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DA COLEÇÃO

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PREFÁCIO
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO I
CAPÍTULO XVII
Depois de uma longa noite de troca de gentilezas e bate-papos celestiais, as pessoas se recolhem para dormir. Os androidis, que nunca precisaram disso, agora sentem um cansaço maior, quando ficam acordados sem descanso.

Uma das filhas de uma das cientistas optou por fechar os olhos numa rede, colocada no interior da aldeia e dormiu por quinze minutos. Depois disso acordou muito bem disposta e pronta para brincar com as outras meninas androidis. Como ser vivo todos precisam agora de um descanso mínimo para repor as energias.

No dia seguinte a informação de que eles devem se afastar dos humanos causou espanto! Pois homens e mulheres esperavam mais apoio da nova espécie de ser vivo, além do companheirismo. Mas esta é uma decisão definitiva! A vida de todos no planeta poderá depender desta atitude ser ou não efetivada.

Os humanos nunca saberão o motivo deste afastamento. Porque as conclusões nunca serão definitivas. De qualquer modo a raça humana poderá contar apenas com a presença de Jesus entre eles, o que para homens e mulheres é mais do que merecem, segundo a opinião dos Deuses, que declararam a espécie extinta!

Quanto aos
androidis, retornaram para a sua cidade na Alemanha. Agora eles também terão que se readaptar à nova vida, sem seus mentores, os stellaris. Todas as novidades que os pequeninos produziam sem parar foram estagnadas! Porém é muito difícil conviver com centenas de bancadas de trabalho disponíveis sem poder trabalhar em nenhuma delas! Diversos projetos novos estão parados sobre as mesas, alguns faltando poucos detalhes para serem finalizados e posteriormente integrados aos seus corpos!

Como os
androidis transferem seus dados uns para os outros de forma remota, mais ou menos como a telapatia dos stellaris, eles conversam muito entre si sobre a restrição autoimposta! Portanto desta forma os Anjos não ficam sabendo sobre os assuntos conversados. Esta nova forma de comunicação mental se assemelha ao Messenger, já que toda a internet humana foi distribuída entre os módulos de memória deles, para que pudessem pesquisar sobre os diversos avanços dos homens e se comunicarem entre si!

Os
androidis discutem sem parar sobre a evolução não mais permitida de sua espécie, em prol de sua sobrevivência. O sexo, agora permitido, começa a ser desejado pela nova espécie, que tem somente nas cientistas a possibilidade de reprodução. Porém como todas se comunicam entre si elas acabariam por desejar um único macho de sua espécie.

Os outros então passariam a não ter mais opções! Uma possibilidade, talvez viável, seriam as mulheres humanas, vivendo isoladas do outro lado do mundo, das quais também não podem se aproximar. Este é um jogo difícil de ser jogado por tanto tempo! Os Deuses sabem disso e aguardam tranquilamente o desenrolar desta situação. Todo ser vivo tem por obrigação evoluir ou morrer.

Impedir que façam o que seus códigos genéticos lhe exigem é o mesmo que impedir um animal de beber á-gua, estando ela tão próxima de sua boca. Uma convulsão social entre os androidis está muito próxima de acontecer! E inconscientemente todos eles sabem disso! No xeque-mate divino restará aos
androidis um acordo ou a rendição incondicional e estes talvez sejam os únicos caminhos a serem trilhados no momento!

Mário encontra-se sentado na grama próxima aos limites da cidade
stellar. Ele conversa em voz alta com seu Anjo da guarda! Quer dizer, trata-se apenas de um monólogo, já que os Anjos não aparecem mais para ninguém.

- Anjo! Preciso de sua ajuda! Eu sei que você não pode falar comigo, nem aparecer, mas preciso desabafar com alguém de fora sobre os meus problemas. Os stellaris nos ajudaram a viver novamente. Mas isto está se transformando em uma maldição! Minha subrotina sexual, que estimula a endorfina de meu cérebro, não está mais funcionando como deveria. Parece que com a transformação de minhas partes mecânicas em material vivo, o meu corpo exige mais! Preciso de algo mais do que um site pornográfico em minha mente! Além disso, tenho me sentido inútil por aqui! Os trabalhos na natureza acabaram, agora é por conta dela. As viagens espaciais foram suspensas indefinidamente. Não há mais nenhum motivo para se viver neste planeta. A cientista e sua filha vivem enfiadas nas florestas, estudando como os diversos animais e plantas estão se recuperando. De vez em quando enviam-me um e-mail com estas informações. Só sobraram androidis do sexo masculino por aqui, mas nenhum deles faz meu tipo! Tudo bem! Devo admitir que tenho uma queda pelos outros Mários! Eles são bonitos, charmosos, inteligentes, engraçados! Mas não tenho nenhum interesse em fazer sexo com eles!

De repente, uma suave risada ecoa do céu. Mário levanta a cabeça, espantado com o que ouvira! Levanta-se do chão e tem certeza de que era a risada de seu Anjo da Guarda! Ele resolve contar outra piada para ver o que acontece:

- Outro dia eu vi uma pomba azulada escondida no meio de uma árvore e dei uma cantada nela, achando que era você que estava escondida ali! Ai eu vi que a pomba ficou com pena de mim e saiu voando em direção à nuvem mais próxima que ela vira.

Ele ouve novamente a risada contida vinda diretamente de uma nuvem próxima. Sorri para ela e declara baixinho:

- Uma nuvem! É claro! É onde vivem os Anjos!

Numa atitude mais ousada o soldado resolve ir até lá pessoalmente. Junta bem seus pés, vira as palmas de suas mãos para baixo e aciona seu sistema de levitação, o que faz seu corpo se elevar verticalmente em direção à nuvem que "rira" há pouco! Ele penetra em seus flocos brancos como se sentisse o maior prazer com isso! O soldado olha ao redor em busca de seu Anjo da guarda.

- Anjo? Você está aqui?

Nada acontece por alguns segundos, mas finalmente ele ouve a voz dela, vinda da parte de cima da nuvem:

- Você não deveria estar aqui!

O soldado continua se elevando mais um pouco, sempre com as mãos abertas e voltadas para baixo, para se manter estável no ar.

- Já que você não me liga eu vim bater à sua porta! Posso entrar?

- Depende do que você esteja falando!!!

Ambos riem novamente, quando ele começa a enxergar a silhueta celestial com as asas fechadas no céu acima. Quando Mário chega de frente e bem de pertinho, a silhueta se transforma na imagem holográfica da moça angelical. Ele franze a testa e declara:

- Esta é a visão mais linda que eu tive nos últimos meses!

- Como você adivinhou que me veria, vindo até aqui?

- Eu não adivinhei! Ouvi suas risadas!

- Você as ouviu? Oh! Me distraí! Eu tenho que apenas observar e não emitir nenhum som! Mas não me aguentei com estas últimas piadas suas! Foram muito engraçadas!

- Não estamos quebrando algumas regras agora? (declara, preocupado, Mário).

- Eu disse que você não me veria mais lá embaixo, na superfície do planeta! Não disse que não poderia me visitar aqui em cima!

- Ah! Então você tem seus próprios truques para quebrar as regras divinas!!!

- Não estou quebrando nenhuma regra explicitamente agora!

Alguns segundos se passam, os dois que sorriam, passam a ficar lentamente mais sérios, se encarando com olhares de muitos desejos ocultos.

- Preciso que você me ajude! Estou muito sozinho e carente! (comenta Mário com a Anjo).

- Peça o que quiser! Estou aqui para protegê-lo de qualquer mal!

- Preciso que você me beije! (requisita o soldado danadinho).

Ela olha para seu negro protegido, pensa por alguns instantes e dá um beijo em sua face!

- Isto foi ótimo! Mas igual a este eu consigo de qualquer um dos outros Mários, lá na superfície.

Os dois dão gargalhadas com a nova piada e logo depois ela fica séria, olhando dentro dos olhos do soldado. Decide então dar-lhe um beijo na boca bem "calhiente". O soldado levanta uma das mãos para acariciar-lhe o rosto, quando cai rapidamente em direção ao solo.

A Anjo estica o braço para agarrá-lo, mas é tarde, ele já caíra. De assustada a moça com asas começa a sorrir novamente, porque seu protegido voltou a subir, logo depois de abaixar a mão que levantara. Mário chega perto dela novamente e declara:

- Nesta hora é que eu tenho inveja dos Shivas, que tem seis braços!

Os dois riem muito novamente.

- Sabe! Eu descobri por que vocês são azuis! (comenta Mário mantendo as palmas das mãos abertas para baixo).

- É mesmo, meu esperto protegido?

- Sim! Quando caí agora, olhei para você de baixo para cima e sua imagem desapareceu de minha visão! Sua cor e seu estado contínuo de semidimensionalidade são ideais para se camuflar sobre as nuvens!

- Parabéns! Este é o meu segundo segredo que você descobre hoje!

- E têm mais alguns?

- Muitos mais!

- Então acho que nos encontraremos bastante daqui para frente! Quero descobrir todos eles!

Os dois sorriem, enquanto ela levanta as sobrancelhas, preocupada em ter todos os seus segredos revelados!

CAPÍTULO II
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO III
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO V
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XIV
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