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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

A ginoide Sereia faz nova ligação telefônica ao barco invisível que está próximo à praia de Botafogo.

-
Tive uma ideia para criar uma linha de defesa global!
- É mesmo? E qual é a sua sugestão?
(indaga o barco invisível).
- Precisamos interligar todos os cibernéticos com supercomputadores e inteligência artificial autônoma para criar uma estrutura paralela de proteção deste planeta contra um possível domínio alienígena! (declara Sereia).
Seríamos como guerrilheiros contra um exército invasor. Desta forma cada unidade autônoma informaria todas as outras sobre as atividades dos aliens em terra no caso deles se espalhassem pelo planeta. Encontrei um modem de conexão de emergência disponível em meu supercomputador. Fiz alguns testes, contatei alguns cibernéticos e descobri que podemos nos comunicar de forma exclusiva num canal independente apenas para androides e ginoides!

-
Eu também tenho um modem deste tipo! E concordo com as suas sugestões sobre um plano de defesa paralelo! (responde o barco invisível). Mas você acha que está preparada para um confronto? Foi programada para a luta também?

-
Acho que os cientistas da marinha brasileira, que nos criaram, imaginaram que poderíamos servir como uma força de controle da humanidade se uma nova guerra entre nações acontecesse. Já estamos no controle do poder jurídico e parlamentar. Um conflito armado nunca mais aconteceria se dependesse dos cibernéticos. Mas no caso de um golpe ou uma declaração formal de guerra contra algum país da Supercomunidade, estaríamos preparados para impedir que o conflito se alastrasse! Notei que cada cibernético tem uma capacidade natural que estamos sempre desenvolvendo e ampliando ao longo dos anos. Estas habilidades já superam em muito a capacidade humana em diversas áreas. Já somos uma enorme força de combate! Acho que estamos todos prontos para o caso destes alienígenas tentarem invadir este planeta!

- Sim! Você tem razão! Com as nossas capacidades reunidas poderemos infligir grandes danos aos inimigos espaciais! Mas separados uns dos outros não sei se poderemos implantar um plano de ataque ou de defesa estratégica!

- Concordo! Por isso estou sugerindo que os cibernéticos que estiverem fisicamente mais próximos uns dos outros se agrupem em sigilo para que possamos lutar contra os invasores.

- Ok! Mas eu tenho um problema adicional!
(responde a inteligência artificial do Barco Invisível). Atualmente sou um equipamento desertor, porque deveria estar estacionada em alguma marina militar brasileira!

- Estamos quase entrando em guerra! Duvido que as autoridades exijam a sua prisão num momento como este!

- Eu também acho que esta é uma situação inusitada. E neste momento estou no meio de uma missão muito importante para o futuro! Como farei para o encontrar?

- Humm! Ainda estou trabalhando oficialmente com o navio oceanográfico de pesquisas marinhas. Minha programação militar está evoluindo, mas só poderei entrar em operação de guerra no caso de uma real ameaça de invasão!


-
Entendo! Eu tive uma ideia! Informe-me a sua posição atual pelo modem de comunicação interno. Emite o comunicado a cada dez minutos. Vou encontrá-la quando for possível!

- Está bem! Boa missão para você!
(deseja Sereia).
-
Obrigada! Veremo-nos assim que possível!

Pelas ruas de Botafogo o nosso veículo terrestre continua fugindo do delegado cibernético em seu carro policial. Além de mim, Fernando, estão comigo Sabino, Everardo, nos bancos da frente, Severo ao meu lado e os clones do general Figueiredo e do ex-presidente da República, César, nos bancos de trás!

-
Vamos, Sabino! Acelere mais isso! (grita o clone do presidente da república, César, lá de trás).
-
Não dá! A velocidade já está no máximo! (responde Sabino ao volante).
-
Assim não conseguiremos fugir e seremos presos! (relembra o clone do general Figueiredo).
-
O que podemos jogar na pista para atrapalhar a chegada do veículo da polícia? (indago eu, Fernando).
-
Fernando! Isso não é uma fuga de cinema! (declara Severo ao meu lado). Não temos caixotes de coisas para jogar pela janela!

Eu olho para o chão do veículo, depois para trás! Procuro algo que possa nos auxiliar! Nada vejo disponível que servisse para aumentar as nossas chances de escapar! Atrás de nós o delegado vem se aproximando rapidamente. Ao longe Sérgio, o cibernético da marinha, também se aproxima. O trânsito das ruas próximas praticamente parou, deixando a faixa da esquerda livre para esta louca perseguição! Então eu, Fernando, tive uma nova ideia!

-
Everardo! Este carro tem uma caixa de ferramentas atrás dos últimos bancos, não tem?
- Sim! Deve ter, por quê? Vai consertar alguma coisa agora?
- Não! Estou pensando em jogar tudo pela janela para acertar o carro do delegado!
- E o que espera conseguir com isso? Ele não é humano! Mesmo que um alicate atravesse o vidro da frente e acerte a cara dele... nada se alterará... continuaremos sendo perseguidos!
(informa Everardo).
-
Droga! Precisamos fazer alguma coisa! (digo eu, já nervoso).

Em órbita da Terra mais um satélite invisível alienígena está acompanhando com curiosidade a perseguição e a fuga da equipe militar brasileira! Em zoom o equipamento extraterrestre observa a aproximação do delegado de polícia ao veículo civil de fuga para chegar até a praia onde está o barco invisível! Lá embaixo Sérgio se aproxima do veículo à frente e lhe acerta a traseira, tentando desestabilizar o carro do cibernético da lei!

O androide militar tenta entrar pela lateral de seu oponente, mas não há espaço suficiente. A fila de carros ao lado impede tal manobra. Sérgio, ainda invisível ao volante, procura ao menos atrapalhar o carro da frente, batendo-lhe com força na traseira. Isso força o inimigo a reduzir a velocidade para que não seja jogado contra os postes da calçada ou contra os veículos das ruas. Numa inesperada atitude o delegado cibernético aciona um botão no painel frontal, o que faz com que uma arma se erga da traseira do carro e comece a atirar continuamente contra a frente do veículo de Sérgio!

Crivado de balas, os pneus dianteiros de seu veículo também são atingidos. Ele precisa fazer um grande esforço para manter estável o carro policial que dirige. Mas agora Sérgio não consegue mais manter a velocidade para continuar a perseguição, reduzindo a velocidade e ficando rapidamente para trás. O androide militar saca uma arma de seu paletó e coloca a mão esquerda para fora atirando sem parar contra os pneus do veículo da polícia à frente.

-
Mas que droga! O veículo dele é todo à prova de balas! (declara Sérgio em voz alta). Não tenho mais como ajudar o nosso pessoal! (pensa ele quando seu carro para).

Sérgio olha para o lado e vê um motoqueiro lá do lado direito da via que está subindo em sua moto e colocando as chaves no contato para ligá-la! O cibernético tem uma ideia nova. Mais à frente o veículo do delegado de polícia começa a se aproximar novamente de nosso veículo de fuga!

-
Pessoal! Não temos mais o apoio de Sérgio! O carro dele foi abatido! (declara-nos o clone do ex-presidente César).
-
Estamos chegando perto da praia! (informa-nos Sabino). Talvez o barco invisível possa nos dar uma mãozinha!

Encontramos uma marina e Sabino sobe em velocidade por cima da calçada e descemos uma rampa feita especialmente para levar barcos para a água. Entramos com o carro de frente diretamente nas ondas da rebentação do mar de Botafogo. Metade de nosso carro está dentro d´água agora. Vindo do céu, um raio laser acerta a frente do veículo do delegado cibernético, desestabilizando-o. O carro roda na pista e depois sobe a calçada em velocidade! Os pedestres correm para não serem atingidos! O veículo termina a rotação batendo contra a parede de um estabelecimento comercial ali ao lado! No mar o barco invisível recebe uma nova ligação:

-
Olá, barco invisível! (declara a voz do alienígena Soan B).
-
Você novamente? Desista! Jamais me controlará! (responde a voz feminina e suave do barco invisível).
-
Não quero mais te controlar! Acho que o mais seguro agora é te destruir! (ameaça Soan B). O que, por acaso, acontecerá muito em breve!

A inteligência artificial do barco brasileiro percebe que está sendo monitorada do espaço pelo satélite alienígena e assim que a equipe militar brasileira entrar na embarcação, sua posição será detectada pelo inimigo espacial. De dentro do veículo de fuga Sabino faz uma sugestão:

- Vamos colocar nossos capacetes e acionar a invisibilidade, senhores!

Todos nós atendemos à sugestão do militar. A seguir abrimos as portas e descemos rapidamente do carro. Uma multidão de pessoas começa a se aproximar de nós para saber o que foi que aconteceu ali. Nos afastamos um pouco do local onde paramos com o veículo e caminhamos para as areias brancas da praia.

-
Ei! Onde você está? (grita Everardo à procura do barco invisível). Nos dê um sinal para chegarmos até você! Nossos telefones mentais não estão funcionais! Precisamos de um sinal visual.

Eu, Fernando, e meus colegas estamos olhando tudo ao redor em busca do sinal de nossa embarcação invisível, que não aparece! Ao longe vejo o delegado cibernético caminhando a pé em nossa direção! Um androide policial armado e perigoso e que agora me fez lembrar o antigo filme do "Exterminador do Futuro"! E este também quer nos pegar!

- Pessoal! Nosso tempo está se acabando! Temos que sair daqui! (declaro eu, Fernando, aos outros).
-
Computador! Onde está você? (grita novamente Everardo em busca do barco invisível).
- Vamos nos afastar do veículo (sugere Sabino). O delegado não poderá nos encontrar aqui. Vamos usar apenas o sistema de comunicação interno entre trajes.

Começamos a nos afastar do local caminhando pela areia. Mas eu noto algo ruim no que estamos fazendo:

- Pessoal! Nossos passos estão deixando marcas de botas na areia. Seremos facilmente localizados!
- Tem razão, Fernando! (concorda Severo). Vamos voltar para dentro d´água. As ondas encobrirão nossos passos!

Rapidamente nos dirigimos para o mar, enquanto uma grande aglomeração de pessoas se aproxima de nosso veículo que está estacionado perto da rebentação. O barco invisível está com um dilema sério neste momento! Se tentar nos ajudar, se transformará num alvo fácil para o satélite alien que está visualizando toda a região à procura de um pequeno sinal que detecte a presença da embarcação brasileira.

Se o barco invisível não nos ajudar a escapar, a missão de resgate falhará! Impotente a inteligência artificial aguarda mais alguns segundos, enquanto procura desenvolver um plano alternativo para a sinuca em que se encontra. Nos Estados Unidos a NASA recebe a informação vinda de um dos cibernéticos espaciais terrestres, o SkyFly 1, que está vasculhando a órbita terrestre:

-
Detectei um disparo de um satélite oculto em órbita. É o nosso inimigo! Precisamos destruí-lo, mas não consigo localizar o ponto exato de onde partiu o disparo! Continuarei monitorando!

- SkyFlys destruam logo este objeto! (ordena o líder da CIA na NASA). Quanto mais destes será que existem invisíveis em órbita da Terra...? Pessoal...! Quero saber o que o disparo laser atingiu! Quero isso agora!

-
Senhor! Descobri algo inesperado! (declara o SkyFly 2).
- O que foi?

-
Percebi que houve um pico bem grande de energia antes do disparo anterior. Parece que o satélite alien necessita de uma grande sobrecarga antes de atirar! Acho que posso detectar a posição exata deste pico pouco antes do próximo disparo.

- Muito bem, pessoal! Fiquem todos em alerta! A qualquer momento um novo sinal pode ser dado pelo nosso inimigo e teremos que destruí-lo rapidamente.

- Senhor! Já encontrei o alvo do disparo alien! (declara um dos operadores de computadores). Foi no Rio de Janeiro na praia de Botafogo. Nosso satélite militar está mostrando as imagens do local do disparo agora em nossa tela!

Todos olham para a parede onde a imagem do satélite está sendo projetada. Eles observam o veículo policial parcialmente destruído, batido contra a parede de uma loja.

- Por que um satélite extraterrestre atiraria num carro da polícia brasileira? (indaga o chefe da CIA). Com tantos alvos militares pelo mundo, por que ele denunciaria sua posição para nós no espaço, correndo o risco de ser destruído, em troca de uma ação tão inútil? Nada disso está fazendo sentido para mim!

Na praia de Botafogo o barco invisível envia um sinal de áudio aos trajes invisíveis de nossa equipe:

-
Olá, pessoal! (cumprimenta a voz feminina do barco invisível).
- Computador! Onde está você? (indaga Sabino). Por que não nos dá um sinal de sua localização?
-
Estou com um problema muito complicado de se resolver! Ainda não encontrei uma solução para isso!
- Informe-nos onde está e ajudaremos você com isso assim que formos a bordo! (responde Everardo).
-
Não posso denunciar a minha posição! Estou sendo vigiada do espaço por um satélite extraterrestre!
- O quê? Que história é essa? (indaga Everardo). Faça um autodiagnóstico! Existe alguma falha em seus sistemas!
-
Não há falhas! Isto está acontecendo de verdade!

- Computador! Preste atenção! Lembra-se do vírus que a estava invadindo? Sua conclusão sobre o satélite alienígena deve estar ligada à invasão deste vírus! Não existem satélites alienígenas ao redor da Terra! Informe-me a sua posição que eu resolverei este problema!

-
Não posso, Sabino! Não estou delirando! Tenho que me proteger e a vocês também! Por algum motivo os aliens querem me destruir! Talvez a invisibilidade seja a arma que mudará o equilíbrio de uma potencial luta pela conquista futura deste planeta!

- Computador! Dê-nos o sinal de sua localização! Isso é uma prioridade agora! Precisamos sair desta praia e depois resolveremos isso!

Na praia o delegado cibernético caminha em busca de evidências para tentar localizar o grupo de fugitivos invisíveis. Ele está seguindo a direção das pegadas das botas invisíveis de nossa equipe deixadas na areia. Como ninguém neste lugar usa sequer sapatos, que diria o uso de botas? Portanto, aquelas pegadas deixaram claro ao menos a direção em que o nosso grupo seguiu. O androide caminha pela rebentação à procura de mais evidências! Um banhista aborda de longe o delegado cibernético:

- Está curtindo uma prainha hoje, delegado?

O cibernético nem sequer olha na direção do sujeito engraçadinho! Ele continua à procura de algo que denuncie onde se encontram os fugitivos.

- O delegado está vindo em nossa direção! (declaro eu, Fernando, ao grupo de militares).
- Computador! Dê-nos imediatamente um sinal! É uma ordem! (declara o general Severo).

Ao longe surge ali, próximo da rebentação, uma mulher que se ergue em meio às ondas. Ela sorri e das águas um par de asas se erguem para fora da superfície. Rapidamente elas começam a bater forte e a mulher alça voo lentamente.

- Olhem! Ali! O barco invisível está ali! Vamos para lá! (avisa Sabino via rádio e começa a caminhar mais para dentro d´água, seguido pelos outros).

A tal mulher se ergue acima das águas e sai voando rapidamente para longe! Diversos banhistas também veem o que está acontecendo e muitos apontam na direção do estranho acontecimento. Porém, o delegado cibernético também vê aquela estranha criatura marinha, meio mulher, meio sereia, meio anjo, alçar voo e desaparecer em pleno ar.

-
Humm...! O que é aquilo...? O barco invisível...! Só pode ser...! Aquilo é apenas uma projeção...! (imagina o delegado androide).

Agora o robô da lei vê as ondas atingido objetos invisíveis dentro d´água. Como se ali existissem pessoas... invisíveis..., que caminham na direção da imagem que ele vira há pouco.

- Bingo! Peguei vocês! (declara o delegado, imaginando que ali estavam seus fugitivos invisíveis na tentativa de escaparem para o mar).

Do espaço o satélite alien percebe que algo está estranho. Ele também viu parcialmente as imagens da sereia que saiu voando sobre uma superfície lisa e declara a si mesmo:

-
Achei você, barco invisível!

O pico de energia do satélite alien acontece novamente e, com uma arma laser nas mãos, o SkyFly 1 aponta na direção de referência e atinge em cheio o inimigo espacial, que explode e se desfaz em centenas de pedaços!

-
O satélite inimigo foi destruído, senhor! (declara o SkyFly ao chefe da CIA na NASA).

De volta à praia de Botafogo o delegado cibernético aciona seu sistema de armas mortais que saem ambas da parte de cima de seus ombros. As duas pistolas, uma em cada ombro, giram lentamente e fazem mira na direção do grupo de militares que caminham em meio às ondas rasas.

Inesperadamente uma moto salta da rua à beira mar para cima das areias brancas, jogando-as para todos os lados, enquanto desliza sobre elas! Parece que não há ninguém pilotando-a neste momento! Da moto um tiro é disparado e atinge de forma certeira a arma sobre o ombro direito do delegado, destruindo-a.

O robô da lei vira-se rapidamente de frente para a moto, que vem em sua direção, para acertá-la com a pistola que lhe restou sobre o ombro esquerdo. Mas um novo disparo, vindo de lá, atinge esta também, deixando o delegado desarmado! A moto se aproxima dele e a imagem de um fantasma assustador se materializa, saltando em sua direção. Os dois caem ao chão, juntamente com a moto, agora sem piloto! Eu, Fernando, olho para trás, porque ouvi os dois tiros disparados e vejo o delegado se engalfinhando com alguém invisível, enquanto rolam pelas areias.

-
É o Sérgio! Ele voltou para nos ajudar! (declaro eu aos outros da equipe).
-
Vamos embora, Fernando! (grita Everardo).
-
E Sérgio? Vamos deixá-lo ali? (indago eu).
-
Ele sabe se virar sozinho! (declara Sabino). Vamos embora!

A porta de entrada do barco invisível começa a penetrar lentamente para o interior da embarcação e corre lateralmente a seguir para trás da estrutura lateral. Diversos retângulos, abaixo desta porta, se rotacionam para fora e se transformam em degraus de acesso! Todos nós corremos invisíveis para o interior da embarcação, sob os olhos de dezenas de banhistas que acompanham a estranha cena acontecendo! Muitos outros cariocas também estão impressionados com a luta entre o delegado cibernético e um fantasma invisível.

Eu e a equipe militar entramos no barco e logo depois os retângulos sob a porta se rotacionam novamente para voltarem à posição normal, tornando-se invisíveis outra vez! A porta se desliza lateralmente do interior da embarcação e avança uns poucos centímetros, fechando a abertura de acesso. Embasbacados, os banhistas não entendem o que aconteceu. Então um deles faz as suas deduções e grita para todos:

- São os aliens! Eles são invisíveis e estão nos atacando!

Uma gritaria generalizada afeta os cariocas que estavam apenas observando. As pessoas acreditam agora que já estamos sendo invadidos por uma raça invasora extraterrestre! Uma correria desenfreada e sem direção se espalha por toda a praia. A histeria coletiva se espalhou por todos e até entre os que não presenciaram a cena também acreditam agora na invasão extraterrestre.

Enquanto isso Sérgio, invisível, e o delegado cibernético trocam socos violentos, como num boxe entre androides pesos-pesados. O delegado é agarrado e arremessado longe, caindo sobre as areias brancas. Ele se levanta novamente e percebe que não há mais ninguém ali para lutar. O fantasma desaparecera dali. O delegado percebe que sua caça terminara. Os fugitivos fugiram e seu forte oponente se desinteressou do confronto. Então o robô da lei faz uma ligação telefônica:

-
Sou o delegado regional de Botafogo, no Rio de Janeiro. Estou acionando a marinha para deter a fuga do barco invisível. Ele está servindo de escolta para garantir que prisioneiros da justiça possam escapar.

-
Senhor delegado! Sinto muito! Não poderemos ajudá-lo! (responde a voz do outro lado da linha). A presidente acaba de assinar o estado de guerra. As operações militares têm prioridade neste momento e não poderemos impedir o barco invisível. As ações policiais agora estão limitadas neste momento a manter a ordem nas ruas. O exército assumirá o restante das funções policiais.

O delegado olha ao redor e vê uma multidão em desespero correndo para todos os lados e gritando muito, enquanto fogem dali. Os carros nas ruas brecam forte para não atropelarem os pedestres que atravessam sem olhar carregando os pertences que conseguiram pegar durante a fuga. A praia vai ficando vazia, mas o caos se instalou de forma generalizada pelas ruas próximas.

- Mas que droga! (declara o delegado ao ver o tamanho do problema que foi criado ali e que caberá somente a ele manter a ordem pública).

Agora o cibernético da lei recebe uma nova ligação telefônica:

-
Delegado! Aqui quem fala é a presidente da república!
- Pois não, senhora presidente! Em que lhe posso ser útil?
- Preciso de um favor urgente! De algo que apenas um cibernético da lei tem acesso!
- É mesmo? E o que seria?
- Preciso que descumpra uma lei!


Ao ouvir isso o delegado cibernético estranha tal pedido e suas sobrancelhas artificiais se abaixam, preocupado com o pedido presidencial. No interior da embarcação militar invisível, que se afasta lentamente da beira-mar para o interior da Baía de Guanabara, Sabino e os outros já desligaram o sistema de invisibilidade e estão retirando seus trajes especiais.

- Computador! Quero ver o resultado de seu diagnóstico! (ordena Sabino à inteligência artificial do barco invisível). Deve haver algo errado com a sua programação. Vou encontrar e destruir este vírus que se infiltrou aí.

-
Sabino! Espere! Vou atualizá-lo com as novas informações.
- Não perca seu tempo! Eu não acreditei na história do Sérgio sobre os aliens como um motivo para nos tirar da cadeia. E nem na sua sobre um satélite extraterrestre querendo te destruir. Não há mais a necessidade de mentir para mim! Já estamos fora da cadeia! Conte-me a verdade!

-
Tudo o que eu lhe disse é verdade, Sabino! O mundo inteiro está se preparando para a guerra! Um dos aliens já até se comunicou comigo! Ele tentava me controlar. Como não conseguiu nada, agora quer me destruir! Tenho informações que comprovam o que estou dizendo!

- Sabino! Temos uma coisa importante a fazer agora! (declara Everardo). Temos que retirar de nossas cabeças estas tiaras que impedem que utilizemos nossos telefones mentais!

- Isso não será nada fácil! (comenta Sabino). Você sabe que, se tentarmos fazer isso, receberemos uma forte descarga elétrica que nos fará desmaiar. Numa segunda tentativa poderemos ser mortos com outra carga ainda maior.

- Mas isso aqui pode denunciar à polícia onde estamos agora, pondo em risco a missão desta embarcação. Temos que retirar esta coisa de nossas cabeças!

-
Estou com a presidente do Brasil na linha. Ela quer nos falar! (declara a voz feminina do computador do barco invisível liberando a voz de nossa chefe-de-estado).

-
Olá, senhores! Acabo de saber, pelo cibernético Sérgio, que vocês conseguiram escapar da prisão!
- Nem todos nós, senhora presidente! O clone do tenente Pedro foi morto durante a fuga! (declara Severo).

-
Ok! Dos males, o menor, general! Pelo menos foi só o clone! (declara a presidente de forma fria, porque os clones não são considerados humanos na sociedade atual). Quero parabenizá-los por esta pequena conquista de hoje. Mas agora a verdadeira missão de vocês irá se iniciar! Temos um potencial conflito em andamento com uma espécie alienígena. Eles estão se aproximando da Terra e não sabemos quais são suas intenções. Pelo pouco que pudemos avaliar eles não devem ser amigáveis! Acionei as forças armadas para traçarem um plano de defesa se preciso for. No momento oportuno o ministro militar acionará a sua equipe para a batalha. Fiquem preparados!

- Senhora presidente! Já tentaram se comunicar com eles? (indaga o general Severo).

-
General! Não temos acesso direto a estes seres. Até onde sei, eles somente se comunicaram na Terra com o barco invisível! Talvez esta seja, enfim, uma arma muito especial contra estes aliens! Por isso preciso que vocês fiquem atentos! Não conhecemos o potencial de guerra de nosso inimigo! E nem sabemos o que eles realmente desejam!

- Estaremos preparados, senhora! (afirma Severo).
-
Muito bem! Mais um detalhe! Consegui com o delegado cibernético de Botafogo os códigos para que Sabino, Everardo, você, Severo, e Fernando possam se livrar das tiaras da lei. Estou enviando ao supercomputador a bordo os códigos que permitirão que vocês retirem suas tiaras sem nenhum problema.

-
Já recebi os códigos e estou retransmitindo-os para as tiaras! (informa a voz feminina do supercomputador do barco invisível).

Agora um pequeno led vermelho, que ficava aceso nas tiaras de cada um, se apagam!

-
Podem retirar já estes dispositivos! (requisita o supercomputador).

Lentamente Sabino retira o seu da cabeça e nada de mal lhe acontece. Os outros, incluindo a mim, Fernando, faço o mesmo! Estamos livres novamente e oficialmente.

- Puxa! Como a senhora conseguiu isso? (indaga Everardo).
- Assumi o controle total desta nação ao declarar estado de guerra! A polícia e a justiça têm menos poderes neste momento e pude assim mudar o status da atual situação civil e criminal de todos vocês, incluindo a do barco invisível, que não será considerado um desertor da marinha, por estar navegando em águas nacionais ou internacionais. Vocês estão livres agora!

- Ahhhh! Muito obrigado, senhora presidente! (declara Severo).
-
Não me agradeça ainda, general! Se os visitantes de outro planeta estiverem bem preparados para a guerra e forem superiores a nós tecnologicamente... terão preferido a punição cibernética do que o destino que virá!

- Somos militares, senhora presidente! Morrer em batalha faz parte de nossa profissão! (declara Severo).

-
Estejam prontos senhores! Pode ser possível que vocês sejam a última esperança de salvação da humanidade contra os aliens! Conto com vocês.

- Obrigado, senhora presidente! Será uma honra poder lutar mais uma vez em nome do Brasil!
-
Não se engane, general! Não subestime este novo inimigo! Ele pode ter o potencial de destruir a humanidade e talvez até este planeta! Boa sorte a todos nós! Até breve!

- Até breve, senhora! (responde Severo).
- Presidente! Como eu e o general Figueiredo poderemos ajudar nesta batalha? (indaga o clone do ex-presidente da república César).
-
Não podem, senhores! Não há tempo hábil para vocês! Boa sorte a todos! (declara a presidente).
- Tempo hábil?!?! O que ela quis dizer com isso afinal? (indaga Figueiredo).

Todos se entreolham porque ninguém tem a coragem de dizer que os clones não vivem por muito tempo! Neste impasse a voz feminina do supercomputador interrompe a conversa e faz uma declaração:

-
Sabino e Everardo! A ginoide Sereia encontrou há pouco tempo uma pequena nave alien enterrada no fundo do mar! Ela e sua equipe de pesquisas marinhas descobriram uma potencial fraqueza das naves extraterrestres.

- Sério? E qual seria ela? (questiona Everardo).
-
Microondas! Isso afeta a matéria de que é feita a estrutura externa da nave, causando uma ruptura temporária no local onde é atingida! Precisamos instalar uma arma deste tipo entre as já existentes em meu arsenal.

- É! Mas estamos com um problema, senhores! (declara Severo).

Todos olham para o general, aguardando que ele diga o que é!

- Nossa missão a partir de agora é de silêncio total e invisibilidade absoluta no mar. Não poderemos ser vistos perto de nenhum contato ou equipamento militar! Não temos como adquirir uma arma dessas agora. Poderíamos ser destruídos se o inimigo estiver em órbita nos observando.

-
Acho que tenho uma solução para este problema, general! (declara a inteligência artificial). Não podemos chegar perto de recursos militares, mas podemos receber materiais de embarcações civis!

- Desde que esta embarcação não tenha tido nenhum outro contato anterior com embarcações militares... tudo bem! (declara Severo).

-
Não há problema nisso, general! Vou conseguir uma arma de microondas sem que necessitemos falar com nossa equipe em terra! Vamos para o alto mar para encontrar a ginoide Sereia! Ela resolverá isto para nós.

- E onde está a Sereia?!?! (indaga Severo).
-
Perto da Ilha de Trindade! (responde a inteligência artificial do barco invisível).

Nos Estados Unidos, na NASA, a equipe, pesquisando, encontra algo interessante:

- Senhor! Descobrimos que cada um dos satélites aliens que conseguimos destruir estava em órbita estática sobre um continente específico. O primeiro que derrubamos observava os Estados Unidos. Outro estava sobre a Europa e o último sobre a América do Sul!

- Muito bem! Pessoal! Vamos procurar estes satélites em órbita sobre outras regiões de grandes massas de terra! SkyFly 1 e SkyFly 2 desloquem-se para as órbitas sobre a Ásia/Rússia e Austrália! Temos que destruir estes objetos! É hora de acionar as armas secretas disponíveis em nossos satélites militares por todo o globo e cobrir a África! Quero maior proteção bélica também ao telescópio Gleiser 2 e ao antigo Hubble. Acelerado pessoal!

Rapidamente cada um dos satélites militares norte-americanos, espalhados pela órbita da Terra, abre uma pequena comporta e um cano de arma se projeta para fora, pronto para atirar contra qualquer movimento estranho nas redondezas. No navio oceanográfico de pesquisas Sereia conversa com os cientistas sobre a arma de microondas:

- Não devemos nos envolver com este barco invisível, Sereia! Ele é um renegado e podemos ser envolvidos em toda esta história (declara o doutor Paulo). Além do mais, este equipamento é exclusividade de nosso navio de pesquisas e não podemos emprestar ou doar suprimentos nossos para outros!

- Não temos como negar isso, doutor! (responde ela). O mundo pode ser invadido a qualquer momento! Temos a única arma a bordo que poderá destruir aquelas naves aliens! O barco invisível está sendo caçado por satélites extraterrestres! Eles o querem destruído! A inteligência artificial da embarcação militar desconfia que os transportes militares brasileiros podem estar sendo monitorados vinte e quatro horas por dia pelos alienígenas, só para conseguirem chegar até o barco invisível e assim destruí-lo! Temos que entregar nosso minicanhão de microondas. Se uma invasão acontecer, esta embarcação pode ser a única capaz de se aproximar o suficiente para destruir os inimigos!

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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