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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XIV - VERÔNICA
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
Eliseu e Elisabeth caminham lentamente pela mata, que vai ficando cada vez mais fechada, quando a moça reclama:

- Existe muita informação visual aqui, Eliseu. Estou começando a ficar confusa com tantas folhas, galhos e árvores de todo o tamanho! O sistema eletrônico está ficando lento, porque não consegue redesenhar todo o ambiente enquanto caminhamos.

- Temos que encontrá-la logo! As horas estão passando rapidamente.
- Como sabe onde ela está. E por que uma fada amiga sua estaria aqui nesta mata?

- Não sei se conseguirei lhe explicar tudo adequadamente. As fadas pertencem ao mundo espiritual. Elas vivem na floresta. Mas no plano em que vivem é como se todas as matas do planeta estivessem num mesmo lugar. Do nosso ponto de vista é como se existisse uma fada exatamente igual em cada mata do planeta.

- E como ela se apresentará a você, já que me disse que se afastaram dos anjos.

- As fadas nos visitavam no Firmamento! Elas trocavam as experiências terrenas conosco! Não precisávamos vir sempre para cá. Agora não as vemos por muito tempo! Existe uma forma de atrair uma fada para falar com elas.

- É mesmo? E como isso funciona?
- Preciso encontrar uma clareira isolada nesta mata, como... aquela ali. Veja!

Os dois caminham e chegam até o local. Eliseu se posiciona no ponto mais iluminado, perto do centro. Ele fecha os olhos, baixa um pouco sua cabeça, abre as suas asas, saca a espada brilhante e a enfia no solo úmido, cheio de folhas mortas. Elisabeth se cura novamente de sua cegueira e consegue ver todo o local ao redor. Ali à frente a imagem de seu anjo da guarda envolvido pela luz da espada e de alguns raios de sol. Uma suave névoa úmida, iluminada pela luz do dia, circunda aquele ser celestial. A tranquilidade do lugar é envolvente. O frágil silêncio é quebrado pelo impacto de algumas folhas que caem ao solo. O canto de pássaros e cigarras valorizam o momento.

Eliseu fica imóvel ali, como uma estátua perfeita com asas brancas cujas penas mais externas se movimentam ao sabor da brisa que permeia as árvores. Em poucos minutos um som diferente de asas domina o ambiente. Elisabeth vira lentamente a cabeça de um lado para o outro, à procura da fonte sonora, que não se vê. Mas um sussurro de voz feminina, suave e jovem se espalha por todos os lugares. Não é possível descobrir de onde vem. Parece estar no interior da cabeça de Elisabeth. Ela se espanta com isso e continua numa procura visual em busca da origem:

-
O que faz aqui, Eliseu? Não estamos dispostas a conversar com os anjos.

Sem abrir os olhos, sem se mexer e ainda com a cabeça ligeiramente abaixada, o anjo responde:

- Olá, fada-rainha, como tem passado? Fui obrigado a quebrar nosso trato, mas é por um motivo muito importante: Lúcifer...
-
Não me fale dele! (interrompe a voz). Sabe que este anjo foi o responsável por tudo o que está acontecendo na humanidade e no Firmamento!
- Sim! Eu sei! Mas ele agora deseja ter o poder da Curandeira e você sabe o que isso significa!
-
Não detectamos o nascimento da Curandeira. Estamos atentas a isso!
- Vocês se enganaram! Ela existe e está aqui ao meu lado!

Um silêncio de alguns segundos acontece e logo depois um pequeno ser alado, de pouco mais de um palmo, se materializa diante de Elisabeth, que arregala os olhos e sorri, feliz com uma visão tão inesperada.

- Ahhh! Olá, Fada-Rainha, eu sou Elisabeth. Qual é o seu nome, majestade?
-
Não sou majestade! Sou apenas responsável pela organização das atividades das outras fadas. Meu nome é Verônica!
- Estou falando com uma fada...! Parece um sonho... ou uma história fantástica...! É incrível!
-
Por que acha que é a Curandeira?
- Não sei se sou. Mas consigo curar as doenças das pessoas e até trazê-las da morte.
-
Da morte?! Como é possível que nunca tenhamos detectado o seu nascimento. Conhecemos todas as pessoas que nascem com dons! Por que não detectamos o seu?
- Não sei! Talvez seja pelo fato de que meu dom só tenha surgido pouco antes de minha adolescência. Mas meus pais encobriram isso para eu poder viver uma vida comum. Depois que eles morreram queria salvá-los, mas não pude.
-
Por quê?

- Eles estavam numa viagem e morreram com a queda do avião no meio do mar. Nunca ninguém encontrou seus corpos. Não pude ajudá-los a voltar à vida. Então percebi que deveria ajudar as pessoas. Fui a lar de idosos, creches, ajudei todos que pude. Meus tios me levavam a estes lugares. Depois disso Eliseu veio até mim.

-
Seu poder despertou a cobiça de algum demônio que estava por perto, quando curava alguém. Ele deve ter avisado Lúcifer. Mas eu não sei se é realmente a Curandeira.

- Lúcifer tem certeza disso (declara o anjo ainda na mesma posição). E não está medindo esforços para capturar Elisabeth. Seus demônios vêm matando pessoas, destruindo casas, carros e tudo o que encontram. Estão quebrando o pacto. Eles têm certeza de que vencerão.

-
Levante-se, Eliseu! (pede a fada Verônica). Se isso tudo está acontecendo... Deus precisa intervir!
- Ele nem sequer deu um sinal de que irá fazer alguma coisa para ajudar. De qualquer forma não podemos ficar esperando. Precisamos agir e contra-atacar. Estou reunindo vampiros, bruxas e fadas para derrotarmos Lúcifer!
-
Derrotá-lo?! Não acho que isso seja possível! Ele tem poderes que vão além de nossas forças conjuntas.
- Eu sei! Mas não temos opções! Teremos que lutar ou morrer tentando!
-
Concordo, Eliseu! Já tem algum plano de ataque?

- Não poderemos atacá-lo diretamente! Teremos que montar uma armadilha! Serão milhares de demônios entre nós e Lúcifer! Como sou um anjo serei eu a confrontá-lo! Então não poderei ser o protetor de Elisabeth, que terá que ficar fora da vista dos inimigos, mas precisará estar em meio à batalha para ressuscitar os nossos aliados que por ventura sejam vencidos. Preciso confiá-la a vocês, fadas!

- Entendo! Posso acionar todas as fadas! Mas nosso poder é limitado para uma guerra. Não é para isso que existimos.
- Eu sei! Não seremos suficientes e o tempo está cada vez mais curto.
-
E quanto aos outros anjos?
- Não posso acioná-los! Sabe da importância das atividades dos anjos! Somos poucos e se nos concentrarmos em atacar Lúcifer, deixaremos a humanidade exposta a outros perigos.
- Fada Verônica? Como poderá me proteger em meio a uma batalha?
-
Vou conversar com as outras fadas e veremos o que poderemos fazer por você!
- Obrigado fada-rainha! (declara Eliseu). Obrigado por me ouvir e por nos ajudar!

-
Mesmo que ela não seja a Curandeira, Lúcifer está ultrapassando todos os limites do combinado. Ele precisa ser detido e eliminado! Fiquem num lugar escondido esta noite. Como vivemos no mundo espiritual, poderemos ficar de olho em vocês! Quando tivermos um bom plano entraremos em contato, onde quer que estejam.

- Obrigada! Fiquei muito feliz em saber que as fadas existem! (comenta Elisabeth, sorrindo para a Verônica, que a cumprimenta de volta com a cabeça e logo depois desaparece em pleno ar).

Eliseu guarda a sua espada e se prepara para sair da mata. Elisabeth perde novamente a visão e volta a se localizar através do equipamento que ela carrega.

- Vamos, Elisabeth. Precisamos encontrar aquele vampiro e irmos logo para o novo esconderijo deles.
- Eliseu! Não confio nele!
- Eu também não! E tenho certeza de que ele desconfia de nós! Mas não há escolha neste momento. Se as forças contrárias a Lúcifer não se unirem... todos perderemos.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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Henri Versiani
como Eliseu

Majorie Gerardi
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