media todos os dias o ar que eu respirava! Requisitavam que eu mesmo fizesse diversos testes em meu corpo! Mas nenhum tipo de contágio foi detectado. O que me afetou, afetou apenas ao meu corpo!
Branch retira a luva e mostra a mão danificada pela proteína! Ela está com uma aparência escamosa como um galho de árvore! Mas mantém a mesma elasticidade da pele humana! Aparentemente as funções normais de tato e sensibilidade foram mantidas! Algo similar aconteceu ao homem-árvore também!

- Sinto muito! (declara Jones).
- Não sinta! Não há motivos para isso!
- Como tem conseguido conviver com o problema?
- Bem! Tudo transcorre mais ou menos como era antes, mas de vez em quando tenho que podar as folhas que nascem em minha mão!

Jones ergue as sobrancelhas e arregala os olhos, tentando imaginar tão estranha cena! Mas Branch volta a comentar o assunto poucos segundos depois:

- É uma piada!!!!
- Eu percebi! Mas nunca imaginaria alguém como você fazendo piadas!
- Por quê?
- Porque você me parece ser alguém frio! Calculista! Misterioso!
- Sim! Sou mesmo assim agora! Não tenho tido muitos motivos para sorrir! Diferente de quem eu era antes de saber que existia vida extraterrestre!
- Entendo! (concorda Jones). Eu espero que consigamos resolver nossa parte do acordo com os Verdes! Podemos acabar com uma guerra intergaláctica que deve existir desde o início dos tempos!
- Você acredita piamente nesta história, não é mesmo?

- Senhor Branch! Precisamos entender algo muito importante quando lidamos com seres tão diferentes de nós como as plantas e até mesmo com seres alienígenas! Não podemos julgá-los pela nossa forma de agir dentro de nossa sociedade! Os seres humanos não são um exemplo de respeito aos outros seres e nem a nós mesmos! Portanto, é nossa obrigação sublimar nosso comportamento natural e fazermos o possível para entender o ponto de vista e a forma de viver das outras espécies! Só assim poderemos conviver melhor com elas! Nem todos os seres são maus!

- Eu entendo isso! Mas existem plantas que enganam suas presas para capturá-las como é o caso das plantas carnívoras, oferecendo um odor de algo que não existe, para que moscas pousem ali e se transformem em refeição! Algumas plantas também se utilizam das flores que oferecem o néctar, mas o que querem mesmo é espalhar seu pólen pelo corpo da vítima que o transportará!

- Compreendo sua analogia! Mas acredito que as plantas tiveram que agir diferentemente do que faziam antes, depois que os animais apareceram neste planeta! Foi uma necessidade de sobrevivência!

- Quem nos garante que numa guerra tão longa entre plantas e animais pelo controle do universo não houve modificações relevantes no comportamento Verde? Talvez eles estejam apenas tentando ganhar tempo aqui, com este acordo, para nos destruir completamente num futuro não muito distante!

Jones para! Pensa sobre o assunto! Começa a por em dúvida a veracidade do que acreditara antes ser piamente real! Apoiou tudo o que ouvira do ser alienígena Verde! E vem lutando para que a humanidade cumpra o acordo que ela conseguiu com os extraterrestres! Mas agora as dúvidas alimentam seus pensamentos! Ali perto o bêbado comenta o que a árvore alienígena falou sobre isso:

- Nossos amigos alienígenas estão dizendo que compreendem as nossas dúvidas! (declara o homem-árvore). Eles concordam que, diante de argumentos tão irrefutáveis, fica realmente muito difícil de confiarmos em qualquer ser vivo que exista aqui na Terra ou fora dela! Eles estão sugerindo que vocês eliminem o gene de sua estrutura genética antes dos cinco anos combinados! Nenhum deles e nem seus amigos vegetais reagirão durante a implantação do tratamento genético que eliminará o perigo para a vida animal deste planeta.

- Que bom! Agora podemos trabalhar mais tranquilos! (declara feliz Branch).
- Espere um pouco! (interrompe Jones). Se eles estão dispostos a mudar o acordo inicial para nos assegurar a boa intencionalidade de suas ações, então a humanidade deve fazer o mesmo para garantir a eles que temos a intenção de manter a nossa parte do acordo também!
- O que está fazendo, Jones? (indaga furioso Branch). Pela primeira vez temos uma vantagem competitiva contra esta invasão!
- Invasão? Do que está falando? Estou lutando em prol do acordo que fiz junto aos Verdes! Por que está falando de vantagem competitiva?
- Estou dizendo que não podemos confiar neles!
- Eu continuo falando sobre a manutenção de um acordo! O que podemos oferecer aos Verdes, como representante dos animais neste planeta, para garantir a manutenção de nossa parte no acordo?

- Não podemos oferecer nada! Não podemos falar em nome de Nova York ou dos Estados Unidos, nem mesmo em nome da humanidade e muito menos como representante dos animais! Ninguém nos elegeu para este cargo que você pensa ocupar neste momento! Tudo tem que ser discutido com o governo americano, que se autorizar será também discutido com o restante da sociedade humana.

- Tá! Então vamos conversar com o presidente americano!
- Não temos tempo para isso! Temos apenas cinco anos para encontrar uma "cura genética" para os alienígenas! Uma discussão do tipo que deseja levará muito mais tempo do que isso para ser realizada.

- Nada do que estão conversando tem utilidade ou relevância neste momento! (declara Mark). Os interesses sociais estão intimamente ligados aos interesses econômicos! Se a presença dos Verdes neste planeta for benéfica aos lucros da classe econômica deste país, então o acordo poderá ser realizado! Caso contrário, poderão ter a discussão que quiserem, com quem quiserem, no fórum que escolherem! Nada adiantará se os milionários não concordarem com os resultados.

- Por que está dizendo isso, Mark? (indaga Jones). Está achando que o poder econômico está acima do poder legislativo, executivo e judiciário deste país?
- Não estou achando! Eu sei disso!
- E que provas você tem? (questiona Jones, injuriada com a afirmativa do namorado).

- Avalie os fatos históricos deste país, querida...! (comenta Mark). Quando Bush invadiu o Iraque pela segunda vez quem você acha que estava por trás disso tudo...? O poder econômico do petróleo...! Quando Obama resolveu ajudar a salvar a GM americana e os bancos falidos no início de seu mandato..., quem você acha que estava por trás disso? O poder econômico-financeiro...! Nenhuma pequena ou média empresa que esteja à beira da falência terá alguma ajuda do governo...! Ao contrário...! Uma empresa que não consiga sobreviver no mercado fechará suas portas e ainda terá que pagar muito dinheiro a diversos órgãos governamentais, por muitos anos depois de fechada!

- O mundo não pode ser tão cruel, Mark! (declara Jones). Existem leis, existe a decência humana em jogo, existem os acordos firmados!

- Nenhuma destas coisas terá algum valor se a classe econômica não ganhar com a situação! Torne rentável para muitos a permanência dos Verdes neste país! Salve seu acordo fazendo isso e depois valorize o altruísmo humano para o restante da humanidade! É assim que as coisas funcionam! É assim que conseguirá manter sua palavra! A guerra intergalática, se for real, nunca será relevante para nós... a não ser que gere algum tipo de lucro para alguém daqui!

- Estou espantada com vocês dois! (declara Jones). Vocês estão me envergonhando diante dos Verdes! Estou abismada com o tamanho do poço de lama em que vocês jogaram toda a dignidade humana! E você, Mark? Não estou lhe reconhecendo! Onde guardou seus sonhos anteriores? Tudo o que já me falara sobre tornar o mundo um lugar melhor? O que aconteceu?

- Eu acordei, querida! E quanto mais cedo você também acordar, sofrerá menos com as observações óbvias que a maioria já enxerga, mas nem todos têm coragem de assumir que já sabem da verdade!

Jones olha para Branch que concorda com Mark, balançando a cabeça em favor de tal argumento.

- Ele tem razão! (comenta Branch). Você está iludida por ser idealista! Somos todos humanos! E isso significa muitas outras coisas além do que você considera como óbvio e instituído em nossa sociedade!

Jones levanta-se dali! Afasta-se dos dois homens que discordam do caminho decente a ser seguido! Duas lágrimas descem pelo seu rosto lindo e de olhar perdido no horizonte! Ela aproxima-se do tronco gigantesco da árvore alienígena! Ajoelha-se diante dele e começa a chorar copiosamente! O homem-árvore sente pena dela e fala em nome do gigante Verde:

- Sinto muito, Jones! Depois disso tudo os Verdes também estão duvidando que o acordo entre o reino animal e vegetal possa ser cumprido algum dia! Estão me dizendo que manterão o acordo inicial, mas duvidam que os humanos possam fazer o mesmo! Eles acreditam que a guerra pelo controle do universo um dia chegará a este planeta e a raça humana será então aniquilada, como aconteceu aos dinossauros no passado!

Jones continua soluçando diante do gigante e lentamente ergue sua cabeça até poder olhar para cima em direção à gigantesca copa da árvore alienígena.

- Se a humanidade não cumprir o acordo que eu e você fizemos... cumpra seu papel aqui neste planeta...! Faça o que veio fazer...!
- Jones! (grita Branch a ela). Você não tem autoridade para tomar esta decisão em nome da humanidade!

Ela vira-se para trás, ainda ajoelhada no solo úmido do local e retruca o comentário.

- Eu fui a escolhida para negociar com os Verdes! Fui eu quem fez o acordo em nome de todos! Portanto, posso e tenho o direito de tomar a decisão decente em nome daqueles que me escolheram para falar e que me apoiam. Se o acordo que firmei não puder ser cumprido, que se faça o que tem que ser feito! A isso chamamos de quebra de contrato! A isso chamamos de retaliação!

- Está se valorizando demais, mocinha! (declara Branch). Você foi a escolhida para falar com eles porque é descartável! Nenhum governante iria se arriscar a ser morto para fazer um acordo com um ser invasor cujo poder é desconhecido!

Jones vira-se para trás novamente, encarando Branch de forma odiosa e revoltada!

- Se não pudemos manter o combinado... não merecemos continuar vivendo! (declara Jones). E seus comentários anteriores sobre a humanidade só reforçam o que acabo de afirmar!
- Nossos amigos alienígenas dizem que faremos como Jones sugeriu! (declara o bêbado). Se o acordo for quebrado o plano original dos Verdes continuará! Eles não querem mais ser alterados geneticamente antes do prazo final de cinco anos!

Agora Mark recebe uma nova ligação do presidente da Mondiva!

- Mark falando!
- Mark! Amanhã de manhã um helicóptero o pegará exatamente neste endereço onde você se encontra agora. Chegue cedo!

O presidente desliga o telefone e Mark olha preocupado para Jones, concentrada em seu trabalho! Ele morde os lábios, pensando sobre o que será que irá descobrir muito em breve na tal reunião!

Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
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Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Capítulo XLIV
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Capítulo XLVI
Capítulo XLVII
Capítulo XLVIII
Capítulo XLIX
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